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O déficit da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 9,6 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, equivalente a um aumento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2012. Os dados foram disponibilizados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

De janeiro a abril de 2013, o Brasil importou US$ 14,3 bilhões e exportou US$ 4,7 bilhões em produtos químicos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, as importações aumentaram 15,1% ao passo que as exportações recuaram 4,3%. No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2012 a abril de 2013), o déficit é superior a US$ 30,2 bilhões, representando a participação de importados mais de 30% do Consumo Aparente Nacional.

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De janeiro a abril, os produtos químicos responderam por 18,4% do total de US$ 77,6 bilhões em importações e 6,5% dos US$ 71,5 bilhões em exportações realizadas pelo país. As importações de produtos químicos movimentaram 11,0 milhões de toneladas e o volume das exportações chegou a 4,6 milhões de toneladas.

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) estima que o déficit da balança comercial de produtos químicos supere os US$ 28 bilhões até o final de 2012, um recorde. Para a diretora de Comércio Exterior da Associação, Denise Naranjo, isso se deve à combinação da desaceleração da demanda internacional por produtos químicos com o reaquecimento do mercado brasileiro.

"Há um forte sentimento de que o déficit em produtos químicos até o final de 2012 será o maior já registrado, superior a US$ 28 bilhões", afirma Denise, em nota. "Nesse contexto, é particularmente preocupante o aumento do déficit em produtos de uso final, que tem reprimido a demanda interna por produtos químicos de uso industrial fabricados no País, sem que as empresas do setor tenham conseguido alavancar suas exportações e reposicionar seus produtos no mercado internacional."

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Conforme a Abiquim, o déficit na balança comercial de produtos químicos, nos últimos 12 meses, até outubro, alcançou US$ 27,7 bilhões. De novembro de 2011 a outubro deste ano, o Brasil importou US$ 42,9 bilhões em produtos químicos e exportou US$ 15,1 bilhões. Na comparação com os 12 meses anteriores (novembro de 2010 a outubro de 2011), as importações cresceram 4,4% e as exportações tiveram queda de 3,2%.

A entidade ressalta que, em outubro, especificamente, foram importados US$ 4,3 bilhões em produtos químicos, valor 18,5% superior ao registrado no mesmo mês de 2011. As exportações, de US$ 1,3 bilhão, cresceram 5,1%, na mesma comparação. Frente a setembro deste ano, as importações avançaram 14,3% e as exportações, 10,2%. No acumulado até outubro, as importações somaram US$ 35,4 bilhões e as exportações chegaram a US$ 12,5 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2011, as compras externas cresceram 1,4% ao passo que as exportações recuaram 5,2%.

Ainda de acordo com o comunicado da Abiquim, as resinas termoplásticas, com vendas de US$ 1,9 bilhão, foram os produtos químicos mais exportados pelo País, até outubro. Em relação ao mesmo período de 2011, entretanto, as vendas externas de resinas recuaram 7,8%. Os intermediários para fertilizantes permaneceram como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 18,4% do total das importações de produtos químicos. De janeiro a outubro, as compras desses produtos somaram US$ 6,4 bilhões, valor 8,2% inferior ao de igual período de 2011.

O ritmo de atividades da indústria química nacional apresentou retração no mês de setembro. O indicador de produção encolheu 6,90% em relação a setembro do ano passado e 10,08% em relação a agosto deste ano. Já o volume de vendas caiu 0,76% na comparação anual e 3,81% na mensal. Os dados preliminares de setembro foram publicados nesta segunda-feira pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Na avaliação da Abiquim, a retração é explicada por uma combinação de fatores, incluindo o enfraquecimento geral da demanda, o menor número de dias úteis do mês, em razão de feriado pelo Dia de Finados, o corte de energia na região Sudeste, que, apesar de breve, impactou negativamente empresas da região, e problemas operacionais em algumas unidades. Como reflexo, a taxa de utilização de capacidade do setor caiu de 86% em agosto para 79% no mês passado.

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"A desaceleração da economia mundial, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, os problemas no Japão e o menor ritmo de crescimento na China trouxeram impactos ao desempenho da economia brasileira, que, neste ano, terá um crescimento muito aquém do que se previa ao final do ano passado. Nesse cenário, a indústria química tem sentido fortemente os reflexos da desaceleração pelo fato de ser fornecedora de praticamente todas as cadeias industriais", destaca a diretora técnica de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna.

Apesar da queda dos indicadores em setembro, o resultado da indústria química no acumulado do terceiro trimestre foi positivo e atingiu patamares recordes, segundo a Abiquim. O indicador de produção cresceu 2,05% em relação ao terceiro trimestre do ano passado e 5,90% na comparação com o segundo trimestre deste ano. Já o indicador de vendas domésticas cresceu 3,35% ante o mesmo intervalo de 2011 e 11,96% em relação ao segundo trimestre.

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