Tópicos | secretario de Cultura de Pernambuco

Desde a chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil, uma das maiores características dos brasileiros foi cerceada: o talento em fazer grandes festas, como Carnaval e São João. A impossibilidade de aglomerar fez o país atravessar o ano de 2020 sem seu ciclo junino, bem como acontecerá novamente em 2021, ano em que também não houve folia de momo. O cenário foi analisado pelo Secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre, durante entrevista na qual fez previsões nada animadoras para o futuro. 

Ao programa InterD - música e conhecimento, veiculado na rádio Universitária do Recife, na última quarta (12), o secretário  falou sobre a ausência das grandes festas no estado de Pernambuco, onde os ciclos do Carnaval e do São João são responsáveis por fomentar a economia e as tradições locais. “É óbvio que o desejo de todos nós era a volta de uma certa normalidade, dentro do possível. Claro que, como agente público nesse sentido, um secretário de Estado tem que estar buscando boas referências, inclusive fora do Brasil, em algumas escalas que se assemelham ao nosso Carnaval. Não tenho visto absolutamente nada acontecendo nessa escala. Existem, claramente, tentativas de se analisar, em alguma escala, que não é nem próxima do nosso carnaval, a eficácia de estratégias para fazer com que essa certa normalidade volte para o showbiz, para os shows, para as atividades de arena, na sua maioria. (Há) poucos exemplos positivos”, disse Gilberto. 

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Freyre tentou, também, fazer uma previsão para a retomada dos grandes eventos em um futuro próximo. Os prognósticos, no entanto, não foram muito animadores. “A gente sabe que não vai acontecer, no curtíssimo prazo, nenhum tipo de atividade que se relacione, por proximidade, ao que a gente faz no Carnaval, no São João, num Festival de Inverno de Garanhuns – que é talvez o maior festival de cultura pop, hoje, do Brasil, sem sombra de dúvida. (O FIG) coloca 500, 600 mil pessoas, durante dez dias para conviver. É um tipo de atividade que provavelmente não vai ter a condição, sem vacinação, de acontecer”.

Pouco mais de um ano após o início da maior crise sanitária enfrentada pelo mundo, Gilberto Freyre também falou sobre como a Secretaria de Cultura de Pernambuco tem lidado com os impactos da pandemia no setor, dentro do estado. “(...) tem sido extremamente destrutivo. Paralisadas as atividades de produção cultural, foram (também) paralisadas as atividades de fruição. Tanto uma conta quanto a outra são fundamentais para a cadeia produtiva da cultura. Pensando nisso, e de forma nacional, nasce a Lei Aldir Blanc – que é a única ferramenta que os estados possuem (os municípios também possuem a sua cota de participação), para manter ativa a produção cultural e dar um mínimo de visibilidade a esses produtos que podem circular por meio digital. a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, juntamente com os municípios pernambucanos (e isso é uma ação nacional) têm feito vários editais, num esforço conjugado para manter ativa essa produção cultural, em sua diversidade”. 


 

A partir desta quinta-feira (13), Pernambuco recebe a segunda edição do Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura. O evento, que segue até sábado (15), está sendo organizado pela Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC) e conta com a presença de Américo Córdula, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC). O encontro acontece na sede da RRNE/MinC, no Bairro do Recife.

Nesta sexta (14), às 14h, o deputado federal Pedro Eugênio apresenta um relatório sobre o Projeto de Lei 1.139/2007, legislação que trata do Procultura e que substituirá a atual Lei Rouanet, responsável pelo financiamento a projetos culturais em todo o país. Participam do debate o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto, o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa e o ex-secretário de Articulação do Minc e ex-secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe. 

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De acordo com Américo Córdula, o Encontro Nacional de Gestores será é uma oportunidade para debater as estratégias da Secretaria de Políticas Culturais do MinC neste ano. “É uma expectativa muito grande, pois muitos possuem suas leis de incentivo. Nas na verdade é o Fundo Nacional de Cultura que sustenta todo o Sistema Nacional de Cultura (SNC), cabendo ao MinC discutir e esclarecer como será a transferência desses recursos para os demais órgãos federados”, afirma o gestor.

Serviço

Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura

Até sábado (15) 

RRNE/MinC (Rua do Bom Jesus, 227/237 - Bairro do Recife)

(81) 3117 8439

*Com informações da assessoria

Recém-empossado como secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto falou com exclusividade ao LeiaJá e adiantou algumas novidades para este ano. Uma delas é a volta do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, que não teve edição em 2013. A outra é o lançamento do Funcultura da Música, uma solicitação dos músicos e produtores do estado. 

Canuto tomou posse da Secretaria de Cultura na última sexta-feira (3), durante ato no Centro de Convenções de Pernambuco, mas ele já estava como interino deste outubro passado. Segundo o secretário, apesar de Pernambuco já ter uma agenda cultural consolidada, 2014 é um ano de novidades. “Vamos fazer esse ano, e é um compromisso nosso, o Salão de Artes Plásticas, que não aconteceu no ano passado”, disse ao LeiaJá, para em seguida adiantar que o orçamento da pasta este ano será em torno de R$ 126 milhões.

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Sobre o edital do Funcultura voltada especificamente para o segmento musical, Marcelo Canuto revela que esta será a principal novidade deste ano. “Vamos abrir um debate importante que é essa questão dos novos editais, como, por exemplo, o Funcultura da Música. É algo que está muito forte na sociedade. O cinema avançou muito e é natural que outros segmentos e outras linguagens queiram se colocar também”, comentou com exclusividade ao Leia Já, citando o Funcultura Audiovisual.

Solicitação do Funcultura da Música

No dia 28 de novembro passado um grupo de profissionais ligados à produção musical, sob a alcunha do Movimento #FunculturadaMúsica, entregou a Marcelo Canuto um documento intitulado Manifesto das Boas Intenções.

A carta é assinada por 192 pessoas ligadas ao setor e reforça a falta de investimentos neste segmento artístico por parte do tradicional edital. “A área de música hoje representa a principal demanda do Funcultura. De cada três projetos apresentados, ao menos um é de música. E a demanda de projetos de música cresce a cada ano. Na contramão dessa ebulição musical, o investimento para a área nos últimos três anos caiu pela metade”, diz o documento.

Confira o manifesto do movimento #FunculturadaMúsica:

Manifesto de boas intenções

O Funcultura é um proveitoso mecanismo de apoio e incentivo à cultura de Pernambuco. Com o apoio desta ferramenta, muito já avançamos e conquistamos no mercado local, regional, nacional e internacional.

Temos a certeza de que ele foi criado com boas intenções. E com essas mesmas boas intenções acreditamos que chegou o momento de adequá-lo às atuais necessidades do mercado e dos músicos de Pernambuco.

E nada melhor do que os próprios artistas e produtores que utilizam esta ferramenta para indicar onde e como ela pode evoluir. Por isso nos apresentamos para participar ativamente do processo de atualização do Funcultura, especificamente na área de música.

Nossa proposta neste documento é a criação de um edital específico para a música.

Entendemos que Pernambuco é um Estado musical. Reconhecido assim por todo o país e mundo há décadas. Nossos artistas colecionam elogios e respeito em todas as partes.

A área de música hoje representa a principal demanda do Funcultura. De cada três projetos apresentados, ao menos um é de música. E a demanda de projetos de música cresce a cada ano. Na contramão dessa ebulição musical, o investimento para a área nos últimos três anos caiu pela metade.

Assim, além do novo edital, julgamos urgente o aumento do investimento para a música, para que ao menos se aproxime da crescente demanda do segmento.

Cheios de boas intenções, esperamos contar com o apoio e interesse do Governo do Estado, Secretaria Estadual de Cultura e Fundarpe, além de todos que procuram soluções em nossa área de trabalho.

*Com informações de Élida Maria

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