Tópicos | Secretaria Nacional de Cultura

Persiste a dificuldade do governo em encontrar alguém que aceite assumir a Secretaria Nacional de Cultura, que passou a ser subordinada ao Ministério de Educação e Cultura a partir da reforma realizada pelo presidente em exercício, Michel Temer. Nesta terça-feira, 17, foram procuradas a atriz Bruna Lombardi e a consultora de projetos culturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eliane Costa. Ambas negaram a proposta.

A exigência de Temer é que os convites para o chamado "segundo escalão" do governo sejam feitos a mulheres, após as críticas de que apenas homens foram escolhidos por ele para comandar os ministérios. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) - ministra do Turismo entre 2007 e 2008, durante o governo Lula, e da Cultura entre 2012 e 2014, na gestão de Dilma Rousseff - tem sido uma das principais articuladoras das sondagens.

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Bruna Lombardi argumentou para a senadora que está muito envolvida em seus projetos profissionais para aceitar o cargo, além de não ter intenção de entrar na política. No sábado, Marta averiguou com a jornalista Marília Gabriela a possibilidade de a apresentadora assumir a secretaria. Bruna e Marília agradeceram a lembrança, mas declinaram da proposta.

Indignadas com a fusão entre os dois ministérios, outras mulheres ligadas ao setor da Cultura foram menos polidas ao relatar, nas redes sociais, terem sido sondadas para ocupar o cargo. A antropóloga Cláudia Leitão, ex-secretária de Economia Criativa do extinto Ministério da Cultura, escreveu que "respondeu com um sonoro não" e recomendou que "nenhuma mulher aceite esse convite e, dessa forma, contribua para a transfiguração do MinC em um apêndice do MEC". Já Eliane Costa, coordenadora de pós-graduação em Gestão e Produção Cultural na FGV, disse que "não trabalha para governo golpista" e "nem será coveira do MinC".

Apesar de a pasta ser comandada pelo ministro Mendonça Filho (DEM), caberá a Temer a decisão final. Uma das mais cotadas para o cargo é a ex-secretária de Cultura do Rio de Janeiro, Adriana Rattes. A atual diretora de Educação do Banco Mundial, Claudia Costin, também era um forte nome, mas não estaria disposta a abdicar do mandato, que vai até 2018, nos Estados Unidos.

Assessores de Temer sugeriram, ainda, a atriz Zezé Motta, que relatou ao jornal O Estado de S. Paulo não ter sido procurada. As indicações de homens para o cargo, como o músico Sérgio Sá e o ator Stepan Nercessian, filiado ao PPS, por ora estão fora de questão, pois, segundo fontes do governo, aumentariam as reprimendas à falta de representatividade feminina nos cargos federais.

O anúncio da extinção do Ministério da Cultura (MIC) feito atual presidente interino Michel Temer, foi recebido com repúdio pelos artistas e secretários de cultura. Várias mobilizações e movimentos da classe criticaram a decisão. Mas, tudo indica que, a reação surtiu efeito. Isso porque, na nesta sexta-feira (13), em Brasília começou as articulações para a criação de uma Secretaria Nacional de Cultura, segundo O Globo.

Na prática, a Secretaria estaria ligada, diretamente, à Presidência da República e não mais abaixo do MEC, como teria sido afirmado por Temer. Para o cargo, quem está sendo mais cotado, é o ator Stepan Nercessian, que já foi deputado pelo PPS, que já foi sondado por e sinalizou que aceitaria ser secretário.

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Durante as negociações de formação dos ministérios, Michel teria acertado que a gestão de cultura ficara ao cargo do Partido Popular Socialista (PPS), que tem como presidente Roberto Freire. No caso, Freire indicaria quem vai assumir o cargo. Em entrevista ao Globo, o líder do PPS negou que assumiria o cargo de secretario do Minc, o qual ficaria abaixo do ministro Mendonça Filho.

Repúdio - Recentemente, a Associação Procure Saber, que é formada por músicos e artistas brasileiros, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Marisa Monte; e o Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) publicaram uma carta aberta para o presidente interino Michel Temer. No documento, a classe ressalta que grandes conquistas foram alcançadas através no Minc, pelo presidente José Sarney. As secretárias estaduais também divulgaram uma carta aberta contra a extinção do Ministério

PernambucoNo Estado, o Movimento Pernambuco Pela Democracia está promovendo uma grande mobilização, na próxima segunda-feira (16). Em nota, o grupo se posicionou contra a decisão de Temer.  Nesse momento nossa luta deveria ser para avançar conquistas, mas, infelizmente, temos que reunir forças para conter o retrocesso imposto por um governo transitório, ilegal e ilegítimo, que ora assume o poder por meio de um golpe político-institucional. Resistir é preciso! O Minc é nosso, uma conquista da nação brasileira e democracia se faz com o voto do povo. A concentração da ação será na Praça do Arsenal, às 17h. 

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