Autoridades, empresários, jornalistas e publicitários prestaram homenagem, desde o início da manhã, ao jornalista Ruy Mesquita, diretor do jornal O Estado de S. Paulo - que morreu nesta terça-feira, 21, à noite, vítima de câncer -, e levaram sua solidariedade à família em sua casa, no bairro do Pacaembu, onde o corpo foi velado. Às 14h50, pouco depois das visitas do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o corpo foi levado em cortejo para o Cemitério da Consolação, no centro de São Paulo, onde será o sepultamento. O cortejo foi acompanhado por familiares, amigos, empresários, jornalistas e autoridades.
Fernando Henrique lembrou a tristeza por perder um conhecido de mais de 40 anos. "Era um homem que dizia o que pensava. Fará falta como pessoa e jornalista sério", disse. "Seus editoriais eram um norte para a política e a economia", afirmou Alckmin. O prefeito Fernando Haddad declarou que o Brasil perde um "trabalhador da notícia, sempre aberto a ouvir as opiniões e o debate na sociedade."
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Enquanto passavam pelo velório personalidades como o vice-presidente editorial das Organizações Globo, João Roberto Marinho, e o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, e o presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, a notícia repercutia, dentro e fora do País.
A Associação Mundial de Jornais expressou sua "grande tristeza" pela perda de "um gigante do jornalismo brasileiro". O diário espanhol ABC lembra o jornalista como inovador ao criar o Jornal da Tarde e rememora sua histórica cobertura, ainda nos anos 60, dos primeiros meses da revolução cubana e do governo de Fidel Castro. Em Lisboa, o Jornal de Notícias destacou sua morte com comentários da presidente Dilma Rousseff e o canal TVI mencionou o Estado como "o jornal mais antigo da cidade e um dos maiores do Brasil".
Em nota de pesar, a Associação Nacional de Jornais define Ruy Mesquita como "um entusiasta do jornalismo mas, acima de tudo, um lutador incansável pela liberdade". A ANJ diz ainda que "seus 88 anos dedicados ao Grupo Estado e às causas que assumiu são um exemplo para os publishers brasileiros".
Na casa do Dr. Ruy, como era conhecido o diretor do Estado, o movimento desde as 8 horas foi intenso. Entre outras figuras de destaque que passaram pela casa estavam o ex-ministro Andrea Matarazzo; o ex-governador paulista Laudo Natel; o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann; o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel; o presidente do Conar, Gilberto Leifert; o publicitário Luiz Lara e o ex-chanceler Celso Lafer, além do ex-ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge, que foi diretor de Redação do Estado
Ao longo do dia, notas e comunicados continuaram sendo enviados. A família recebeu mais de 50 coroas de flores em homenagem a Dr. Ruy. Entre os remetentes, a presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o ex-ministro Maílson da Nóbrega, os publicitários Nizan Guanaes e Washington Olivetto, o quadrinista Mauricio de Sousa, o apresentador de TV Luciano Huck e empresas como o grupo Telefônica, o grupo Abril e o SBT.