Tópicos | rotatividade emprego

Se nas últimas décadas o esforço foi para acelerar a criação de empregos formais e os ganhos reais, daqui para frente o desafio será aumentar a estabilidade nos postos de trabalho. É o que propõe o quarto caderno do estudo Vozes da Classe Média, desenvolvido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Atualmente, a taxa de rotatividade chega a 60% ao ano entre os trabalhadores que ganham até dois salários-mínimos.

Sem classificar por ganhos salariais, no total, mais de 40% dos trabalhadores deixam os empregos a cada ano. "Um dos grandes entraves potenciais ao avanço da produtividade do trabalho no setor privado, em particular entre os trabalhadores de baixa escolaridade, é a elevada taxa de rotatividade que tem caracterizado esse setor", aponta a quarta edição do estudo.

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Entre a chamada classe média - conjunto da população que vive com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 -, um grupo próximo a 43% dos trabalhadores considera o trabalho atual "uma atividade transitória, até conseguir algo melhor" ou diz que "depende dele para sobreviver, pois dificilmente encontraria outro".

Na classe baixa, a proporção entre os que encaram o trabalho dessa forma sobe para 50% e, entre a classe alta, cai para 28%. "Para os trabalhadores que já alcançaram um emprego formal, a alta rotatividade representa instabilidade e poucas perspectivas de ganhos, tanto de produtividade quanto de remuneração", aponta o estudo.

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