Nos anos 1990, os jogadores presenciaram uma das maiores batalhas do mercado de videogames: de um lado a Nintendo com o Super Mario, do outro, a Sega com o ouriço Sonic. Esses dois personagens protagonizaram uma disputa pela preferência do público e, por muito tempo, estiveram em pé de igualdade. Mas, no momento em que os jogos migraram do 2D para o 3D, o porco espinho azulado foi deixado para trás.
Após inúmeros episódios que tentavam resgatar os tempos de glória do Sonic, em 2010, um título do ouriço passava despercebido por muitos fãs. “Sonic Colors” foi lançado com exclusividade para o Nintendo Wii e foi bastante elogiado pelos jogadores, que tiveram a oportunidade de jogá-lo. Em 7 de setembro de 2021, uma versão remasterizada, “Sonic Colors Ultimate” foi lançada para todas as atuais plataformas.
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Com a quebra da exclusividade, inúmeros fãs do ouriço que nunca tiveram um Nintendo Wii recebem a chance de conhecer uma das aventuras 3D mais fluidas do Sonic, uma vez que ela resgata a essência que consagrou o personagem no Mega Drive, ao mesmo tempo que inova com mecânicas atualizadas.
Diferente de títulos como “Sonic Adventure 1 & 2” ou o reboot de 2006 “Sonic the Hedgehog”, que divide a atenção para outros personagens da franquia e, passam a ter um foco maior na história, “Colors” se concentra no gameplay e no ouriço velocista. Existe uma trama, mas ela não consome a maior parte da aventura.
Na história, o já conhecido vilão Dr Eggman se diz arrependido de seus atos do passado e inaugura um parque de diversão. Após se dirigir ao parque, Sonic descobre que o local é apenas uma fachada para mais um plano maligno do antagonista. Na verdade, Eggman capturou estranhas criaturas mágicas, conhecidas como Wisps e cabe ao herói azulado resgatá-las.
Para salvar os Wisps, Sonic deverá desbravar sete áreas do parque de diversão, que são divididas em algumas fases e uma batalha de chefe ao final. Veteranos da franquia não terão muitas dificuldades em se adaptar, pois muito se resume a controlar o personagem com sua super velocidade, desviar de obstáculos e realizar saltos precisos.
Durante as fases, a câmera se alterna em momentos 2D e 3D. O jogador poderá realizar uma sequência de combos contra inúmeros inimigos, após saltar e pressionar o botão de pulo repetidas vezes. Além disso, ao pular e pressionar o botão X (quadrado no Playstation), Sonic descerá com um golpe forte o bastante para destruir algumas plataformas e liberar novos caminhos.
A grande novidade de “Colors” são os Wisps, que concedem ao personagem transformações especiais, entre elas, virar um foguete, uma esfera espinhosa, uma escavadeira, um fantasma ou uma criatura que destrói obstáculos. A combinação de habilidade dos Wisps é o que diferencia “Colors” dos demais títulos do Sonic e eleva o grau de diversão da aventura.
Nem tudo são flores
Apesar dos acertos, a dificuldade presente em “Sonic Colors” não é das mais elevadas, pelo menos para os que desejam apenas finalizar o game. Aos que procuram um desafio a mais, podem tentar completar os extras do game, como reunir os cinco anéis vermelhos presentes em cada fase e desbloquear o Sonic Dourado, ou tentar obter o Rank S em todas as áreas.
A remasterização “Sonic Colors Ultimate” também traz alguns problemas, como o fato de o jogo não acompanhar dublagem ou legendas em português; sequências cinemáticas com baixa resolução; problemas de optimização que geram quedas de frames; além de poucas opções de configurações gráficas na versão para computadores.
Além disso, nos PCs, algumas falhas podem gerar travamentos ou fechamento do game, o que pode gerar perda de progresso. Outro ponto agravante é o fato de “Sonic Colors Ultimate” ser vendido a R$199,50, valor que para muitos pode ser considerado alto, principalmente por ser uma remasterização de um título de 2010 e por ser em uma época próxima de outros grandes lançamentos.
Apesar dos problemas, “Sonic Colors Ultimate” é uma boa opção para aqueles que desejam uma aventura semelhante aos clássicos, que não se foca em uma história complexa ou em outros personagens. Nessa aventura, o foco é controlar o ouriço com toda a sua velocidade e, no final do dia, salvar o mundo das mãos do maléfico Dr Eggman.
O relançamento deste game possibilita que vários jogadores conheçam essa aventura do Sonic que, para muitos, passou despercebida em 2010, além de ser uma oportunidade para os que já conheciam revisita-lo. A aceitação de “Sonic Colors Ultimate” também pode definir os rumos de futuros jogos do ouriço, só resta aguardar quais decisões a Sega tomará daqui para frente.