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Com uma proposta ecológica, sustentável e inclusiva, o Festival Recife Mais Verde aconteceu neste sábado (1º), no Classic Hall, em Olinda. O evento trouxe grandes nomes do rap nacional, como Racionais MC’s e Djonga. Além deles, também teve a participação da banda Baiana System, que movimentou o evento com as rodas punks, de Bione, que cantou as músicas do seu novo álbum, o rapper Aldo Vinícius e a Batalha da Escadaria.

O evento também realizou atividades culturais, ambientais e educativas numa estrutura com pista de skate, estúdio de tatuagens e comida saudável. 

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Mano Brown, Ice Blue, KL Jay e Edi Rock da banda Racionais MC’s trouxeram à tona lembranças da adolescência de parte do público que gosta e se sente representado pelo rap preto e periférico. “Eu sou 157” foi a música que abriu o show, por volta das 2h30 da manhã, e foi seguida por hits como “Negro Drama”, “Homem na Estrada”, “Vida Loka parte 1 e 2”, “Jesus Chorou”, “Capítulo 4, versículo 3”, “A vida é Desafio”, “That’s my way”, com o blues de Edi Rock, entre outras. 

Já o rapper mineiro Djonga, por sua vez, abriu o show com o hit “O menino que queria ser Deus”, que dá o título do álbum lançado em 2018. Com quase uma hora de show, o mineiro cantou “Olho de Tigre” e desceu ao público para fazer parte da roda punk, que faz parte do seu show. Do álbum “O dono do lugar”, lançado em 2022, Djonga apresentou as músicas “penumbra” e “conversa com uma menina branca”, ambas têm clipes. Em “Leal”, ele chamou alguns casais para subir ao palco e cantar junto com ele. Outros hits como “Hat-Trick”, “Ladrão”, “Hoje Não”, “Procuro Alguém”, “Bença” também foram apresentados por Djonga. 

Com muita energia diretamente da Bahia, o primeiro show da banda Baiana System depois do Carnaval agitou o palco e o público do Festival Recife Mais Verde com os singles “Presente”, em parceria com os Gilsons e Tropkillaz, “Duas Cidades”, “Playsom”, Presente”, “Reza Forte”, “Bola de Cristal” e “Sulamericano”. 

Com informações de Luan Amaral

Na próxima sexta (29), o rapper Emicida irá realizar um show na plataforma do jogo Fortnite. A transmissão começa a partir das 19h (Horário de Brasília), no modo battle royale e ficará disponível por 72 horas, até às 19h do dia 2 de maio (segunda-feira).

Para acessar, o usuário deve clicar na opção Soundwave Series: Emicida (em português, Série Onda Sonora) ou inserir o código da ilha: 6929-7613-7801.

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A apresentação vai incluir os principais sucessos do cantor. Emicida contará sobre sua trajetória, desde as batalhas de rima em São Paulo até ganhar reconhecimento internacional.

No final do show, os jogadores receberão EXP e o Spray Série Onda Sonora - Emicida como lembrança. Além disso, o artista terá uma Música de Lobby “Continue Assim” e uma Dança da Vitória exclusiva no jogo, disponível para compra a partir do dia 28 de abril, às 21h (Horário de Brasília).

Emicida se junta a lista de nomes como Travis Scott, Ariana Grande, DJ Marshmello, J Balvin, e Tones and I que também já se apresentaram no Fortnite.

AVISO DE FOTOSSENSIBILIDADE/CONVULSÃO

A Epic Games alerta pessoas com histórico de fotossensibilidade/convulsão que o show Emicida - Série Onda Sonora contém luzes piscantes, e que elas devem consultar um médico antes de participar do evento, e saírem IMEDIATAMENTE caso sintam algum desconforto. 

Por Maria Eduarda Veloso

“O que torna um artista relevante nos tempos atuais?” O questionamento é levantado pelo rapper paulista Kamau, que nesta sexta (21), lança nas principais plataformas digitais o primeiro EP de sua parceria com o MC e produtor Slim Rimografia, ‘Isso’. Batizada de SKiT, a dupla condensou cerca de um ano de trabalho, e outros tantos de colaboração mútua, em sete faixas que contaram, ainda, com as participações de DJ Gio Marx; Lay, da banda Tuyo; e KL Jay. 

Nesses tempos em que o sucesso tem se baseado em números de views e likes, o ‘corre’ para garantir a viabilização do trabalho artístico vem sendo submetido a um novo ritmo, cada vez mais acelerado. Mas foi em um momento de ‘pausa’, durante a pandemia do coronavírus, que ‘Isso’ ganhou forma. As sete músicas do EP trazem temas muito presentes no cotidiano, mas que ainda assim se apresentam bem urgentes, e acabam formando uma linha de raciocínio que interliga uma à outra.

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Segundo Kamau, o trabalho surgiu de forma espontânea, durante o último ano de 2021, e “por afinidade” entre os artistas. “A arte nos ajudou a nos manter sãos e vivos num mesmo lugar nos tempos em que vivemos. Quando pudemos ficar no estúdio direto, (isso) fez com que os fluidos criativos circulassem melhor”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá. 

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Essa circulação foi condensada em ‘Isso’, primeiro EP da dupla que ganha o mundo nesta sexta (21), através das plataformas digitais, com pretensão de cair literalmente ‘na rua’ assim que possível, como revela Kamau. "Queremos sim apresentar 'Isso' ao vivo da melhor forma. Temos uma sintonia muito boa de amizade, de trampo, de arte e também no palco e já pudemos testar isso uma vez em Campo Grande (MS) com o DJ Gio Marx nos toca-discos. E a ideia é que esse seja o formato que levaremos aos palcos. Esperamos que em breve e em boas e seguras condições para todos”. 

Neste trabalho, a dupla parece seguir pela contramão da lógica e da pressa exigidas por números e algoritmos e chega discutindo temas como a dureza do dia a dia, racismo, preconceito, e a busca por perspectiva e respeito. “A maioria das músicas surgiu a partir da inspiração do beat, então não listamos os assuntos que gostaríamos de abordar. Mas, como disse Nina Simone: ‘É dever do artista refletir o tempo em que vive’. Talvez tenhamos feito isso não por dever, mas por absorver e canalizar naturalmente essas energias, cada um à sua maneira”, diz Kamau.

Kamau e Slim Rimografia formam a dupla 'SKiT'. A capa do primeiro EP do duo é assinada por Flávio Samelo.

Juntos, os amigos Mcs e produtores somam cerca de meio século de experiência e de serviços prestados à cultura Hip Hop. Após atravessarem diferentes momentos no cenário musical independente nacional, Kamau e Slim acabaram se esbarrando nos bastidores do Atelier Studios, no centro de São Paulo, local onde sua parceria floresceu e ganhou forma.

Para Kamau, a dupla chega em um “momento favorável para o Hip Hop”, com a inclusão do breaking nos Jogos Olímpicos de Paris (2024) e “alguns anúncios de rappers na Times Square (Nova Iorque)”, porém, há ressalvas: “O Brasil tem o único DJ multicampeão mundial na América Latina (DJ Erick Jay) que só se torna assunto quando diz que vendeu equipamento pra se manter durante a pandemia. E isso é só um dos exemplos de talentos que são ignorados pelo contexto geral. Temos uma repetição de padrões que acontecem há muito tempo e mudam a nomenclatura e o meio apenas. Valorizar a arte e as forças humanas que a exercem é o que poderia estar melhor. Muito além de números e algoritmos”. 

Juntos, Rimografia (esq.) e Kamau (dir.) têm cerca de meio século de trabalho dedicado ao Hip Hop. Foto: Tiago Rocha

O músico reforça, ainda, que percebe o quanto o rap vem se "adaptando" para ser mais aceito no mercado e na sociedade, porém, frisa a importância de se refletir acerca deste lugar, movimento que também norteia o seu trabalho e o do amigo Slim. “A posição parece favorável por levar o rótulo de rap. Mas não reflete uma maioria que faz, escuta e consome há décadas. E nem falamos isso como alguém que se vê preso a valores e conceitos antigos. Falamos como ouvintes que sempre buscam coisa atual e nova que renove o amor pelo que nos move e que, por acaso, também é o que fazemos”.

A maturidade de quem conhece bem o caminho das pedras certamente pode ser contabilizada como um elemento a mais na produção de SKiT. Um trabalho que chega na contramão da lógica mercadológica mas, claramente orientado pelo desejo de fazer e disseminar arte, como dizem os próprios versos de ‘É Isso Mesmo’, faixa que encerra o EP: “Clássicos levam tempo, não pressa”. 

O ano era 1973 quando o DJ Kool Herc começou a promover festas no bairro do Bronx, em Nova Iorque. Seu estilo único e inédito de tocar os discos, com recortes específicos, os chamados beats, e outras ‘firulas’ que modificavam as canções, tornaram esses eventos os mais disputados daquela área na época e colaboraram para o nascimento de uma cultura que, anos mais tarde, tomaria o mundo inteiro: o Hip Hop, celebrado em todo o globo nesta sexta (12). 

Kool Herc chamou atenção dos jovens da época e promoveu um verdadeiro efeito cascata na cultura que vinha dos guetos americanos. O acompanhando nas festas, Coke La Rock fazia intervenções ao microfone, tendo sido considerado o primeiro MC do movimento. Já na pista, quem dançava começou a criar novos movimentos e a dança logo ganhou um nome: breaking.

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A própria arte de tocar os discos começou rapidamente a modificar-se. O DJ Grandmaster Flash, encantado pela maneira de manipular a música proposta por Herc, decidiu aprimorar as técnicas e acabou criando várias outras que tornaram-se fundamentais para a musicalidade do Hip Hop, como o backspin, cutting, o phasing, e claro, o scratch. 

Esses pioneiros criaram as bases para o movimento que tem como pilares quatro elementos: breakdance, rap, grafite e o DJ. Esse último, considerado por muitos como sendo o fundamental para a existência de toda essa cultura, afinal, são eles quem ditam o ritmo da dança, das rimas e demais expressões, através de suas habilidades e criatividade na hora de mandar sua música feita sob medida. 

Foto: Divulgação/Rafael Berezinski

A afirmação é de Erick Jay, DJ paulista com pouco mais de 20 anos de carreira e trabalhos ao lado de vários nomes importantes do rap nacional - como os rappers Dexter, Xis, Pregador Luo, Kamau e Black Alien. Ele também foi o DJ oficial do programa ‘Manos e Minas’, da TV Cultura, foi considerado o melhor DJ da América Latina por três anos consecutivos, e possui nada menos do que quatro títulos de campeão mundial conquistados nas competições mais importantes do segmento, o DMC Battle for World Supremacy e o IDA World DJ Championships.

Em entrevista ao LeiaJá, o atual campeão do mundo falou sobre a importância do seu posto dentro do Hip Hop. “Nossa função é essa, compartilhar conhecimento, informação da música, o quanto ela foi importante pra época. Na dança também  tem a importância de você tocar a música certa na hora certa, para os MCs nas batalhas, (tocar) o beat certo na hora da certa.Em todos os elementos (é importante), é informação pra caramba”, garante o paulista. 

Erick entrou na cultura Hip Hop através da dança, no final dos anos 1990. Nos bailes, costuma observar os DJs e ficou fascinado com o alcance de sua atuação. “Eu sempre gostei da arte. Como eu dançava, eu colava nos bailes, eu via o poder que o DJ tinha de dominar as pistas, que louco, ‘ele tem a pista na mão’, ali ele é psicólogo, ele é tudo. Aí comecei a ouvir os raps nacionais que tinham as colagens, os scratches, os internacionais também, eu pirava, e isso alimentou a minha vontade de ser DJ”. 

Do início da sua trajetória, comandando os toca-discos em festas de 15 anos e casamentos, até os campeonatos, foi um pulo. No caminho, Erick conheceu o DJ Zulu, do grupo Face Negra, um dos pioneiros do rap nacional, que o colocou numa rotina intensa de treinamentos e preparação para tornar-se um campeão. “Eu achava que era DJ, mas quando vi ele… Ele me ensinou todos os toques”, brinca. 

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Ganhar campeonatos era uma forma de despontar em um “mercado muito disputado”. Os títulos, segundo Erick Jay, garantem não só reconhecimento, mas colocação em festas e grupos de rap, além dos equipamentos, que costumam ser parte dos prêmios. “Eu ganhei dois campeonatos sem ter equipamento. Eu treinava com o DJ Zulu, não tinha equipamento em casa. Na época, eu nem queria fama, a gente queria os toca-discos, o equipamento que era nosso sonho. Passei três anos treinando ‘emprestado’, na casa dos amigos, até conquistar o meu primeiro toca-discos, ainda bem que eu tive pessoas que acreditaram em mim. (Assim) é o Hip-Hop”. 

Dos equipamentos emprestados pelos amigos, o DJ foi chegar em quatros títulos mundiais. Antes disso, no Brasil, Erick venceu a edição nacional do DMC cinco vezes na categoria individual e por três anos consecutivos (2006, 2007 e 2008), foi considerado o melhor DJ da América Latina. Mais tarde, o brasileiro venceu as duas competições mais prestigiadas da categoria, o DMC e o IDA World, em um único ano, 2016, tornando-se o primeiro sul-americano a conquistar ambas. Em 2018, ele foi convidado para palestrar na Scratch DJ Academy, escola  fundada pelo DJ do Run DMC, Jam Master Jay, e ministrou um workshop para os ‘gringos’ na The Kush Groove, em Nova Iorque.

Jay voltou a conquistar mundiais em 2019, quando também foi jurado em etapas nacionais do DMC, nos Estados Unidos, o primeiro sul-americano convidado para tal; e em 2021, título conquistado no último mês de outubro, na edição online do DMC World. No entanto, as impressionantes marcas, prêmios e conquistas, ainda não garantem ao campeão o apoio e patrocínio necessários para desenvolver seu trabalho com plena tranquilidade.

À dificuldade de conseguir apoiadores, Erick atribui alguns fatores, como a origem da cultura a qual faz parte. "São uns três quatro fatores que dificultam as empresas a investirem no Hip Hop. (Acham que) é coisa de pobre, de preto, em pleno 2021! Sendo que é uma das músicas de mercado mais fortes que está tendo, só não é mais forte porque a mídia tenta encobrir. Mas o Hip Hop é uma religião, um dos maiores movimentos que a gente tem e eles tentam esconder isso”.

Foto: Divulgação/Rafael Berezinski

Ser brasileiro também entra nessa conta, Erick acredita que ainda existe um certo preconceito em relação à sua terra que nem os títulos mundiais conseguem aplacar. “As empresas, principalmente de (equipamentos de) DJ, não têm um olhar pro Brasil. É triste falar isso mas não têm. Eu tenho que ficar brigando pela minha cultura, pela cultura DJ. Nosso país tem mais DJs que em vários países onde eles jogam dinheiro. Aqui no Brasil tem muito DJ, dos antigos aos novos, à molecadinha, então por que não investir aqui? A primeira vez que eu fui campeão do mundo, em 2016, eu achei que isso ia mudar, mas não mudou nada. Pra eles o Brasil continua sendo um país de terceiro mundo, isso atrapalha e pra mim vai ser sempre preconceito”. 

Outro percalço amargado por ele e demais colegas de profissão é o avanço desenfreado da tecnologia. Mas não pelas dificuldades que a chegada de novos equipamentos e softwares possam representar - pelo contrário, segundo Erick, as novidades tecnológicas acabam ajudando no desempenho do seu ofício, tornando-o um pouco mais prático -, e sim pela 'enxurrada' de entusiastas que adquirem o maquinário necessário e se jogam nas pistas e bailes de qualquer maneira. “A tecnologia vem para ajudar a gente mas também pra tornar vários ‘não-DJs’ em DJs. Vários aventureiros que alguém falou que ele era DJ e ele acreditou, mas não tem o dom, não nasceu para aquilo. Infelizmente, a gente tem que lidar com isso e acaba roubando espaço de vários caras que precisam de oportunidade, que têm a parada no sangue e sabem fazer”. 

Na contramão das dificuldades, o amor pela cultura Hip Hop e o reconhecimento do público é o que faz Erick continuar. Festejado por grandes nomes do cenário nacional, como Mano Brown, KL Jay, Black Alien e Kamau, entre outros, ele sabe da importância do seu papel dentro do segmento e leva a sério a função de trabalhar a serviço do movimento. “Pode não ser importante pra certos ‘hypes’, que acham que pra ser melhor do mundo eles têm que sair na capa da revista ‘tal’, mas pra cultura original mesmo, pro movimento em geral, a gente ver que tem pessoas talentosas ganhando o mundial é importante. Ver os caras que eu sou fãzaço compartilhando onde eu cheguei, fiquei muito feliz. Nem imaginava, olha o poder (disso). E atingiu várias áreas, até dos DJs de eletrônico  que eu sou fã tb. Eu vi realmente onde eu cheguei e a importância dessas vitórias pra cultura Hip Hop”.

Agora, com o arrefecimento da pandemia do coronavírus no país e a retomada da ‘vida normal’, com festivais e eventos, Erick Jay se prepara para celebrar seu quarto título mundial ao lado do público. O DJ paulista encerra o ano de 2021 na expectativa dos shows e turnês dos dois rappers a quem acompanha, Kamau e Black Alien, programados para o próximo ano, e se diz “ansioso” para voltar a botar fogo nos bailes do jeito que todo DJ de responsa gosta e merece. “Eu senti muita falta do calor humano que tem nos shows, é o que  a gente tava precisando, é o nosso combustível. Em 2022, a partir de janeiro, vai ter turnê e vamos voltar mesmo”. 

 

Um dos maiores clássicos do rap acaba de ganhar uma releitura com direito a videoclipe e  reunião de duas gerações do gênero. O projeto, idealizado pelo rapper Dexter, deu cara nova à canção Voz Ativa, do grupo Racionais Mc’s, e contou com as participações de atuais grandes figuras da cena, Djonga e Coruja BC1. O clipe da música foi lançado nesta sexta (21), e já pode ser conferido no YouTube. 

Com uma longa carreira de sucesso no rap, Dexter tem cinco discos e um DVD lançados. O músico já cantou ao lado de grandes artistas como Guilherme Arantes, Péricles, Paula Lima e Seu Jorge e já foi reconhecido em importantes premiações como o Hutúz, pelo disco exilado Sim, Preso não; e o Inovare, que recebeu das mãos do ministro Dias Toffoli, no Supremo Tribunal Federal.

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Nesta sexta (21), Dexter lança um projeto no qual se junta à nova geração do rap nacional para homenagear um de seus ídolos declarados, o grupo Racionais MC’s. Ao lado de Djonga e Coruja BC1, o rapper fez uma releitura do clássico Voz Ativa, de 1992, que quase 30 anos após sua criação, continua atual tocando em temas graves da sociedade brasileira, como o racismo e a violência urbana. As batidas foram assinadas pela dupla KL Jay e DJ Will.  Nas redes sociais, Dexter falou sobre o lançamento: "Só consigo explicar com a seguinte frase: 'é muito amor envolvido'". 

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O dia 24 de janeiro marca a perda de um dos maiores nomes do rap nacional. Foi nessa data que o rapper Sabotage foi assassinado, em 2003, na cidade de São Paulo. Para marcar os 17 anos sem o artista, estreia nesta sexta (24), a websérie  #SabotageVive, no YouTube. O projeto, comandado pelos filhos do rapper - Tamires e Sabotinha -, conta em oito episódios detalhes sobre a obra de Sabotage a partir da memória de seus herdeiros. 

Na série, além dos relatos dos filhos do rapper, outros artistas aparecem falando sobre a importância e influência de Sabotage na música brasileira. Um deles é o também já falecido Chorão, ex-vocalista da banda Charlie Brown Jr. Os episódios serão publicados nas sextas e nas terças no canal oficial do artista na plataforma YouTube. 

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No episódio de estreia,  Tamires conta a história da música Respeito é pra quem tem, do álbum Rap é Compromisso, lançado em 2000. A série também vai falar sobre as faixas Mun Rá, Cocaína, Cigarro Mata, Um bom lugar, Enxame e Rap é compromisso. No dia 14 de fevereiro será lançado um conteúdo extra, também no canal da plataforma. Esse ano, ainda será lançado um DVD completo em homenagem a Sabotage com o registro de um show ao vivo. 

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Surgido na década de 1970, na cidade de Nova Iorque, nos EUA, o Hip Hop transformou-se em um dos movimentos culturais mais sólido e popular do mundo. Baseado em quatro pilares - Mcing, DJing, B-Boying e Graffitti -, o estilo vai muito além da música e da rima podendo se expressar, também, nas artes plásticas e na dança. 

Tamanha importância tem o Hip Hop que o movimento tem um dia para chamar de seu. Nesta terça-feira (12), é celebrado o Dia Mundial do Hip Hop, data escolhida por ter sido nela que, em 1973, Afrika Bambaataa fundou a Zulu Nation, uma organização co objetivos de auto-afirmação que promovia um 'quinto elemento' para a cena, a 'paz, união e diversão'. Bambaataa é nome extremamente importante no segmento sendo considerado um de seus criadores, sendo assim, o pai do Hip Hop.  

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De tão grandiosa, a cena Hip Hop logo ultrapassou os limites do bairro do Bronx, em Nova Iorque, e ganhou espaço em todos os lugares do mundo. No Brasil, não foi diferente e o país ostenta grandes nomes para representar os quatro elementos do movimento. Rappers como o grupo Racionais Mc's e Sabotage; grafiteiros como Os Gêmeos, Kobra e Nina Pandolfo; os DJs Ice Blue e Caíque e os Bboys, Pelezinho, Leoni Pinheiro, sem falar na Bgirl Miwa; são apenas alguns dos que fazem do movimento Hip Hop nacional algo tão grandioso e consistente. 

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Rap

A expressão musical do Hip Hop talvez seja a mais popular entre os quatro elementos do movimento. Com ritmo acelerado e discursos geralmente ferinos, o rap é conhecido por ser a música que denuncia as necessidades dos moradores das periferias e do povo negro. O rap nacional tem um rico celeiro de artistas que fazem da cena no Brasil uma das mais respeitadas no mundo. O LeiaJá preparou uma lista com sete dos mais importantes discos que consagraram os brasileiros entre os melhores rappers do planeta.

1 - Hip Hop Cultura de Rua

Lançada em 1988, essa foi a primeira coletânea de rap do Brasil. O disco reunia Thaíde e DJ Hum, MC Jack, Código 13 e o Credo. O trabalho teve produção assinada por Nasi e André Jung, então integrantes da banda de rock Ira!, e contou com participações de músicos como André Abujamra e Raul de Souza. As oito faixas da coletânea ajudaram a construir a estética do rap paulistano, tanto em relação às temáticas das letras como nas bases instrumentais. 

 

2 - Gabriel O Pensador 

Com um álbum anônimo, o rapper Gabriel O Pensador foi um dos responsáveis pela entrada do rap nacional no mainstream. Branco, carioca e de classe média, o músico conseguiu abrir as portas para o estilo com seu disco de estreia. Uma das faixas desse álbum, Hoje eu tô feliz (matei o presidente), fez bastante barulho na época e chegou a ser censurada em algumas emissoras de rádio e TV. 

 

3 - Sobrevivendo no Inferno

O disco de 1997 do grupo Racionais MC's é considerado um divisor de águas no rap brasileiro. O álbum chegou com tamanha força que colocou os Racionais no programa de clipes mais popular da televisão brasileira, na extinta MTV, e ganhou o prêmio de Escolha da Audiência (1998), na premiação do canal, o MTV Music Brasil. O álbum consagrou o Racionais como o grupo de rap mais importante do país e, anos mais tarde, virou até 'leitura' obrigatória em um dos vestibulares mais concorridos do Brasil. 

 

4 - Cadeia Nacional

O Pavilhão entrou para a história do rap nacional ao misturar o estilo com o rock, em Cadeia Nacional, de 1997, algo pouco feito no país naquela época. As rimas do grupo ganharam ainda mais peso com a mistura dos beats com os riffs de guitarra. Esse disco traz ainda uma parceria da banda com os irmãos Cavalera, na época vocalista e baterista do Sepultura, respectivamente. 

 

5 - Rap é compromisso

Único disco gravado em vida de um dos maiores nomes do rap nacional, Sabotage, Rap é compromisso vendeu mais de um milhão e meio de cópias após seu lançamento em 2000. O álbum traz a parceria do rap com outros diversos estilos musicais com a participação de nomes como Negra Li, Black Alien, Rappin’ Hood, RZO e Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr. 

 

6 - À procura da batida perfeita

O rapper carioca Marcelo D2 trouxe ao estilo a tão conhecida malemolência brasileira com À procura da batida perfeita, de 2003. Ao misturar o rap com samba, desde seu disco solo de estreia, Eu tiro é Onda, de 1998,  Marcelo D2 provou que estilos tão distintos podem ir muito bem juntos. Abriu precedentes para que a música popular pudesse transitar livremente no meio do Hip Hop e vice e versa. 

 

7 - Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe

Com um disco longo - de 25 faixas - e intenso em suas rimas, Emicida estreou dando uma refrescada no rap brasileiro. O álbum traz bases instrumentais versáteis sem deixar de lado a crítica social característica do estilo. Esse trabalho garantiu a Emicida sua entrada no mainstream da música nacional, conquistando o respeito dos críticos e do público. Hoje, certamente, figura como um dos rappers mais importantes do país.  

Em 1988, Mano Brown, KL Jay, Edi Rock e Ice Blue, quatro jovens moradores da periferia de São Paulo, se juntaram para formar um grupo de rap. Batizado de Racionais MC's, o grupo chegou como uma 'bomba' mudando a história do rap nacional e se tornando um dos mais importantes e influentes do gênero. Com letras contundentes, samplers e scratches únicos para sua época e uma narrativa de fazer cair o queixo até do mais rebuscado literato, o Racionais transcendeu os limites da periferia fazendo-se ouvir em lugares antes inimagináveis para artistas negros vindos da favela.

Em 2019, o grupo viaja o Brasil com a turnê Racionais 3 Décadas, que celebra seus 30 anos de carreira. O Recife recebe o show no próximo sábado (5), no Classic Hall. Para fazer o 'esquenta' dos fãs, o LeiaJá elencou nove motivos que explicam a importância do Racionais MC's não só para o rap, mas para a cultura nacional. 

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Sabiam escolher as influências

Os Racionais surgiram da vivência de seus integrantes nos bailes black da periferia de São Paulo. O nome do grupo foi inspirado no disco Racional de Tim Maia. As referências de soul music encontradas na obra de Maia também foram fonte para os rappers paulistas. A música 'Homem na estrada', por exemplo, leva um trecho de 'Ela Partiu', de Tim, sampleada. Também tiveram a influência do renomado grupo de rap americano Public Enemy e do ativista negro Malcom X.

Lançaram o álbum Sobrevivendo no Inferno, considerado um marco no rap nacional

Desde o início da carreira, nas primeiras coletâneas lançadas, o Racionais já mostrou a que veio com músicas que falavam sobre a vida na 'quebrada'. Mas, foi em 1997, com 'Sobrevivendo no Inferno', lançado de forma independente, que eles escancararam o estilo ferino de seu rap mostrando a todo o país a dureza imposta à juventude negra submetida a violência, criminalidade e pobreza nas periferias. O disco chegou a ter mais de um milhão e meio de cópias vendidas, tornando-se o mais bem sucedido álbum de rap na história da música nacional. 

Levaram sua mensagem além

Em 1992, o Racionais MC's foi para as escolas públicas paulistas para falar sobre racismo, violência e criminalidade. Eles foram convidados pela Secretaria de Educação de São Paulo para participar do projeto 'RAPensando a Educação' e contribuíram para a conscientização dos estudantes com as mesmas mensagens que levavam em suas músicas.

Dominaram o mainstream

Em em 1998, o grupo conquistou um reconhecimento antes inimaginável para artistas oriundos da favela e que cantavam rap. Com o clipe da música Diário de um Detento, gravado dentro da casa de Detenção de São Paulo, o extinto Carandiru, eles subiram ao palco do MTV Video Music Brasil, premiação do canal de música MTV levando o troféu de Escolha da Audiência, um dos mais cobiçados da premiação. A música integrou a lista de mais tocadas da revista Rolling Stones e o clipe entrou para a lista Melhor Videoclipe Brasileiro de Todos os Tempos da Folha de São Paulo em segundo lugar. 

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Não têm medo de mudar 

Com 30 anos de estrada, os rappers do Racionais entendem bem a importância de estarem ligados aos tempos em que vivem. Sendo assim, eles não se incomodam em abandonar ou mudar seus discursos. Algumas músicas consideradas machistas, como Mulheres Vulgares, de 1993, foram retiradas do repertório do grupo. A musicalidade também foi se adaptando ao longo do tempo e eles sabem, como ninguém, entregar aos fãs o que os fãs querem. Em 2014, eles surpreenderam com o suingado álbum 'Nada como um dia após outro dia' e, na própria turnê que comemora as três décadas de carreira, o que se tem visto é um verdadeiro baile black em cima do palco, com som mais melodioso e dançante. 

Ajudam os 'manos'

Em 2008, Edy Rock, Mano Brown, KL Jay e Ice Blue começaram uma temporada de shows para ajudar os 'manos' da cena rap em São Paulo. Divididos em duplas, eles acompanhavam as apresentações de grupos e rappers, subindo ao palco com eles, para ajudá-los na divulgação de seus trabalhos. 

Virou leitura obrigatória no vestibular

Em 2018, reconhecendo a relevância sociocultural do disco Sobrevivendo no Inferno, a Universidade de Campinas (Unicamp) listou-o como leitura obrigatória para seu vestibular ao lado de escritores renomados como Luís Camões. Esta foi a primeira vez que um álbum de música foi listado como item obrigatório em um processo seletivo de universidade. À época, o perfil oficial do grupo no Instagram celebrou o feito: "É a periferia ocupando a Academia", escreveram. 

E virou livro, literalmente

Apos a indicação da Unicamp, o disco Sobrevivendo no Inferno virou livro mesmo. Editada pela Companhia das Letras, a obra traz a transcrição das letras das faixas do álbum e traz acabamento das folhas em dourado, como costuma ser feito na Bíblia. Também há análises das músicas, descrições de intervenções sonoras e contribuição de Eliane Dias, produtora dos Racionais e esposa de Mano Brown. 

Tocam de casamento à velório

Ainda que com letras contundentes, falando sobre criminalidade, violência, preconceito racial e pobreza, o rap do racionais MC's conseguiu penetração nos mais diversos círculos e classes sociais. Com seu poder de conscientização e de denúncia da realidade, o grupo levou sua música às mais distintas situações. Em uma entrevista, Mano Brown contou que vários fãs o abordavam dizendo terem ouvido um rap do grupo em velórios. Eles também tocaram muito no rádio, AM e FM, em eventos religiosos e em bordéis, como o próprio rapper contou. Casamentos também não ficam fora da lista. Em 2019, um casal escolheu o rap 'A vida é um desafio' para marcar a celebração de seu matrimônio. 

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Um dos nomes mais importantes do rap nacional vai ganhar uma cinebiografia. A história do rapper Sabotage, morto em 2003, vai ser contada no cinema através das mãos dos diretores José Padilha e Marcos Prado, os mesmos de Tropa de Elite e Narcos. O longa tem estreia prevista para 2020. 

Segundo o colunista Flávio Ricco, José Padilha e Marcos Prado já estariam trabalhando no projeto orçado em R$ 9 milhões. O filme está previsto para chegar às salas de cinema em 2020, quando a morte do rapper completa 17 anos. Em 2015, o documentário Sabotage: o maestro do Canão, já havia contado detalhes da vida do rapper através de depoimentos de amigos e imagens de arquivo. 

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Sabotage, nome artístico de Mauro Mateus dos Santos Filho, trocou o mundo do tráfico pelo da música no final da década de 1990. Apesar de curta - em virtude do seu assassinato, em 2003 -, sua carreira foi bastante significativa fazendo dele um dos principais nomes do rap nacional. 

O rap dominou a noite de sábado no festival Recife + Verde, neste sábado (23), no Chevrolet Hall. Embora tenham dividido o palco com bandas de reggae como a Groundation e a Planta & Raíz, o rapper Criolo e a Racionais MC's foram responsáveis pela maior parte do público presente e, também, pelas melhores apresentações do festival.

Apresentando aos recifenses seu mais recente disco, Convoque seu Buda, Criolo subiu ao palco em meio aos gritos dos fãs. O músico começou o show gerando na mais alta frequência e emendou um sucesso após o outro. Depois de invocar deuses de diversas religiões na canção inicial, Subiramdoistiozinho e Sucrilhos, fez um coral tomar conta do Chevrolet Hall.

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Depois, o músico deu uma parada para cumprimentar o público e pedir "licença para entrar na casa e fazer um som". Ao abrir uma faixa com a frase "Resiste Estelita" no palco, a plateia foi ao delírio e a causa da ocupação dos espaços nas cidades foi lembrada por Criolo, este é também um dos temas do novo álbum do artista. Dando sequência à apresentação, rolaram Não Existe Amor em SP, Cartão de Visita, Demorô e Tô pra ver, entre outros sucessos. Ao fim do show, Criolo despediu-se do publico desejando "muito axé" para todos. 

Quando os Racionais MC's subiram ao palco uma parte do público já havia ido embora mas a maioria resistiu ao cansaço e ao horário avançado (já passava das 3h). Mano Brown não decepcionou os resistentes e fez um show cheio de sucessos como Negro Drama, A mente de um vilão, Vida Loka e Artigo 157. Mas também houve espaço para as músicas do novo disco da banda, Cores e Valores.

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O  Racionais MC's anunciou por meio de sua página oficial do Facebook, que lançará um novo álbum em dezembro. O último disco em estúdio lançado pela banda foi em 2002, chamado Nada como um Dia após Outro  Dia.

Em 2014, o grupo formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay completa 25 anos de carreira e para celebrar, os Racionais MC's realizaram uma turnê nacional. No Recife, o show contou com cenários em painéis diferenciados e repertórios especiais para registrar a celebração da data. Os músicos entraram no palco portando uma bandeira de Pernambuco, levando os fãs ao delírio. Músicas como Negro Drama, A Mente do Vilão, Vida Loka, Fórmula Mágica da Paz e Artigo 157 embalaram o público a cantar e dançar juntamente com a banda. 

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No Facebook, o grupo postou: "Racionais MC's lançam novo CD em dezembro!!!!Para fechar o ano, que foi recheado de muito trabalho, o grupo promove o lançamento do novo e tão esperado CD. A apresentação do novo álbum será no Espaço das Américas no próximo dia 20 de dezembro em SP." Os ingressos já estão à venda no site Ticker360 e custam R$ 120 e R$ 60 (meia).


Um dos nomes mais respeitados do rap nacional, os Racionais MC’s voltam ao Recife para única apresentação, neste sábado (22). Além da banda comandada por Mano Brown, a noite conta ainda com a participação de DJ Nando Ramos, Facção Central e Zé Brown.

O último show dos Racionais MC's na cidade foi na última edição do Coquetel Molotov, em setembro de 2011. Entre as músicas mais esperadas pelos fãs estão Jesus Chorou, Negro Drama e Vida Loka, Pt.1.

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Serviço
Racionais MC’s
Sábado (22), 20h
Clube Português (Av. Rosa e Silva, 172 Aflitos)
Ingressos: R$ 25 (Pista) R$ 60 (Camarote)
Informações: (81) 3231-5400

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