Foi lançado pela presidenta Dilma Rouseff, nesta terça (1º), em Brasília, o Programa Brasil de Todas as Telas. O objetivo é criar um programa de desenvolvimento do setor audiovisual, transformando o Brasil em um dos cinco maiores centros produtores e programadores de conteúdo do mundo, com recursos que totalizam 1,2 bilhão. Na ocasião, João Lyra Neto reforçou a parceria de Pernambuco com o Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Pernambuco aderiu recentemente à chamada Pública Nº 1 da Ancine e aguarda um aporte de R$ 8,5 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual. Esses recursos devem suplementar o Edital do Audiovisual de Pernambuco (Funcultura Audiovisual) para os anos de 2014/2015. No último ano, o Funcultura garantiu investimentos de R$ 11,5 milhões que, somados aos recursos federais, proporciona um aporte total de R$ 20 milhões para o próximo ano. A Coordenadora Estadual do Audiovisual, Carla Francine, diz que "é uma soma natural para o cinema não só do Estado, mas do Brasil, porque Pernambuco é um polo que vem tendo destaque no território nacional", afirmou.
##RECOMENDA##Pedro Severien, representante da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtamestragistas, seção Pernambuco, e da Associação Pernambucana de Cineastas (ABD/APECI) recebeu positivamente a notícia: "É uma iniciativa muito boa de incentivo ao cinema pernambucano, porque existe conteúdo de qualidade e criatividade fora do principal eixo de produção, que é o Sudeste”, comentou.
De acordo com o cineasta, a difusão da produção cinematográfica do Estado ainda é um problema a ser solucionado. Uma alternativa para disseminação e regionalização do conteúdo acontece através da Lei da TV Paga sancionada em 2011, depois de 5 anos de discussão. "A ABD Nacional contribuiu ativamente para a formação dessa lei, que obriga os canais fechados a destinarem parte de sua programação para veiculação de conteúdo nacional”, defendeu. Além disso, destacou também a importância dos cineclubes e da circulação de conteúdo pela Internet para suprir o gargalo existente na difusão do Estado.
De 2007 até 2014, foram investidos recursos da ordem de R$ 55,5 milhões no setor, beneficiando 568 projetos, através dos editais. Recentemente, fixado como lei pelo governador do Estado, o Funcultura Audiovisual é uma referência nacional para o setor, considerado um dos instrumentos mais transparentes e importantes na área no País. Lançado, anualmente, o edital do Funcultura abrange toda a área de audiovisual, desde cineclubes a longas-metragens.
Outras ações
O fortalecimento do cinema pernambucano passa ainda por ações de difusão, como o projeto Cinema na Estrada, que nos últimos dois anos realizou 100 exibições em 78 cidades ou distritos do Estado. A iniciativa acontece dentro do circuito de festivais de cultura intitulados Pernambuco Nação Cultural, realizado durante todo ano nas macrorregiões do Estado, em locais onde o acesso ao cinema é restrito ou inexistente.
Foi criado também em 2008 o Festival de Cinema de Triunfo, um festival de caráter nacional, cujo objetivo é interiorizar as ações de cinema. Neste ano, o festival acontece entre 4 e 9 de agosto e reúne 42 produções e cineastas de 11 Estados brasileiros. Para os curtas-metragens, outra ação importante é o FestCINE, que está na 15ª edição. A edital do Funcultura Audiovisual proporciona o desenvolvimento e fortalecimento de outros festivais de cinema, produzidos por entidades da iniciativa privada. Em 2006, eram nove festivais de cinema no Estado. Em 2012, esse número passou para 30.