Tópicos | Problemas psicológicos

Apesar de enfrentar uma grave crise econômica, os europeus lidam melhor com os problemas financeiros do que os brasileiros. Esta é a constatação de um levantamento feito em cinco países, divulgado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - PROTESTE. De acordo com a pesquisa, os brasileiros têm a saúde mais afetada do que belgas, italianos, portugueses e espanhóis. 

Os dados mostram que 24% dos brasileiros entrevistados sofrem com problemas para dormir, além de admitirem ter ansiedade (32%), irritabilidade (24%) e dor de cabeça (17%), decorrente dos percalços financeiros. O uso de ansiolíticos e antidepressivos também tem uma alta porcentagem no Brasil (30%), perdendo apenas para Portugal (33%). 

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Na concepção da psicóloga Sylviane Cardoso Barros, a atual cultura da automedicação pode ter influência direta nestes dados. “Percebo uma grande tendência de se medicar por qualquer desajuste emocional. A indústria farmacêutica no Brasil é muito agressiva e parte dos médicos ainda estimula a prescrição. Não sou contra a medicação, mas me assusto com a quantidade de pessoas que tomam por conta própria”, afirmou. 

Segundo a psicóloga, o número de pessoas com dificuldades financeiras, que buscam terapia, é significativo, mas o problema não costuma ser o principal. “Vejo a questão muito diluída, ficando mais evidente em pessoas com sofrimento muito intenso. Aí resulta na perda de autoestima, isolamento, é uma pancada no narcisismo para muita gente”, explicou Sylviane. 

Opinião do recifense – Para o estudante de odontologia Alysson Mariano Vieira, as dívidas podem se influenciar muito no equilíbrio mental das pessoas e cita um caso. “Eu conhecia um cara lá de alagoas, muito rico, que acabou se endividando e perdeu tudo, ficou devendo muito. Deu uma depressão nele e se suicidou. Acho que é complicado porque você procura formas de resolver o problema e dificilmente encontra”, disse. 

A massoterapeuta Anna Santa Cruz diz que a maioria dos seus clientes procurar um relaxamento por conta do endividamento. “O assunto com todo cliente que eu atendo é exclusivamente financeiro. Atualmente a massagem relaxante é muito usada para o desestresse causado pela falta do dinheiro, alto custo das coisas, até das mais banais, como pagamento da feira”.

A psicóloga Sylviane Cardoso Barros orienta que, para evitar tais problemas na saúde mental, não há mistério: enfrentar a adversidade com o máximo de positividade possível. “E acho que o brasileiro é criativo, otimista, se perde o emprego vai e corre atrás em outras opções. Depende da estrutura emocional de cada pessoa. Se não souber lidar, acaba virando uma bola de neve”. 

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