A Prefeitura do Recife anunciou, na manhã desta segunda-feira (23), ações que prometem estruturar a problemática dos chuveirões da orla da praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Na coletiva de imprensa, a gestão municipal em parceria com o governo estadual anunciou que serão implatados em até oito meses 110 chuveiros automáticos em Boa Viagem, Em Olinda serão 40. O serviço não será gratuito e de acordo com o Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) está orçado em R$ 2,3 milhões.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano da capital pernambucana, de fevereiro até maio de 2016, foram realizadas 207 coletas de amostras de águas dos chuveirões, das barracas na areia da praia e nos quiosques. Dessas, 47 amostras apresentaram a presença da bactéria Escherichia coli e de coliformes fecais. Para os novos chuveiros, a água será garantida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e não haverá prejuízos ao abastaecimentos de outras áreas da cidade.
##RECOMENDA##Os quiosques ou barracas que foram detectados pela Vigilância Ambiental utilizando a água dos poços infectados com bactérias serão notificados, interditados e proibidos de vender alimentos ou continuar disponibilizando os chuveirões para os banhistas. O objetivo da fiscalização é evitar riscos à saúde pública. A ação da gestão municipal atende às determinações da justiça, referente a necessidade de adoção de medidas adequadas para evitar o consumo humano de água contamida.
Em 2014, uma pesquisa do Departamento de Engenharia Química da UFPE apontou a presença de coliformes fecais (E.Coli) e substâncias associadas à urina em mangueiras e chuveiros instalados ao longo de 3,4 km de orla na Zona Sul. Em uma das amostras analisadas, a presença de E.Coli chegou a ultrapassar duas mil vezes o permitido por lei, de acordo com a assessoria de comunicação da universidade.
De acordo com a Vigilância Ambiental da cidade do Recife, os trabalhdores podem utilizar formas alternativas para captação de água. Para Jurandir Almeira, representante do órgão, o barraqueiro pode fazer a higienização do poço que utiliza ou utilizar um meio alternativo com água mineral. Caso insistam no uso da água não tratada, o comerciante poderá perder a licença de trabalhar na orla da praia.