Sessenta e três presos e ex-presos trabalham atualmente em obras para a Copa de 2014. Com experiência em construção civil, eles foram contratados em Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Natal. A expectativa é de que mais detentos e ex-detentos sejam selecionados em outras cidades-sede do mundial.
A possibilidade de contratar presidiários e ex-presidiários foi estabelecida num termo de cooperação técnica assinado em 2010 pelo Comitê Organizador da Copa, o Ministério dos Esportes, Estados e municípios que vão sediar o torneio e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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O documento estabeleceu que nas obras de infraestrutura com mais de 20 operários 5% dos postos devem ser reservados a detentos, ex-detentos, pessoas que cumprem penas alternativas e adolescentes infratores.
De acordo com informações divulgadas ontem pelo CNJ, a maior parte das contratações ocorreu em Belo Horizonte, onde 28 presos estão atuando, seguida por Fortaleza, com 12, e Brasília, com 10. Em Natal, trabalham 8 detentos e em Salvador, 5.
O CNJ divulgou relatos de presos que participam da construção do Estádio Nacional de Brasília. "É uma experiência nova, uma oportunidade para eu seguir em frente e começar vida nova. Eu não posso deixar a bola cair", disse um dos detentos. "É uma realidade bastante diferente. Agora eu estou ganhando dinheiro suado, não é mais o dinheiro fácil de antes", afirmou outro preso.
Os presidiários que trabalham na construção do Estádio Nacional de Brasília recebem salário de R$ 554 e auxílio transporte de R$ 220. As refeições são oferecidas gratuitamente no canteiro de obras. Como benefício, a cada três dias de trabalho os presos conseguem reduzir um no tempo de duração da pena.