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O governo federal alterou o Processo Produtivo Básico (PPB) de netbooks e notebooks fabricados na Zona Franca de Manaus e em outras regiões. O objetivo da alteração foi para que houvesse uma atualização da legislação para que os Ultrabooks também possam ser produzidos no Brasil com os benefícios da Lei de Informática, que, entre outras exigências, conta com o cumprimento do PPB estabelecido para o produto.

Esse incentivo fará com que dispositivos produzidos no Brasil sofram reduções de curso desde a linha de montagem até a chegada ao consumidor final. Porém, a medida só começará a valer a partir de 1º de janeiro de 2013, data em que o governo espera que as primeiras unidades dos eletrônicos comecem a ser fabricadas no Brasil.

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Na primeira quinzena de maio, a Intel anunciou oficialmente a chegada de Ultrabooks no Brasil, informando também que até o fim do ano, mais de vinte modelos de eletrônicos do tipo serão lançados no país. Além disso, 11 fabricantes venderão os equipamentos, entre eles alguns como Dell, HP, LG, Megaware, Positivo e Samsung serão as primeiras a aproveitar os incentivos fiscais na produção dos Ultrabooks aqui no Brasil.

As indústrias que estiverem instaladas em Manaus, no Amazonas, e cumprirem o PPB de áudio e vídeo, poderão fabricar câmeras digitais, tanto compactas ou profissionais com benefícios fiscais.

O ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, prometeu estender as mesmas exigências de nacionalização da lei de incentivos dos tablets para os smartphones, notebooks e PCs. Ele fez essa promessa durante almoço de final de ano com empresários, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), nesta sexta-feira (09/12), em São Paulo.

Durante o encontro, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, cobrou das autoridades ações para evitar a desindustrialização e aumentar a competitividade das empresas locais, que têm sido bastantes impactadas pela importação de produtos, principalmente da China. A consequência disso é que o setor fechará a sua balança comercial de produtos com um déficit de mais de 32 bilhões de dólares, com crescimento de 18% em comparação a 2010.

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Barbato afirmou que esse déficit é resultado das importações que atingirão a marca dos 40 bilhões de dólares, enquanto que as exportações brasileiras não chegarão a 8 bilhões de dólares. “A luta contra os produtos fabricados fora do Brasil tem sido ingrata. Nossas empresas dificilmente conseguem vencer, por exemplo, os preços aviltados dos fornecedores chineses”, protesta o presidente da Abinee.

A Abinee apresentou esta semana ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, uma proposta para beneficiar as indústrias que mais investirem em produção local. A entidade sugere a redução das contribuições dessas companhias em fundos setoriais como Funtel (Fundo Nacional de Telecomunicações) e Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações).

“Se nossa reivindicação for atendida, certamente as operadoras de telecomunicações serão mais estimuladas a comprar mais no Brasil”, acredita Barbato, que defendeu alterações dos processos produtivos básicos (PPBs) para empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC).

“Vamos aprofundar as exigências de PPB e aumentar as exigências de conteúdo local em todas as cadeias estratégicas”, informou Mercadante, informando que iniciativas similares com as que estão sendo implementadas no setor automobilístico deverão ser levadas a área de TIC.

No setor automotivo, o governo brasileiro está exigindo que um índice de 65% de nacionalização dos automóveis montados no Brasil. O ministro afirma que na China essa porcentagem chega a 90%. Ele acha que Brasil tem espaço para trabalhar com uma taxa 65% de nacionalização em TIC, respeitando as regras de comércio internacional. Entretanto, diz que essa é uma questão tem que ser discutida em âmbito do Mercosul.

Mercadante destaca que o Brasil hoje tem condições de fazer algumas exigências pela sua situação mais confortável. Ele garante que o governo brasileiro tem instrumentos para preservar a indústria nacional. O ministro considerou concorrência predatória a venda de celulares importados no Brasil entre 10 dólares e 15 dólares, uma vez que o País tem indústria e escala para atender ao mercado local.

Diante desse problema, ele disse que estuda estender as regras da lei dos tablets para os smartphones, notebooks e PCs. Esses equipamentos têm desoneração de PIS e Cofins. Porém, o PPB para montagem desses produtos não estabelece cronogramas para nacionalização de componentes utilizados na sua fabricação, como acontece com a medida dos tablets.

Porém, o ministro sabe que para resolver esse problema é preciso que o Brasil tenha uma fábrica de componentes e de telas sensível ao toque para atender as indústrias locais. Ele diz que o governo brasileiro está negociando com empresas asiáticas a vinda País, mas que esse é um empreendimento que exige investimentos da ordem de 12 bilhões de dólares, sendo 4 bilhões de dólares somente na fase inicial.

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