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Quando chegam as festas de fim de ano, muita gente investe na aparência. Roupas novas, acessórios, cosméticos e outros itens de beleza. Até aí, nenhuma novidade, não fosse a preocupação cada vez maior com o uso das pomadas para modelar ou fixar o cabelo. Ao longo de 2023, foram diversos relatos de lesões nos olhos causadas por produtos do tipo. O caso mais recente, no Rio de Janeiro, foi registrado logo depois do Natal. No dia 26, o Hospital Municipal Souza Aguiar teve 163 atendimentos de emergência: 81 deles por causa da pomada.

Por isso, existe o receio de que esses números sejam parecidos ou maiores no dia 31, durante as celebrações do Réveillon. A Anvisa emitiu um alerta na terça-feira (26) sobre os problemas de saúde que podem ser causados pela aplicação incorreta de cosméticos ou pelo uso de produtos sem selo de qualificação. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) também está atenta para o aumento de incidentes que prejudicam a saúde dos olhos.

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“Essas pomadas irregulares têm substâncias químicas, que ao entrarem em contato com os olhos, causam uma lesão na córnea, aquela primeira membrana transparente na parte frontal do olho. Geralmente isso acontece quando a pessoa usa a pomada em dia de chuva, vai tomar banho ou entrar na piscina. Os problemas vão desde irritação nos olhos, conjuntivite, até perda temporária da visão”, explica o diretor da SBO, Rodrigo Pegado.

Os principais sintomas relatados pelos pacientes são coceira nos olhos, vermelhidão, irritação, ardência e inchaço. Nos casos mais graves, a visão vai ficando turva, até chegar ao ponto em que não é possível enxergar nada. A principal orientação dos especialistas é: não use nenhum tipo de pomada de origem desconhecida. Verifique se ela tem registro no site da Anvisa. Mesmo que ela seja regular, é importante saber manusear e, na maioria dos casos, o ideal é que seja aplicada por um profissional.

Em caso de contaminação nos olhos pelo produto, é preciso agir rápido para evitar problemas maiores.

“A orientação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia é que quando essas substâncias químicas entram em contato com os olhos, deve-se fazer imediatamente uma lavagem abundante com água, de preferência filtrada. E procurar o mais rápido possível um especialista para saber a extensão do problema. A perda de visão pode ser definitiva se a pessoa não tiver acesso ao oftalmologista e ao tratamento adequado”, afirma Rodrigo Pegado.

O atendimento médico consiste em identificar o tipo e a gravidade da lesão, analisar o histórico de saúde do paciente e que tipo de produto foi aplicado no cabelo. A partir disso, notificar a Anvisa sobre o incidente e o nome do cosmético usado. O tratamento da área lesionada passa pelo uso de medicamentos próprios, como colírios, e pode durar até 15 dias.

Novas pomadas canceladas

Uma resolução da Anvisa divulgada essa semana cancelou 1.266 pomadas para fixar ou modelar cabelos. A medida faz parte das ações para garantir produtos seguros e tem vigência imediata: não podem mais ser comercializadas. Antes disso, 1.741 pomadas já tinham sido canceladas. Segundo a agência, esta resolução não está diretamente relacionada aos eventos recentes de irritação ocular e fazem parte de ações contínuas de avaliação.

Para uma pomada capilar ser regularizada precisa atender a algumas condições, como ter a forma física declarada "pomada", incluir o termo "pomada" no nome ou na rotulagem, em qualquer idioma, e ter formulação com 20% ou mais de álcoois etoxilados, incluindo Ceteareth-20. A fabricação ou comercialização de produtos cancelados e não autorizados é considerada infração sanitária e está sujeita a penalidades, conforme a Lei 6.437/1977.

Histórico

Em janeiro desse ano, os casos de contaminação pelo uso de pomadas de cabelo se multiplicaram. No mês seguinte, a instituição proibiu a venda e a circulação de todos os produtos do tipo em território nacional. No fim de março, a agência voltou a permitir a comercialização das pomadas, com restrições sobre as marcas que não ofereciam riscos aos consumidores.

Sobre o caso mais recente no Rio de Janeiro, a Anvisa emitiu a seguinte nota:

“A Agência está atuando de forma conjunta com os órgãos de saúde locais do estado do Rio de Janeiro para compreender a natureza e a extensão do problema. O objetivo é adotar todas as medidas cabíveis visando a proteção da saúde pública e a rápida resposta diante dos riscos identificados.

Nesse contexto, a Anvisa reforça que apenas os produtos presentes na Lista de Pomadas Autorizadas podem ser fabricados e comercializados, nos termos do art. 9º da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 814/2023. A não observância da norma configura infração sanitária, sujeita às penalidades da Lei 6.437/1977. A RE 3.566/2023 proíbe todos os produtos que não estejam na Lista de Pomadas Autorizadas”.

Desde fim de semana do Natal, as emergências oftalmológicas de Pernambuco registraram 10 casos de queimaduras na córnea (ceratite química) e outros três em confirmação com provável correlação com uso de pomadas fixadoras e modeladoras de cabelo. A Secretaria de Saúde Pernambuco (SES) alerta para o uso desses produtos durante as comemorações de Réveillon.

O relato dos pacientes indicava o uso das pomadas para penteado na noite anterior ao atendimento. As principais queixas foram de ardor, vermelhidão, fotofobia e ao exame clínico ficou constatada presença de lesões na córnea.

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“As pessoas que fizeram uso de pomadas modeladoras e que estiverem sentindo desconforto ocular como queimação e ardência, olho vermelho, fotofobia podem procurar atendimento especializado. Enfatizando que a orientação é que se evite o uso desse tipo de produto que pode, sim, atingir os olhos, mesmo que inicialmente tenha sido aplicado apenas no cabelo, principalmente quando ocorre contato com a água (chuva, por exemplo), ou mesmo o suor”, advertiu a coordenadora da Política de Oftalmologia do Estado, Ana Catarina Medeiros.

Quem sentir alguma reação ocular pode buscar atendimento de emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no bairro do Ibura, no Recife, e na cidade do Paulista, além da Fundação Altino Ventura (FAV), também localizada no Recife. Esses serviços funcionam 24 horas, todos os dias da semana, com acesso por demanda espontânea.

--> Confira a lista de pomadas de cabelo autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) informou que vai aumentar a fiscalização no comércio e orienta que os consumidores adotem as seguintes medidas de segurança antes de adquirir cosméticos:

• Leia atentamente o rótulo do produto antes de usá-lo;

• Evite o uso excessivo de produtos cosméticos. Siga as orientações de aplicação fornecidas pelo fabricante para garantir uma utilização segura e eficaz;

• Não utilize produtos cosméticos não autorizados pela Anvisa;

• Realize um teste de alergia em uma pequena área da pele antes de aplicar o produto de forma extensiva. Isso ajuda a identificar possíveis eventos adversos;

• Não use o produto se estiver com a pele, os olhos irritados ou outra parte do corpo;

• Evite o contato do produto com os olhos;

• Se o produto entrar em contato com os olhos, lave-os imediatamente com água corrente por pelo menos 15 minutos;

• Guarde os produtos cosméticos em local seguro, longe do alcance de crianças e animais.

É possível identificar se o produto cosmético está regularizado junto à Anvisa. Para isso recomenda-se examinar atentamente seu rótulo. Cada produto cosmético possui um número de processo Anvisa que funciona como uma espécie de identificação única. Esse número tem início com "25351" e segue o formato "25351.XXXXXX/20XX-YY". Ao utilizar esse número, é possível verificar se o produto cosmético em questão está devidamente autorizado pela Agência.

Mais de 170 pessoas foram atendidas em hospitais municipais do Rio de Janeiro desde segunda-feira, 25, com queimaduras nos olhos após usarem pomadas modeladoras nos cabelos. Somente na emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, foram 135 atendimentos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os pacientes começaram a apresentar sintomas de irritação depois de terem usado a pomada para fazer tranças ou penteados fixados. Ao molharem o cabelo, o ingrediente químico do produto escorreu para a vista e causou as lesões.

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A Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância Sanitária do Rio (Ivisa-Rio) iniciaram uma apuração epidemiológica para identificar quais as marcas dos produtos usados pelos pacientes. Eles também investigam em quais estabelecimentos os penteados foram feitos, onde os produtos foram adquiridos e se eles estão de acordo com as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Na tarde desta quarta-feira, 27, a Anvisa emitiu uma nota oficial na qual afirma ter recebido relatos de crianças e adultos com "efeitos indesejáveis supostamente ocasionados por produtos cosméticos para modelar/trançar os cabelos". Além dos casos no Rio de Janeiro, outros pacientes em Minas Gerais, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Bahia e Paraná também tiveram problemas parecidos.

De acordo com a agência, os sintomas podem se apresentar como reação alérgica, cegueira temporária (perda temporária da visão), vermelhidão dos olhos, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira/prurido, inchaço ocular e dor de cabeça. Em um dos casos, houve lesão grave nos olhos, enquanto alguns pacientes teriam demorado até 15 dias para recuperarem totalmente a visão.

Por ora, o Rio de Janeiro concentra a maior parte dos casos. "A maioria dos pacientes apresenta uma conjuntivite ou ceratite (inflamação da córnea) química causadas pelo contato com a pomada. E, quanto maior a quantidade do produto que escorre para os olhos, mais grave pode ser a lesão", disse Paula Travassos, diretora do Hospital Souza Aguiar. "Alguns estão chegando com muito inchaço nos olhos e sem conseguir enxergar, tendo que ser guiados por acompanhantes. São quadros considerados bem graves."

De acordo com a Anvisa, resquícios de pomada modeladora podem permanecer no cabelo durante horas ou dias, o que requer um cuidado especial com os olhos, buscando sua proteção quando os cabelos entrarem em contato com água. "Se a situação já está assim por causa do Natal, pode ficar pior para o Réveillon, pois sabemos que muitas pessoas terminam a noite mergulhando no mar", disse Paula.

Após um bebê de 10 meses ser consultado nesta terça-feira (2), na UPA Central de Santos, no litoral de São Paulo, os pais foram surpreendidos quando tentaram comprar o medicamento receitado pela médica de plantão. A família buscou duas farmácias e foi informada que o remédio não existe. 

A criança foi à unidade com um quadro de assadura grave no bumbum e diarreia. Ao g1, o pai da criança preferiu não se identificar e apontou que o erro poderia ter causado algum problema grave ao filho. 

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A receita assinada pela médica indicava o uso de loratadina em pomada a cada 12 horas. A família tentou adquirir o remédio, mas foi informada que essa versão do antialérgico não é produzida.  

"É difícil julgar a médica, [talvez] não estava em um dia bom, trabalhando demais, mas devemos pensar que poderia ser algo mais grave. Ela receitou um medicamento para alergia que não existe, mas poderia ser algo mais grave", afirmou o pai. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou a regularização que autorizava a fabricação de sete pomadas modeladoras para cabelos. Segundo a agência, os produtos não estavam cumprindo normas sanitárias previstas.

A medida consta da Resolução nº138, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (16).  

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Em nota, a Anvisa informou que alguns dos produtos já foram objeto de medidas restritivas no âmbito da comercialização e do uso, e que, com a atual resolução, fica proibida também a sua fabricação.

Lista dos produtos

Estão proibidos de serem fabricados os seguintes produtos:

- Pomada Modeladora para Tranças Anti-frizz Be Black (da empresa Cosmetic Group Indústria e Comércio de Cosméticos Eireli);

- Pomada Black – Essenza Hair, e Pomada Modeladora para Tranças Boxbraids – fixa liss (ambas da Evolução Indústria de Cosméticos);

- Pomada Braids Hair (da Galore Indústria e Comércio de Cosmético Eireli);

- Pomada Cassu Braids Cassulinha Cabelos e Pomada Braids Tranças Poderosas Esponja Magic, (ambas da Microfarma Indústria e Comércio);

- Rosa Hair Pomada Modeladora Mega Fixação 150g, (da Morandini Indústria e Comércio de Cosméticos);

- Pomada Modeladora Master Fix Black Ser Mulher, (da Supernova Indústria, Comércio e Serviços).

Recomendações

A Anvisa recomenda que quem tiver em sua residência os produtos fabricados especificamente pela Microfarma Indústria e Comércio Ltda, CNPJ 68.722.743/0001-09, entre em contato com a empresa para verificar a forma de devolução, uma vez que o fabricante deverá recolher todos os produtos disponibilizados no mercado.

Ainda segundo a Anvisa, os estabelecimentos que tenham o produto para uso de seus clientes devem suspender sua utilização “imediatamente”.

Com relação aos produtos de outras empresas, a Anvisa informou que ainda está “avaliando as ações sanitárias necessárias”, e que seguirá acompanhando “todos os fatos relatados relacionados às pomadas capilares” com a ajuda dos órgãos de vigilância sanitária dos estados e municípios.

“A partir dos resultados das investigações, as medidas sanitárias cabíveis serão tomadas com a maior celeridade possível”, complementou.

No início do mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou um alerta com relação à pomada Cassu Braids, após relatos de que o produto estaria causando danos aos olhos (irritação ocular, pálpebras inchadas, dor nos olhos e dificuldades para enxergar o cabelo) de usuários no Rio de Janeiro.

Escondidos dentro de duas embalagens de pomada, dois celulares desmontados foram encontrados no presídio Cyridião Durval de Oliveira e Silva, em Maceió. Os "medicamentos" seriam entregues ao detento Weslley Holland, na manhã desta terça-feira (5).

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 Segundo informado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) ao site Alagoas 24 horas, os materiais foram deixados por um familiar do preso, que ainda não foi identificado. O sistema de monitoramento deverá auxiliar para o reconhecimento da pessoa que levou os aparelhos celulares escondidos dentro das pomadas.

 

Cientistas do Instituto Butantan, localizado na zona oeste de São Paulo, desenvolveram uma pomada contra a picada letal da aranha-marrom, que pode causar necrose na pele, falência renal e até a morte das vítimas. A eficácia do produto foi comprovada em testes realizados em células e em animais.

De acordo com a responsável pelo trabalho, a pesquisadora Denise Tambourgi, a pomada é feita à base de tetraciclina, substância que já é usada como antibiótico, no entanto, na pomada criada pelo Instituto Butantan ela é utilizada em uma concentração menor.

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Denise explica que após o veneno da aranha-marrom entrar na corrente sanguínea da vítima, o que leva à produção de proteases, enzimas quebram as ligações químicas de outras proteínas, causando a morte celular e a necrose. Segundo a cientista, são essas proteases que são inibidas pela pomada.

O produto ainda está em fase de testes clínicos, mas caso os resultados sejam os esperados pelo instituto, a pomada poderá chegar às farmácias, porém, não há prazo para isso. Além de que ela ainda precisa da liberação para uso em humanos e comercialização dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Mais um aliado deve auxiliar homens contra o temido problema da disfunção erétil. O remédio Alprostadil, que já era utilizado através de pílulas, agora poderá ser aplicado como pomada. De acordo com estudo publicado na revista especializada Urology, o produto tem uma taxa de eficácia de 86%.

Vendido há cerca de um mês em países europeus, o medicamento agora também é viável  para pacientes diabéticos e cardíacos, já que basta aplicar uma pequena quantidade da pomada na ponta do pênis. Ao todo, 600 pacientes com o problema foram analisados por pesquisadores franceses e europeus, através do uso do medicamento. 

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Segundo médicos espanhóis, a pomada consegue os efeitos desejados entre cinco e 30 minutos após a aplicação e, a depender dos casos, pode durar mais de uma hora. Há restrições quanto ao uso do álcool, que pode diminuir o efeito da droga. O uso excessivo do Alprostadil também pode acarretar em problemas digestivos e neurológicos. Para ser vendida no Brasil, a pomada ainda precisa ser liberada pela Anvisa.

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