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Durante viagem de retorno ao Vaticano, após visita à África, o papa Francisco afirmou neste domingo (5) que a criminalização de homossexuais "é uma injustiça e um pecado que não se pode deixar passar". A afirmação, reiterando declarações anteriores, ocorreu durante a tradicional conferência de imprensa em voos posteriores a visitas internacionais, quando foi indagado sobre a perseguição que sofrem os homossexuais em alguns países africanos.

Ele relembrou a célebre afirmação: "Se uma pessoa é de tendência homossexual e acredita e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?". "Já havia dito que a criminalização da homossexualidade é um problema que não deve ser deixado para depois. Acredito que existam cerca de 50 países que, de um modo ou de outro, criminalizam a homossexualidade e dez inclusive preveem pena de morte; isto não é justo", disse o pontífice

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O chefe da Igreja Católica também reiterou que "pessoas de tendência homossexual são filhas de Deus". "Deus as quer, Deus as acompanha e condenar essa pessoa por isso é um pecado. Não estou falando de grupos, lobbies, mas de pessoas. E o Catecismo da Igreja diz que ninguém deve ser marginalizado."

Instrumentação

Ele também aproveitou a conversa com jornalistas para lamentar que a morte de seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, em 31 de dezembro, tenha sido "instrumentalizada" por alguns grupos dentro da Igreja Católica. "Foi instrumentalizada por gente que deseja 'levar água para o seu moinho'. Essa gente não tem ética, é gente de partido, não de Igreja", afirmou Francisco. "Deixo de lado essas coisas, porque não prosperam, caem por si, como de resto ocorreu em toda a história da Igreja." O bispo alemão Georg Ganswein, que acompanhou os últimos anos de Bento XVI, publicou há um mês um livro com críticas a Francisco, em que relata que a decisão de proibir missas em latim "partiu o coração" do antecessor.

Foi a primeira vez que Francisco deu uma resposta mais enfática dirigida a setores mais conservadores do catolicismo que criticam sua condução da "cátedra" de São Pedro. Um ponto a se observar na disputa interna da Igreja Católica envolve agora a sucessão próxima do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer. O departamento teve entre seus chefes Bento XVI, no papado de João Paulo II. Agora, teme-se a colocação no posto de alguém mais liberal, justamente quando cresce a pressão no Vaticano por uma encíclica moral voltada para sexualidade e crítica à ideologia de gênero. Nesse ponto, os acenos de Francisco ao acolhimento à comunidade LGBT+ têm provocado críticas cada vez mais abertas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dentro de uma caixa de remédios ou de um saco de pão. A brasileira Andrea dos Anjos leva com discrição máxima seus produtos eróticos para suas clientes evangélicas, um negócio que está surgindo no Rio de Janeiro.

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Em sua loja virtual "Memórias da Clô", lançada em 2019 especialmente para mulheres, perguntas, conselhos e pedidos são feitos principalmente por mensagem privada, assim como na 'love store' de Carolina Marques, inaugurada há um ano com o nome de "ConsenSual".

Marques, de 26 anos, rejeita o termo "sex shop". É muito “agressivo" para o público evangélico, cuja visão do sexo pode ser muito conservadora, explica esta integrante da igreja Assembleia de Deus, que quer se tornar sexóloga.

Seu catálogo de "produtos auxiliares do relacionamento", como ela os define, tem uma apresentação contida para que quem o consulte "não sinta que tem que fechar a tela" com pressa se alguém se aproximar, afirma.

Antes de se casar, Marques percebeu como era delicado abordar a diversão sexual entre as convidadas evangélicas de seu chá de solteira.

"Nós, cristãos, temos muito esse tabu da sensualidade. Mas dentro do seu casamento com seu cônjuge não é visto com esses olhos porque pode ser natural. Quero tirar esse estigma de que o sexo é só para reprodução”, diz ela em sua pequena casa com quintal em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Para lançar sua loja, uma das pioneiras no setor, ela informou o pastor de sua igreja e sua esposa. "Eles sempre me alertam: cuidado com as embalagens" e foram os primeiros contrários a falar em "sex shop". "‘Isso assusta. Isso mostra algo diferente do que nós somos. Deixa algo muito vulgar’, me disseram".

Discrição é a palavra de ordem, garante ela. "Não vou distribuir panfletos na saída do culto" evangélico, corrente do cristianismo à qual pertencem cerca de 30% dos brasileiros, segundo pesquisas recentes.

Pecado?

Lubrificantes com sabor de algodão doce ou maçã do amor, perfumes afrodisíacos, dispositivos em forma de ovo para melhorar a sintonia... Marques se limita a oferecer produtos menos transgressores para que as clientes, casadas ou noivas, "não sintam que estão fazendo algo errado” diante de Deus.

Assim, próteses, objetos para se divertir "sozinho" ou a linha de sexo anal ficam de fora.

"O que é pecado, o que não?". Dos Anjos, de 43 anos, que frequenta a igreja Batista, buscou respostas nos textos sagrados, mas chegou à conclusão de que cada casal deve estabelecer seus limites.

A ideia do "Memórias da Clô" nasceu com a sua primeira visita a um "sex shop", após se divorciar do marido que a forçava a manter relações.

"Eu não sabia o que era prazer. A pessoa lá era um homem. Como vou explicar para ele? Achei que outras mulheres evangélicas pensavam isso também".

Além de comercializar produtos como estimulantes femininos, ela dedica grande parte de sua atividade à orientação de mulheres com problemas de lubrificação, pós-parto, etc.

Mas também recebe casais, como um homem e uma mulher virgens que aconselhou durante dias para que se aproximassem mutuamente. "A venda aconteceu depois", lembra.

"O templo do Senhor"

Jessica, de 24 anos, é uma das clientes habituais da ConSensual. “Hoje uso géis de massagem, lubrificantes, com térmico, sabores... Deixa a relação mais gostosa e divertida”, explica ela por mensagem no WhatsApp, para manter seu anonimato.

Essa jovem conta ter convencido algumas amigas a tentar a experiência. Outras, porém, rejeitam de cara, por aquele "preconceito formado" de que é algo "agressivo".

Marques, que passou a receber encomendas de outros estados do Brasil, revela sua máxima para seduzir suas clientes: "Nosso corpo é nosso templo, o templo do Senhor. Então a gente tem que cuidar".

O papa Francisco denunciou neste domingo (19) que a "indiferença perante aos problemas dos mais necessitados" é o "maior pecado contra os pobres" e que para os cristãos é um "dever evangélico cuidar deles".

As palavras foram pronunciadas durante a homilia da audiência geral na Basílica de São Pedro realizada na 1ª Jornada Mundial dos Pobres, na qual reúne milhares de fiéis com poucos recursos.

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"Não me diz respeito, não é problema meu, é culpa da sociedade", ressaltou o Pontífice, afirmando que a indiferença para os pobres significa "olhar para outro lado quando o irmão passa necessidade, é mudar de canal quando uma questão séria nos incomoda, é também indignar-se perante o mal, mas não fazer nada".

"Deus, no entanto, não nos perguntará se temos justa indignação, mas se fizemos o bem", advertiu o líder da Igreja Católica. Além disso, Francisco aproveitou a homilia para fazer um apelo em favor dos "irmãos mais pequeninos", dos que têm fome, os doentes, os estrangeiros, os presos, os necessitados e abandonados. Segundo o argentino, é no rosto dos pobres que se "manifesta a presença de Jesus". "Se aos olhos do mundo têm pouco valor, são eles os que nos abrem o caminho para o céu".

"Todos somos mendigos do essencial, do amor de Deus, que nos dá o sentido da vida e uma vida sem fim", acrescentou.

Jorge Mario Bergoglio ainda afirmou que é "dever evangélico" cuidar dos pobres, o que significa "lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais". "Só isto dura para sempre, todo o resto passa. Por isso, o que investimos em amor permanece, o resto desaparece".

Cerca de 7 mil pessoas pobres, muitas acompanhadas de membros de organizações de ajuda a necessitados, além de refugiados.

Durante a cerimônia se serviu para a eucaristia pão que uma organização de caridade distribui em refeitórios para pobres e que depois será servido em um lanche organizado para 1, 5 mil pessoas com poucos recursos na sala Paulo VI, próxima à Basílica de São Pedro. "Que o Senhor, que tem compaixão das nossas pobrezas e nos reveste dos seus talentos, nos conceda sabedoria de procurar o que conta e a coragem de amar, não com palavras, mas com obras", concluiu o Papa. 

Da Ansa

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