Na próxima quinta-feira (2), no Pátio de São Pedro, na área central do Recife, será realizado o evento “Vamos de Preto” com o objetivo de protestar contra os homicídios e racismo enfrentado pela população negra. De iniciativa do Núcleo de Negras e Negros do mandato do deputado estadual Edilson Silva (Psol), a atividade está marcada para iniciar às 14h. 

Na página do evento, no Facebook, destaca que o país é a maior nação negra fora do continente africano, mas que é “proibido” qualquer possibilidade de igualdade. “É momento de nos organizarmos, de nos aquilombar e traçar estratégias para um projeto político que tenha como objetivo central a superação do racismo em todas as suas faces”, diz um trecho do convite. 

O encontro deve reunir, além de políticos, militantes do movimento negro, representantes de religiões de matriz africana, pesquisadores, além de ativistas. A apresentação inicial será realizada com a roda de Capoeira Angola e de outros grupos. 

Edilson Silva declarou que é preciso envolvimento no debate. “Mesmo sendo mais de 50% da população brasileira, negros e pardos representam menos de 10% do total de deputados federais. Dos 513 deputados federais, somente 43 se reconhecem como negros. Homem, branco, na faixa dos 50 anos, com formação superior, empresário e dono de patrimônio superior a R$ 1 milhão, esse é o perfil da representação política no Congresso Nacional”, lamentou. 

“O mesmo tempo em que reclamam da política, mas não fazem absolutamente nada para mudar a realidade. Além de não fazer nada, ainda critica quem se organiza para fazer”, criticou o psolista. 

No Recife, na noite desta sexta-feira (25), o ex-presidente Lula não afirmou se será candidato à presidência da República na eleição de 2018, mas garantiu que se for, será para vencer. "Se eu for candidato é para ganhar e ganhando eles [oposição] sabem que eu sei, não governar, mas cuidar do povo deste país. Quero que eles saibam que já fui presidente da República e quem vai decidir é o povo brasileiro", afirmou.

O petista em um discurso puxando para o lado emocional para uma multidão, no Pátio do Carmo, centro da capital pernambucana, falou sobre seu passado. "Quem não morreu de fome até os cinco anos de idade não tem que ter preocupação com nada. Só quero que o povo brasileiro seja respeitado", ressaltou.

"A gente só merece respeito se a gente respeitar e eu não sou melhor que ninguém, mas também não tem ninguém melhor do que eu. Duvido que tem alguém que tenha respeitado mais o trabalhador e o estudante do que eu". 

Lula ainda disse que o povo nordestino não quer ter a cara da fome. "Aprendemos a ter direitos, comprar computador, celular moderno, o povo resolveu andar de avião e passear. O povo nordestino não quer ter a cara da fome, que ter a cara do emprego".

Os curtas brasileiros Pátio e Pouco mais de um mês marcaram presença em mostras paralelas do Festival de Cannes, concorrendo com outras oito produções. Pátio, de Ali Muritiba, retrata o cotidiano de presos que jogam futebol, dançam capoeira e falam sobre liberdade. A filmagem é feita de trás das grades do presídio. A produção compete com outras oito na Semana da Crítica do festival.

O Brasil também está representado na Quinzena dos Realizadores, com Pouco mais de um mês, de André Novais Oliveira, que explora jogos de luz para contar a história de um casal que se conheceu recentemente, na vida real e na ficção. O cineasta prepara seu primeiro longa, Ela volta na quinta.

Apesar de não haver nenhum representante da América Latina entre os nove curtas que disputam a Palma de Ouro neste domingo, o Festival de Cannes exibiu criações de vários autores latinos em várias seções. Além do Brasil, há filmes de Colômbia, Chile e Argentina. Em alguns casos, são prévias de projetos cinematográficos mais ambiciosos.

Além dos filmes que passaram pelas seleções oficial e paralela, há em Cannes o Short Film Corner, um fórum de discussões e contatos em estão inscritos centenas de curtas-metragens do mundo inteiro.