Uma equipe do governo brasileiro, através da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estará em Israel até esta quinta-feira (13), visando promover a transferência de técnicas que fazem do país um dos líderes em produtividade e cultivo em condições extremas. A Tilápia criada pelos israelenses, por exemplo, engorda mais rápido e tem mais filé que a criada aqui.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) mostram que a pesca é essencial para a sobrevivência e a segurança alimentar de cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. Ao mesmo tempo, ainda segundo a FAO, 80% das espécies de peixes do mundo já foram exploradas ao máximo ou estão se esgotando.
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O grupo fez uma visita ao Centro de Alta Tecnologia em Produção de Algas Marinhas, que trabalha com a produção de vacinas para peixes, em Rehovot, no último domingo (9). Na segunda-feira (10), a comitiva conheceu uma fazenda de criação de trutas e de esturjão – destinado a produção de caviar, no Kibutz Maoz Haim, no Vale de Beit-Shean.
A comitiva conheceu também a produção em gaiolas no mar mediterrâneo. Nesta quarta-feira (12) está reservado para uma visita à Estação de Pesquisa em Aquicultura “Dor”, no Moshav Dor e para conhecer o “Dagon”, Centro de Criação de Peixes, no Kibutz Maagan Michael. A missão acontece a convite do ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Israel, Yair Shamir.
A aquicultura é apontada como alternativa para a sobrepesca - e um dos maiores potenciais do mundo para o cultivo de peixes está no Brasil. O país tem condições, com o aproveitamento de apenas 0,5% da lâmina de água de lagos e reservatórios, de produzir mais de 20 milhões de toneladas de pescado por ano, segundo levantamento do Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA). A produção atual é de cerca de 500 mil toneladas, e um dos grandes desafios está na tecnologia de produção.
Investimento
Este ano, os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura operados pela Companhia estão recebendo investimentos de R$ 14 milhões. Os recursos estão sendo destinados principalmente para reforma e ampliação das unidades, que têm como principal objetivo promover a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
A expectativa é que isso contribua para o aumento da produção nos centros integrados nesse ano, o que possibilitará que passem a produzir cerca 15 milhões de alevinos. Dentre as espécies nativas produzidas destacam-se Matrinxã, Dourado, Surubim e Piau; e as espécies exóticas, usadas na piscicultura comercial, Tambaqui e Tilápia.
A Companhia também espera triplicar o número de peixamentos realizados em relação ao ano passado – serão cerca de 100 em 2013. A ação consiste no repovoamento do rio usando algumas espécies nativas de peixes da bacia do São Francisco, produzidas nos Centros Integrados. Por meio dessa iniciativa, a empresa busca a manutenção e o aumento dos estoques pesqueiros, garantindo o futuro da pesca e gerando renda para a população local. Ao todo, são sete centros integrados, distribuídos nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe.
Com informações da assessoria