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Feche a boca ou roa as unhas, mas fique em silêncio. O melhor torcedor em uma partida de futebol de cegos é aquele que fica calado.

Mas como é difícil, principalmente quando o Brasil busca o pentacampeonato paralímpico nos jogos no Rio de Janeiro, perante uma torcida acostumada a ser o décimo segundo jogador, e muito barulhenta.

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"Brasil! Brasil!", se ouve das arquibancadas um pouco antes do início da partida. O amarelo domina o estádio, que vibra.

Na primeira fila estão Wagner Goulart, de 30 anos, e Luciana Vargas, de 34. Ambos usando camisas, chapéus, e até óculos de plástico com a palavra Brasil. Ela com uma corneta e ele com um chocalho.

"Só fazemos barulho quando a partida para e quando o gol é óbvio", dizem em entrevista à AFP.

Assim, com todos "preparados", soa o apito e um rastro de "shhh" domina o estádio antes do absoluto silêncio. Só o que se escuta é o tilintar da bola especial -com guizos dentro- e os gritos dos jogadores, que têm diferentes níveis de cegueira e usam vendas nos olhos para igualar as condições.

É um jogo em que os ouvidos são os olhos e qualquer ruído pode arruinar uma jogada. Somente os goleiros enxergam e servem de guia para os outros jogadores.

- Emoção -

O Brasil enfrentou no domingo a Turquia na fase de grupos do torneio paralímpico de futebol de cinco. A vitória por 2x0 do time brasileiro garantiu uma vaga na semifinal.

O time jogou de maneira muito ofensiva, em contraste com o rival extremadamente defensivo. Por isso era difícil conter a torcida quando Ricardinho, camisa 10, driblava três jogadores da defesa antes de chutar para o gol. A emoção da torcida foi controlada e se transformou em um murmúrio, mas na verdade queria explodir em um grito de celebração.

A torcida brasileira se destacou nessas olimpíadas pelo barulho que fazia nas arquibancadas, a favor ou contra. Muito atletas mostraram surpresa com essa empolgação.

Katia Brum (38 anos) sofreu quando celebrou o primeiro gol: uma jogada de Ricardinho que começou da lateral esquerda e terminou com um chutaço do atacante brasileiro, o melhor do mundo em 2014.

Sentia os músculos tensos, colocava a mão na boca, estava a ponto de explodir, mas não podia gritar como em uma partida de futebol comum.

"É muito difícil, é a primeira vez que vemos uma partida de cegos e é muita emoção. Não pude trazer meu pai, ele teria um infarto. Está acostumado a ajudar, a gritar, a ser o 12º jogador. Ia explodir", disse.

Os jogadores brasileiros dizem que havia mais ruído do que o ideal, mas longe de incomodar.

"Essa energia é muito importante, a pessoa se sente mais motivada, dá um gás extra com alguém incentivando. No momento, atrapalha, mas sabemos que são importantes", disse o atacante Nonato.

"Quero e espero que continue assim, a todo vapor, e espero que a torcida celebre com a gente outro título", acrescentou Ricardinho.

Não faria mal, muito menos se for um ouro ganho em casa, repetindo o feito da seleção de Neymar nos Jogos Olímpicos.

- Final ruidosa -

O futebol de cinco se transformou em esporte paralímpico nos jogos de Atenas em 2004 e desde então o Brasil foi o único campeão do torneio.

Na primeira edição, ganhou a final de sua grande rival Argentina, que em 2008 ficou com o bronze.

A seleção argentina está entre os favoritos para chegar à final e assim como na Copa do Mundo de 2014, trouxe sua torcida para o estádio do centro de tênis do Parque Olímpico.

"É muito lindo jogar com torcida, ainda que por vezes jogue contra, porque sabemos que o futebol é muito emotivo, mas como fazer para se controlar? Quando uma jogada está para se definir e a torcida começa a gritar 'ai ai ai', esse som te faz perder a jogada, mas também te motiva", explicou o capitão Silvio Velo, conhecido como o "Messi" do futebol de cinco, que jogou mais cedo no domingo.

Se a final é Brasil-Argentina, será preciso colocar uma mordaça e prender as pessoas nas cadeiras. Alguns propõem fazer uma bola com um guizo mais barulhento. Será necessário muito "shhh" e autocontrole para aguentar os 50 minutos da partida.

Oscar Pistorius foi o primeiro atleta com deficiência a disputar os Jogos Olímpicos, mas sua façanha foi praticamente esquecida depois que foi condenado por assassinato. Ainda não surgiu um novo nome paralímpico para repetir a proeza, mas tudo indica que é uma questão de tempo.

Com as próteses de fibra de carbono, Pistorius, biamputado, entrou para a história olímpica com o tempo de 45 segundos e 44 centésimos registrado em sua estreia nos 400 metros rasos nos Jogos de Londres-2012.

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Atualmente poucos mencionam seu feito, depois que ele foi condenado a seis anos de prisão pela morte da namorada. E suas marcas também começaram a cair: na terça-feira o neozelandês Liam Malone superou o recorde paralímpico nos 200 metros durante os Jogos Rio-2016.

Mas em um momento de muita atenção para o esporte paralímpico muitos perguntam quem pode repetir Oscar Pistorius.

Um dos nomes mais citados é o do alemão Markus Rehm, do salto em distância e conhecido como 'Blade Jumper', que sonha em disputar os Jogos de Tóquio-2020.

Sem uma perna, amputada após um acidente marítimo, Rehm afirma que tem o nível dos atletas olímpicos. De fato, sua melhor marca pessoal, de 8,40 metros, é superior aos 8,38 m que renderam a medalha de ouro ao americano Jeff Henderson na Rio-2016.

Rehm, que na segunda-feira conquistou o ouro paralímpico com a equipe alemã do revezamento 4x100 m, desistiu em julho de tentar participar dos Jogos Olímpicos do Rio, porque a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) não estava convencida de que sua prótese não proporcionava um impulso extra.

"Depois dos Jogos Paralímpicos do Rio vou continuar conversando com a IAAF para encontrar uma solução para competir no Mundial de Londres-2017, mesmo sem o ranking. Posso ganhar minhas medalhas em competições paralímpicas, mas seria excelente representar nosso esporte diante de mais pessoas e mostrar que somos bons atletas, que não temos que nos esconder", disse à AFP.

Também chamou a atenção o ouro do argelino Abdellatif Baka nos 1.500 metros na categoria T3 (atletas com baixa visão), que venceu a prova com o tempo de 3:48.29, melhor que o do medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, o americano Matthew Centrowitz (3:50.00).

Neste caso, no entanto, é preciso recordar que a final dos 1.500 m da Rio-2016 foi considerada fraca tecnicamente e com uma tática em que todos os atletas se pouparam para o sprint final. O recorde mundial na prova, por exemplo, foi estabelecido pelo marroquino Hicham El Guerrouj, em 1998, em 3:26.00.

- Tabu -

Sete meses depois de competir em Londres e reconhecido em todo o planeta, Pistorius matou a tiros a namorada Reeva Steenkamp. Ele disse que a confundiu com um ladrão.

Seu pioneirismo desapareceu rapidamente. De um herói do esporte se tornou um detendo vigiado para que não cometa suicídio.

No Engenhão, o Estádio Olímpico, onde poderia ter conquistado ainda mais vitórias, seu nome praticamente não é citado.

E quando um atleta sul-africano recebe uma pergunta sobre Pistorius, os assessores de imprensa da delegação tentam rapidamente mudar o assunto, mas alguns respondem, como é o caso de Arnu Fourie.

"Oscar obviamente faz falta, ele fez muito pelo esporte, não só do país, mas do mundo. O que ele fez não pode ser apagado", disse.

Pistorius encarou uma longa batalha para chegar a Londres-2012, dentro e fora das pistas.

Depois de ser vetado de Pequim-2008, porque a IAAF considerava que as 'blades' representavam uma vantagem, ele conseguiu uma autorização do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

Rehm não gosta das comparações.

"Pistorius foi um capítulo há alguns anos, eu quero escrever um novo capítulo, levar as coisas a outro nível, quero fazer as coisas um pouco diferente", disse o alemão, que não deixou de destacar o legado do sul-africano.

"Fez muito pelo esporte, sem dúvida, mas temos que pensar no futuro e espero que muitos atletas alcancem níveis incríveis", afirmou o alemão.

O italiano Alessandro Zanardi ficou conhecido no mundo inteiro pela velocidade. Disputou 41 GPs de Fórmula 1 na década de 1990 e teve um período de maior sucesso na Fórmula Indy, onde foi campeão em 1997 e 1998. Foi nesta categoria que, em 2001, sofreu um grave acidente no circuito oval de Lausitz, na Alemanha. Perdeu muito sangue, precisou ser reanimado sete vezes e acabou com as pernas amputadas. Sobreviveu.

Alex Zanardi voltou às pistas pilotando carros de turismo adaptados e desde 2007 é atleta do paraciclismo - parou com os carros em 2014. Três vezes medalhista em Londres-2012, ele começa nesta quarta-feira a disputa dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016 para repetir o feito.

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A partir das 8 horas, o italiano disputa a prova de ciclismo de estrada H5, na Praia do Pontal, na zona oeste. O atleta foi campeão desta prova e da disputa contrarrelógio há quatro anos, além de ser medalhista de prata no revezamento. No Rio, irá disputar as mesmas provas querendo retornar ao pódio.

Alex Zanardi chegou na última sexta-feira, se hospedou na Vila Paralímpica e gostou do que viu. "O clima que se respira na Vila é fantástico. Percebe-se que algo grande está acontecendo aqui". Animado, ele garante estar pronto para a disputa. Nos últimos meses, intensificou os treinos. São de duas a três horas por dia, seis vezes por semana. O treinamento conta com a supervisão do técnico Mario Valentini. "Ele exige de mim o que preciso fazer, nem mais, nem menos. Sabe me dizer o que preciso ouvir. Ninguém faz nada sozinho na vida", disse.

HISTÓRIA - O acidente que quase custou a vida do ex-piloto completará 15 anos nesta quinta-feira. Alex Zanardi liderava a prova em Lausitz quando perdeu o controle do carro, atravessou o gramado e foi parar no meio do traçado de alta velocidade. O carro de Alex Tagliani atingiu em cheio a lateral de Zanardi, que teve o veículo partido em dois. A velocidade era de cerca de 300 km/h.

A corrida foi interrompida e o piloto perdeu muito sangue. "Fui reanimado 7 vezes, fiquei sem sangue. De acordo com a ciência, eu não tinha nenhuma chance de sobreviver", recordou o italiano. "Mesmo assim, aqui estou. Tive muita sorte de ter sido assistido por pessoas maravilhosas. Eu só fiz o que tinha que fazer, que era sobreviver aqueles 15 minutos sem sangue. Não existem palavras para explicar minha recuperação".

Ele também se adaptou bem à vida após o acidente. "Antes eu me perguntava o que faria se algo assim acontecesse. A resposta que eu me dava era que eu ia me matar. Mas, quando aconteceu comigo, isso não veio à minha cabeça. Estava feliz de estar vivo. Sabia que o pior já tinha passado", disse. Alex Zanardi hoje é um dos principais nomes do paraciclismo. Assim como em outros tempos, é pela velocidade que o mundo o conhece.

O brasileiro Mateus Evangelista Cardoso, de 22 anos, faturou a medalha de prata na disputa do salto em distância, no início da tarde desta terça-feira (13), nos Jogos Paralímpicos do Rio. Ele competiu na categoria T37, para paralisados cerebrais, no Engenhão.

A medalha assegurada por Mateus Evangelista veio em uma prova de alto nível, tanto que ele e o chinês Shang Guangxu quebraram o recorde mundial durante a final. E quem se deu melhor foi o asiático, que atingiu a marca de 6,77 metros na sua tentativa derradeira. Assim, ele conseguiu uma vantagem de 24 centímetros em relação a Mateus Evangelista, medalha de prata ao atingir 6,53m. Já o paquistanês Haider Ali completou o pódio, em terceiro lugar, com a marca de 6,28m.

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A prata paralímpica, assegurada nesta terça-feira, se junta a outro feitos da carreira de Mateus Evangelista. Em 2015, ele faturou medalhas de ouro nos 100 metros, nos 200 metros e no salto em distância nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto.

Mateus é natural de Porto Velho. Por falta de oxigênio na hora do nascimento, ele teve uma paralisia cerebral que prejudicou os movimentos do lado direito do corpo. Com a mão e a perna direita sem movimentação total, entrou no esporte aos 13 anos.

Com a prata de Mateus, o Brasil já soma 39 medalhas conquistadas nos Jogos Paralímpicos do Rio. São dez de ouro, 19 de prata e dez de bronze, desempenho que deixa o País na quinta posição na classificação geral do quadro de medalhas.

A cinco dias do término dos Jogos Paralímpicos do Rio, restam apenas 400 mil entradas para a competição - e isso para as disputas que ocorrem até sexta-feira (16), além da cerimônia de encerramento. Para as provas do final de semana, não há mais nenhum bilhete disponível. É possível, contudo, que uma pequena carga de bilhetes seja colocada à venda no sábado (17) e no domingo (18).

A Paralimpíada atingiu na última segunda-feira (12) a marca de 1,965 milhão de ingressos vendidos, muito próximo da meta estabelecida pelo Comitê Rio-2016, que prevê vender 2 milhões de bilhetes. A carga total é de 2,4 milhões.

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As entradas para as disputas do final de semana no Parque Olímpico já estavam esgotadas desde a semana passada, mas agora já não é possível encontrar ingressos para nenhum dos locais de disputa, o que inclui o Engenhão, local das provas de atletismo, que têm sido o carro-chefe de medalhas para o Brasil.

Diariamente, no entanto, o Rio-2016 coloca à venda para o público em geral os ingressos reservados para pessoas com deficiência que não tenham sido vendidos. A carga é pequena, e só pode ser comercializada no próprio dia da disputa. Assim, com um pouco de sorte e insistência, ainda existe a chance de se conseguir ingressos para as provas de sábado e domingo.

Já para a cerimônia de encerramento, ainda é possível comprar entradas para os setores A (R$ 1.000) e B (R$ 400) do Maracanã. Restavam 3 mil bilhetes no fim da manhã desta terça-feira.

O atletismo não para de dar medalhas ao Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio. Na manhã desta terça-feira (13), no Engenhão, o País assegurou mais dois lugares no pódio em provas de pista com o ouro conquistado nas disputas do revezamento 4x100 metros classes T11-T13 (deficientes visuais), prova em que faturou o ouro, e nos 100m T38, com o bronze de Edson Pinheiro.

O ouro no revezamento foi assegurado pelo quarteto formado por Daniel Silva, Diogo Ualisson, Felipe Gomes, Gustavo Araújo, Ricardo Oliveira e Kesley Teodoro. A equipe brasileira completou a distância em 42s37, também estabelecendo um novo recorde paralímpico.

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Jeronimo da Silva abriu boa vantagem logo nos 100 metros iniciais da disputa e Gustavo Araújo sustentou a liderança. Na sequência foi a vez de Daniel Silva correr por mais 100m até a parte final ser concluída por Felipe Gomes, prata nos 100m T11.

O quarteto da China foi o que mais se aproximou do Brasil, garantindo a medalha de prata com o tempo de 43s05. O bronze foi para a equipe do Usbequistão com a marca de 43s66.

Já Edson Pinheiro garantiu a medalha de bronze nos 100m T38 (paralisados cerebrais andantes) com o tempo de 11s26. O brasileiro ficou em terceiro enquanto o australiano Evan O'Hanlon garantiu o segundo lugar, com 10s98, e o chinês Hu Jianwen conquistou o ouro com o tempo de 10s74, quebrando o recorde mundial da prova.

Nascido no Acre, Edson Pinheiro teve paralisia cerebral logo no parto devido à falta de oxigenação no cérebro. Em 2001, tentou praticar o tênis de mesa, mas não teve muito êxito. Foi quando começou a disputar provas no atletismo. Agora garantiu a sua primeira medalha paralímpica.

O Brasil conquistou nesta terça-feira (13) a sua primeira medalha na história dos Jogos Paralímpicos no halterofilismo. O feito, alcançado no Pavilhão 2 do Riocentro, foi de Evânio Rodrigues da Silva, que assegurou a prata na disputa masculina até 88kg da Paralimpíada do Rio.

O baiano, de 32 anos, ergueu 210kg na segunda das três tentativas de levantamento na final desta terça. A marca foi a mesma do mongol Sodnompiljee Enkhbayar, mas Evânio acabou assegurando a prata por ter peso corporal inferior ao do asiático - 86,35kg a 87,53kg -, que precisou se contentar com a medalha de bronze.

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Antes do levantamento que lhe garantiu a prata, Evânio havia conseguido erguer 205kg. Depois, falhou na tentativa de 215kg. A medalha de ouro acabou ficando com Mohammed Khalaf, dos Emirados Árabes Unidos, que ergueu 212kg na primeira tentativa e 220kg na segunda - ele falhou ao tentar erguer 226kg, mas isso não evitou a sua vitória.

Esta foi a primeira participação de Evânio nos Jogos Paralímpicos. O baiano começou a competir no halterofilismo em 2008 e ficou em sexto lugar no Mundial de 2014 na categoria até 88kg. Em 2015, o brasileiro foi ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto na categoria até 80kg. Agora garantiu a primeira medalha do Brasil no halterofilismo na história da Paralimpíada.

Os resultados fenomenais da China nos Jogos Paralímpicos estão chamando a atenção e, consequentemente, gerando questionamentos. Em seis dias de competição no Rio-2016, os chineses já conquistaram mais de 100 medalhas e lideram o quadro, com ampla vantagem sobre a Grã-Bretanha, a segunda colocada. "Alguma coisa está acontecendo. Durante os Jogos não tem o que fazer, depois é uma questão para ser analisada", afirmou Edilson Tubiba, chefe de missão da delegação brasileira na Paralimpíada Rio-2016 e diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Se doping é a maior ameaça nos Jogos Olímpicos, o uso de substâncias ilícitas fica em segundo plano na Paralimpíada. Fraude nas classificações funcionais é o principal motivo de desconfiança nas competições. Suspeita que recaiu sobre os atletas da China e também envolveu a Ucrânia, terceira colocada no quadro geral de medalhas da Paralimpíada.

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"Um ou outro atleta até pode estar envolvido com doping. Mas não há suspeita de um sistema, como ficou provado no caso da Rússia. A maior dúvida é se os atletas estão dentro de uma classificação funcional justa", explicou Edilson Tubiba.

Dois casos de quebra de recorde mundial na natação dão fôlego para a polêmica. Aos 21 anos, Liankang Zou cravou 1min45s25 nos 100 metros costas na classe S2, baixando 17 segundos da marca anterior aos Jogos (2min02s25). No revezamento 4x50 metros livre misto até 20 pontos, a China pulverizou o melhor tempo da história, que pertencia ao Brasil, sendo 11 segundos mais rápida. Para isso, o chinês Wenpan Huang fez uma parcial quase seis segundos abaixo do recorde mundial nos 50 metros livre S3: de 42s60 para 36s64.

Soberana desde os Jogos de Atenas-2004, a China é uma potência paralímpica. De acordo com Edilson Tubiba, a supremacia dos asiáticos é explicada por um grande número de pessoas com deficiência em um sistema sólido de investimento esportivo. O chefe de missão do Brasil também aponta que a Paralimpíada de Pequim, em 2008, teve papel importante no crescimento.

Mas os chineses enfrentam problemas por "esconder" suas promessas. A nova geração de competidores de diversas modalidades é desconhecida até por parte dos atletas, visto que muitos asiáticos não participaram de competições importantes durante o ciclo olímpico. Diante desse cenário de descontentamento, o Comitê Internacional Paralímpico (IPC, na sigla em inglês) prometeu analisar o caso.

"Sobre o doping não tenho nenhuma informação. Tivemos uma reunião muito rápida e informal no IPC e essa questão foi levantada, não exatamente relacionada ao doping. Sempre investigamos essas questões independente de qualquer coisa. Os atletas brasileiros têm dado declarações e vamos levar em conta porque somos uma entidade centrada nos atletas. Vamos averiguar", garantiu o presidente Philip Craven. (colaborou Marcio Dolzan, do Rio)

Ibrahim Al Hussein foi o último colocado nas eliminatórias dos 100 metros livre para amputados, disputada na manhã desta segunda-feira (12), no Estádio Aquático Olímpico. Ele chegou mais de 23 segundos após o primeiro colocado em sua bateria - uma eternidade numa prova dessa distância na natação. Mas o desempenho não o incomodou. Ao contrário, ao deixar a piscina, Al Hussein era só sorrisos. Ele competiu nos Jogos Paralímpicos do Rio quatro anos após perder parte da perna direita em um ataque à bomba na Síria, onde morava. O acidente aconteceu quando ele tentava ajudar um amigo.

Após a recuperação, com a guerra civil que não cessava em seu país, Ibrahim tomou o mesmo rumo de milhares de refugiados sírios e fugiu para a Turquia. Há dois anos, ele atravessou o Mar Egeu num bote inflável e chegou à Grécia. Lá, começou vida nova como atendente de um café e voltou a praticar esportes, algo que fazia desde a infância.

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Al Hussein, que completará 28 anos no fim do mês, é um dos dois atletas que disputam os Jogos Paralímpicos do Rio sob a bandeira do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). O outro é o iraniano Shahrad Nasajpour, que vive como asilado nos Estados Unidos.

O sírio perdeu a perna num bombardeio em 2012. Ele tentou ajudar um amigo e acabou atingido por estilhaços. Al Hussein não sabe o que aconteceu com o companheiro que tentou ajudar. "Eu não faço ideia de como ou onde ele está agora. Não tive mais nenhum contato, mas eu não olho mais para trás. Só olho pra frente."

Ao competir pela primeira vez nos Jogos na manhã desta segunda-feira, ele afirmou que realizava um sonho. "Eu considero o esporte uma das coisas mais importantes da minha vida. É tão ou mais importante do que comida para minha vida", disse ele. "Eu estou realizando um sonho. Meu sonho está se realizando após 22 anos, aqui no Brasil", afirmou Al Hussein, que começou a praticar judô aos cinco anos.

Ele prometeu melhorar seu desempenho nas eliminatórias dos 50 metros livre, que disputará nesta terça. "Hoje eu não estava nas melhores condições para conseguir um tempo bom, mas amanhã vou fazer uma marca melhor", declarou. "Fiquei muito tempo sem praticar esportes durante minha recuperação. Eu comecei a treinar de novo há um ano e meio."

Além do período afastado dos treinos, ele apontou ainda para as dificuldades que teve para retomar os treinamentos. "No começo foi difícil de treinar no campo de refugiados, porque não tinha ninguém para me ajudar", contou. "E a vida na Grécia não é fácil, porque trabalho no café e tenho que conciliar com os treinos."

Mesmo assim, Ibrahim Al-Hussein não reclama. Está feliz. E deixou uma mensagem a todas as pessoas que precisam enfrentar o mesmo drama que ele. "Eu gostaria de compartilhar este momento com todos os refugiados do mundo todo. Dizer para eles que eles são muito fortes", declarou.

Ao conquistar na noite de domingo a prata nos 100 metros peito, Daniel Dias chegou ao 19.º pódio em Jogos Paralímpicos e manteve vivas as chances de se tornar o maior medalhista da história da competição. Para isso, ele precisa levar mais cinco medalhas nos Jogos do Rio-2016. Nesta segunda-feira, o nadador prossegue a sua missão na prova dos 50 metros livre S5. E ele conta com o apoio da torcida para buscar mais esse pódio.

O maior medalhista paralímpico é o australiano Matthew Cowdrey, que também competia na natação, mas não veio ao Rio-2016. Ele é dono de 23 medalhas. Daniel Dias prevê disputar mais cinco provas no Rio e se chegar ao pódio em todas, assumirá a dianteira.

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Ele sabe que a missão é difícil e considera os revezamentos a parte mais complicada. "Todas as provas são difíceis. Os revezamentos vão ser bem emocionantes, ainda mais que a Ucrânia e a China estão muito fortes. Temos chance de medalha nos 4x100 metros livre e acredito que vai ser uma prova definida no final e nos detalhes", avaliou.

O brasileiro falou sobre a importância da torcida em suas conquistas no Rio. "A torcida é fundamental. A gente está vendo os mais jovens nadando eliminatória, às vezes não estão pegando finais, mas melhorando o tempo, fazendo o melhor tempo da vida deles. Isso é tudo fruto do apoio que a torcida dá. A gente dá o nosso melhor, o nosso máximo, pra poder sair satisfeito, porque assim todo mundo vai estar satisfeito", afirmou.

Ele comentou sobre o apoio que recebeu na prova de domingo, quando o estádio Aquático, praticamente cheio, gritou seu nome tão logo ele foi anunciado. "Eu estava concentrado ali, e comecei a escutar 'Daniel, Daniel'. Comecei a ir no ritmo, com a cabeça, curtindo aquele momento e pensando 'poxa, eu vou fazer isso por mim e por todo mundo que está aqui e vou dar o meu melhor'. Eu não tenho dúvida de que eles (torcedores) ficaram satisfeitos", completou.

A seleção brasileira de futebol 5, para atletas com deficiência visual, segue invicta em Paralimpíadas. Desde que a modalidade foi criada nos Jogos de Atenas-2004, na Grécia, o Brasil nunca perdeu e desta vez não foi diferente. Ao contrário da estreia, quando teve de virar sobre o Marrocos por 3 a 1, os brasileiros venceram a Turquia com tranquilidade por 2 a 0 - gols de Ricardinho e Cássio (em cobrança de pênalti) -, neste domingo, pela segunda rodada do Grupo A da Paralimpíada do Rio-2016.

Com seis pontos, o Brasil já está classificado antecipadamente às semifinais. Na terceira e última rodada, nesta terça-feira, às 9 horas, a seleção enfrenta o Irã, na Quadra 1 do Centro Olímpico de Tênis, que foi adaptada para receber o piso do futebol de 5. No Grupo B, ainda indefinido, estão Argentina, China, México e Espanha. Em Londres-2012, o Brasil foi ouro ao vencer a França, que nem se classificou para o Rio-2016.

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No basquete de cadeiras de rodas, o time masculino do Brasil se recuperou da derrota de sábado para a Grã-Bretanha. Neste domingo, novamente com a arquibancada lotada da Arena Carioca 1, os brasileiros derrotaram com facilidade o Irã por 73 a 50, pela quarta rodada do Grupo B.

O próximo compromisso do Brasil ainda pela fase de grupos será diante da Alemanha, nesta segunda-feira, às 21h45, na Arena Olímpica do Rio. A seleção nacional tem duas vitórias e duas derrotas.

No goalball, esporte jogado por pessoas com deficiência visual, o Brasil teve uma vitória esmagadora com os homens neste domingo. A seleção nacional fez 12 a 2 na Argélia e ganhou a segunda em dois jogos na Paralimpíada do Rio-2016.

Já o tênis em cadeira de rodas do Brasil encerrou neste domingo a participação nos Jogos Paralímpicos com grande evolução em comparação a edições anteriores, mesmo sem ganhar qualquer medalha, e fechou este ciclo com marcas importantes como o aumento na participação feminina e na categoria Quad.

A pernambucana Natalia Mayara, que se tornou a primeira atleta brasileira do tênis em cadeira de rodas a participar de uma Paralimpíada em Londres-2012, se tornou no Rio-2016 a primeira brasileira a vencer uma partida e teve chances contra uma das principais favoritas, a britânica Jordanna Whiley, cabeça de chave 3.

Maior nome do judô paralímpico brasileiro e uma lenda no esporte, Antônio Tenório se despediu neste sábado dos Jogos Paralímpicos da mesma forma como começou, há 20 anos: no pódio. Ele faturou a prata na categoria até 100 kg e chegou à sexta medalha em seis edições de Paralimpíadas. Antes do Rio-2016, o judoca de 45 anos já havia anunciado que esta seria sua última participação nos Jogos e, como não poderia deixar de ser, ao deixar o tatame foi ovacionado pelo público que lotou a Arena Carioca 3.

Antônio Tenório perdeu a final para o sul-coreano Gwanggeun Choi. O brasileiro tentou encaixar um golpe, mas acabou derrubado por Choi e levou um ippon, encerrando o combate.

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Foi a primeira prata de Antônio Tenório em seis edições de Paralimpíadas. Ele foi o primeiro judoca da história a vencer quatro edições consecutivas dos Jogos Paralímpicos. Tenório conquistou seu primeiro ouro nos Jogos de Atlanta-1996 e foi imbatível até Pequim-2008. Há quatro anos, perdeu a semifinal, mas saiu de Londres com um bronze. Agora, encerrou a sua participação em Jogos com uma prata.

O caminho até a final foi marcado por três vitórias. A primeira delas por ippon sobre o alemão Oliver Upmann. Teve um embate duro nas quartas de final diante do britânico Chris Skelley, quando só garantiu a vitória no golden score (desempate) após uma punição para o adversário. Na semi, superou o usbeque Shirin Sharipov com um Yuko.

Antônio Tenório começou a praticar judô aos 8 anos de idade. Ele perdeu a visão do olho esquerdo aos 13, devido a um descolamento de retina, e aos 19 ficou totalmente cego. Aos 21, começou a competir no parajudô e então partiu para uma carreira de sucesso.

O velocista Petrucio Ferreira dos Santos, de 19 anos, quebrou o recorde mundial na prova dos 100 metros, na classe T47, neste sábado, no Engenhão. O atleta atingiu a marca de 10s67 e passou para a final da prova, que será disputada neste domingo, por volta das 10h50, na Paralimpíada do Rio de Janeiro.

Petrucio, que mora em João Pessoa, nunca tinha alcançado esse tempo, nem durante os treinos. Foi a sua primeira participação em Paralimpíada. "Minha meta era atingir uma boa marca, mas quando ouvi a torcida, minhas pernas dispararam e eu fui levado por elas", disse o atleta, que não tem uma parte do braço esquerdo, a partir do cotovelo. Ele sofreu um acidente aos dois anos, quando tentou imitar o seu pai que capinava em uma fazenda.

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Ele começou na corrida paralímpica há cerca de dois anos, quando um professor identificou o seu potencial ao assisti-lo em uma competição de futebol, seu segundo esporte favorito. Seus ídolos são o velocista Usain Bolt e o atacante Neymar, do Barcelona e da seleção brasileira.

O maior nome do judô paralímpico brasileiro fará neste sábado, no Rio, a sua última participação em Jogos Paralímpicos. A partir das 10 horas, Antônio Tenório entra no tatame da Arena Carioca 3 pela fase classificatória da categoria até 100 kg. Se avançar, fará a final à tarde em busca de seu quinto ouro.

Antônio Tenório começou a praticar judô aos 8 anos de idade. Ele perdeu a visão do olho esquerdo aos 13, devido a um descolamento de retina, e aos 19 ficou totalmente cego. Aos 21, começou a competir no parajudô e então partiu para uma carreira repleta de sucesso.

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Ele foi o primeiro judoca da história a vencer quatro edições consecutivas dos Jogos Paralímpicos. Antônio Tenório conquistou o seu primeiro ouro nos Jogos de Atlanta-1996, nos Estados Unidos, e foi imbatível até Pequim-2008, na China. Há quatro anos, perdeu a semifinal, mas saiu de Londres com um bronze.

Agora, aos 45 anos, ele vai para o seu último ato em Paralimpíadas querendo encerrar a sua participação com mais uma medalha. "Minha expectativa é a mesma e a ansiedade é a mesma. Estou chegando para lutar por um lugar no pódio, respeitando todos os adversários. Quero representar bem o meu país", disse Antônio Tenório, que ainda pretende disputar um mundial antes de se aposentar definitivamente dos tatames.

No segundo dia de competições na Paralimpíada do Rio-2016, o Brasil obteve alguns bons resultados nos esportes coletivos nesta sexta-feira. Em suas estreias, as equipes masculina e feminina do vôlei sentado ganharam com facilidade. E o futebol de 5, para jogadores com deficiência visual, começou a luta pelo tetra olímpico (o País foi ouro desde que a modalidade começou a ser jogada em Atenas-2004) com uma vitória.

O vôlei paralímpico brasileiro começou o Rio-2016. Nesta sexta-feira, o time masculino entrou em quadra contra os Estados Unidos e facilmente venceu por 3 sets a 0 - com parciais de 25/14, 25/17 e 25/14. A equipe feminina não fez por menos e bateu o Canadá com muita tranquilidade tambpem por 3 a 0 (parciais de 25/7, 25/12 e 25/14).

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No futebol de 5, o Brasil quer mais uma vez confirmar a sua hegemonia na modalidade. Nesta sexta-feira, começou a campanha no Rio com uma vitória de virada sobre Marrocos por 3 a 1.

No goalball, esporte jogado por pessoas com deficiência visual, o Brasil teve uma vitória com os homens (11 a 3 sobre o Canadá) e uma derrota com as mulheres (2 a 1 para o Japão). O mesmo aconteceu no basquete de cadeira de rodas - vitória do time masculino sobre a Argélia por 82 a 43 e derrota do feminino para a Alemanha por 77 a 32.

QUADRO DE MEDALHAS - Com sete pódios nesta sexta-feira, o Brasil terminou o segundo dia da Paralimpíada na mesma quinta colocação geral de quinta-feira. São 3 de ouro, seis de prata e 2 de bronze. Curiosamente, é a posição que o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) estabeleceu como meta para o Rio-2016.

A liderança segue com a China, que faturou 29 medalhas neste dia de estreia na Paralimpíada. A Grã-Bretanha vem em segundo lugar, com 27, e a surpreendente Ucrânia é a terceira, com 26, à frente dos Estados Unidos, que têm 14.

O brasileiro Daniel Tavares Martins, de 20 anos, afirmou que ganhou a medalha de ouro na prova dos 400 metros, nesta sexta-feira (9), nos Jogos Paralímpicos do Rio, porque "fez o que o treinador mandou". Ele bateu o recorde mundial, com 47s22 de tempo - a marca anterior, de 47s78, também era sua.

"Nem durante os treinos eu consegui esta marca. Segui o que meu treinador mandou: fiz os 300 metros fortes e os últimos seja o que Deus quiser", revelou o atleta, que é natural de Marília, cidade de São Paulo, e compete na categoria T20, o para deficientes intelectuais.

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Daniel disse que seus pais e amigos estavam na plateia e que, durante a corrida, pensou na música "Muleque (sic) de Vila", do rapper Projota. A música diz: "Vai, vai lá/ Não tenha medo do pior/ Eu sei que tudo vai mudar/Você vai transformar o mundo ao seu redor/ Mas não vacila, muleque de vila". "Me identifico muito com essa música, tem a ver com a minha vida. Meus amigos que me disseram", afirmou.

A vitória do brasileiro foi muito comemorada pelo público presente ao Engenhão. Ao final da prova, ele abraçou o seu técnico e desfilou com a bandeira pela pista, celebrando com a torcida.

Daniel também explicou que está no atletismo há seis anos, quando trocou o futebol e a capoeira, e revelou o que vai fazer para celebrar a conquista. "O atletismo está no meu coração. Mas agora só penso em descansar e depois andar a cavalo, meu lazer favorito", afirmou.

O Brasil conquistou nesta sexta-feira (9) a sua terceira medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos do Rio, sendo a segunda no atletismo. No Engenhão, Daniel Martins venceu a disputa dos 400 metros na classe T20 (deficientes mentais), com o tempo de 47s22. A marca também é o novo recorde mundial da prova.

Daniel Martins venceu a disputa com alguma folga para os seus concorrentes, pois o venezuelano Luis Arturo Paiva, o segundo colocado, ficou a 0s61 do vencedor, com a marca de 47s83. E o pódio foi completado por Gracelino Tavares Barbosa, com o tempo de 48s55.

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O brasileiro era o grande favorito a vencer a prova, até por ser o atual campeão mundial da disputa. Além disso, já era o detentor do recordista mundial dos 400m T20. E nesta sexta, ele superou a própria marca para garantir o ouro paralímpico.

Na última quinta-feira, primeiro dia de competições da Paralimpíada, o Brasil já havia subido duas vezes ao pódio no atletismo, com o ouro de Ricardo no salto em distância T11 e a prata de Odair Santos nos 5.000 metros.

No total, a equipe brasileira já soma cinco medalhas no Rio-2016, pois também subiu outras duas vezes ao pódio na natação, com Daniel Dias, ouro nos 200m livre S5, e o bronze de Italo Pereira nos 100m costas masculino. Assim, são, até agora, três ouros, uma prata e um bronze para a equipe brasileira na Paralimpíada.

Não foi só com Daniel Dias que a torcida brasileira vibrou na noite de hoje (8) no Estádio Aquático. Ítalo Pereira levantou a torcida com um bronze muito comemorado e o atleta já pensa em conquistar medalha em Tóquio 2020. Em uma prova bastante disputada, Ítalo superou o ucraniano Marian Kvasnytsia por exato um segundo para chegar em terceiro lugar na final dos 100 metros costas, categoria S7. Na saída da piscina, ele lembrou dos minutos anteriores à prova e de ouvir o barulho das arquibancadas.

“Sabe quando você vai no parque, na montanha-russa? Você fica na fila e escuta quando todo mundo grita. Então a gente fica no balizamento e já escuta o barulho. Então é algo que te deixa com aquela vontade de ir pra cima, ir nadar”. Ainda com o corpo molhado da prova, ele ainda assimilava a conquista. “Ainda não caiu a ficha que eu conquistei essa medalha. Estou muito feliz”.

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Ítalo nasceu com mobilidade reduzida devido a uma rubéola congênita. Aos 13 anos decidiu incluir a natação na sua rotina para substituir a fisioterapia. “O médico sempre passava para mim fisioterapia e eu achava aquilo muito chato. Então ele me deu a opção de fazer natação ou fisioterapia. Então, escolhi natação. Até então eu não sabia da grandeza do esporte paralímpico.”, disse o atleta.

Agora, prestes a completar 21 anos na segunda-feira (12), Ítalo já pensa nos Jogos de Tóquio, em 2020, para manter o nome do Brasil forte na natação. “Imagino que agora vão acontecer coisas boas. Vou continuar treinando forte, manter o foco. Querendo ou não, Tóquio está aí na porta, né? Vou continuar treinando para buscar melhorar meu resultado e lutar para buscar um pódio lá também”.

Antes de pensar no Japão, Ítalo tem metas mais urgentes. Ele ainda disputa outras provas na Paralimpíada do Rio. Ele estará nas provas de 50m, 100m e 400m livre.

O Brasil fez uma boa estreia nos esportes coletivos neste primeiro dia de disputas dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Além das quatro medalhas individuais obtidas nesta quinta-feira (8), na natação e no atletismo, o país anfitrião brilhou também no futebol de 7, no goalball e no basquete de cadeira de rodas.

No Estádio de Deodoro, a seleção brasileira de futebol de 7 (só a disputa no masculino) derrotou a Grã-Bretanha por 2 a 1. Embalado pela boa vitória, o time da casa volta a campo no sábado (10) para enfrentar a Irlanda, às 19 horas.

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No goalball, foram duas vitórias, uma do masculino e outra do time feminino do Brasil. Medalhistas de prata em Londres-2012, eles venceram a Suécia por 9 a 6 na Arena do Futuro, no Parque Olímpico. No mesmo local, a equipe feminina brasileira bateu os Estados Unidos por 7 a 3.

No basquete, as brasileiras arrasaram a Argentina, com um incrível placar de 85 a 19. No intervalo da partida, o time da casa já liderava o marcador com ampla vantagem: 40 a 08. A seleção feminina de basquete em cadeira de rodas volta à quadra na sexta-feira para enfrentar a Alemanha, às 15h15.

No judô, Michele Ferreira quase chegou ao pódio na categoria até 52kg. Ela foi derrotada na disputa do bronze pela argelina Cherine Abdellaoui.

O Brasil subiu ao pódio quatro vezes nesta quinta, duas vezes na natação e duas no atletismo. Na primeira modalidade, Daniel Dias levou o ouro na prova dos 200 metros na categoria S5, enquanto Ítalo Pereira levou o bronze dos 100 metros costas, na categoria S7.

No atletismo, Odair Santos conquistou pela manhã a primeira medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos, ao faturar a prata nos 5.000 metros T11 (cego total), na primeira final disputada no Engenhão. Já Ricardo Costa conquistou a medalha de ouro no salto em distância T11 (cego total).

QUADRO DE MEDALHAS - Com estes quatro pódios, o Brasil terminou o primeiro dia da Paralimpíada na quinta colocação geral. Curiosamente, é a posição que o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) estabeleceu como meta para o Rio de Janeiro.

A liderança pertence à China, que faturou nada menos que 20 medalhas neste dia de estreia na Paralimpíada. A Grã-Bretanha vem em segundo lugar, com 11, e o surpreendente Usbequistão é o terceiro, com oito, mesmo número de medalhas obtidas pelos Estados Unidos nesta quinta.

O Brasil já tem seu primeiro ouro nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. No fim da manhã desta quinta-feira (8), Ricardo Costa saltou 6,52 metros e ficou em primeiro lugar no salto em distância T11 (cego total). A conquista veio cerca de duas horas após Odair Santos levar a prata nos 5.000 metros T11 e dar a primeira medalha para o País na competição.

O ouro de Ricardo Costa foi alcançado já em sua primeira Paralimpíada - de quebra, este foi seu primeiro pódio em uma competição internacional. Mesmo assim, ele era visto com boas chances de medalha porque já detinha a segunda melhor marca do mundo.

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Na manhã desta quinta, no Estádio Olímpico (Engenhão), Costa contou com um público entusiasmado. Após queimar seu primeiro salto, ele atingiu a marca de 6,41 metros na segunda rodada e liderou a disputa até a quinta e penúltima série, quando o norte-americano Lex Gillette, que é o recordista mundial da prova, saltou 6,44m.

Na sequência, Costa voltou a saltar bem, mas ficou um centímetro abaixo do necessário (6,43m). No último salto, porém, ele voou e marcou 6,52 metros, levantando o público e garantindo seu ouro.

Ricardo Costa é irmão de Silvânia Costa, recordista mundial do salto em distância feminino e favorita para a disputa no T11 dos Jogos Paralímpicos do Rio.

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