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Nesta quarta-feira (13) foi definido o nome do novo Papa. Jorge Mario Bergoglio é argentino e tem 76 anos. Ele atuou com destaque como arcebispo de Buenos Aires e é o primeiro latino-americano a assumir o cargo máximo da Igreja Católica.

Logo após o anúncio, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, conversou com a imprensa sobre a escolha de Jorge Mario Bergoglio. Para Saburido, o papado do argentino será de transição.

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O legado do novo papa Jorge Bergoglio como cardeal inclui seus esforços para reparar a reputação de uma igreja que perdeu muitos seguidores por não desafiar abertamente a ditadura argentina entre 1976 e 1983. Na época, seu próprio histórico como líder da Companhia de Jesus na Argentina também foi manchado. Muitos argentinos ainda se ressentem da falha reconhecida pela Igreja Católica, que não enfrentou um regime ditatorial que estava sequestrando e matando milhares de pessoas com a justificativa de procurar eliminar os "elementos subversivos" da sociedade. Essa é uma das razões pela qual mais de dois terços dos argentinos dizem ser católicos, mas menos de 10% assistem regularmente à missa.

Sob a liderança de Bergoglio, os bispos argentinos fizeram um pedido de desculpas coletivo em outubro de 2012 para as falhas da Igreja em proteger seu rebanho. Mas a declaração culpou a violência da época em medida quase igual tanto para a junta militar quanto para seus inimigos. "Bergoglio tem sido muito criticado por causa das violações dos direitos humanos durante a ditadura, mas ele também sempre criticou as guerrilhas de esquerda, ele não se esqueceu desse lado", disse Sergio Rubin, seu biógrafo oficial. O próprio papel de Bergoglio na chamada Guerra Suja tem sido objeto de controvérsia.

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Pelo menos dois processos judiciais envolvem diretamente Bergoglio. Um deles examinou a tortura de dois sacerdotes jesuítas que foram sequestrados em 1976 das favelas onde defendiam a Teologia da Libertação. Um deles acusou Bergoglio de entregá-lo à junta militar.

Os dois padres foram libertados depois de Bergoglio, nos bastidores, promover uma ação extraordinária para salvá-los. Essa ação incluiu persuadir a família do ditador Jorge Videla e rezar missa aos doentes na casa do líder da junta militar, onde privadamente ele apelou por misericórdia. Sua intervenção provavelmente salvou as vidas dos sacerdotes, mas Bergoglio nunca compartilhou os detalhes dessa história até que Rubin o entrevistou, em 2010, para uma biografia.

Rubin disse que não enfrentar os ditadores foi simplesmente uma atitude pragmática em um momento no qual muitas pessoas estavam sendo mortas. Ele atribuiu a Bergoglio, mais tarde, a relutância em partilhar o seu lado da história como um reflexo de sua humildade.

Bergoglio também foi acusado de virar as costas para uma família que perdeu cinco parentes para o Estado de Terror, incluindo uma jovem grávida de cinco meses, antes que ela fosse sequestrada e eventualmente morta em 1977. O filho dessa mulher, que sobreviveu, foi dado a uma "importante" família.

Apesar das evidências escritas, indicando que ele soube que a criança havia sido dada, Bergoglio testemunhou em 2010 que não sabia sobre quaisquer bebês roubados até bem depois do fim da ditadura. As informações são da Associated Press.

Ao eleger o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para liderar a Igreja, os cardeais fizeram uma escolha histórica: ele será o primeiro Papa latino-americano, continente mais católico do mundo, e que não sentia sua importância reconhecida. Quando apareceu diante de seus milhares de súditos, o novo papa, que escolheu o nome de Francisco para homenagear São Francisco de Assis, optou pela simplicidade. Ele pediu aos dezenas de milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro e aos outros milhões que assistiam pela televisão para que "rezassem por ele", e em seguida declarou a benção urbi et orbi.

Concorrente de Joseph Ratzinger no conclave de 2005, esse jesuíta de 76 anos não estava entre os favoritos dos apostadores por causa de sua idade já avançada. Ele é visto como um moderado, reformador no plano social, pragmático e caloroso.

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O colégio de 115 cardeais eleitores decidiu não acabar com a sequência de papas não-italianos, após 35 anos de pontificado polonês e depois alemão. Pela segunda vez consecutiva os cardiais escolherão um papa mais idoso. Joseph Ratzinger, a quem Francisco I homenageou, havia sido eleito aos 78 anos.

Esta eleição, porém, foi realizada num contexto totalmente novo: a renúncia de um papa há menos de um mês e pela primeira vez em 700 anos. Em outras palavras, Ratzinger abriu um precedente ao declarar que um papa pode abandonar o cargo de chefe da Igreja Católica por motivos de cansaço.

Para o vaticanista Bruno Bartoloni, o cardeal Bergoglio, que era favorito frente a Ratzinger no conclave de 2005, "é um homem concreto, pragmático, eficaz, que poderá fazer algo sólido, inclusive reformar a Cúria romana".

"No plano social, ele é provavelmente muito aberto, e sem dúvida conservador no que diz respeito às questões morais, como todos os cardeais escolhidos por João Paulo II e Bento XVI", continuou Bartoloni.

"Os cardeais escolheram o caminho mais seguro, não quiseram se lançar em uma aventura", opinou o vaticanista, explicando que, como no caso de Joseph Ratzinger em 2005, o cardeal Bergoglio era velho conhecido de todos no colégio sagrado.

O argentino assume as rédeas da Igreja num momento de turbulência em que a instituição está dividida, sofrendo na América Latina com a concorrência dos grupos pentecostais, além dos escândalos sexuais de pedofilia envolvendo padres.

A igreja também encontra dificuldade em transmitir sua mensagem no mundo moderno, e não é à toa que a "nova evangelização" foi citada pelo novo papa na sua primeira declaração pública.

"A igreja precisa se libertar dos obstáculos, das sujeiras, das gestões ruins, que ferem o objetivo principal que é de encontrar Deus", explicou à AFP o vaticanista do jornal l'Espresso, Sandro Magister.

"A Cúria confusa, desordenada, precisa ficar mais leve para trabalhar exclusivamente a serviço do papa, ao invés de dificultar sua comunicação com os bispos", disse o vaticanista.

Para Andrea Tornielli, vaticanista do jornal La Stampa, a linguagem precisa ser renovada e ser menos doutrinária. Um papa precisa "proclamar o Evangelho de maneira positiva, para que as pessoas se sintam amadas, e não julgadas".

Uma prioridade concreta e fundamental é a busca por soluções práticas para que o Evangelho possa ser divulgado sem a presença de padres e com reformas que permitam atrair os jovens à vocação religiosa no ocidente.

Outras reformas são pedidas, como o casamento de padres, mas é incerto que o novo papa esteja pronto para tamanho passo.

Se reformas não forem adotadas, a contestação, que já é forte em países como a Áustria, corre risco de se estender rapidamente, inclusive na América Latina.

O Papa argentino, Francisco I, primeiro pontífice latino-americano da história da Igreja Católica, iniciou seu pontificado nesta quarta-feira com um gesto inédito: pedindo a benção do mundo. "Começamos este caminho, bispos e povo, um caminho da Igreja de Roma, que é a que preside na caridade toda a Igreja. Oremos sempre uns pelos outros e todos pelo mundo para que haja uma grande fraternidade. Que este caminho da Igreja que hoje começamos e no qual me ajudará meu cardeal vigário, aqui presente, seja proveitoso para a evangelização".

"Peço a todos um favor. Em lugar deste bispo abençoar o povo, quero que a oração do povo peça a benção para seu bispo", disse Francisco I. "Rezem por mim e nos veremos em breve. Amanhã pedirei a proteção da Virgem para Roma. Boa noite para todos e que descansem", concluiu Jorge Mario Bergoglio.

Antes, o Papa havia pedido uma benção para seu antecessor, Bento XVI, que renunciou em fevereiro, algo que não ocorria há sete séculos. "Quero antes de tudo pedir uma oração para nosso Papa emérito Bento XVI. Oremos para que o Senhor o abençoe e a Virgem Maria o proteja".

A família de dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, um dos favoritos a ocupar o trono de Pedro, além de sacerdotes e fiéis da cidade paranaense de Toledo, onde ele nasceu, encontraram consolo na escolha de um Papa latino-americano, o argentino Jorge Mario Bergoglio, como novo chefe da Igreja Católica. "Surpreendente, não? Mas a boa notícia é que é latino-americano", declarou, assim que se refez do susto, o professor Flavio Scherer, irmão do arcebispo de 63 anos, um dos mais fortes candidatos ao pontificado.

"É uma coisa extraordinária, não há lugar para a decepção. A vitalidade da Igreja da América Latina foi considerada", disse Flavio em casa, momentos após o anúncio.

Toledo, um município agrícola de 120 mil habitantes, foi um dos que mais se surpreendeu com a decisão do conclave, em Roma.

Tudo estava pronto na cidade para a escolha de dom Odilo Scherer, cardeal à frente da maior diocese do Brasil, com 6 milhões de fiéis.

A eleição do papa Francisco I "é uma mensagem forte. Primeiro, é jesuíta, que por tradição não aceitam o serviço de cardeal, e além disso se manifestou como Francisco, o que evoca uma Igreja samaritana que vai ao encontro dos pobres", disse à imprensa Helio Bamberg, pároco de Toledo.

Primo de Odilo Scherer, o sacerdote Inácio Scherer, foi outro sacerdote da cidade a destacar a decisão de Bergoglio, de 76 anos, de adotar o nome de Francisco I.

"Ao se chamar desta forma, senti uma grande espiritualidade e as intenções do novo Papa de agir a favor dos pobres", afirmou durante entrevista coletiva em Toledo, ao lado de parentes do cardeal Scherer.

"Que seja argentino, latino-americano, já é uma grande coisa. Tenho certeza que as próximas décadas serão de mudanças, porque a escolha desse nome projeta um aspecto muito missionário", declarou.

Os fiéis de Toledo, no entanto, não ocultavam a decepção com o fato de o novo Papa não ser brasileiro.

"Só resta esperar que faça bem as coisas", afirmou um deles, que se identificou apenas como Laércio.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, reuniu-se nesta quarta-feira com representantes do Comando Militar do Leste e da 1ª Divisão de Exército na Escola Superior de Guerra, na Urca, zona sul do Rio, para discutir a atuação das Forças Armadas durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho, quando o papa virá ao Brasil. "Cerca de 8.500 pessoas ligadas às Forças Armadas estarão trabalhando no evento, e vão se somar às 4.000 ou 5.000 dos demais órgãos, como Polícia Federal, polícias do Estado e bombeiros", afirmou Amorim.

Para o ministro, o fato de o novo papa ter nascido em um país vizinho vai aumentar o número de visitantes para o evento (hoje estimado em 2,5 milhões de pessoas, segundo Amorim), mas isso não vai mudar significativamente o plano de segurança. "É previsível que o número de visitantes aumente, incluindo não só argentinos, mas outros sul-americanos que talvez não viessem se o papa tivesse outra nacionalidade. Mas nosso planejamento já cobre tudo que seria necessário", afirmou. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266º papa da história da Igreja Católica no conclave encerrado nesta quarta-feira no Vaticano.

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A principal responsabilidade das Forças Armadas será durante os eventos em Guaratiba, na zona oeste (antes o papa estará em Copacabana, na zona sul). "Ali as Forças Armadas não apenas estarão presentes como vão coordenar as demais forças de segurança. Será uma responsabilidade primária, como na Rio+20", afirmou Amorim. Ele estima que a vigília e a missa promovidas em Guaratiba vão reunir 1,5 milhão de fiéis.

As monjas concepcionistas franciscanas da Ordem da Imaculada Conceição, que vivem em regime de clausura, no mosteiro de Santa Clara, em Sorocaba (SP), interromperam um retiro de quatro dias para saudar a escolha do Papa Francisco I, na tarde desta quarta-feira. Desde domingo, as 12 freiras estavam recolhidas em oração pelos destinos da Igreja Católica. De acordo com a irmã Maria Ângela de Jesus Hóstia, conselheira do mosteiro, assim que a chaminé do Vaticano expeliu a fumaça branca, o telefone reservado das monjas tocou. "Era a senha de que o novo papa tinha sido escolhido. A madre superiora permitiu que fizéssemos uma pausa no retiro para ligar a televisão", contou a monja.

Mesmo enclausuradas, com o mínimo de contato com o mundo exterior - elas só deixam o mosteiro para tratamento médico - as freiras podem ver canais religiosos na TV e se mantêm informadas sobre as questões da igreja. Desde domingo elas estavam em reclusão para orações, mas acompanhavam o dia a dia do Vaticano. No momento que o papa foi escolhido, a capela ficou vazia. As irmãs correram à frente da TV, que fica no espaço destinado à recreação das internas.

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Embora a torcida entre as freiras fosse por um papa brasileiro, a escolha do cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio foi recebida com alegria. "Ficamos alegres, porque é nosso vizinho e será um papa muito bom", disse a irmã. "Foi o escolhido de Deus." De acordo com as freiras, o retiro seria retomado no início da noite e vai prosseguir até domingo. "Vamos orar para que Deus ilumine o Papa Francisco 1º, para que conduza a Igreja sempre no melhor caminho", disse.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, saudou nesta quarta-feira a designação de Jorge Bergoglio como Papa Francisco I, e lhe desejou um "trabalho pastoral frutífero", ressaltou, em uma carta divulgada pelo governo.

"É nosso desejo que tenha, ao assumir a condução e guia da Igreja, um frutífero trabalho pastoral desempenhando tão grandes responsabilidades em prol da justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da Humanidade", indicou a breve carta de Kirchner, de religião católica, mas mantém uma fria relação com o cardeal primado de Argentina.

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