Tópicos | Olimpíada de 2024

O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu nessa terça-feira que Paris, na França, e Los Angeles, nos Estados Unidos, receberão os Jogos Olímpicos de 2024 e 2028. A ordem das cidades-sede ainda será definida em reunião a ser realizada pela entidade em 13 de setembro, em Lima, no Peru, mas ambas as metrópoles estão asseguradas de que abrigarão uma edição da Olimpíada nestes próximos 11 anos.

A definição aconteceu porque os membros do COI optaram por atribuir não apenas uma edição, mas duas, premiando as candidaturas que persistiram até o final do processo de disputa pelo evento de 2024.

##RECOMENDA##

A definição ocorreu em Lausanne, na Suíça, onde os membros do Comitê Olímpico Internacional estiveram reunidos para ouvir a defesa das candidaturas por autoridades da França e dos Estados Unidos. Embora ambas as cidades já tenham ressaltado a prioridade pela realização dos Jogos de 2024, um acordo tripartite entre o COI e as administrações de Paris e Los Angeles não está descartado para que a escolha seja consensual. Assim uma das metrópoles receberia uma compensação financeira, avaliada em centenas de milhões, para aguardar até 2028.

A tendência é a de que Paris, que realizou os Jogos Olímpicos de 1924 e realizaria o evento um século depois, seja premiada com o primeiro destes eventos. Os dirigentes da candidatura de Los Angeles admitiram, de forma velada, que a possibilidade de sediar os Jogos de 2024 não seria a única. "Nós queremos dizer claramente ao COI e à comunidade mundial do esporte que a prioridade de Los Angeles não é ela mesma. Nós estamos, ao contrário, concentrados no movimento olímpico e no mundo", afirmou Casey Wasserman, diretor da candidatura norte-americana.

A definição só acontecerá quando da realização da 130ª Sessão do COI, em Lima.

A campanha da França foi reforçada em Lausanne pela presença do presidente Emmanuel Macron, que defendeu aos delegados do COI a candidatura francesa. Segundo o chefe de Estado, o país se engaja pela realização da Olimpíada de 2024, e não pela de 2028, porque o local em que será construída a Vila Olímpica é um loteamento de apartamentos sociais - para população de baixa renda - e deverá ser construído e entregue nos próximos sete anos.

Segundo Macron, Paris tem a maior parte da infraestrutura esportiva já construída e os Jogos Olímpicos não gerarão custos excessivos. Além disso, lembrou a emergência de partidos extremistas, de movimentos xenofóbicos e de grupos terroristas que ameaçam os valores do Ocidente. "Vim apoiar a equipe e dizer a que ponto esses Jogos são importantes para a França. Por duas razões: a França está pronta e os valores olímpicos, que são os nossos, estão sendo ameaçados, e é um ótimo momento para defendê-los", argumentou, para depois enfatizar: "Os Jogos são um momento de tolerância, Justiça, de respeito ao meio ambiente, valores que Paris defenderá 100 anos após os Jogos Olímpicos de 1924 em Paris".

De acordo com Virgile Caillet, presidente da Federação Francesa das Indústrias do Esporte, a concessão das Olimpíadas às duas cidades responde à resistência crescente dos países em apresentar candidaturas ao COI, uma instituição minada pelas suspeitas de corrupção na atribuição de seus eventos.

"Os Jogos causam medo. Os países têm muito mais dificuldade de mobilizar os atores econômicos em apoio aos Jogos. O COI não pode perder essa oportunidade de sediar os Jogos em Paris ou em Los Angeles", diz o dirigente, que avalia a realização de uma Olimpíada em algo entre 2,5 bilhões e 4 bilhões de euros. "Tivemos tristes exemplos no passado", disse ele, sem citar nomes de cidades como o Rio de Janeiro, onde obras relativas aos Jogos Olímpicos também estão sob suspeitas de corrupção. "Mas em Paris acredito que temos um orçamento sob controle porque 90% das estruturas já existem ou serão temporárias, e as demais se encaixam no programa Grand Paris (de ampliação da região metropolitana da capital).

O presidente eleito da França, Emmmanuel Macron, conversou na última quinta-feira por telefone com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e reafirmou seu total apoio à candidatura de Paris para sede da Olimpíada de 2024.

Segundo comunicado emitido nesta sexta pelo movimento En Marche!, ligado ao partido de Macron, Bach elogiou a "grande qualidade" da candidatura da capital francesa, enquanto o recém-eleito presidente teria reforçado seu apoio exaltando que os Jogos Olímpicos trariam benefícios para todos os franceses.

##RECOMENDA##

Na corrida contra Los Angeles, nos Estados Unidos, Paris recebe a partir deste sábado a visita de inspetores do COI, que vão avaliar a candidatura da cidade, conhecer as sedes propostas e se reunir com lideranças locais. O mesmo procedimento foi realizado nesta semana em Los Angeles.

Macron, que toma posse como presidente francês no próximo domingo, deve se reunir com os representantes do COI durante os trabalhos de avaliação na cidade. Ainda não há, porém, nenhuma confirmação de agenda para este fim de semana.

Na última quarta-feira, um dos líderes da candidatura de Paris, Tony Estanguet, disse que a eleição de Macron fortalece a possibilidade de que a capital seja escolhida pelo COI. "Ele é o líder que precisávamos para personificar o compromisso do Estado", exaltou Estanguet.

A decisão do COI sobre a sede da Olimpíada de 2024 será conhecida em setembro deste ano. A disputa também envolvia Roma, Hamburgo e Budapeste, que abandonaram o processo de candidatura por causa dos altos custos que demandam o grande evento e após a realização de referendos com a população das cidades.

A prefeita de Roma, Virginia Raggi, rejeitou oficialmente nesta quarta-feira (21), a candidatura da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2024. Assim, a capital italiana poderá abandonar a disputa para abrigar uma edição da Olimpíada pela segunda vez em apenas quatro anos.

Se aprovada pela assembleia da cidade, a rejeição da prefeita deixará apenas Los Angeles, Paris e Budapeste na corrida para abrigar o grande evento que ocorrerá quatro anos após os Jogos de Tóquio-2020. O Comitê Olímpico Internacional (COI) irá eleger a sede da Olimpíada de 2024 em setembro do próximo ano.

##RECOMENDA##

Ao justificar a sua rejeição em uma entrevista coletiva na sede da prefeitura, Raggi afirmou que seria uma "irresponsabilidade dizer sim a esta candidatura" e se mostrou contrária a "hipotecar o futuro de Roma" com a realização dos Jogos de 2024 na Itália. Para completar, ela acredita que a capital do país paga até hoje o alto preço por ter sido palco da Olimpíada de 1960.

Eleita em junho para governar a capital italiana, Raggi já havia mostrado anteriormente que estava propensa a rejeitar a candidatura, tendo em vista os altíssimos custos que demandam a realização de uma Olimpíada. Porém, ainda não havia feito isso formalmente como nesta quarta-feira, quando se reuniria com o presidente do Comitê Olímpico Italiano (CONI), Giovanni Malago, e com o presidente do Comitê Paralímpico do país, Luca Pancalli, que deixaram o encontro apenas meia hora depois de terem adentrado a sede do governo romano.

E a prefeita deixou claro que precisa colocar como prioridade os problemas atuais da capital nacional e não se preocupar com uma candidatura que inevitavelmente iria comprometer os cofres públicos. Para ela, trata-se de uma candidatura que não é "sustentável" para a cidade. "Pergunte a um incapacitado (deficiente físico) o que significa se deslocar por Roma a cada dia, pergunte a uma cidadão que quer andar de bicicleta, a quem tem de andar talvez até com um carrinho de bebê", afirmou. Para completar, Raggi enfatizou: "Não nos fazem falta outras catedrais no deserto, de outros investimentos que pagaremos durante anos e anos".

Para que uma cidade seja mantida como candidata de uma edição da Olimpíada, o COI exige que a mesma tenha apoio da própria prefeitura da cidade, do governo do seu país e também do seu comitê olímpico. E, no início deste mês, o próprio primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que iria considerar um "erro, uma mudança muito triste" se a capital do país retirasse a sua candidatura aos Jogos de 2024.

Uma semana depois de Renzi se manifestar sobre o assunto, uma carta assinada por todos os medalhistas olímpicos da Itália nos Jogos do Rio fazia um apelo para que a prefeita de Roma não rejeitasse a candidatura da cidade. Entretanto, ela parece não ter se comovido com os pedidos, depois de seu antecessor no cargo, Ignazio Marino, ter apresentado formalmente a candidatura da cidade ao COI no ano passado, após uma votação do conselho da cidade apontar apoio esmagador à mesma.

Porém, essa não seria a primeira vez que Roma deixaria uma corrida olímpica no meio do caminho depois de ter apresentado inicialmente a sua candidatura. Em 2012, o então primeiro-ministro italiano, Mario Monti, acabou determinando a retirada da cidade da disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 por razões financeiras.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, apontou vários pontos positivos na candidatura de Los Angeles aos Jogos de 2024 após visitar a cidade norte-americana. Mas se ele tem uma favorita entre as quatro concorrentes a sediar a competição internacional, ele fez questão de não revelá-la.

Bach elogiou a preparação e o profissionalismo da comissão de candidatura de Los Angeles, a chamando de uma forte equipe com uma proposta forte, e apontou uma disputa acirrada pelo direito de sediar o evento. "Nós temos uma competição fascinante pela frente", declarou.

##RECOMENDA##

O presidente do COI visitou as instalações da Universidade da Califórnia em Los Angeles, incluindo uma passagem pelo Pauley Pavilion, a casa da equipa de basquete universitário da cidade. Antes, no último domingo, Bach e sua delegação foram ao Staples Center, onde assistiram ao jogo entre Los Angeles Lakers e Charlotte Hornets, pela NBA.

Além do prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, ele também foi acompanhado por grandes estrelas da história da Olimpíada, como o velocista Carl Lewis e a ginasta Nadia Comaneci.

Los Angeles enfrenta Roma, Paris e Budapeste pelo direito de sediar a Olimpíada de 2024. A cidade portuária alemã de Hamburgo deixou a disputa após a sua candidatura ser rejeitada em um referendo. O COI vai definir a sede em 2017.

A visita de Bach ocorreu cinco meses após Los Angeles ser escolhida a candidata dos Estados Unidos a sediar o evento internacional, após Boston deixar a disputa. Los Angeles organizou duas edições dos Jogos Olímpicos, em 1932 e 1984.

A maioria da população de Hamburgo, na Alemanha, decidiu neste domingo que é contra a realização dos Jogos Olímpicos de 2024 na cidade. O referendo público terminou com a contagem de 51,6% dos votos contrários à campanha, e 48,4% a favor.

"Essa é uma decisão que não queríamos, mas ela é clara", afirmou o prefeito da cidade, Olaf Scholz, ao anunciar o resultado do plebiscito. A derrota da campanha aconteceu mesmo com um lobby da cidade vizinha de Kiel, que apoiou abertamente a realização dos Jogos em Hamburgo, pois seria a sede das provas da vela.

##RECOMENDA##

Com a negativa da cidade alemã, quatro cidades ainda concorrem para receber a Olimpíada em 2024: Paris (França), Roma (Itália), Los Angeles (Estados Unidos) e Budapeste (Hungria). O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai anunciar a vencedora em setembro de 2017.

A Alemanha não recebe os Jogos Olímpicos desde 1972, em Munique, mesma cidade que recusou a realização dos Jogos de Inverno de 2022 também por meio de referendo popular.

"Parece que Olímpia e Hamburgo não combinam", afirmou Alfons Hoermann, presidente do Comitê Olímpico da Alemanha, que fez questão de ressaltar que a campanha de Hamburgo foi feita com muito compromisso e sem cometer erros.

A derrota da campanha pelos Jogos foi, de certa forma, uma surpresa, já que as pesquisas iniciais indicavam um apoio de 64% da população. No entanto, a crise de refugiados sírios, os ataques terroristas em Paris e uma ameaça de atentado em Hannover que causou o cancelamento de uma partida da seleção alemã acabaram por minguar o respaldo popular.

Entre os argumentos, a oposição à candidatura afirmou que os alugueis iriam disparar na cidade e se mostrou preocupada com o financiamento do evento. O cálculo preliminar dos custos para se realizar a Olimpíada em Hamburgo e Kiel era de 11,2 bilhões de euros, segundo os organizadores.

Hamburgo apresentou formalmente a sua candidatura aos Jogos Olímpicos de 2024 nesta quarta-feira, na esperança de levar o evento de volta para a Alemanha pela primeira vez em 52 anos. As lideranças da cidade e do esporte olímpico alemão assinaram os documentos da candidatura e os enviaram ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

"Nós convidamos a família esportiva internacional a conhecer nosso claramente colorido e cada vez mais diversificado país", disse o presidente do Comitê Olímpico da Alemanha, Alfons Hoermann.

##RECOMENDA##

O prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz, declarou que a cidade pode lidar com a Olimpíada e o afluxo de refugiados para a região. Ele acrescentou que a chegada de milhares de imigrantes para a Alemanha é um sinal da reputação receptiva do país.

"Agora, podemos ver quantas pessoas estão vindo para a Alemanha, os Jogos Olímpicos são um sinal que aponta na mesma direção", disse Scholz. "Espero que o entusiasmo ligado aos Jogos leve todos nós para a frente".

O prefeito disse que a cidade portuária se vê como um "porta de entrada para o mundo" e tem como objetivo mostrar que "Jogos Olímpicos transparentes, compactos e modernos são possíveis em nossa cidade". A candidatura ainda passará por um referendo com os residentes de Hamburgo em 29 de novembro.

Hamburgo tenta levar os Jogos para a Alemanha pela primeira vez desde que Munique sediou a Olimpíada de 1972. Munique fracassou em uma tentativa de ser escolhida a sede dos Jogos de Inverno de 2018 e desistiu de se candidatar ao evento de 2022 após a ideia ser rejeitada em um referendo.

Hoermann disse que os Jogos de Munique-1972 mostraram como a Olimpíada pode trazer "benefícios a longo prazo aos cidadãos da cidade-sede". Ele afirmou que 90% dos locais de competição estarão de dentro de um raio de dez quilômetros da Vila Olímpica.

Paris, Roma, Los Angeles e Budapeste são as outras candidatas declaradas aos Jogos Olímpicos de 2024. O prazo para a formalização das candidaturas é o dia 15 de setembro. O COI vai escolher a cidade-sede em setembro de 2017.

O Comitê Olímpico da Hungria propôs nesta sexta-feira que Budapeste se candidate para sediar os Jogos de 2024. A entidade aprovou por 125 votos a 1 uma resolução apoiando a ideia de apresentar a cidade como pleiteadora ao direito de organizar uma edição da Olimpíada.

Até agora, Roma e Boston anunciaram candidaturas para os Jogos Olímpicos de 2024. A Alemanha vai decidir entre Berlim e Hamburgo como sua candidata. França, África do Sul, Catar e Azerbaijão também podem entrar na disputa. O prazo para a apresentação de propostas para o Comitê Olímpico Internacional (COI) é 15 de setembro.

##RECOMENDA##

A decisão do comitê húngaro se deu após a aprovação pelo COI da "Agenda Olímpica de 2020" em dezembro. As mudanças definidas devem tornar o processo de escolha das sedes e organização da Olimpíada mais baratos, permitindo até mesmo candidaturas de uma região ou país.

Assim, o comitê húngaro renovou as esperanças de voltar a sediar a Olimpíada, mesmo que no ano passado o prefeito de Budapeste tenha declarado ser "irrealista" para a cidade organizar os Jogos de 2024. Agora, o comitê vai atualizar um estudo de viabilidade e reabrir o debate sobre a candidatura.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando