Separatistas pró-Rússia consolidaram nesta sexta-feira (29) o controle da cidade costeira de Novoazovsk, um dia depois de a Ucrânia ter afirmado que tanques e veículos blindados vindos da Rússia haviam invadido a região. Repórteres da Associated Press viram pelo menos seis tanques na cidade, que tem 12 mil habitantes, com bandeiras da Novorossiya, o estado proclamado pelos rebeldes em duas regiões do leste da Ucrânia. Nenhum dos tanques trazia marcas do Exército russo, mas as refeições vistas perto de um dos veículos tinham sinais de que haviam sido preparadas pelas Forças Armadas da Rússia.
"Não há equipamento russo vindo de lá. Estamos lutando com máquinas abandonadas (pelas forças ucranianas). Eles largaram tudo e fugiram", disse um comandante rebelde que se identificou apenas pelo nome de guerra, Frantsuz (o francês).
##RECOMENDA##Embora sejam comuns as afirmações de uso somente de equipamentos ucranianos confiscados, o principal líder rebelde, Alexander Zakharchenko, disse que a Rússia estava fornecendo equipamentos e combatentes. Um porta-voz dos rebeldes em Novoazovsk, que se identificou apenas como Alexander, disse que o plano dos separatistas é tentar, eventualmente, avançar na direção oeste, para a importante cidade de Mariupol, que fica a uma distância de 35 quilômetros.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu aos separatistas pró-Rússia que libertem soldados ucranianos que foram cercados pelos rebeldes no leste da Ucrânia. A declaração de Putin foi feita algumas horas depois de a Ucrânia ter acusado a Rússia de entrar em seu território com tanques, artilharia e tropas. Potências ocidentais acusam Moscou de mentir sobre sua participação e perigosamente intensificar o conflito.
"Estou pedindo aos insurgentes que abram um corredor humanitário para tropas ucranianas que estão cercadas, com o objetivo de evitar mortes sem sentido", disse Putin em comunicado publicado no site do Kremlin nas primeiras horas desta sexta-feira.
Zakharchenko, o líder rebelde, disse que as tropas ucranianas têm de baixar as armas antes de receberem permissão para sair da região.
"Com todo o nosso respeito a Vladimir Vladimirovich Putin, o presidente do país que nos dá apoio moral, estamos prontos para abrir corredores humanitários para as tropas ucranianas que cercamos, mas com a condição de que elas entreguem seus armamentos pesados e munições para que não sejam usados contra nós no futuro", disse ele à emissora estatal russa Rossiya 24. Fonte: Associated Press.