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Por Matheus Maio

Conhecido como “O Maior”, Muhammad Ali (1942-2016) completaria 80 anos nesta sexta-feira (03). Os feitos de Ali ultrapassam os limites do esporte, além de uma série de fatos sobre a vida do ex-boxeador contribuírem para justificar este título que recebeu.

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Cassius Clay (antigo nome de Ali) começou a praticar boxe aos 12 anos. Os motivos que o levaram para o boxe são curiosos: ao relatar o furto de uma bicicleta a um policial, o militar, que também era treinador de boxe, sugeriu que o garoto procurasse treinamento e começasse a lutar. Ainda como amador, Ali venceu 100 das 108 lutas em que participou, histórico que o levou, aos 18 anos, para os Jogos Olímpicos de Roma. Em sua primeira aparição internacional, o atleta conquistou a medalha de ouro em solo europeu.

Porém, o maior avanço na carreira de Ali se deu em 1964, ano em que venceu, mesmo considerado azarão, a luta contra Sonny Liston e conquistando o cinturão dos pesos-pesados. Ali manteve seu pódio em lutas contra nomes muito conhecidos, como Joe Frazier, George Foreman e Leon Spinks. A aposentadoria, já sob o nome de Ali, veio em 1981, após a derrota para Trevor Berbick.

Ainda assim, a grandeza de Ali não se limita aos ringues. Após conquistar pela primeira vez o cinturão dos pesos-pesados, o atleta declarou que deixaria de se chamar Cassius Clay, por motivos religiosos (conversão ao Islã) e também pela luta pelos direitos civis e raciais. O ex-boxeador recusou-se a lutar pelo exército americano no Vietnam, correndo o risco de ficar preso por 5 anos e ser banido dos esportes. Ao lutar contra a sentença na Suprema Corte, voltou aos ringues em 1970 como um ícone anti-guerra e pacifista.

Em vida, Ali foi considerado como “O Maior”. A repercussão de sua morte atravessou os limites dos ringues assim como sua vida. De Paul McCartney, Pelé, Bill Clinton, até antigos rivais como George Foreman lamentaram a perda de Ali em 2016. Em Louisville, cidade natal do lutador no Kentucky, foram hasteadas bandeiras a meio mastro para homenagear o grande atleta.

Muhammad Ali (1942-2016) completaria 80 anos nesta segunda-feira (17). Ali foi um pugilista estadunidense e recebeu o título de "The Greatest" considerado o melhor pugilista da história do esporte. Em homenagem ao atleta, o LeiaJá preparou uma matéria especial para você conhecer mais sobre a vida e carreira de Ali:

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Muhammad Ali-Haj se converteu ao Islamismo e mudou seu nome para Muhammad Ali, antes disso, o nome de nascimento era Cassius Marcellus Clay Jr.

Ali dizia que a primeira vez em que ouviu falar da Nation of Islam (grupo político e religioso de Detroit) foi quando estava competindo em Chicago por um campeonato de boxe, em 1959. Em 1961, Ali se reuniu pela primeira vez com o grupo e continuou a frequentar as reuniões após isso. Em 1962, Muhammad finalmente se converteu para a religião, isso com forte incentivo de Malcolm X, que viria a se tornar seu mentor espiritual e político.

A atitude de Muhammad repercutiu antes de uma luta, o que fez o evento quase ser cancelado. Além disso, Ali foi considerado o primeiro esportista a aliar esporte e política.

Outro exemplos de forte manifestação de Ali foi antes da luta contra George Foreman, em que Ali se colocou como um lutador da África, enquanto Foreman ficou como um símbolo da alienação negra estadunidense. Este episódio é retratado no filme "Quando Éramos Reis", de 1974. Além disso, Ali entrou para história após negar lutar na Guerra do Vietnã, "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?", disse Ali na época.

Em uma operação chamada "Projeto MINARET", a National Security Agency (NSA) monitorou as comunicações de várias personalidades dos Estados Unidos, inclusive Ali, Martin Luther King e outras pessoas que criticavam as ações dos Estados Unidos no Vietnã. Logo em seguida o programa de espionagem foi encerrado e dado como "desonroso, senão totalmente ilegal" pela própria NSA.

Muhammad Ali possui um currículo esportivo de se invejar. Com 56 vitórias (37 nocautes e 19 decisões), cinco derrotas (4 decisões e 1 TKO) e zero empates. Além disso, quatro de suas cinco derrotas vieram após completar 30 anos, sendo seu único TKO, sofrido, em sua penúltima luta como profissional, aos 38 anos.

Muhammad Ali foi considerado, em 1999, "O desportista do século" pela revista Sports Illustrated. Além disso, em 1974 foi considerado o atleta do ano e ganhador do Hickok Belt, importante premiação da época.

Em 1996, Ali foi o acendedor da Pira Olímpica, em Atlanta. No ano seguinte, 1997, recebeu o prêmio Arthur Ashe Courage Award, que é considerado como um reconhecimento à coragem de uma personalidade.

Ali gravou 2 álbuns musicais. O primeiro, I Am the Greatest, foi indicado ao Grammy na categoria Best Comedy Álbum, em 1963. Já o segundo álbum, The Adventure of Ali and His Gang vs. Mr. Tooth Decay, também foi indicado ao Grammy, mas na categoria Best Album for Children, em 1976.

Nico Ali Walsh, neto de Muhammad Ali, assinou contrato com a Top Rank e estreia no boxe em 14 de agosto. O boxeador, de 21 anos, é filho de Rasheda Ali, filha do lendário boxeador. "Seu o peso do meu nome no boxe. Porque está é minha família".

Detalhe: Bob Arum, dono da Top Rank, começou a promover lutas de boxe em 1966 e o primeiro evento foi a luta entre Muhammad Ali e George Chuvalo em 29 de março de 1966. Agora, Arum está fazendo a estreia profissional do neto de Ali.

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Arum disse à ESPN no último sábado que a Top Rank fará a primeira luta da carreira de Nico Ali Walsh em 14 de agosto, como parte da eliminatória da luta entre Andrew Moloney e Joshua Franco.

"E então é uma história e tanto", disse Arum. "Depois de todos esses anos". Ali Walsh falou à ESPN na noite de sábado que não poderia imaginar ir com qualquer outro promotor por causa das conexões de sua família.

"Tenho certeza de que meu avô não iria querer outro promotor para mim além de Bob Arum", disse Ali Walsh no sábado à noite. "No esporte do boxe, como você viu como Don King lidou com meu avô e Mike Tyson, muitas pessoas não são confiáveis. Bob Arum é uma daquelas pessoas que é respeitada, não apenas no boxe, mas nos negócios em geral".

Ali Walsh disse também que soube dessa possibilidade há duas semanas, durante uma reunião com Arum - a primeira vez que ele conheceu o promotor que era tão próximo de sua família. Arum mencionou a ideia de 14 de agosto e Ali Walsh disse: "Eu não poderia estar mais animado".

Arum disse à ESPN que Walsh fez um trabalho com Sugar Hill Steward, o treinador do campeão dos pesos pesados Tyson Fury, e que as informações são de que se trata de "um verdadeiro talento".

O cortejo com o corpo de Muhammad Ali pelas ruas de Louisville, terra natal do lutador, começou na manhã desta sexta-feira, por volta das 10h35 (11h35 de Brasília), com uma hora de atraso em relação à programação oficial. No início da manhã, uma cerimônia restrita aos familiares e amigos mais próximos foi realizada na casa do boxeador. É o início da despedida do lutador, morto na semana passada em decorrência de complicações respiratórias do mal de Parkinson

Os escolhidos para carregar o caixão também participaram da cerimônia particular, entre eles os ex-lutadores Lennox Lewis, George Foreman e Mike Tyson, além do ator Will Smith, que protagonizou o multicampeão de boxe no filme "Ali", de 2001, familiares e políticos.

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São 21 limusines que acompanham o carro fúnebre. Os carros trazem, no vidro dianteiro, desenhos de borboletas em referência à maneira como o próprio Ali descreveu seu estilo de lutar: "Flutuar como uma borboleta e picar como uma abelha".

O cortejo saiu da casa da família, passou pelo bairro onde Ali nasceu, da Grand Avenue, e vai percorrer locais importantes para a carreira do lutador, como o centro da cidade e o Ali Center, centro de memória. Centenas de pessoas levaram cadeiras de praia e guarda-sóis para aguardar a passagem dos carros. O trajeto de cerca de 30 quilômetros deve demorar 90 minutos até o cemitério Cave Hill.

Os eventos desta sexta-feira são a segunda parte do funeral. O primeiro dia, quinta-feira, foi uma cerimônia islâmica tradicional, cheia de orações em árabe, mas marcada por discursos que destacaram a trajetória política e social do maior boxeador de todos os tempos. Cerca de 15 mil pessoas participaram do Jenazah (funeral, em árabe), realizado também em Louisville.

Ao meio-dia desta quinta-feira (9) começa oficialmente o funeral do boxeador Muhammad Ali na cidade de Louisville, estado de Kentucky, nos Estados Unidos. Uma cerimônia muçulmana chamada Jenazad será a primeira parte da despedida do multicampeão dos pesos pesados morto na semana passada em razão de complicações respiratórias do mal de Parkinson. Na sexta-feira (10), será realizada a procissão pela cidade e o culto ecumênico.

Para a cerimônia desta quinta-feira, são esperadas cerca de 15 mil pessoas no Freedom Hall. Elas começaram a chegar por volta das 7h, cinco horas atrás do início da cerimônia, para conseguir um bom lugar para orar pela alma do campeão.

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Será uma cerimônia curta e tradicional. Serão 30 minutos de orações conduzidos pelo imã Zaid Shakir. Batizado como Cassius Clay em 1942, na época da segregação racial, o boxeador se tornou muçulmano em 1964, mudando seu nome para Muhammad Ali em uma conversão que chocou os Estados Unidos. Para milhões de muçulmanos, Ali simboliza o rosto pacífico e tolerante do Islamismo.

"Muhammad Ali tem uma importância muito especial para a comunidade muçulmana. Devemos dizer adeus a ele da melhor forma que pudermos, honrar sua memória, seguir seu caminho e amar uns aos outros como ele desejava", disse o imã Zaid Shakir.

Mesmo depois de 20 minutos do fechamento das portas do Ali Center, centro cultural dedicado à vida de Muhammad Ali, morto na semana passada, os visitantes continuavam chegando. Todos se dirigiam para o santuário criado na calçada pelos objetos deixados por fãs. Paravam, fotografavam as luvas de boxe, retratos, flores, bichinhos de pelúcia, camisetas e iam embora.

O silêncio e a simplicidade das homenagens no Ali Center fazem contraste com a agitação e a expectativa que vive Louisville às vésperas do funeral, que deve ser o maior evento da história da cidade. Nesta terça-feira pela manhã, 150 pessoas esperavam o primeiro dia de distribuição gratuita de 14 mil tíquetes para o Jenazah, o ritual islâmico que será realizado nesta quinta-feira no Freedom Hall, o local da última luta de Ali em Louisville.

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Nesta quarta, as filas devem ser ainda maiores, pois começa a distribuição para o funeral de sexta no Yum Center. Serão entregues 10 mil tíquetes, por ordem de chegada. Os outros cinco mil que lotarão o local serão destinados a amigos, parentes, autoridades e celebridades. Vão discursar, entre outros, o ex-presidente Bill Clinton e o ator Billy Cristal.

O porta-voz da família, Bob Gunnel, afirmou que o próprio Ali planejou sua despedida anos atrás e queria que fosse "aberta e inclusiva".

As autoridades, no entanto, mostram preocupação. Serão 600 policiais na operação que pretende fechar as principais avenidas da cidade. Os organizadores criaram uma campanha de comunicação para dizer que o enterro também será transmitido pela internet. É uma maneira de dizer que nem todo mundo precisa ver no local. Karen Williams-Goetz, presidente da associação de hotéis, diz que a cidade está perto de esgotar sua capacidade de 18 mil quartos.

Os detalhes do evento foram divulgados nesta terça-feira. A partir desta quarta, o governo municipal oferece atividades artísticas e culturais no Centro de Artes de Kentucky no festival "I am Ali" (Eu sou Ali). Na quinta-feira, a cerimônia islâmica e na sexta-feira o desfile pelas ruas da cidade, que deve levar 90 minutos até o cemitério de Cave Hill. O ator Will Smith, estrela do filme "Ali", de 2001, será um dos que vai carregar o caixão. Outro será o ex-campeão Lennox Lewis.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não assistirá ao funeral de Muhammad Ali. A cerimônia, marcada para esta sexta-feira em Louisville, terra natal do boxeador, coincide com a formatura da filha mais velha do presidente no ensino médio. A informação foi confirmada pela Casa Branca na noite desta terça-feira.

"Eles (Obama e sua esposa, Michelle) vão assistir à cerimônia de formatura de Malia em Washington", disse a porta-voz do Executivo, Jen Friedman.

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Durante a semana, Obama telefonou para Lonnie Williams, viúva de Ali, para oferecer suas condolências. No lugar de Obama, Valerie Jarret, conselheira presidencial, vai ler uma carta do presidente e da primeira-dama como parte das homenagens.

Atores, atletas e políticos do mundo todo confirmaram presença no funeral, que será um dos maiores eventos da história de Louisville. O ex-presidente Bill Clinton fará um pronunciamento; o ator Will Smith, que interpretou "Ali" em 2001, será uma das oito pessoas que vão carregar o caixão do tricampeão mundial dos pesos-pesados.

O ator Will Smith e o ex-boxeador campeão dos pesos-pesados Lennox Lewis, estarão entre as pessoas que irão carregar o caixão de Muhammad Ali no enterro do lutador nesta sexta-feira, dia 10. Eles se juntarão a parentes e amigos da família quando carregarem o caixão por Louisville, cidade-natal de Ali no Estado do Kentucky, nos Estados Unidos.

As informações são da agência de notícias Reuters, que ainda confirmou que o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o comediante Billy Crystal estão entre as pessoas confirmadas para os eventos públicos que acontecem em homenagem ao boxeador, que morreu na sexta-feira, dia 3, aos 74 anos de idade.

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O porta-voz da família, Bob Gunnell, anunciou os detalhes dos serviços fúnebres nesta segunda-feira, dia 6. Mais de 30 mil ingressos serão distribuídos ao público para dois memoriais, agendados para quinta e sexta-feira em arenas esportivas da cidade. Os eventos oficiais irão começar com uma cerimônia particular na quinta-feira, seguida por um serviço islâmico para o público em Freedom Hall, local da última luta profissional de Ali em Louisville.

Já na sexta-feira, dia 10, data do funeral, a família do boxeador irá se reunir para fazer orações, e na sequência a procissão fúnebre percorrerá sua cidade-natal. Clinton e Crystal devem discursar durante a cerimônia em homenagem a Ali.

Para quem não se lembra, Will Smith interpretou o boxeador no filme Ali em 2001. Indicado ao Oscar, o ator veio a se tornar amigo da família e de Ali. Já Lennox Lewis, está entre os três boxeadores que conquistou o mesmo título de campeão que Ali, na categoria de peso-pesado.

O corpo de Muhammad Ali chegou a Louisville, Kentucky, na tarde deste domingo (5). O principal lutador da história do boxe será enterrado na cidade onde nasceu, em cerimônia que será realizada sexta-feira (10) e contará com a presença de políticos e personalidades do esporte.

O porta-voz da família, Bob Gunnel, informou que vários familiares, como a esposa Lonnie e diversos amigos estiveram presentes no voo que trouxe o lutador. O corpo foi levado para um local privado, onde a família iniciará uma cerimônia.

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Neste domingo, a cidade natal de Ali recebeu muitas homenagens. Na igreja de seu pai, a família rezou e houve diversos tributos ao multicampeão mundial dos pesos pesados. O pai de Ali foi pintor e era membro da igreja do Rei Salomão. Morreu há uma década, mas pintou um mural do batismo de Jesus que continua até hoje nas paredes da igreja.

A cidade também abriga um memorial do lutador, onde fãs de diversas regiões dos Estados unidos foram prestar homenagens. Na porta do local, deixaram luvas de boxe, flores, imagens do lutador e inúmeras cartas.

Muhammad Ali morreu na madrugada de sexta para sábado. O lutador sofria há 32 anos de Mal de Parkinson e estava internado em estado grave em um hospital de Phoenix, no Arizona, onde deu entrada com problemas respiratórios.

Fora dos ringues, ele também ficou conhecido como defensor da igualdade racial e se recusou a combater na Guerra do Vietnã após alegar que não via motivos para lutar contra os vietcongues porque "nenhum deles me chamou de crioulo".

Uma das maiores batalhas de Muhammad Ali não foi no ringue, mas contra o mal de Parkinson, que prejudicou severamente sua fala e habilidades motoras nos últimos 30 anos de vida.Para muitos especialistas, o transtorno neurológico incapacitante de Ali não foi um acidente, mas o resultado trágico da carreira de mais de três décadas como boxeador.

Ali foi diagnosticado com Parkinson em 1984, aos 42 anos, três anos depois de ter se aposentado, com 61 lutas profissionais no currículo.

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Na época, especialistas falaram de "demência pugilística", também conhecida como "síndrome do pugilista", para descrever os danos cerebrais observados em esportistas que acumulam múltiplos impactos violentos ao longo de suas carreiras. "Não podemos afirmar com certeza, mas há fortes suspeitas", disse à AFP Andre Monroche, chefe da comissão médica da Federação Francesa de Esportes de Contato.

"Hoje nós sabemos que golpes repetidos alteram as células nervosas, especialmente em um cérebro que não descansou", disse o especialista.

- 'Anormalidades profundas' -

Jean-François Chermann, neurologista no Leopold Bellan Hospital, em Paris, é categórico.

Em um livro de 2010 sobre o impacto dos golpes no boxe, Chermann afirma que Ali "no final das suas sessões de treinamento baixava a guarda e pedia ao seu parceiro de luta que lhe golpeasse na cabeça, para mostrar que ele era o mais forte".

"Há uma conexão entre sua doença atual e aquele tipo de práticas", escreveu Chermann na época.

Estudos médicos alertaram por muito tempo sobre as consequências do boxe e de outros esportes nos quais a cabeça recebe impactos frequentes.

Um estudo de 2008 da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, escaneou os cérebros de 42 boxeadores e de 37 não-boxeadores. Foram encontradas "micro-hemorragias" nos cérebros de três dos pugilistas - provavelmente resultado do forte impacto dos golpes nos ringues, que danificaram o tecido cerebral.

"Essas alterações são prováveis precursoras de danos cerebrais mais graves, como a doença de Parkinson ou a demência", disseram os autores do estudo.

Em 2013, uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports revelou "anormalidades profundas" na atividade cerebral de jogadores de futebol americano aposentados.

Atividades incomuns no lobo frontal, observadas em ex-jogadores da National Football League (NFL) durante testes cognitivos, estavam em consonância com registros de golpes fortes que eles tinham recebido em campo.

Cerca de 30% dos pugilistas desenvolvem dificuldades neurológicas após a carreira, de acordo com Chermann. "Quanto mais nocautes você sofre, maiores os riscos".

Os riscos são ainda maiores para os pugilistas amadores, segundo o especialista. "Eles têm mais lutas, são menos monitorados e gastam menos tempo trabalhando na sua defesa em comparação com os profissionais", disse Chermann.

- Síndrome do segundo impacto -

Os nocautes são apenas a ponta do iceberg quando se trata de ferimentos na cabeça sofridos em uma gama de esportes, desde o rúgbi e o hóquei no gelo até o esqui, o judô e o hipismo, para citar apenas alguns.

Enquanto no boxe você vê os golpes chegando, em outros esportes as lesões podem passar despercebidas, disse Monroche.

"Também poderia ser um jogador de futebol que cabeceia muito. No boxe há um árbitro. Em outros esportes, ninguém intervém", afirma.

Desde que Ali pendurou as luvas, pesquisas mostraram a importância de pelo menos cinco dias de descanso para os atletas que sofrem golpes violentos, para evitar a "síndrome do segundo impacto" - uma condição responsável por dezenas de mortes de atletas todos os anos.

Em 2013, o rúgbi francês tomou uma iniciativa em relação ao problema, introduzindo monitoramento neurológico para jogadores profissionais. Nos Estados Unidos, jogadores de futebol americano e de hóquei no gelo também são observados de perto em caso de ferimentos na cabeça.

Ser considerado o melhor de todos os tempos em uma modalidade repleta de ídolos e lendas como o boxe não é para qualquer um. Muhammad Ali, no entanto, conseguiu ser quase uma unanimidade quando a discussão era o principal pugilista da história. Por isso, sua morte na madrugada de sexta-feira para sábado, vítima de complicações respiratórias ocasionadas pelo Mal de Parkinson, foi lamentada por todos no esporte.

Até mesmo os antigos rivais apareceram para exaltar a história de Ali. George Foreman foi um dos seus maiores adversários, derrotado por ele naquela que ficou conhecida como "a luta do século", no Zaire, em 1974. Após o fim da carreira de ambos, os dois boxeadores sempre se manifestaram sobre como a qualidade do outro gerava evolução no outro. E talvez tenha partido de Foreman a homenagem mais bonita a Ali.

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"Ali, (Joe) Frazier e Foreman... Nós formávamos um só homem. Uma parte de mim foi embora, a melhor parte", escreveu o ex-boxeador em sua página no Twitter, lembrando também de outro grande rival, Joe Frazier, morto em 2011. "Eu o conheci e o amei. A toda sua família, meu coração está com vocês. Muhammad Ali foi um grande homem, que nunca morrerá."

Muhammad Ali fez mais de 60 lutas profissionais em sua vitoriosa carreira e as derrotas podem ser contadas nos dedos de uma mão. Com uma técnica impecável e uma resistência fora do comum, ele tornou-se uma lenda no mundo do boxe. Não só pelo seu talento em cima do ringue, mas também por uma postura política que não era comum em atletas de grande expressão.

O sucesso nos ringues e a personalidade marcante fora dele fizeram de Ali o ídolo de uma multidão nos Estados Unidos e no mundo. Boa parte dos boxeadores que vieram após ele, aliás, o têm como grande exemplo. Caso de Mike Tyson, que também se manifestou neste sábado. "Deus veio para encontrar seu campeão. Até mais, gigante", escreveu nas redes sociais.

Ídolo mais recente do boxe nos Estados Unidos, Floyd Mayweather Jr. também manifestou sua adoração por Ali. "Hoje meu coração vai para um pioneiro, uma verdadeira lenda e um herói por tudo que significa! Não houve um dia que entrei no ginásio que não pensei em você. Seu carisma, seu charme e sua classe foram elementos que sentiremos falta. Você me inspirou imensamente em minha jornada no boxe, e palavras não podem expressar o quão grande você foi como pessoa! Obrigado por tudo que fez pelos negros na América, no mundo do esporte e entretenimento e pelo legado que deixou."

Mesmo longe dos Estados Unidos, Ali deixou seu legado e se transformou em ídolo de futuros boxeadores, como Manny Pacquiao. "Hoje perdemos um gigante. O boxe se beneficiou dos talentos de Muhammad Ali, mas não tanto quanto a humanidade se beneficiou de sua qualidade humana. Nossos corações e preces são para a família Ali. Que Deus os abençoe", escreveu o filipino em seu Twitter.

A morte daquele que é considerado por muitos o maior boxeador de todos os tempos deixou o mundo do esporte de luto. Muhammad Ali não resistiu a problemas respiratórios decorrentes do Mal de Parkinson, que o fizeram ser internado no início desta semana em Phoenix, no Arizona, e teve o falecimento declarado oficialmente por sua família nesta madrugada de sexta-feira para sábado.

Imediatamente, o luto tomou conta dos Estados Unidos, sua terra natal. Mais precisamente de Louisville, no Kentucky, estado onde Cassius Marcellus Clay Jr., nome de batismo de Ali, nasceu em 17 de janeiro de 1942. Ele só se tornaria Muhammad Ali aos 22 anos, quando este nome lhe foi escolhido pelo líder nacional do Islamismo, religião que adotou.

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Ali era um dos filhos mais reconhecidos de Kentucky e é lá que será organizado seu funeral nesta quarta-feira. Imediatamente após sua morte, o prefeito da cidade, Greg Fischer, ordenou luto na cidade e que as bandeiras sejam colocadas a meio mastro como forma de homenagear o boxeador.

"Os valores do trabalho duro, a convicção e a compaixão que Muhammad Ali desenvolveu enquanto crescia em Louisville o ajudaram a se tornar um ícone global", declarou Fischer. "Como boxeador, ele se tornou o maior, mas suas vitórias mais duradouras aconteceram fora do ringue."

Muhammad Ali foi campeão olímpico em 1960, em Roma, e conquistou por diversas vezes o título dos pesos pesados nas mais diversas organizações de boxe. Protagonizou combates lendários, sendo que o mais lembrado deles é a vitória sobre George Foreman em 1974, no Zaire, naquela que é chamada de "a luta do século".

Fora dos ringues, ele ficou conhecido como defensor da igualdade racial e se recusou a combater na Guerra do Vietnã após alegar que não via motivos para lutar contra os vietcongues porque "nenhum deles me chamou de crioulo". Também causou polêmica ao se converter ao islamismo e adotar Mohammad Ali como nome e depois explicar que não queria usar seu sobrenome de escravo que ele não havia escolhido.

Considerado um dos maiores atletas de todos os tempos, Muhammad Ali faleceu na madrugada deste sábado, nos Estados Unidos. Multicampeão mundial de boxe e uma lenda do esporte, ele deixa de legado um histórico impressionante de vitórias no ringues. Ele tinha 74 anos de idade e estava internado em estado muito grave em um hospital de Phoenix (Arizona), onde deu entrada com problemas respiratórios.

A morte foi confirmada oficialmente por meio de um comunicado divulgado pela família do ex-boxeador. Horas mais cedo, o porta-voz da família de Ali, Bob Gunnel, já havia informado que o mítico ex-pugilista sentiu dificuldades ao respirar e os médicos já lhe estavam tratando no centro médico de Phoenix, no qual foi internado.

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Muhammad Ali fez mais de 60 lutas profissionais em sua vitoriosa carreira e as derrotas podem ser contadas nos dedos de uma mão. Com uma técnica impecável e uma resistência fora do comum, ele tornou-se uma lenda no mundo do boxe. Não só pelo seu talento em cima do ringue, mas também por uma postura política que não era comum em atletas de grande expressão.

Foi no dia 17 de janeiro de 1942 que ele veio ao mundo, na cidade de Louisville, em Kentucky. Por ser o primogênito, ganhou o nome do pai e foi batizado como Cassius Marcellus Clay Jr., que também foi o nome de um importante político abolicionista do século 19 nos Estados Unidos.

O pai era descendente de escravos e trabalhava como pintor. Já a mãe, Odessa O'Grady Clay, era empregada doméstica. Com apenas 12 anos, o pequeno Cassius conheceu o técnico de boxe Joe Martin, que também era chefe de polícia na cidade. Em uma tentativa de assalto, o garoto reagiu com socos para evitar que o ladrão roubasse sua bicicleta. Logo Martin viu o menino em ação e recomendou que ele praticasse boxe, para aprender a se defender.

Com apenas 40 quilos, o pequeno Cassius passou a aprender os primeiros golpes de boxe com o próprio Martin e em seis meses fez sua primeira luta, ganhando por pontos após três rounds. Aquela modalidade fascinava o garoto, que treinava com afinco e dedicação. Era atrevido em cima do ringue e se esforçava mais que qualquer outro atleta.

Aos 18 anos, o boxeador disputou os Jogos de Roma, em 1960, já tendo Chuck Bodak como técnico, e teve sua primeira grande vitória: superou o medo de avião para voar até a Itália para competir. Para isso, fez questão de levar um paraquedas dentro da aeronave, para usar em caso de emergência. Voltou com a medalha de ouro na bagagem, ao vencer o polonês Zigzy Pietrzykowski, e muitas boas recordações da competição, onde demonstrou todo seu carisma e foi até apelidado de "Prefeito da Vila Olímpica".

Aliás, nos Jogos de Roma ele já chamou a atenção pelo excelente trabalho de pernas no ringue e meses depois fez sua primeira luta como profissional, contra Tunney Hunsaker, e venceu por decisão unânime. A partir daí foram 18 combates, todos com vitória, sendo 15 por nocaute, até ter a chance de disputar o cinturão dos pesados contra Sonny Liston. Venceu por nocaute, no sétimo round, e ficou com o título da Associação Mundial de Boxe e do Conselho Mundial de Boxe.

Ele tinha recém-completado 22 anos e já era campeão do mundo. A fase amadora de sua carreira no boxe serviu para lhe dar experiência para os combates que estariam por vir. Aliás, o cartel dele quando era amador não é preciso, mas estima-se que tenha tido mais de 100 vitórias no mínimo e menos de dez derrotas, ou seja, um aproveitamento excelente.

Só que logo após a vitória sobre Liston, que foi movida por muita provocação entre os lutadores, Cassius resolveu mudar de nome e passou a se chamar Muhammad Ali, nome escolhido pelo líder nacional do Islamismo, religião que ele adotou. Na ocasião, o boxeador falou que não queria usar seu sobrenome de escravo que ele não havia escolhido.

Para sua infelicidade, ele acabou tendo seu cinturão da Associação Mundial de Boxe retirado. A entidade alegou outros motivos, mas no fundo o atleta achou que era por causa de sua opção pelo Islamismo. Pouco mais de um ano depois de conquistar o cinturão, veio a revanche contra Sonny Liston. A vitória veio com pouco mais de dois minutos no primeiro round.

Depois disso engatou uma sequência de dez defesas de cinturão sem derrota. Em 1967, após a vitória sobre Zora Folley, se recusou a aceitar a convocação do exército para combater na Guerra do Vietnã. Ainda disse que não via motivos para lutar contra os vietcongues porque "nenhum deles me chamou de crioulo". Por causa dessa negativa, foi suspenso do boxe e teve seus títulos confiscados. Até ali tinha um cartel de 29 vitórias sem derrota, sendo 22 por nocaute.

Ali retornou aos ringues em 1970 e foi no ano seguinte que sofreu o primeiro revés como profissional, ao perder para Joe Frazier por decisão unânime. O pugilista se recuperou na luta seguinte, contra Jimmy Ellis, e emendou mais nove vitórias até cair novamente, desta vez diante de Ken Norton, por decisão. Só que na revanche com o rival, em setembro de 1973, venceu também pela contagem dos pontos.

No ano seguinte, venceu Joe Frazier e ganhou moral para enfrentar George Foreman, no Zaire, naquela que é considerada uma das maiores lutas da história. Ganhou por nocaute no oitavo assalto e embolsou US$ 5 milhões na época. De 1975 a 1977, Foram dez defesas de cinturão sem derrota.

Um novo revés veio em 1978, contra Leon Spinks, mas na revanche ele retomou o cinturão. Fez mais duas lutas ainda na carreira, contra Larry Holmes e Trevor Berbick, e foi derrotado em ambas antes de pendurar as luvas. Longe dos ringues, sua luta passou a ser contra as doenças. Em 1984 foi diagnosticado com Mal de Parkinson. Como diante de adversários mais fortes, soube se esquivar até quando teve fôlego.

A morte do norte-americano Joe Frazier, anunciada nesta terça-feira depois de o ex-campeão mundial dos pesos pesados não resistir a um câncer no fígado, foi lamentada por Muhammad Ali, considerado o melhor boxeador de todos os tempos e que travou com o seu compatriota o embate que é considerado até hoje a "Luta do Século".

Frazier, que tinha 67 anos e morreu em sua casa, na Filadélfia, fez três memoráveis combates com Ali nos anos 70, vencendo um deles naquela que foi a primeira derrota do seu lendário adversário. Na época, Ali era famoso também por sua personalidade marcante e pelas provocações aos rivais. E Frazier não deixou de escapar da língua solta do norte-americano. Ele dizia que seu compatriota era feio e chegou a colocar em dúvida a virilidade do rival. Agora, porém, o ex-pugilista não deixou de prestar reverência ao ex-boxeador que é considerado outra lenda do boxe.

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"O mundo perdeu um grande campeão. Sempre me lembrarei de Joe com respeito e admiração", ressaltou Ali, para depois completar: "Minhas condolências para a sua família e para seus entes queridos".

"Smokin Joe", como ficou conhecido Frazier, era um pugilista de baixa estatura, mas era considerado feroz no ringue e tinha um vasto repertório de golpes, entre eles um famoso gancho de esquerda. Foi com este golpe que ele derrubou Ali no 15.º assalto em 1971, no Madison Square Garden, em Nova York, quando cada pugilista faturou uma bolsa de US$ 2,5 milhões pelo combate, uma cifra sem precedentes para a época.

Essa luta em Nova York foi vencida por Frazier após decisão dos juízes, e ele perdeu os outros dois combates que travou com Ali. A rivalidade entre os dois foi tamanha que apenas recentemente Frazier revelou ter perdoado o seu rival pelos insultos que sofreu nos seus tempos de boxeador.

As três lutas que os dois disputaram totalizaram 41 assaltos, sendo duas delas realizadas em Nova York e a outra travada sob um calor sufocante nas Filipinas, em Manila. Nesta, no caso, o próprio Ali admitiu ter sido castigado por Frazier, apesar de ter vencido o combate. "Foi o mais próximo de morrer que eu cheguei", disse, após o combate.

George Foreman, outro ex-campeão mundial dos pesados que é considerado uma das lendas da história da modalidade, também expressou a sua tristeza com a morte do amigo. "Boa noite, Joe Frazier. Eu amo você, querido amigo", postou o ex-pugilista em sua página no Twitter, em uma breve mensagem.

Bob Arum, que chegou a ser empresário de Muhammad Ali, foi outro que fez questão de reverenciar Frazier. "Foi uma pessoa que serviu de inspiração. Um homem decente. Um homem de palavra", disse, para depois ressaltar: "Ele deve ser lembrando como um dos maiores lutadores de todos os tempos".

O filipino Manny Pacquiao, considerado um dos melhores boxeadores da atualidade, também exaltou Frazier nesta terça durante a sua chegada a Las Vegas, onde enfrentará o mexicano Juan Manuel Márquez no próximo sábado. "O boxe perdeu um grande campeão, e o esporte perdeu um grande embaixador", enfatizou.

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