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Judô, karatê e capoeira são algumas das artes marciais mais praticadas pelas crianças e adolescentes, mas outros estilos estão sendo exercitados com mais frequência. Entre eles o jiu-jitsu, muay thai e boxe, principalmente por causa da popularização dos campeonatos de MMA no Brasil, que estão sendo mais divulgados através dos campeões brasileiros no UFC.
##RECOMENDA##As crianças e adolescentes que praticam esses tipos de atividades aprendem não só a lutar, mas a aprimoram seu comportamento, já que toda arte marcial possui uma filosofia que trabalha o corpo, a mente e o espírito do esportista. Além de desenvolver o respeito ao próximo, as crianças também ficam mais disciplinadas, respeitando mais o espaço do outro ao terem que aguardar sua vez para executar um movimento e ao silenciar para ouvir as orientações do professor.
A disciplina, o companheirismo, a concentração e o respeito são mais bem assimilados por crianças que praticam o estilo no dia a dia, quando se divertem e se exercitam. Os irmãos Pedro e Rodrigo Rabello, de 10 anos e 12, respectivamente, praticam o jiu-jitsu há seis meses - cerca de três dias por semana - e sempre tiveram incentivo dos pais para continuar a executar a arte. “Começamos a prática por causa do meu pai, que nos trouxe para assistir uma aula. Então, gostamos e começamos a lutar. É muito bom lutar jiu-jitsu para o nosso corpo e para aprendermos a ter mais disciplina e respeito” conta Rodrigo.
“Sempre apoiei os meninos a praticarem esportes, e a luta foi muito boa para eles. Se pudessem, praticavam todas as modalidades porque gostam de tudo. O comportamento deles sempre foi excelente, mas a luta ajudou no aprendizado da disciplina, estou sempre acompanhando os estudos deles e nunca houve nenhum tipo de comportamento violento entre eles”, afirma a mãe dos irmãos, Maria da Conceição.
Confira o vídeo com os irmãos Rodrigo e Pedro Rabello, e o depoimento do pai deles, Eduardo Rabello, respectivamente:
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Os meninos já competiram no Campeonato Norte Nordeste, em março deste ano, e foram vencedores em suas categorias - Pedro na categoria Infantil B (10 a 11 anos) e Rodrigo na Infanto-juvenil (12 a 13 anos). Este ano eles ainda vão competir em outro Norte Nordeste, em junho.
Já Victor Avelino, 14 anos, começou recentemente a lutar o muay thai e, nesse pouco tempo, percebeu mudanças em seu físico. “Eu sempre pratiquei outros esportes e no muay thai estou percebendo o aumento dos meus músculos, principalmente os da perna. Comecei a praticar por hobby, mas estou gostando e se der certo pretendo investir na modalidade”, conta o adolescente.
Outro lutador de artes marciais é Leonardo Lima, também de 14 anos, que treina na mesma academia de Victor, mas pratica outra modalidade, o boxe, há sete meses. “Comecei praticando muay thai, mas meu treinador percebeu que eu tinha um bom soco e que meu futuro poderia ser no boxe. Então, decidi mudar e estou gostando muito e me esforçando bastante nos treinamentos”. Leonardo já lutou oficialmente em um seletivo para o Campeonato Brasileiro, pela categoria Cadete (até 66 kg).
Qualquer modalidade esportiva ajuda na educação e na formação das crianças e dos adolescentes, já que é nesse período que eles ainda estão em processo de desenvolvimento. A psicóloga Renata Sena explica a importância da prática esportiva. “Todos os esportes trabalham o corpo e a mente, assim, eles também podem gastar energia. As artes marciais em especial transmitem uma posição de respeito e concentração através dos professores ou mestres, que possuem a responsabilidade de mostrar o esporte de forma não violenta, dando bons exemplos. Por isso, também é importante para a formação social das crianças e adolescentes”, conta a psicóloga.
“Os alunos que já entram com o intuito violento, ou quando os pais indicam como meio para tirar a timidez, podem resultar em outras reações na prática das artes marciais", explica, "além do comprometimento dos professores, que não devem levar os atletas a pensar apenas em competição, em vencer sempre, gerando nos alunos ansiedade e estresse, podendo chegar à violência”, complementa Renata.
João Marco Pedrosa, 14 anos, treina jiu-jitsu há um ano e meio, e sempre ouviu as pessoas falarem bem do esporte e sobre a importância de praticá-lo. “Não escutei nenhum tipo de comentário que falasse mal das lutas. As pessoas estão mudando a visão negativa em relação ao jiu-jitsu por causa do MMA”, pondera.