A viagem à Europa que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fez de 16 a 23 de dezembro e foi paga pela Câmara dos Deputados custou R$ 18 mil aos cofres do Legislativo. A parlamentar disse ter viajado em “missão oficial” à Espanha, Itália e Portugal às vésperas das festas de final de ano.
A viagem foi autorizada pelo presidente da Casa, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), e as informações constam no site da Câmara. A justificativa de Zambelli para viagem com o dinheiro público foi uma reunião no parlamento da Itália e encontros com comunidades brasileiras na Espanha e em Portugal.
##RECOMENDA##A bolsonarista recebeu R$ 11,7 mil para arcar com as despesas de alimentação e hospedagem, montante referente a cinco diárias de R$ 2,3 mil cada. Além disso, a Câmara também bancou as passagens aéreas da parlamentar na classe econômica, no valor de R$ 6,3 mil.
O relatório da missão oficial ainda não foi registrado por Zambelli no site da Câmara. As atividades realizadas durante a viagem devem estar detalhadas no documento.
Sem redes sociais, a deputada não fez a divulgação pública dos compromissos, e a única notícia da viagem veiculada em páginas não oficiais da parlamentar foi uma entrevista concedida ao jornal espanhol El Toro Tv, quando ela defendeu o presidente Jair Bolsonaro (PL) e falou sobre uma suposta crise institucional causada pelo “ativismo judiciário no Brasil”.
Ela já estava fora do Brasil quando oficiais de Justiça tentaram cumprir a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para apreender a arma de fogo da parlamentar. Os oficiais chegaram a ir até a casa da deputada em Brasília e ao gabinete na Câmara, no dia 21, mas não a localizaram.
No dia 20 de dezembro, Gilmar ordenou que Zambelli entregasse a arma e munições em até 48 horas. A arma que deveria ter sido apreendida foi a utilizada pela deputada na véspera do segundo turno das eleições, quando ela sacou o revólver contra um suposto militante petista que a teria ofendido.