Prestes a completar três meses do acidente que a deixou gravemente ferida, familiares de Dávine Muniz divulgaram uma vaquinha virtual para custear o tratamento domiciliar. Os parentes apontam que o parque de diversões vem ignorando os pedidos de ajuda para montar um home care.
No dia 22 de setembro, a professora de Inglês de 34 anos despencou de um brinquedo no Mirabilândia, em Olinda. Ela está internada na UTI do Hospital São Marcos depois de 11 dias no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Nesse período, foi submetida a 10 cirurgias para tentar reverter as sequelas de um traumatismo craniano e outros problemas causados pelo incidente.
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Depois de uma breve melhora no quadro clínico, Dávine passou a reagir a estímulos e chegou a mexer os dedos e piscar os olhos. No entanto, a situação piorou à medida que contraiu algumas infecções no ambiente hospitalar, conta o primo Ricardo Lima.
"Ela tá num quadro que não responde a nenhuma reação. Ela não tem mais nenhum estímulo, nada. Não fala, não vê, não abre a boca, não mexe nada. Tá totalmente parada, tendo frequentemente várias infecções", explicou o parente.
Ricardo disse que a condição de Dávine é irreversível e que os familiares decidiram seguir com o tratamento em casa após conversar com os médicos.
"Hoje esse tratamento é um tratamento clínico, porém é um tratamento que não necessariamente teria que ser no hospital. O que tinha que ser feito no hospital já foi feito. O que era interessante hoje era ela ir pra um home care", indicou o primo.
A desospitalização de Dávine depende de adaptações da rede hidráulica, elétrica e física da sua casa. Segundo Ricardo, a reforma foi orçada em cerca de R$ 60 mil e levaria entre 45 e 60 dias para ficar pronta.
"A casa que ela mora hoje é no primeiro andar e o tio mora embaixo. Então, a gente teria que botar eles pra baixo e o tio pra cima. Porque a escada é muito curta, não dá pra fazer, nem uma maca entra", explicou.
A retirada da UTI ainda depende da continuidade do atendimento multidisciplinar com a atuação de, pelo menos, seis profissionais: técnico em enfermagem, enfermeira, fonoaudióloga, fisioterapeuta, neurologista e nutricionista.
A família alega que o Mirabilandia desprezou Dávine desde o primeiro momento. A direção do parque chegou a recusar o pagamento da internação na unidade particular, mas uma decisão judicial em caráter liminar manteve ela internada às custas da empresa.
"A gente tentou entrar em contato com o parque pra ver se haveria alguma negociação e o parque em momento algum se pronunciou nem dizendo que sim nem que não. Ele simplesmente ignorou", reclamou Ricardo.
Sem condições de arcar com todos os custos, a família tenta não depender do Mirabilandia e divulgou uma campanha para iniciar a reforma. As doações podem ser feitas no site vakinha.com.br/4309632 ou através do PIX, 906.620.674-87, no nome de Valéria Muniz.
Em nota, a direção do Mirabilandia informa que se mantém custeando toda a assistência de Dávine e reforça que cumprirá as responsabilidades que lhe competem para o seu tratamento.