O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite de segunda-feira (24) a captura de um suposto mercenário estrangeiro que faria parte de um plano para desestabilizar o país. "Acabamos de capturar um mercenário vindo do Oriente Médio" no Estado central de Aragua, 120 quilômetros a oeste de Caracas, declarou Maduro.
O governador de Aragua, Tareck El Aissami, identificou o detido pelo Twitter como Jayssam Mokded Mokded e disse ter "provas contundentes" de que ele praticou atos terroristas.
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Segundo informações do jornal venezuelano El Nacional, sete dos 15 mortos durante as manifestações, iniciadas em 12 de fevereiro no país, sofreram ferimentos na cabeça, o que indica o propósito claro de matar os manifestantes. Cinco da vítimas fatais foram alvejadas na cabeça com tiros, uma foi alvo de tiros e chumbinho e a outra sofreu um golpe na cabeça.
O líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Caprilles acusou Maduro de ordenar a repressão contra os manifestantes que participaram de protestos nos últimos dias. Ele também anunciou que não participará da reunião de governadores e prefeitos no palácio presidencial de Miraflores, convocada por Maduro para quarta-feira.
"Não há condições para ir até lá", disse Caprilles ao Conselho Federal, afirmando que não está disposto a endossar um "governo moribundo e repressivo".
"A única coisa que Maduro quer é um aperto de mãos e um fotografia para dizer ao mundo todo que está tudo bem, quando internacionalmente está sendo qualificado como genocida. Como, com uma violação de direitos humanos como a que está vivendo o país, vamos nos apresentar ao palácio de Miraflores para discutir um tema administrativo?"
Para Caprilles, Miraflores "não é um cenário para convocar a paz no país" porque é dali que "se ordena a repressão" contra os manifestantes.
"Exigimos o fim da repressão e da tortura e que sejam abertas investigações transparentes", disse ele após informar que havia recebido um comunicado do norte-americano Carter Center expressando preocupação com a situação do país.
Na noite de segunda-feira, Maduro declarou que "nada pode ser imposto na base da violência". Ele disse que "temos de chegar a um acordo, renunciar à violência...firmar um pacto de respeito à Constituição, à democracia".