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Na tarde desta terça-feira (2), o projeto “Arte no Canteiro” realizou apresentações teatrais no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife. A iniciativa, que já foi vista por mais de 90 mil trabalhadores, tem como objetivo retratar situações de risco encontradas diariamente nos canteiros de obras e mostrar maneiras de evitar acidentes de trabalho, através de encenação de personagens e objetos que ganharam vida.

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Segundo a pernambucana e idealizadora do projeto, Lina Rosa, a ideia surgiu com a proposta de orientar de forma divertida os profissionais. “A linguagem teatral é uma forma que atinge todas as classes sociais e envolve o público de uma forma magnífica. É possível observar o interesse deles e animação, isso sim é muito gratificante”, disse Lina.

O técnico de segurança do trabalho, Carlos Alberto Parísio, que atua na área desde 2008, considera o projeto muito produtivo. “É muito interessante a forma como a temática é abordada, principalmente os personagens e a linguagem, que é muito acessível aos trabalhadores”, ressaltou.

“Esse é momento dos trabalhadores esquecerem que estão no trabalho e aprender de forma divertida”, concluiu a idealizadora, Lina Rosa. Entre encenações e brincadeiras, o operário, Elaide Nilson Rosa, falou que se divertiu com a apresentação. “gostei muito da encenação e quanto às orientações eu já conhecia todas”, falou sorrindo.

O projeto já foi apresentado Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba e atualmente está em Pernambuco. Mais de 90 mil trabalhadores de 272 obras já assistiram a apresentação. Assista ao vídeo abaixo parte da apresentação do projeto. 

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O casal indígena Odair Cândido, de 32 anos, e Denir Campo Cândido, 37, teve uma surpresa na noite do dia 28 de agosto, quando, em vez de gêmeas, a mãe terena deu à luz quatro meninas. As contrações começaram na própria quinta-feira, na casa da família em Anastácio, a 135 Km da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. O parto das quatro meninas foi realizado de forma natural.

O exame de ultrassom detectou apenas duas crianças e, por isso, os pais sequer suspeitavam que a gravidez poderia ser de quadrigêmeas. "Levamos um susto. O ultrassom não viu que eram quatro bebês", disse o pai. Apesar do susto, ele afirma que está feliz. "Nunca ia imaginar de ter quatro meninas assim, de uma vez. Mas estou contente e alegre sim".

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Além das quatro meninas recém-nascidas, Odair e Denir ainda têm outros seis filhos, sendo que quatro - todas meninas de 12, 10, 7 e 4 anos - ainda moram com o casal. Os outros dois, de 14 e 19 anos, não dependem deles. As quadrigêmeas Eliza, Elizabete, Elisângela e Elizete devem ficar internadas pelos próximos quatro meses, apesar de estarem em perfeito estado de saúde. Três estão na Maternidade Cândido Mariano, onde nasceram, e uma no Hospital Regional, porque não havia mais leito neonatal para abrigar uma das pequenas na unidade em que nasceram.

O casal é natural da Aldeia Água Branca, no distrito de Taunay, em Aquidauana. Mas há oito meses estão assentados no Assentamento Nova Esperança, em Anastácio. Odair é diarista em fazendas da região e recebe R$ 1,2 mil ao mês. Denir não trabalha para poder cuidar das filhas. Eles estão recebendo doações de roupas e alimentos. Quem quiser ajudar, deve procurar a Maternidade Cândido Mariano ou um dos pais.

O candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pelo PMDB, Nelsinho Trad, disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, estar esperando um contato do PSB nacional para saber como ficará a aliança construída no Estado. Trad fechou a aliança com Eduardo Campos, inclusive tendo como vice em sua chapa a pastora Janete Morais do PSB, mas a costura não teve apoio da Rede Sustentabilidade e de Marina Silva, então vice de Campos.

"Estou esperando o contato dessa nova chapa (com Marina como candidata) para poder ver como vamos fazer o encaminhamento do nosso Estado", afirmou Trad. "Desde que se mantenha o programa que Eduardo construiu conosco, que se cumpram os compromissos, penso que não vai ter problema", disse Trad sobre a possibilidade de se aliar a Marina. "Eu não tenho nenhuma rejeição a esse ou àquele."

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Marina tradicionalmente se coloca em favor dos direitos dos indígenas nas disputas com produtores rurais e sua imagem enfrenta resistência em Estados com forte presença do agronegócio, como é o caso do Mato Grosso do Sul.

Apesar de ter se colocado à disposição para estar no palanque com Marina, Trad fez questão de ressaltar pontos que considera fundamentais de serem mantidos. Além das promessas nacionais, em torno de maior orçamento para saúde, educação em tempo integral e rigor no combate à inflação, o candidato mencionou propostas para o Mato Grosso do Sul que tratou diretamente com Campos.

"Os conflitos que temos tido aqui entre produtores e indígenas, Eduardo se incomodava muito com isso, dizia que o governo da (presidente) Dilma (Rousseff) foi frouxo e que iria intermediar essa questão. Tem também as fronteiras secas que temos no Estado com Bolívia e Paraguai, que ele prometeu investir em tecnologia para essas fronteiras. Essas coisas com as quais ele se comprometeu olhando no meu olho que eu queria uma reafirmação deles (do PSB)."

Trad minimizou a questão de Marina não ter apoiado a aliança dele com Campos. "No final ela ficou ciente (da aliança) e concordou", disse. "Desde que ela assuma as propostas e compromissos de Eduardo, essa resistência ficará distante", disse sobre a imagem que o agronegócio faz da candidata.

O peemedebista citou também Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara que vai compor a chapa com Marina, e pode ajudar nessa interlocução. O parlamentar gaúcho tem relação antiga com agronegócio. Empresas do setor figuraram entre seus principais doadores nas últimas disputas e, no primeiro governo Lula, o deputado articulou a medida provisória que liberou o plantio de soja transgênica.

Trad listou também fatores que podem contribuir para uma aproximação sua com Marina. "Uma particularidade é que minha vice é pastora e tem essa proximidade do segmento evangélico", afirmou, em referência ao fato de Marina ser também evangélica.

Trad citou ainda medidas "ambientais" adotadas por seu governo à frente da prefeitura de Campo Grande. Disse que passou a coleta e tratamento de esgoto de 23% para 70% das residências da cidade, que construiu quatro parques lineares e 90 quilômetros de ciclovia. "Minha ação como prefeito da capital sempre foi de respeito ao meio ambiente", afirmou.

O governo federal decidiu ampliar a permanência da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em Mato Grosso do Sul, em apoio à secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública. A decisão está presente em portaria do Ministério da Justiça publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 31. O prazo foi prorrogado em mais 180 dias, ou seja, a Força Nacional permanecerá até o final do ano no Estado.

A medida, assinada pelo ministro José Eduardo Cardozo, cita que o FNSP continuará em Mato Grosso do Sul "considerando manifestação expressa do governador". A Força Nacional concederá apoio especialmente na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, a fim de garantir a manutenção da ordem pública e combater o tráfico e o contrabando.

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Em outra portaria, o governo decidiu também ampliar em mais 90 dias o período de atuação da Força Nacional em apoio à Bahia nas ações de combate à violência na região sul do Estado. Assim como no caso de Mato Grosso do Sul, também é citada "a manifestação expressa do governador" sobre tal prorrogação. A proposta é conceder apoio em ações de preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio frente aos conflitos fundiários envolvendo indígenas e produtores rurais assentados, causando ameaça a paz e a ordem nos municípios de Buerarema, Una e Ilhéus, na região sul da Bahia.

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Um homem foi preso por policiais Fedarais (PF) e Rodoviários Federais (PRF) transportando 5,8 quilos de haxixe. O garçom Welliton Fortunato Almada, de 21 anos, viajou de Mato Grosso do Sul, de motocicleta, para entregar a droga no Recife. 

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O suspeito – que não possui antecedentes criminais – foi abordado pelos agentes numa barreira policial de rotina, montada na BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ele conduzia uma motocicleta, de placa ISH 5206 - Paranhos/MS.

Durante a abordagem um cão farejador identificou o entorpecente no interior do veículo. Os 24 tabletes de haxixe estavam escondidos na parte do sistema de escapamento da motocicleta. 

Na sede da PF, Welliton informou que trabalha como garçom num bar em Eldorado/Mato Grosso do Sul. No estabelecimento ele foi abordado por um cliente, que ofereceu R$ 7 mil para que ele entregasse a droga no Recife.

O suspeito saiu da cidade de motocicleta há oito dias e veio parando ao longo do caminho e dormindo em pousadas. Ele percorreu aproximadamente 3.100 quilômetros de moto. 

Conforme a PF, pela forma de apresentação a droga é oriunda do Paraguai. O entorpecente seria utilizado para abastecer vários pontos no bairro de Boa Viagem, Olinda e Cabo de Santo Agostinho. Welliton foi autuado em flagrante por tráfico interestadual de entorpecentes. 

Balanço - Esta é a 20ª apreensão de drogas feita pela PF no ano de 2014 em Pernambuco. Até o momento foram tirados de circulação 139,4Kg de pasta base de cocaína, 7.38Kg de crack, 3.187 kg de maconha, 5,8Kg de haxixe e 17,1Kg de cocaína pura, tendo sido presas 26 pessoas por envolvimento com o tráfico de drogas.

 

 

Nesta quinta-feira (27), a banca organizadora do concurso do Banco do Brasil (BB), Fundação CESGRANRIO, divulgou o resultado das provas objetivas para o cargo de escriturário, realizado no dia 9 de fevereiro de 2014.  As vagas são destinadas para os estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Tocantins e Distrito Federal.

No total, a seleção recebeu mais de 600 mil inscritos. Os candidatos realizaram provas objetivas e discursivas. Na primeira, o exame valia de 0 a 100 pontos, sendo que, foram aprovados na etapa os que tiverem 50% da pontuação máxima nas provas, com pelo menos 40% dos pontos na prova de conhecimentos gerais e aproveitamento mínimo de 50% na prova de conhecimentos específicos.

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Já a prova discursiva, que tinha a mesma pontuação, foi aplicada para todos os candidatos. Entretanto, os inscritos só estariam aprovados se atingissem 50% da pontuação máxima nas duas provas, sendo 40% pontos na prova de conhecimentos gerais e 50% na prova de conhecimentos específicos. Os candidatos podem recorrer com pedido de revisão até esta sexta-feira (28), através de formulário específico no site da Cesgranrio.

 

A Polícia Civil apresentou nesta sexta-feira (27) a prisão de dois sul-mato-grossenses acusados de tráfico interestadual de entorpecentes. O primeiro caso ocorreu na manhã da quarta-feira (25), no quilômetro 150, da BR-232, no município de São Caetano, Agreste pernambucano. Um ônibus da linha São Luiz-Recife foi parado por uma blitz de rotina da polícia e foi identificado nas bolsas da passageira Jéssika Alyne Maciel Dourado, de 22 anos, cerca de 15 kg de maconha. 

A suspeita, informalmente, confessou que trazia a droga do Mato Grosso do Sul e esperaria ligação para repassar o material por R$ 5 mil. Jéssika foi autuada em flagrante e encaminhada para a Colônia Penal Feminina do Recife. 

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A segunda ação foi realizada na madrugada da quinta-feira (26), resultando na prisão do dentista-cirurgião Leonardo José Ruas Cherlotti, 28, no Aeroporto dos Guararapes. Uma denúncia anônima recebida na sexta-feira (20) informava data, voo e o nome completo do viajante que estaria portando drogas. Após o desembarque, a polícia encontrou com o suspeito 30 micropontos de LSD na carteira e 300 gramas de maconha nas suas roupas íntimas. 

Segundo o delegado João Leonardo Cavalcanti, o dentista explicou que passaria 20 dias de férias no Arquipélago de Fernando de Noronha, mas que a droga seria para consumo próprio. “Porém, com o celular do suspeito tivemos uma surpresa: nas mensagens foram observados contatos pedindo drogas e em outros momentos ele oferecia os entorpecentes, já informando quantidade que tinha em mãos e o valor”, comenta o delegado. Leonardo foi levado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).

Jéssika e Leonardo responderão por porte interestadual de entorpecentes podendo pegar de 17 a 20 anos de prisão. De acordo com o delegado, o fato dos dois presos serem de Mato Grosso do Sul trata-se de coincidência. 

Doze pessoas morreram carbonizadas nesta terça-feira, 17, em acidente na BR-267, município de Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande. Uma carreta Iveco com placas de Douradina (MS), carregada de carne industrializada (charque), bateu de frente numa van Renault, de Três Lagoas (MS), ocupada por 11 pessoas, que morreram na hora. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o impacto, os dois veículos foram para acostamento em chamas. Apenas duas pessoas, que estavam na carreta, foram resgatadas com vida. Outras duas pessoas, arremessadas para fora da van, também morreram no local, assim como o motorista do caminhão.

Segundo o patrulheiro Marcos César da Silva, da PRF, o acidente ocorreu no quilômetro 148 mais 300 metros, no distrito de Nova Casa Verde, município de Nova Andradina, por volta das 4 horas (horário local). "Possivelmente a carreta, que seguia no sentido Campo Grande-São Paulo, invadiu a pista contrária e bateu frontalmente na van. Foi horrível porque a carreta praticamente entrou no interior da van e ambas pegaram fogo. As pessoas não tiveram como sair dos veículos e morreram carbonizadas", disse.

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A carreta era dirigida por Miguel Benites Meireles, de 38 anos, que morava em Dourados (MS) e levaria a carga de charque para o Nordeste. A polícia suspeita que ele tenha dormido e por isso perdera o controle do veículo, invadindo a pista contrária. A mulher dele, Ilda Silva de Oliveira, de 38 anos, e um sobrinho de 16, foram salvos e estão internados, fora de perigo, no Hospital Regional de Nova Andradina. Segundo o hospital, as duas vítimas sofreram apenas escoriações e devem ter alta nas próximas 48 horas.

A van era ocupada pelo motorista e dez comerciantes de um shopping popular (camelódromo), com 108 lojas, de Três Lagoas (MS), cidade na divisa com São Paulo. Eles costumavam viajar para compras no Paraguai duas vezes por semana. "Não houve condições de fazer o reconhecimento das vítimas porque os corpos estavam irreconhecíveis. Usamos uma lista fornecida pelo pessoal do shopping de Três Lagoas para divulgarmos os nomes das pessoas que estavam na van", disse Silva. Apenas três vítimas haviam sido reconhecidas até às 16h30 e duas delas seriam liberadas ainda na terça-feira. Como o Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Andradina não tem recursos, amostras seriam enviadas a Campo Grande para realização de exames de DNA para identificação das vítimas. Os resultados dos exames podem demorar três dias.

Testemunhas disseram que as chamas altas impediram qualquer tentativa de socorro das vítimas, que não conseguiram sair de dentro da van. Duas vítimas foram arremessadas para fora do veículo, mas também morreram no local. Segundo o sargento Marcelino Piffer, dos bombeiros de Nova Andradina, quando a viatura de socorro chegou ao local, as vítimas já estavam carbonizadas e o caminhão ainda em chamas.

O sargento Donizete Martins do Nascimento, do Corpo de Bombeiros de Três Lagoas, foi um dos primeiros a chegar ao local. Ele decidira levar o filho Rafael, de 23 anos, de carro para o Paraguai. Dono de uma loja, Rafael viajava sempre com a van para as compras e desta vez levaria a mãe. "Meu filho disse que estava com um mau pressentimento e que não queria ir de van. Então me pediu para levá-lo de carro, e como eu estava de folga, concordei."

Nascimento e o filho chegaram ao local do acidente antes mesmo das equipes de socorro. "Eu não sabia que era da van de Três Lagoas. Vi dois corpos do lado de fora e fui socorrê-los. Vi outros, dentro dos carros, que estavam carbonizando, já estavam mortos. Mas só quando olhei documentos das vítimas que socorri, constatei que eram amigos nossos e então pude perceber que era a van em que meu filho deveria estar nela", contou.

"Foi um choque", afirmou. "Quando a gente socorre vítimas de incêndio que não conhecemos é uma coisa, mas quando se trata de amigos e parentes, é outra coisa", completou. "Estou agradecendo a Deus por ter protegido meu filho e pedindo a Ele que dê conforto para as vítimas que se foram", completou Nascimento.

O acidente chocou os moradores de Três Lagoas, cuja prefeita, Márcia Moura (PMDB), decretou luto oficial por três dias. O sepultamento coletivo estava marcado inicialmente para esta quarta-feira, 18, com velório no Ginásio Municipal de Esportes de Três Lagoas. No entanto, como há necessidade de realização de testes de DNA para identificação das vítimas, o enterro pode ser adiado.

Para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), a presidente Dilma Roussef terá que tomar para si a responsabilidade de solução dos conflitos indígenas em Mato Grosso do Sul. Caso isso não aconteça, a chefe do Executivo nacional corre o risco de "colocar em jogo" a própria imagem e também a do Brasil.

Em evento com a militância do PT no Estado, Lula afirmou que "possivelmente a presidenta Dilma tenha que assumir ela própria o comando dessas articulações".

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O risco, conforme Lula, é manchar a imagem do País. "Não é apenas a imagem do índio, a imagem do fazendeiro, a imagem de Mato Grosso do Sul. É a imagem do Brasil e da nossa presidenta que estará em jogo. Portanto, eu vou conversar com ela a respeito desse assunto".

Lula saiu de MS com a responsabilidade de reportar à Dilma o clamor de índios e produtores rurais por uma solução definitiva para o problema. "Eu vou levar para a presidenta Dilma, porque eu acho que ela vai ter que cuidar disso com carinho. Ela própria, porque já era pra ter sido resolvido há muito tempo atrás", sustentou.

O ex-presidente falou em paz e em guerra, dizendo que o ideal é que a saída para os conflitos seja tomada ainda em "tempos de paz", porque "na hora que começar a guerra vai ser muito mais difícil, muito mais caro e muito mais complicado".

Equipes da Polícia Federal estão no município de Japorã, a 477 Km da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, para cumprir uma decisão de reintegração de posse em favor da Fazenda Chaparral, retirando os índios que ocupam a área. Os indígenas iniciaram a retomada do espaço, já declarada como indígena em 2005, no último dia 14 de outubro.

A Justiça Federal de Naviraí decidiu pela reintegração de posse, mas, no momento do cumprimento, os índios da etnia Guarani Ñandeva e Guarani Kaiowá resistiram e permanecem no local. Eles afirmam terem sido ameaçados pelo delegado da PF responsável pelo processo de reintegração.

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Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, os guarani "não quiseram tomar ciência" da decisão judicial. Assim, até que haja nova decisão ou seja montada uma estratégia para ação, a PF se manterá na área. O trabalho atual consiste em realizar barreiras, fiscalizações e patrulhas em toda área da fazenda.

O coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em MS, Flávio Machado, afirmou que a preocupação é de que a situação se agrave e haja conflito entre policiais e indígenas, como o que ocorreu no dia 30 de maio, em Sidrolândia, com a morte do terena Oziel Gabriel.

"Estamos apreensivos com a ordem de reintegração, mas estamos mais preocupados porque soubemos que os índios estão decididos a resistir, em vista do que aconteceu em Sidrolândia, na Fazenda Buriti", disse.

Machado lembrou que a comunidade da Terra Indígena Yvy Katu, em Japorã, é de cerca de 5 mil pessoas e que em 2005 o governo federal declarou 9 mil hectares como tradicionalmente indígenas. A homologação, no entanto, não saiu até esta sexta-feira, 08. "O espaço que eles ocupam hoje já não cabe todas as famílias, não se produz mais minimamente para a subsistência".

O líder da Yvy Katu Tonico Benites afirmou que a comunidade indígena está reunida para definir o que irá fazer: acatar a decisão da Justiça ou manter a promessa de resistência. "Até agora não teve conflito. Desde quarta-feira, 06, a Polícia Federal não voltou aqui".

Na tarde de quinta-feira, 07, produtores rurais se reuniram em Campo Grande para definir meios de financiar a contratação de empresas de segurança para proteger as cerca de 70 propriedades invadidas em todo MS. A ideia é fazer leilões para que os fazendeiros paguem vigilantes para assegurar a proteção das fazendas.

A Eldorado Brasil Celulose apresentou nesta sexta-feira, 6, ao Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) uma carta-consulta com o objetivo de obter financiamento de R$ 1,4 bilhão para a construção da segunda linha de produção de celulose da sua fábrica localizada em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul.

Segundo nota distribuída pela empresa, o Conselho Deliberativo da superintendência irá analisar o pedido de liberação do montante solicitado à Eldorado, valor que, segundo a empresa, representa cerca de 20% do investimento total previsto.

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A primeira linha da Eldorado em MS começou a produzir em novembro de 2012 e opera a plena capacidade, ou seja, 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano. A segunda linha prevê a produção de mais 2 milhões de toneladas de celulose anuais. A inauguração dessa linha está prevista para 2017.

O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul ajuizou uma ação civil pública para que a Justiça Federal determine a reanálise individual, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), das 536 ocupações irregulares encontradas nos assentamentos Itamarati I e II, situados em Ponta Porã. Segundo os procuradores, o objetivo é identificar os trabalhadores que dependem exclusivamente da terra pra sobreviver e quais enquadram no perfil da Reforma Agrária, a fim de apurar as situações que podem ser legalmente regularizadas.

O MPF de Ponta Porã argumenta que, devido "aos anos de inércia do Incra no combate a ocupações indevidas, muitas situações foram socialmente consolidadas". Os procuradores reconhecem que há trabalhadores mais necessitados e de menor instrução escolar, que estão no local há muitos anos, produzindo e criando suas famílias. "Expulsá-los, sem analisar caso a caso, provocaria um grave problema social que pode ser evitado", esclarece o MPF.

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Segundo os procuradores, o Incra ajuizou ações possessórias para reaver as terras ocupadas ilegalmente nos assentamentos, "mas apresentou demandas mal instruídas, em formato padrão, sem análise de cada situação e sem qualquer explicação sobre a possibilidade ou não de regularização, o que é possível observados alguns requisitos legais". Eles observam que há relatos de assentados de que várias ocupações ocorreram com o conhecimento do Incra, que prometeu regularizar algumas situações.

"Não há como negar a injustiça social da expulsão das famílias que têm o perfil da Reforma Agrária, que dependem da terra pra sobreviver e que foram iludidas pela promessa de regularização", dizem os procuradores, que solicitaram à justiça a suspensão do andamento das ações possessórias até que o novo levantamento seja realizado pelo Incra.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta sexta-feira o terceiro ciclo de revisão tarifária periódica para a Empresa Energética de Mato Grosso do (Enersul), com redução média de 3,17%. Para a indústria, o reajuste é de 10,4%. Para as residências, a diminuição é de 8,91%. As novas tarifas valem a partir de 8 de abril. A empresa atende 839 mil unidades consumidoras em 72 municípios do Mato Grosso do Sul.

A proposta aprovada pela agência reguladora em janeiro, que passou por consulta pública, colocava uma redução média de 3,67%, sendo uma queda de 1,42% para indústria e de 4,63% para residências. A revisão tarifária, prevista nos contratos de concessão, é feita, em média, a cada quatro anos. O valor pode aumentar ou diminuir. O objetivo, segundo a Aneel, é preservar o equilíbrio econômico financeiro da concessão.

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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) multou hoje a operadora Brasil Telecom de Mato Grosso do Sul em R$ 514 mil. A empresa, que é incorporada ao Grupo Oi, cometeu irregularidades na tarifação de chamadas de telefonia fixa entre as localidades de Itaporã e Montese. A operadora também terá de ressarcir valores aos usuários, segundo informa despacho publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira.

Líderes indígenas da etnia Guarani Kaiowá e Ñadeva pediram nessa segunda-feira (29) à Procuradoria-Geral da República (PGR) mais segurança e urgência no processo de demarcação de suas terras em Mato Grosso do Sul. Eles se reuniram com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat. Os índios também entregaram um documento solicitando o apoio do Ministério Público Federal (MPF) para garantir melhorias no acesso ao Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, área ocupada pelos indígenas na Fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul (MS).

No documento, eles explicam a situação pela qual passam e reafirmam que “a comunidade decidiu que não vai sair nem por bem e nem por mal”. “Vamos lutar pela nossa terra até o último guerreiro”, diz. Os índios relataram ainda a ocorrência de mais um suicídio, no último sábado (26) e também denunciaram o estupro de uma índia ocorrido na quarta-feira (24).

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Otoniel Guarani Ñadeva, um dos líderes, disse que os índios estão se sentindo ameaçados e que precisam que o Estado trabalhe para dar mais segurança aos índios que estão no Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, onde vivem atualmente 200 índios guarani kaiowás. O acampamento ocupa uma área de 2 hectares.

Para Otoniel, a demora da Fundação Nacional do Índio (Funai) em divulgar o relatório definindo se a área reivindicada pelos índios pertence à etnia, está contribuindo para a situação de violência. “Nós queremos resolver a questão da demarcação das terras. Queremos que a Funai divulgue o resultado final sobre a demarcação de terras. Aí, sim, acabaria a violência que o nosso povo sofre hoje”, disse.

Para Deborah Duprat, que coordena a 6ª Câmara do MPF, que trata de populações indígenas e comunidades tradicionais, a situação dos guaranis kaiowás é “um dos vários casos em que a omissão do Estado na demarcação de terras indígenas gera reações dramáticas como essa”, disse.

Segundo ela, a situação dos guaranis kaiowás é semelhante à vivenciada na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. “Há uma reação enorme do setor dito produtivo de Mato Grosso do Sul. Há uma resistência que chega a ser quase um racismo institucional. O estado colocando as suas instituições contra os índios”, declarou.

Pra a vice-procuradora, o MPF tem cobrado agilidade da Funai na divulgação do relatório, mas que a fundação vem estourando todos os prazos. “A Funai firmou com o MPF, há cerca de três anos, um termo de ajustamento de conduta se comprometendo com prazos para a identificação de todas as áreas indígenas em Mato Grosso do Sul. Nada disso foi cumprido. É preciso que esses processos sejam concluídos”, disse.

No dia 16 de outubro, o MPF em Dourados apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3) para reformar a decisão da Justiça Federal em Naviraí, que determinou a saída dos índios da fazenda. O MPF pede a permanência da etnia Guarani Kaiowá na área até que sejam concluídos os estudos antropológicos aptos a determinar a tradicionalidade da ocupação. A expectativa é que o recurso seja julgado até quarta-feira (31).

Mais duas lideranças vão se juntar ao grupo que está em Brasília. Eles representam 94 mil índios de oito etnias. Nesta terça-feira (30), eles vão se reunir com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para tratar das violações de direitos humanos sofridas pelos índios.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) negou, em nota, que haja intenção de suicídio coletivo dos índios guaranis kaiowás, do Mato Grosso do Sul. A entidade, vinculada ao Ministério da Justiça, informou que as lideranças indígenas foram ouvidas e informaram que há é uma "determinação de não deixar o local que consideram sua terra tradicional". A Funai também informou que interpôs um recurso para reverter a situação perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, e que aguarda a apreciação.

Nos últimos dias, o assunto ganhou espaço na mídia com uma suposta ameaça de suicídio coletivo. O assunto também está entre os mais comentados nas redes sociais, chegando ao Trending Topics do Twitter e com várias manifestações de apoio aos índios no Facebook.

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Tudo começou depois a Justiça Federal de Naviraí determinou que os 170 índios (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) deixassem a Fazenda Cambará, onde estão acampados há um ano, às margens do rio Hovy. Em carta endereçada ao governo brasileiro e a Justiça, a tribo condenou a liminar e considerou a ação como parte "de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena". Em um dos trechos, os índios ressaltaram o descrédito à Justiça brasileira, que não dá a eles "a esperança de sobreviver dignamente e sem violência" na região e que não têm mais a quem recorrer, se a própria Justiça está contra eles.

Na carta, os índios também explicaram que os antepassados também viveram no local e ali estão enterrados e pediram para que não fosse decretada a ordem de despejo. O trecho que causou o alarde no País foi o que os índios pediram para que fosse decretada a morte coletiva deles e que os corpos fossem enterrados no local.

"Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos", diz a carta.

Apesar de ser considerada pela imprensa e internautas como uma declaração de suicídio coletivo, o líder indígena, Eliseu Lopes, esclareceu que se trata de uma decisão de lutar pela terra, de não abandoná-la, mesmo que todos sejam mortos, já que pistoleiros foram contratados pelos fazendeiros para ameaçar os índios.

“Estamos fazendo esse ato para dizer que muitas lideranças já foram mortas, derramaram sangue pelas suas terras, mas não queremos mais isso. Já decidimos coletivamente que não vamos sair das terras porque nós não temos para onde ir”, frisou ele, durante uma manifestação pacífica na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na semana passada.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que também participou da mobilização na capital federal, também negou a ideia de suicídio e reivindicou a homologação e demarcação de terras. De acordo com a entidade, entre 2003 e 2011, 503 índios foram assassinados no Brasil, sendo 279 do povo Guarani Kaiowá. “Precisamos que o Estado tome as iniciativas adequadas que são de direito e dever do Estado brasileiro para a proteção física das pessoas, dos indivíduos guaranis kaiowás e, especialmente, tome as iniciativas estruturantes no sentido de implementar suas terras tradicionais e assim, superar os conflitos naquela região”, explicou o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto.

Um levantamento feito pela entidade mostra que, desde 1991, apenas oito terras foram homologadas para os indígenas, que somam 43 mil pessoas. Sobre suicídios, o Conselho revelou que ocorreram 555, entre 2003 e 2010, causados por “situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas”. "Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada", explicou em nota.

Com informações da Agência Brasil.

 

Os partidos políticos estão proibidos de contratar menores de 18 anos, conforme decisão do Ministério Público do Trabalho (MPT), que tem a intenção de coibir a exploração de crianças e adolescentes durante o período de eleições.

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Atividades como entrega de panfletos ou qualquer tipo de propaganda eleitoral não podem ser feitas por crianças e adolescentes em avenidas, ruas, logradouros ou qualquer outra via pública que possa expô-los a situações de risco ou perigo.

Os partidos políticos de 30 municípios do sul do estado de Mato Grosso do Sul já foram notificados sobre a proibição e caso as legendas não cumpra com a recomendação, o MPT adotará medidas legais e judiciais para punir os responsáveis.

Um capitão da Força Aérea Brasileira (FAB) morreu após a queda de uma aeronave a 10 km do aeroporto internacional de Campo Grande, no centro-oeste de Mato Grosso do Sul. A queda aconteceu às 8h40 deste sábado, de acordo com a FAB.

O piloto, capitão-tenente Bruno Oliveira, estava sozinho na aeronave, um caça de modelo A-29 Super Tucano. A aeronáutica iniciou as investigações para apurar os fatores que contribuíram para a queda do avião e está prestando todo apoio aos familiares. O Corpo de Bombeiros de Campo Grande foi acionado e também presta auxílio na região do acidente.

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De acordo com uma nota oficial divulgada no site da Força Aérea Brasileira, Oliveira era oficial da Marinha do Brasil e, desde o início do ano passado, realizava o Curso de Líder de Esquadrilha da Aviação de Caça no Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação da FAB.

Dourados (MS) - O Ministério Público Federal (MPF) vai pedir que a Justiça Federal responsabilize o Estado brasileiro pela atual situação dos cerca de 50 mil índios Guarani Kaiowá que vivem em Mato Grosso do Sul.

O procurador da República em Dourados (MS), Marco Antonio Delfino de Almeida, planeja entrar com acões civis públicas na Justiça Federal. Almeida adiantou à Agência Brasil que deve impetrar as duas primeiras ações em janeiro de 2012. Segundo ele, poderão ser as primeiras de uma série de ações individualizadas ajuizadas - uma para cada comunidade ou denúncia de violência contra os índios no estado. Se for condenada, a União pode, entre outras coisas, ser obrigada a acelerar o processo de demarcação de novas reservas.

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"Isso vai demandar tempo porque, para não sermos levianos, vamos precisar de laudos técnicos que comprovem os prejuízos em cada um dos caso. E também porque apenas dizer que os índios foram prejudicados é muito pouco", declarou Almeida, revelando que o levantamento de informações para comprovar a exata dimensão dos prejuízos causados aos Guarani Kaiowá já foi iniciado.

Entidades ligadas à causa indígena e órgãos governamentais apontam Mato Grosso do Sul como o estado mais perigoso para os índios viverem. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 250 indígenas foram mortos no estado de 2003 a 2010. Embora muitas dessas mortes sejam resultado de crimes comuns, como brigas entre os próprios moradores de uma comunidade, a maioria está ligada à luta pela terra que índios e fazendeiros travam há décadas. Para especialistas, muitos dos crimes entre índios são consequência da situação de confinamento em reservas cuja área se tornou insuficiente para abrigar a todos, da falta de perspectivas ou da perda da identidade cultural, que, entre coisas, ocasiona a derrocada dos tradicionais mecanismos de mediação de conflitos internos.

"Cada comunidade tem um histórico de violência e de mazelas decorrentes desse processo de confinamento, como a desnutrição infantil e a violência. É importante caracterizar como a União contribuiu para isso em cada um dos casos", afirmou o procurador. Para Almeida, a União não apenas tem sido omissa em relação ao conflito fundiário causado pelo estímulo à produção agropecuária no Centro-Oeste, como, inicialmente, contribuiu para que a situação chegasse ao ponto que chegou.

Segundo o procurador, durante as primeiras décadas do século 20, a pedido de fazendeiros recém-chegados ao estado, onde adquiriam, legalmente ou não, terras, a União passou a remover os índios de seus territórios tradicionais. Eles foram concentrados em reservas, liberando as demais áreas para a agropecuária. "Um processo semelhante à formação de guetos de judeus" que, segundo o promotor, resultou na disputa fundiária que já se arrasta há décadas, provocando não só prejuízos aos índios, mas também um clima de insegurança jurídica que prejudica o próprio setor produtivo.

De acordo com a Funai, os Guarani Kaiowá são, atualmente, o mais numeroso povo indígena do país, com cerca de 50 mil pessoas vivendo em Mato Grosso do Sul. A maioria delas vive em situação de miséria, ocupando 42 mil hectares (o equivalente a 420 milhões de metros quadrados ou 42 mil campos de futebol).

Em 2009, a Agência Brasil já havia publicado uma série de matérias sobre os conflitos fundiários na região. O especial Duas realidades sobre o mesmo chão mostra as contradições em uma área onde indígenas em condições precárias vivem ao lado de latifúndios prósperos.

Brasília – O líder dos Guarani Kaiowá, cacique Nísio Gomes, foi morto na manhã de hoje (18) no município de Amambaí, em Mato Grosso do Sul. Cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram o acampamento Tekoha Guaiviry e atiraram no cacique. Depois de morto, o corpo do líder indígena foi levado pelos pistoleiros.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), representantes regionais da Funai e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) estão no acampamento prestando assistência aos indígenas. Além disso, agentes das polícias Federal e Civil foram deslocados para a área do conflito e abriram inquérito policial.

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A área ocupada pelos Guarani Kaiowá faz parte da região denominada Terra Indígena Amambaipeguá. O processo de demarcação da terra começou em junho de 2008 e, desde então, foi interrompido diversas vezes por decisões judiciais, em ações movidas por produtores rurais da região e forças políticas municipais e estaduais.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos oito anos, cerca de 200 índios foram mortos em conflitos de terra. A assessoria do conselho informou que os indígenas ocuparam o trecho da terra que está em processo de demarcação no início deste mês.

O Ministério Público Federal (MPF) em Ponta Porã pediu a instauração de inquérito para investigar o caso. Em nota, o MPF informou que a equipe da Polícia Federal, acompanhada de representantes do Ministério Público e da Funai, confirmou o desaparecimento do corpo do cacique. Dos cerca de 60 índios que estavam no acampamento, somente dez foram contatados pelos investigadores, os demais estão escondidos na mata.

A perícia policial confirmou presença de sangue humano no local onde o cacique foi morto. Também ficou comprovado que o corpo do cacique foi arrastado pelos pistoleiros. Um dos filhos de Nísio Gomes está no Instituto Médico-Legal de Ponta Porã, fazendo exames de corpo de delito.

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