Tópicos | Lucas Brito

A prisão de 19 ativistas na manhã do último sábado (12) por suspeita de envolvimento em atos violentos em protestos no Rio de Janeiro foi criticada nesta segunda-feira (14) durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado Federal, para debater a criminalização dos movimentos sociais. Representantes de estudantes e trabalhadores apontaram o episódio como exemplo do recrudescimento da repressão do Estado contra as manifestações.

Segundo os ativistas, as pessoas foram presas sem o devido processo legal, enquanto advogados, membros da OAB e jornalistas teriam sido detidos "para averiguação". A operação policial foi deflagrada para cumprir mandados de prisão expedidos pela 27ª Vara Criminal da capital fluminense. A polícia teria apreendido explosivos, computadores e celulares, além de uma máscara de proteção contra gás lacrimogêneo. A ação ocorreu na véspera da final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina, no Estádio do Maracanã. O objetivo seria prevenir manifestações durante a partida.

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De acordo com o representante do CSP-Conlutas, Luis Carlos Prates, a prisão dos ativistas e a atuação da polícia militar contra manifestações durante a Copa do Mundo foram desproporcionais. Segundo ele, manifestantes vem sendo tratados como terroristas. “Prevê-se que você vai cometer um crime, segundo eles, que é fazer uma manifestação, e, de antemão, as pessoas são presas. Isso sequer no regime militar era feito dessa maneira. Então, é necessário barrar essa ofensiva”, disse Prates.

Segundo o representante da Assembleia Nacional de Estudantes Livres (Anel), Lucas Brito, desde as jornadas de junho do ano passado, o Estado tornou-se mais violento contra manifestantes. “A resposta que a gente teve de vários governos, e da polícia militar em especial, foi uma resposta de agressividade e criminalização de nossas lutas e de nossos lutadores e lutadoras”, relatou.

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