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Após a saída na segunda-feira (29) dos dois últimos pacientes que estavam internados no hospital de campanha do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, a Prefeitura estuda se manterá ou não contratos com os hospitais privados para usar leitos de UTIs. O hospital do Pacaembu, que foi aberto no dia 6 de abril, foi fechado. Segundo a Prefeitura, foram atendidos 1.515 pacientes.

"Tivemos redução no número de novas internações nas últimas quatro semanas", disse o prefeito Bruno Covas (PSDB). No domingo, a cidade teve 11 pedidos de transferência para UTIs. No auge da crise, no mês passado, "o número chegou a ser entre 80 e 90", disse.

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Os dois últimos pacientes que deixaram o hospital do Pacaembu, sob aplausos, foram uma mulher de 61 anos e um homem de 55. Segundo a Prefeitura, a previsão de custo inicial do hospital, que tinha 200 leitos, era de R$ 28,4 milhões, mas o gasto final foi de R$ 23 milhões.

Dos 1.340 leitos de UTI existentes na cidade para atender pessoas infectadas pelo coronavírus, 648 (53%) estavam com pacientes ontem - 510 em leitos da Prefeitura e 138 em hospitais particulares. Com 530 leitos públicos sem utilização, há dúvidas na gestão Covas se é preciso manter leitos na rede privada.

Cada leito da rede privada custa à Prefeitura R$ 2,1 mil por dia. Convênios com hospitais privados são assinados por período de 30 dias, e a maioria vence hoje. Nesta semana, os acordos ainda devem ser renovados, mas haverá nova avaliação até sexta-feira. Se os contratos forem mantidos, a Prefeitura deve reduzir a quantidade de leitos solicitados aos hospitais particulares. No momento, estão disponíveis 190 leitos.

Mas a aceleração da covid-19 no interior traz duas preocupações: de que a tendência de queda de internações e óbitos na cidade se altere com a chegada de pessoas infectadas vindas das demais cidades e de que cidades do interior fiquem sem vagas e transfiram, por intermédio do governo do Estado, pacientes para a capital.

A Prefeitura negocia com a gestão João Doria (PSDB) para que leitos ocupados com pacientes do interior não entrem na conta da taxa de ocupação de UTIs da capital, uma vez que esse índice é usado para a reabertura econômica. Na semana passada, com os leitos da cidade lotados, a prefeitura de Sorocaba transferiu cinco pacientes de covid-19 para hospitais da capital.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi adiada para quinta-feira (21) a votação do Projeto de Lei (PL) 2.324/2020, que obriga a rede privada de saúde a ceder leitos não ocupados para pacientes do SUS com Síndrome Aguda Respiratória Grave e suspeita ou diagnóstico de Covid-19. O uso será indenizado pelo setor público. A sessão deliberativa remota está marcada para as 16h.

Após a leitura do relatório pelo senador Humberto Costa (PT-PE), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que, pelo adiantado da hora, muitos parlamentares poderiam perder a oportunidade de se manifestar em uma matéria importante. Além do texto principal, há cinco destaques que tentam alterar o texto e que precisam ser votados.

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"Para tentar compatibilizar, achei por bem transferir a discussão para amanhã, no começo da sessão, já que é uma matéria muito importante. O senador Humberto fez um belo trabalho, ouvindo todos os atores envolvidos, senadores, líderes, parlamentares, para construir o substitutivo", explicou.

O projeto, do senador Rogério Carvalho (PT-SE), faz parte da lista de proposições prioritárias para enfrentar a pandemia provocada pelo coronavírus. De acordo com o senador, cerca de três quartos da população brasileira depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem menos da metade dos leitos de UTI do país. Para ele, é preciso agir diante da sobrecarga provocada pela pandemia.

Regras

O texto altera a lei que instituiu o estado de calamidade pública para possibilitar o uso compulsório de leitos privados — inclusive os que não atendem o SUS de forma complementar — para a internação de pacientes da rede pública. Pelo projeto, todos os hospitais, tanto públicos quanto privados, ficam obrigados a informar diariamente o total de leitos disponíveis e ocupados, na enfermaria, nos apartamentos e na UTI.

Também deve ser informado o total de pacientes aguardando vaga de UTI. No relatório, o gestor hospitalar deverá diferenciar os leitos e equipamentos já destinados ao tratamento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave ou com suspeita ou diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus.

A distribuição dos pacientes será administrada pelos gestores estaduais, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), com base nas demandas dos entes federativos, a distribuição dos leitos públicos e a utilização dos leitos privados. A União destinará recursos para o financiamento do serviço, com a transferência obrigatória de recursos do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais ou municipais, além de verbas federais previstas na lei que trata dos valores mínimos que devem ser aplicados em saúde. .

Alterações no texto

O relator é o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde. A principal mudança do relatório é a previsão de que só serão acionados os hospitais da rede privada que tenham taxa de ocupação inferior a 85% em leitos de UTI designados para Síndrome Respiratória Aguda Grave ou com suspeita ou diagnóstico de covid-19.

Humberto Costa também incluiu no texto a necessidade de tentativa de negociação entre os gestores do SUS e as entidades privadas para a contratação emergencial dos leitos antes do uso compulsório. O relator retirou do projeto a obrigatoriedade dos hospitais de informar a quantidade de ventiladores pulmonares disponíveis, prevista no texto original do PL. “Entendemos que esta possa ser imprecisa considerando a dinâmica própria do uso dos aparelhos”, alegou.

O relator ainda acatou a algumas emendas de senadores de forma integral. Uma delas, da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), estipula que os relatórios dos hospitais com os leitos disponíveis devem ter “publicidade ampla e diária”.

Da Agência Senado

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