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A simulação de resgate em situações de ajuda humanitária é o melhor caminho para reforçar a atuação conjunta do Brasil com países vizinhos. A avaliação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann que visitou o exercício multinacional de simulação de ajuda humanitária, Amazonlog, na tríplice fronteira com o Peru e a Bolívia. A atividade, executada em parceria com os países vizinhos, reuniu cerca de duas mil pessoas em Tabatinga, no Amazonas.
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A cidade fica distante cerca de 1,1 mil quilômetros de Manaus. Só é possível chegar de barco ou avião. O município, com pouco mais de 60 mil habitantes, está localizado na tríplice fronteira com as cidades de Santa Rosa, no Peru, e Letícia, na Colômbia. A cidade foi escolhida pelos militares devido ao difícil acesso e à falta de estrutura, como comunicações, estradas, dificuldades para conseguir grande quantidade de alimentos.
“Aqui, países que são nossos amigos e vizinhos trabalham conosco, exercitam conosco como atender nossas populações, como alimentá-las, como fazer sua triagem e como dar conforto em situações que muitas vezes são de grande calamidade e podem envolver perda de vidas”, disse o ministro na tarde desse sábado (11), após visitar a base internacional montada para abrigar as tropas.
Jungmann presenciou a simulação de distribuição de cargas com vacinas para a população vítima de um surto de hepatite e sobrevoou a demonstração de medidas para atender a população na possibilidade de explosão de embarcações no Rio Solimões.
As atividades fazem parte de um conjunto de simulações das Forças Armadas para treinar procedimentos de ajuda humanitária em caso de catástrofes como secas, enchentes, terremotos. Uma base militar multinacional foi montada para dar suporte a militares e socorro emergencial às “vítimas”.
As ações contam com a participação de diversos órgãos governamentais como a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Defesa Civil, o Ministério das Relações Exteriores.
As simulações envolveram o uso de helicópteros, aviões, além de diversas embarcações para as ações de simulação de acidentes. Também foram feitos atendimentos de saúde para a população ribeirinha e comunidades indígenas do Brasil e dos países vizinhos. Alguns dos exercícios contam com a participação de "figurantes".
EUA
O exercício, previsto para terminar amanhã (13) conta com a presença de militares dos Estados Unidos e de outros países. A presença dos americanos foi motivo de polêmica. Parlamentares da oposição questionaram a presença dos norte-americanos com o argumento de que isso poderia representar uma ameaça à soberania do país.
Pelo Brasil, participam cerca de 1.550 militares; a Colômbia enviou 150; o Peru, 120; e os Estados Unidos, 30. Os americanos participaram como observadores integrados. Eles cederam uma aeronave C-130 para deslocamento de equipamentos e pessoal. Outros países, como Alemanha, Rússia, Canadá, Venezuela, França, Reino Unido e Japão, também enviaram observadores.
Para o ministro, essas críticas em relação à participação dos EUA são “míopes”. “Isso mostra total desconhecimento, porque já participamos desse mesmo exercício nos EUA, sem qualquer problema”, disse. “A atividade reforça a ideia de ajuda humanitária. Temos que dar as mãos quando se trata de atender as populações. Quando houve catástrofes no Peru; no Chile, nós lá estávamos... a forma como a Colômbia tratou a Chapecoense depois do acidente. É isso que queremos: ajuda mútua em favor dos nossos povos”, acrescentou o ministro ao se referir ao acidente de avião com o time brasileiro que matou 71 pessoas e deixou apenas quatro sobreviventes.
Roraima
De Tabatinga, o ministro voou para Roraima, onde desceu na região de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Lá, ele acompanhou a situação dos venezuelanos que estão migrando para o lado brasileiro. Recentemente, a cidade inaugurou um abrigo com capacidade para 200 pessoas. “Hoje as Forças Armadas e outras agências já cuidam de boa parte do atendimento das pessoas que chegam ao Brasil através de Roraima e vamos continuar ajudando e na medida em que se faça necessário”, destacou.
O Brasil é o segundo país do mundo que mais recebe venezuelanos. Em primeiro lugar estão os EUA com 18,3 mil pessoas. Aqui, até o momento foram cerca de 13 mil solicitações de refúgio. Os dados são da agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).