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Nesta terça-feira (26), por volta das 12h30, a espera mais longa da vida da servidora pública Claudia Cavalcanti teve fim. A pequena Júlia Alencar, de 1 ano e 9 meses, retornou aos braços da mãe após ter sido levada pelo pai Janderson Rodrigo Salgado há 15 dias. No Aeroporto Internacional do Recife, o encontro da bebê com a mãe veio dos braços de Gleide Ângelo, delegada responsável pelo caso. De acordo com a Polícia Civil, em depoimento, Janderson não demonstrou arrependimento e afirmou que a filha era só dele.

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Na Delegacia do Turista de Pernambuco, também no Aeroporto, Gleide detalhou as investigações e contou que o pai da criança agiu muito friamente em seu depoimento e disse não se arrepender de ter levado a filha dos braços da mãe. "Ele repetiu várias vezes que é o pai da criança e que pode fazer o que quiser que ninguém tem nada com isso", relatou a delegada. Janderson tinha todos os documentos da filha e por onde passava inventava histórias de que era viúvo e que a criança não tinha mãe.

De acordo com Gleide, durante o trajeto de Macapá até o Recife, em poucas falas, ele afirmou que quando crescer a menina vai morar com ele. A delegada informou que apesar de ser pai da criança, Janderson infringiu a Legislação Brasileira no Art. 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que atribui como crime subtrair uma criança sem ter a guarda legal para colocar em laço substituto. Ainda nesta segunda-feira (25), Janderson será transferido para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

Para justificar os atos, o pai da criança afirmou que os policiais não conheciam a Claudia, mãe da criança e por isso estariam agindo dessa forma. Para Gleide, essa só foi mais uma forma de tentar justificar os atos. "Quem comete um crime geralmente faz isso. Coloca sempre a culpa no outro", contou. Gleide informou que Janderson sempre agiu com um ar de deboche e muita ironia nas conversas com a delegada.

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Criança está com a saúde debilitada

Por ter percorrido muitos quilômetros em poucos dias, a criança está muito debilidade. De acordo com Gleide, Júlia está com forte tosse, muita secreção, cansaço, boca estoura e moleza. Ela chegou a passar dois dias em um barco com a pele exposta a muitos mosquistos e deve ir ao médico ainda nesta segunda. "Ele chegou a dar fortes remédios à criança sem a autorização e prescrição médica", detalhou Gleide.

Roteiro

Em 15 dias de fuga, Janderson percorreu ao todo nove cidades do Nordeste e do Norte do país. De acordo com a Polícia Civil, Janderson pegou a criança no dia 10 de julho, em Olinda, às 9h e duas horas depois já estava em um ônibus seguindo para a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. De lá, Janderson teria ido direto para Mossoró-CE.

Em seguida, Janderson levou Júlia a Fortaleza-CE e, no mesmo dia, a São Luís-MA. De lá, Janderson seguiu para Marabá e depois Altamira, se aproximando da fronteira com a Guiana Francesa. Ainda de acordo com a Polícia Civil, Janderson seguiu para Vitória do Xingu, onde pegou um barco para o Amapá e depois foi para Santana, cidade vizinha do Amapá.

Na manhã desta segunda-feira (18), Maria Nazaré Salgado de Alencar, avó paterna da pequena Júlia Cavalcanti Alencar, desaparecida desde o dia 10 de julho, prestou um novo depoimento na sede do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). De acordo com o delegado responsável pelo caso, Ademir Soares, ela demonstrou muita tristeza e ratificou a informação de que não mantém contato com o filho e que não sabe para onde ele foi. 

No depoimento, Maria Nazaré detalhou à polícia que as redes sociais do filho e engenheiro, Janderson Alencar, seguem desativadas e os telefones estão desligados, desde o dia do desaparecimento dele com Júlia há oito dias. Filha de pais separados, a criança foi pega na casa da mãe para passar o final de semana com o pai, conforme a decisão judicial, e não foi devolvida. 

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"A avó chorou bastante. Ela diz querer a neta de volta o tempo todo. Ela nos deu alguns detalhes de possíveis amigos que ele poderia ter entrado em contato, mas no geral, foram poucas informações que conseguimos", detalhou o delegado à frente do caso. Desde o desaparecimento da criança, a mãe Cláudia Cavalcanti deu início a uma campanha nas redes sociais para ajudar na localização da filha. Em postagens, ela pede que Janderson devolva a pequena Júlia e alega que ninguém o proibiu de vê-la.

Para o delegado Ademir Soares, o fato do engenheiro ser de classe média alta e ter sacado uma grande quantia de dinheiro, dificulta as investigações . "Ainda iremos ouvir mais pessoas próximas de Janderson Alencar. Até o momento, já passamos todas as informações para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que o órgão monitore as principais rotas de saídas do Estado", apontou. O delegado completou ainda que já foi deliberado um mandado de busca e apreensão contra Janderson. 

A polícia pede que quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Janderson e da criança entre em contato com a família de Cláudia, mãe do bebê, através do número (81) 99752-9191. A DPCA também pode ser contactada pelo telefone (81) 3184-3578.

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