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Uma mistura de expectativa e tensão tomou conta do Cine PE 2017. A grande espera da noite foi a apresentação do filme 'O Jardim das Aflições', do diretor Josias Teófilo, que apresentou o documentário sobre a obra do 'filósofo' Olávo de Carvalho.
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Cercado de várias polêmicas, o documentário levantou uma carga extensa de comentários, manifestações e posicionamento político, contra sua produção. Entretanto, contrário a todo esse fervor de ideias, um público expressivo, que defende as ideologias de Olavo, marcou presença durante a sessão, com camisas que enalteciam o escritor e a direita.
O realizador do filme, o pernambucano Josias Teófilo, foi exaltado e 'tietado' e apoiado pelo público presente. Em entrevista ao LeiaJa.com, o diretor externou o seu posicionamento em relação à criação do trabalho, abordou as polêmicas e da expectativa de lançar o documentário no Cinema São Luiz.
"Quando pensei em gravar não imaginei que chegaria a esse ponto. Até porque, o filme não tem um teor político, ele vai de encontro ao entendimento das manifestações", falou o diretor. De acordo com Teófilo, o trabalho atende a um público 'esquecido', e que não é favorecido com produções nacionais, Para ele, o Jardim quebra essa lacuna. "As pessoas precisam, primeiramente, olhar de frente a obra para depois julgá-la", defendeu.
Quando questionado se o retorno à Região de origem causou tensão após as polêmicas envolvendo colegas da mesma classe, Josias pontuou. "Confesso que o clima foi tenso, Inclusive, estavamos esperando que tivesse algum tipo de movimentação e até violência. Com isso, a expectativa é muito grande de estar no Cinema São Luiz e retornar em um cenário tão crítico", considerou.
Já o produtor do filme Matheus Bazzo falou que a estratégia dos realizadores retirarem os filmes foi burrice. "Espero que eles tenham se arrependido. Isso foi burrice e só ajudou na divulgação do nosso documentário e a assessoria de imprensa", comentou.
Antes mesmo da exibição do seu trabalho, o cineasta foi ovacionado pelo público presente e durante o seu pronunciamento acerca da obra, Josias criticou a retirada dos filmes, falou sobre a produção, mas sem citar Olavo de Carvalho. "Demoramos dois anos para concluir o trabalho e agora, esperamos que as pessoas juguem a obra após olhar ela de frente", concluiu.
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Falando sobre a retirada dos sete filmes, Teófilo lamentou. "Agradeço a todos que estão aqui. A pressão da classe foi grande, inclusive o meu amigo Luiz Joaquim não aceitou ser homanageado, mas estamos aqui e pergunto: quem quer ver o filme no circuito alternativo?", questionou em tom de provocação. Em resposta, o diretor recebeu inúmeros aplausos e surgiram gritos em defesa de Jair Bolsonaro. O filme apresentou, através da filosofia, pensamentos, questionamentos, posicionamento político e o poder do Estado.
Polêmica - No início de maio, sete realizadores selecionados para o Cine PE desistiram de participar da mostra competitiva do evento. Em uma nota divulgada, os representantes dos filmes defenderam que a edição de 2017 do festival favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora. A decisão foi tomada devido à escolha dos filmes 'Real, o plano por traz da história' e 'O Jardim das Aflições'.
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