Dois milhões de jovens receberão o papa Francisco no Rio de Janeiro para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), no final de julho, as primeiras do Sumo Pontífice argentino, que não descarta se reunir com jogadores de futebol, indicou um dos organizadores nesta quinta-feira.
"Podemos pensar razoavelmente em um total de cerca de dois milhões de jovens que irão ao Rio de Janeiro", explicou à agência católica SIR o padre Eric Jacquinet, responsável francês pela organização das JMJ no Conselho Pontifício para os Laicos.
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"Se tirarmos os jovens brasileiros e os argentinos, empolgados em ir ao encontro de um papa de sua nacionalidade, os jovens americanos estão no momento à frente, com 18.000 inscritos, seguidos, de longe, pelos italianos", indicou.
Jacquinet disse que a ida de Francisco à Basílica de Aparecida do Norte é muito provável, mas descartou a ida do Papa à Argentina ao término da viagem. Várias fontes indicam que Mario Jorge Bergoglio visitará o seu país natal em dezembro.
"Parece certo que o Papa não irá à Argentina, mas é muito provável que ele faça uma visita durante a noite ao santuário nacional de Aparecida", explicou o padre Jacquinet à SIR.
"Entre as questões a definir está também um encontro com jogadores de futebol, em um evento que serviria para promover a Copa do Mundo de 2014" no Brasil, disse, sem indicar se o Sumo Pontífice assistirá a uma partida.
Ainda não há uma programação detalhada para esta visita ao Brasil, de 23 a 28 de julho. Uma delegação do Vaticano deve vir ao país na próxima semana e o Papa a receberá depois para estabelecer uma agenda definitiva.
Durante a conferência do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), organizada em Aparecida em 2007, o cardeal Bergoglio desempenhou um papel fundamental como redator do documento dos bispos. Ele denunciou na época o "crime social" da pobreza que "limita a possibilidade de uma vida plena para muitos irmãos".
As únicas JMJ da América do Sul, continente mais católico do mundo, foram realizadas em Buenos Aires no ano de 1987, durante o pontificado de João Paulo II.
Uma ida do Papa à Argentina é muito esperada após as denúncias de que ele havia evitado se pronunciar pelos desaparecidos durante os anos negros da ditadura.
Francisco manifestou nesta quinta a sua solidariedade às Mães da Praça Maio através de uma carta na qual assegura que "compartilha de sua dor" pelo desaparecimento de seus filhos e familiares durante a ditadura militar nesse país (1976-1983), informou nesta quinta o Serviço de Informação do Vaticano (SIV).
"O Santo Padre compartilha de sua dor e da de tantas mães e famílias que padeceram e padecem com a perda trágica de seus entes queridos nesse momento da história argentina", indica a carta, dirigida à presidente da Associação de Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, com data de 10 de abril e enviada em nome do Papa por Antoine Camilleri, subsecretário para as Relações do Vaticano com os Estados.