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Nesta terça-feira (5), é celebrado o Dia Internacional da Mulher Indígena, data que relembra a história de Bartolina Sisa, uma mulher da etnia aimara que encabeçou revoltas contra o domínio colonizador na América Latina. Sendo assim, o LeiaJá trouxe uma lista com cinco personalidades femininas indígenas que são reconhecidas no país devido a legitimidade de suas lutas.

Sonia Guajajara

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministra dos Povos Indígenas da gestão Lula (PT), é reconhecida internacionalmente pela luta em defesa dos direitos dos povos originários, seus territórios e causas socioambientais. Ela é graduada em letras e enfermagem, além dos cursos, a maranhense é pós-graduada em educação especial. Em 2022, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do ano pela revista norte-americana Time.

A ministra fez parte da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e atuou como coordenadora executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Joenia Wapichana

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Atual presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia atua há décadas em defesa do seu povo. Em 2008, ela conseguiu o feito de ter sido a primeira advogada indígena da história do país a se pronunciar no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a homologação que definiu os limites contínuos da Reserva Raposa Serra do Sol, localizada no estado de Roraima.

Em 2010, ela ganhou o Título de Ordem de Mérito Cultural, concedido pelo Ministério da Cultura. Três anos após esse reconhecimento, ela se tornou a primeira presidente da Comissão Nacional de Direitos dos Povos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em 2018, Joenia recebeu um Prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) por suas conquistas em direitos humanos. O mesmo prêmio já teve como vencedores o líder africano Nelson Mandela, Martin Luther King, Malala Yousafzai, as organizações Anistia Internacional e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Célia Xakriabá

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A parlamentar mestra em desenvolvimento sustentável e doutoranda em antropologia, foi eleita em outubro de 2022 como a primeira deputada federal indígena pelo estado de Minas Gerais, alcançando 101.154 votos da população.

O seu mandato defende a demarcação dos territórios indígenas, titulação dos quilombos, reconhecimento de profissionais indígenas e quilombolas da educação e reforma agrária e urbana.

Em março deste ano, a mineira foi eleita presidente da Comissão da Amazônia e Povos Originários da Câmara dos Deputados, sendo considerada a primeira indígena a assumir a presidência de uma comissão no Congresso Nacional.

Ela assumiu o posto afirmando que o colegiado não iria se limitar aos temas da Amazônia, mas que também contribuiria para a qualidade de vida dos povos tradicionais de todo território nacional, como quilombolas e ribeirinhos em situação de vulnerabilidade.

Txai Suruí

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Única brasileira a discursar na abertura oficial da Conferência da Cúpula do Clima (COP26) em 2021, Walelasoetxeige Suruí, ou Txai Suruí, foi a primeira do povo Suruí a cursar a graduação de direito em uma universidade pública. Ela também é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

Nos últimos anos, Txai vem participando de vários manifestos em defesa dos povos originários do país. À frente do seu grupo, a jovem já liderou atos contrários as políticas ambientais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sua gestão (2019-2022), e fez questão de denunciar o avanço da agropecuária sobre a terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia.

Alice Pataxó

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Considerada em 2022 como uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do ano, segundo a BBC, a ativista do clima e jornalista Alice Pataxó tem se destacado pela defesa da demarcação do território indígena.

Natural da etnia Pataxó, na Bahia, é conhecida por ter denunciado a JBS, empresa considerada a maior produtora de carne do mundo. Ela afirma que a JBS realiza atividades relacionadas às produções dentro de territórios indígenas, ou seja, trabalhando de forma ilegal.

A jovem liderança leva na bagagem também informações de vários territórios indígenas do território nacional, a fim de denunciar as violações e violências que têm ocorrido no Brasil contra os povos, e como essas relações políticas contribuem para o genocídio dos povos originários.

 

A CPI das ONGs aprovou nesta terça-feira (29) um pedido do presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM), para que a presidente da Funai, Joenia Wapichana, preste esclarecimentos sobre a presença de visitantes estrangeiros em terras sob jurisdição da fundação. Deve ser encaminhada à CPI documentação sobre ingresso e circulação em territórios, reservas, parques indígenas, colônias agrícolas indígenas e territórios federais indígenas, assim como em reservas extrativistas, quando sob jurisdição da Funai.

Para Plínio, muitas vezes os visitantes estrangeiros acabam tendo mais facilidade de circulação nas terras indígenas do que cidadãos brasileiros, mesmo autoridades. Ele reclama que mesmo a CPI das ONGs, em diligência recente, foi submetida a averiguação rigorosa para que pudesse fazer a diligência. 

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"Para penetrar nesses territórios, a Funai exige documentos como passaportes, vistos, comprovação de vacinação e planos de trabalho. Como aconteceu com os integrantes da CPI, exercendo portanto controle sobre os visitantes. Queremos a listagem dos visitantes estrangeiros autorizados formalmente nesses territórios, com as informações que levaram à aceitação da permanência", pede o senador no requerimento aprovado.

Plínio Valério acrescenta que a CPI teria informações sobre o ingresso nessas terras e permanência de estrangeiros que se apresentam como cientistas, religiosos, funcionários de entidades assistenciais e etc. "Há, por exemplo, um elevado número de canadenses que circulam em áreas indígenas no norte do Amazonas", diz. 

Também a pedido do senador, foi aprovada uma oitiva com Virgílio Viana, controlador da ONG Fundação Amazônia Sustentável. Valério quer que Viana esclareça melhor como a ONG usa recursos públicos e de origem externa que recebe.

"Em depoimentos e documentação apresentada à CPI, há diversas menções à Fundação Amazônia Sustentável sobre o uso de recursos públicos recebidos. Assim como recursos de origem externa, é preciso informações sobre a origem, legalidade e destinação. Com especial interesse na prestação de contas dos anos de 2017 e 2018", pede. A data da oitiva ainda será definida.

Além da Fundação Amazônia Sustentável, também foram aprovadas oitivas com diretores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), da Fundação Almerinda Malaquias, da Fundação Vitória Amazônica e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE). As datas desses depoimentos também serão definidas posteriormente.  Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado) 

*Da Agência Senado

Proteção territorial e desintrução (retirada) de garimpeiros, além da aplicação correta de recursos. São medidas urgentes que devem ser tomadas no Território Yanomami, segundo avaliação da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.

Ela esteve nesta quarta-feira (29) na comissão do Senado criada para acompanhar as ações na região. Joenia Wapichana apontou o aumento das invasões e das áreas de garimpo e a desestruturação da assistência de saúde indígena, além da falta de políticas de proteção desses povos, como as causas de uma tragédia anunciada. Ela falou sobre o que deve ser feito. 

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"[É preciso] superar esse quadro, o desmatamento, a destruição dos ecossistemas, a contaminação do solo, da água, o assoreamento dos rios, a diminuição da população dos peixes, a contaminação de peixes por mercúrio, a diminuição da roça", destacou.

Isso, segundo ela, falando da questão ambiental. Da parte da saúde, a preocupação é com o aumento de doenças infectocontagiosas e da contaminação por mercúrio, da desestruturação das comunidades e do tráfico de drogas.

Da parte da fiscalização das leis, o rastro do ouro precisa ser revisto. Segundo ela, acabar com a boa-fé, a possibilidade de compra do ouro sem o certificado de origem.  Representante do Ministério dos Povos Indígenas, Marcos Kaigang disse que a pasta trabalha em conjunto com outras áreas para montar um plano de atuação conjunta mas que o principal, uma das coisas que deve ser o foco, é o aumento do efetivo na região, dos servidores da Funai, da equipe de saúde e mais orçamento para as ações na região.

 

O governo federal formalizou a nomeação de Joenia Batista de Carvalho, mais conhecida como Joenia Wapichana, para exercer o cargo de presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O anúncio sobre a escolha de Joênia, que é advogada e ex-deputada federal, para o posto, foi feito ainda em dezembro passado. Ela é a primeira mulher indígena a ocupar a presidência do órgão e assume o posto diante da grave crise humanitária que atinge o povo Yanomami.

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A nomeação de Joenia Wapichana está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, dia 1º de fevereiro.

A Federação dos partidos PSOL e Rede em Roraima indicou a deputada federal Joenia Wapichana (Rede) para o cargo de ministra dos Povos Originários, pasta que deve ser criada ano que vem pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A advogada, que foi a primeira indígena eleita para o seu cargo no país, já faz parte da equipe de transição dos governos e tem dialogado com o futuro mandatário. A indicação foi divulgada nessa quarta-feira (30). 

Para a Federação, Joenia é a pessoa "mais adequada para o cargo", tendo em vista a atuação no Congresso Nacional, com um "perfil claro na defesa dos direitos coletivos dos povos indígenas, dos direitos dos trabalhadores, das minorias e, principalmente, no que se refere aos direitos sociais garantidos na Constituição Federal, tendo destaque nas pautas relacionadas à educação, saúde e meio ambiente." 

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A carta enviada a Lula, que conta com 12 assinaturas de instituições a favor do interesse indígena, cita também a origem de Joenia. Ela nasceu na comunidade indígena Truaru da Cabeceira, região do Murupu, zona Rural de Boa Vista, e tem uma longa trajetória nas lutas e discussões sobre direitos humanos, direitos dos povos indígenas e em defesa do meio ambiente. 

“Joenia é da região Amazônica, onde está concentrada a maior população indígena (55% do total do País) e maior número de povos indígenas (180), além do maior número de terras indígenas (424) e maior extensão”, pontua outro trecho. 

Também apoiam o nome dela para o ministério, segundo a Federação, lideranças indígenas renomadas, como o cacique Raoni Metuktire, do povo Kayapó, no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, o líder e xamã Yanomami Davi Kopenawa - também integrante da equipe de transição, além do ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas, filósofo, poeta e escritor brasileiro, Airton Krenak, de Minas Gerais. 

Eleições 2022 

Primeira indígena no Brasil a ocupar uma vaga como parlamentar na Câmara, a roraimense não se reelegeu em outubro, para o mandato de 2023 - 2026. Ela teve, neste ano, 11.221 votos, mas não alcançou a vaga devido ao quociente eleitoral. Com o fim do mandato da parlamentar em dezembro deste ano, indígenas de Roraima ficarão sem representante na Câmara Federal, em Brasília. 

Deputados lamentaram em Plenário a morte do líder indígena Paulinho Payakan, de 67 anos, em decorrência do novo coronavírus. Ele estava internado no sudeste do Pará desde o dia 9.

A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) ressaltou que Payakan é um dos mais de 280 indígenas mortos por Covid-19 até agora. “Ele foi um líder Kaiapó que muitas vezes veio ao Congresso em defesa dos povos indígenas”, afirmou.

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A parlamentar defendeu a importância de transformação em lei da proposta (PL 1142/20) que institui medidas para prevenir a disseminação da Covid-19 entre povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. O texto foi aprovado em maio pela Câmara dos Deputados e está no Senado.

O deputado Vicentinho Júnior (PL-TO) disse que o Brasil perde um “grande líder, que lutou por muitas décadas pela demarcação de terras indígenas”.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Uma comitiva de parlamentares estará nesta sexta-feira (10) na aldeia Juraçal, na terra indígena Arariboia (Maranhão), para ouvir lideranças indígenas sobre a violação de direitos humanos no local, onde ocorreram homicídios e invasões.

A comitiva será formada pela coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Indígenas, deputada Joenia Wapichana (Rede-RR); pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP); pelo deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) e pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Também participarão representantes de instituições de direitos humanos e de povos indígenas do Maranhão.

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O pedido de visita foi motivado pelo agravamento dos conflitos na terra indígena no fim do ano passado, que resultaram em mortes, entre elas a do líder Paulo Paulino Guajajara, em 1° de novembro, que integrava grupo conhecido como guardiões da floresta. Lideranças indígenas estiveram na Câmara dos Deputados em novembro para pedir a apuração e providências sobre os casos.

Em dezembro, a deputada Joenia Wapichana e a senadora Eliziane Gama estiveram com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, reforçando o pedido de proteção aos indígenas e ao território, além da investigação dos casos. Na ocasião, o ministro garantiu a presença da Força Nacional de Segurança e a apuração dos crimes.

Visita

Os requerimentos da visita à terra indígena Arariboia foram aprovados nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

O pedido é de autoria da deputada Joenia Wapichana, em conjunto com os deputados Túlio Gadêlha (PDT-PE), Camilo Capiberibe (PSB-AP) e Bira do Pindaré.

*Da Agência Câmara Notícias

O Projeto de Lei 5467/19 reverte em benefício dos povos indígenas os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental cometida em terras indígenas.

Apresentado pela deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), a proposta está em análise na Câmara dos Deputados. O texto altera a Lei dos Crimes Ambientais e o Estatuto do Índio.

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“As queimadas na Região Amazônica foi tema que ocupou a mídia nacional e internacional recentemente, fato que suscitou também a necessidade de proteção aos povos indígenas da região”, disse Joenia. “Entres as causas não naturais que envolvem as queimadas na região, foi noticiada a atuação de fazendeiros, inclusive com denúncias de serem responsáveis por queimadas dentro de terras indígenas”, completou.

“Diante dessas situações, nada mais justo do que reverter em benefício dos povos indígenas os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental cometida em suas terras”, concluiu.

Tramitação

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Direitos Humanos e Minorias; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Montagem/Facebook

Apesar do crescimento das bancadas conservadoras, a exemplo do PSL - partido de Jair Bolsonaro - que saiu de 1 para 52 deputados, o Congresso Nacional e as Casa Legislativas do país terão estreias significativas a partir de 2019, quando os eleitos no último domingo (7) tomam posse dos seus mandatos. Senadores e deputados ligados as causas progressistas, aos direitos das minorias e humanos são pontuais destaques na lista dos novos parlamentares.

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No Senado, por exemplo, terá a estreia de Fabiano Contarato (Rede-ES) primeiro senador declaradamente homossexual do país. Com 1,1 milhão de votos, ele desbancou o senador Magno Malta (PR-ES) que não foi reeleito no Estado. Já na Câmara Federal o destaque é para Joenia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena a conquistar uma cadeira entre os deputados federais. Um índio não ocupa uma vaga na Casa desde 1982, quando o cacique Mário Juruna foi eleito pelo PDT.

No âmbito das assembleias estaduais, os destaques são para os mandatos da primeira mulher negra eleita para deputada estadual da Bahia, um estado majoritariamente negro, Olívia Santana (PCdoB); a primeira transexual da história da Assembleia Legislativa de São Paulo, Erica Malunguinho (PSOL); além dos mandatos coletivos - a Bancada Ativista em São Paulo, com oito co-candidaturas, e a Juntas, em Pernambuco, com cinco mulheres - cada uma delas com uma mulher trans.

As bandeiras encabeçadas pela maioria dos marinheiros de primeira viagem, incluem desde os direitos LGBT, descriminalização do aborto e das drogas até a demarcação de terras indígenas, igualdade de gênero e combate ao racismo. Todos pontos rebatidos pela onda conservadora legislativa.   

Na ótica da cientista política Priscila Lapa, o comportamento dos eleitores de “negação dos grandes partidos ou das grandes lideranças”, que reproduziram nas urnas o desejo de uma maior fragmentação partidária do Legislativo e desbancou grandes caciques, é responsável por essas mudanças.

“Vamos ter 21 partidos representados [na Câmara] e isso representa uma mudança de perspectiva, traz alguns segmentos que antes não tinham representação. Isso traz algumas implicações, mas, de fato, abriu-se nesta leva a possibilidade de alguns segmentos, que vem tendo uma demanda crescente na sociedade, passar a ocupar um espaço de poder”, considerou.

Para a estudiosa, essas eleições pontuais tem um peso significativo e podem ser o início de uma tendência que pode ir se firmando e abrindo mais espaços. “Tem um peso de enfrentamento, porque se a gente tem uma tendência conservadora é muito simbólica a presença deles lá, se uma parte da sociedade faz uma movimentação conservadora existem pontos de avanço”, disse. “Eles são muito simbólicos, existe uma reacomodação de forças, temos ao mesmo tempo esse caráter conservador e pontos da sociedade que buscam espaço maior dentro da esfera pública”, completou.

Representação feminina

O número de mulheres na Câmara dos Deputados e em boa parcela das assembleias teve um leve aumento. Entre os deputados federais, as mulheres passaram de 51 para 77 com a eleição de domingo. Mas, apesar disso, três estados não elegeram nenhuma mulher para o cargo: Amazonas, Maranhão e Sergipe.

Já considerando o quadro de deputados estaduais, foram 161 eleitas, o que representa um aumento de 35% em relação a 2014. Em Pernambuco, por exemplo, o número passou de seis para 10 - podendo considerar 14 representantes, se considerar todas que compõem o mandato coletivo da Juntas. Contudo, também há casos que chamam a atenção, como o do Mato Grosso do Sul, onde não há mulheres nas 24 cadeiras da Casa.

“De fato houve um crescimento, mas não existe uma uniformidade desse crescimento. Em alguns estados a pontuação é negativa, quatro Estados zeraram sua representação feminina e em outros casos houve o dobro [de eleitas]. Oscilou muito a forma como esse crescimento aconteceu, mas a quantidade é só um indicador, é preciso olhar a cara dessa representação”, analisou Priscila Lapa.

Para ponderar a composição das bancadas, a cientista política ponderou o quadro em Pernambuco. “O crescimento [na Assembleia Legislativas] está vinculado a uma forma política tradicional, que não representa a necessariamente a agenda feminina, são [a maioria] mulheres de políticos e filhas, com sobrenomes. Não ascendem na política por liderança nata”, frisou. Lapa acredita que apenas com o início da atuação dessas mulheres eleitas vai ser possível aferir se houve uma mudança qualitativa.

 

Pela primeira vez, uma mulher indígena foi eleita deputada federal. Joênia Wapichana (Rede), de 43 anos, será uma dos oito parlamentares federais por Roraima. Formada em Direito, nasceu Joênia Batista de Carvalho, mas adotou como sobrenome sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, são 3,5 mil indígenas wapichana no Norte do país.

Advogada, Joênia Wapichana se dedica à defesa das causas dos povos indígenas, como a demarcação de terras, a preservação da cultura, mais atenção para saúde e educação para as etnias. Durante a campanha, ela também falou no fortalecimento dos centros culturais para os indígenas.

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Com o slogan Fazendo História Junto com Todos para Melhorar a Vida dos Povos Indígenas, Joênia destacou como prioridades a defesa dos direitos coletivos dos indígenas, o desenvolvimento sustentável no Estado de Roraima, respeitando as diversidades e o combate à corrupção.

Nas redes sociais, o ator Marcos Palmeira postou um vídeo em que elogia Joênia. “É uma indígena, importantíssima, para estar representando lá no Congresso.”

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