Com a deflagração da Operação Turbulência pela Polícia Federal (PF), no início da manhã desta terça-feira (21), quatro suspeitos de envolvimento na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, já foram presos. O quinto suspeito ainda está foragido. Com a investigação, já foram detidos João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal.
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De acordo com informações da Polícia Federal, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite foram presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, enquanto desembarcavam. A dupla já está sendo conduzida para a sede da Polícia Federal do Recife e a previsão é de que cheguem ainda na manhã desta terça-feira (21).
Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos em Pernambuco. Ainda segundo a PF, Apolo teria sido detido enquanto estava em uma academia na Zona Sul do Recife, no bairro de Boa Viagem, e Arthur teria sido preso dentro de sua residência. O quinto mandado de prisão preventiva, ainda em aberto, é para Paulo César de Barros Morato, que está foragido.
Veículos apreendidos
Até o momento, já foram apreendidos e chegaram à sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, região central do Recife, quatro veículos de luxo. Uma Land Rover, um Porsche, um Audi e uma BMW. A previsão da PF é que os suspeitos prestem depoimento e depois sejam encaminhados para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos devem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
De acordo com uma reportagem divulgada pela Revista Época em 2014, Lyra Filho é um usineiro pernambucano e era amigo de Eduardo Campos. O empresário é herdeiro de usina de álcool em Pernambuco, enteado do ex-deputado federal Luiz Piauhylino e proprietário de quatro empresas.
Já o empresário Apolo Vieira é sócio em empresas do ramo de pneus, hotelaria e comércio. O suspeito também é réu, desde 2009, num processo sobre a importação ilegal de pneus. De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema em que Vieira está envolvido causou prejuízos de quase R$ 100 milhões à Receita Federal.
Entenda
A Polícia Federal (PF) deflagra, nesta terça-feira (21), a Operação Turbulência, iniciada a partir de investigações de movimentações financeiras realizadas por empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, durante a campanha eleitoral e em seu acidente fatal.
Os alvos da operação estariam envolvidos em um esquema criminoso que atuava em Pernambuco e Goiás especializado em lavagem de dinheiro e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
Ao todo, 200 policiais federais dão cumprimento a 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Também estão sendo cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.
Com informações de Jorge Cosme