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A Fifa anunciou nesta sexta-feira (9) a suspensão de Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf, por toda vida de qualquer atividade ligada ao futebol e o aplicou uma multa de um milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,2 milhões). Ele foi um dos protagonistas do escândalo de corrupção que abalou a Fifa em 2015, quando foi um dos dirigentes presos em Zurique em 27 de maio daquele ano na maior operação policial envolvendo cartolas do primeiro escalação do esporte mais popular do mundo.

Após a operação realizada em conjunto pelas polícias norte-americana e da Suíça, Webb, nascido as Ilhas Cayman, se declarou culpado, em 23 de novembro do ano passado, de corrupção e outros crimes, tendo sido também o primeiro a se apresentar perante a Justiça Federal de Nova York, depois de aceitar sua extradição aos Estados Unidos em julho de 2015.

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Em maio do ano passado, Webb inicialmente havia sido suspenso de forma provisória pelo Comitê de Ética da Fifa, que então abriu uma investigação contra ele e outros dirigentes envolvidos em casos de corrupção e conflito de interesses, entre os quais estava o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Outro nome de peso preso naquela grande operação policial em Zurique, o brasileiro depois também foi extraditado aos EUA.

Julgado pelo Comitê de Ética da Fifa, Webb agora foi finalmente banido do futebol após ser declarado culpado pela Justiça dos Estados Unidos pela prática dos crimes de peculato, fraude, extorsão e lavagem de dinheiro.

Um total de 40 pessoas, entre dirigentes de futebol e empresários, estão sendo investigados pela Justiça norte-americana depois de ter sido acusados de subornos e outros crimes no maior escândalo de corrupção da história do futebol mundial. Deste total, mais de um terço dos envolvidos se declarou culpado ou aceitou cooperar com as autoridades dos Estados Unidos para poder reduzir suas penas por meio de delação premiada.

A Suíça extraditou aos Estados Unidos Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da Fifa, acusado de corrupção e fraude no escândalos envolvendo milhões em propinas e subornos no futebol. Webb, suspeito de ter recebido propinas de mais de R$ 10 milhões da empresa brasileira Traffic, foi um dos sete cartolas presos no dia 27 de maio em Zurique. Ele foi o único que concordou de forma espontânea a ser extraditado aos EUA.

Segundo a Justiça suíça, ele foi transferido nessa quarta-feira (15) para Nova York e já está em uma prisão americana aguardando julgamento. Webb era o favorito para ser o sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa e ocupava o cargo de presidente da Concacaf.

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"O dirigente foi entregue a uma escolta de três homens da polícia americana em Zurique. O grupo o acompanhou em um voo para Nova York", disse o Departamento de Justiça da Suíça em um comunicado.

Se ele aceitou ser extraditado, todos os demais vão enfrentar uma longa batalha judicial, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF e que se recusou nesta semana a sair da Suíça. Seus advogados acreditam que o processo legal pode durar até o final do ano.

PERFIL - Por anos, Webb criou em torno de si uma aura de "Mr. Clean", ao ponto de apenas aceitar cortar o cabelo em um determinado local que o cobrava apenas US$ 10. Com apenas 27 anos, Webb era o presidente do clube Strikers Football Club, em sua cidade natal nas Ilhas Cayman. Com menos de 30 anos, já era o principal dirigente da Associação de Futebol do país onde o esporte é insignificante. Mas ele também ganharia o apoio de muita gente dentro da Fifa. Na entidade em Zurique, seu primeiro cargo foi a vice-presidência do Comitê de Finanças, um posto apropriado para um banqueiro do maior paraíso fiscal do planeta.

Se oficialmente ele havia sido eleito para a Concacaf para substituir uma era de corrupção na entidade e limpar o local, a realidade é que Webb apenas perpetuou o sistema, inclusive pedindo mais dinheiro. Ele ficaria com US$ 3 milhões e, em troca, assinaria um contrato com a empresa brasileira Traffic para dar os direitos exclusivos para que explorasse os direitos de TV dos jogos das Eliminatórias do Caribe para as Copas do Mundo de 2018 e 2022. O dinheiro era parte de um pacote de US$ 23 milhões em subornos que o empresário José Hawilla pagaria para a União de Futebol do Caribe.

Outros US$ 2 milhões seriam dados para Webb para os contratos da Concacaf para a realização da Copa Ouro a partir de 2013 e para a Liga dos Campeões da região. "Praticamente imediatamente depois de assumir suas funções, Webb retomou o envolvimento com os esquemas criminosos", indicou o indiciamento do dirigente.

O que surpreenderia os investigadores americanos é que, em 2012, parte do dinheiro foi transferido para Webb usando uma empresa que estava construindo uma piscina em sua casa de Loganville, nos Estados Unidos. Outra parcela caiu na conta de um assessor e amigo de Webb, Costas Takkas. O laranja, porém, transferiria os recursos depois para a conta do dirigente esportivo.

A Concacaf anunciou nesta quinta-feira o afastamento do presidente Jeffrey Webb e de Eduardo Li, o líder da federação costarriquenha, além de dar uma licença ao secretário-geral Enrique Sanz na sequência da investigação sobre corrupção no futebol, realizada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Webb e Li foram detidos na última quarta-feira em Zurique como parte da investigação do escândalo de corrupção envolvendo membros da Fifa. Sanz não tem seu nome mencionado na investigação, mas sua descrição corresponde à de um "co-conspirador" envolvido em subornos na época em que era vice-presidente da empresa de marketing esportivo Traffic USA. Li era o candidato da Concacaf para integrar o Comitê Executivo da Fifa.

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O hondurenho Alfredo Hawit assumiu a presidência do organismo gestor do futebol na América Central, do Norte e no Caribe, e o norte-americano Ted Howard substitui Sanz nas funções administrativas, informou a Concacaf em um comunicado.

Além disso, o comitê executivo anunciou a criação de uma comissão especial composta pelos dirigentes das federações do México, dos Estados Unidos e do Canadá, Justino Compean, Sunil Gulati e Victor Montagliani, respectivamente para "avaliar e apoiar todas as operações de negócios da confederação seguindo as acusações contra certos membros da Fifa e da Concacaf".

"Estamos muito decepcionados com as acusações das autoridades e, de novo, a Concacaf foi vítima de uma fraude", disse Hawit, o presidente da federação hondurenha. "Nós tomamos as medidas apropriadas para continuar com nossas operações e cumprir nossos compromissos com nossos constituintes, incluindo os nossos torcedores, membros, assim como os parceiros comerciais e de TV", completou, dizendo que a entidade coopera com as investigações das autoridades.

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