O baixista e fundador da banda de heavy metal Iron Maiden, Steve Harris, completa 65 anos, nesta sexta-feira (12). Considerado por muitos fãs como uma das grandes referências do baixo no mundo do metal, o artista também se destaca por estar presente em todas as formações do conjunto britânico e por participar de toda a discografia do grupo.
Antes de se envolver com o rock, Harris teve paixão pelo futebol e, mais tarde, chegou a trabalhar como arquiteto. Após integrar algumas bandas independentes, o músico, que já demonstrava amor pelo baixo, buscou integrantes para compor o Iron Maiden, em 1975, nome que teve como base a obra de Alexandre Dumas (1802-1870) "O Homem da Máscara de Ferro" (1839), e também faz alusão ao instrumento de tortura medieval dama de ferro.
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A primeira formação conhecida do Iron Maiden tinha Harris (baixo), Paul Di'Anno (vocal), Dave Murray e Dennis Stratton (guitarras) e Clive Burr (bateria). Atualmente, o grupo é formado por Adrian Smith e Janick Gers (guitarra), Nicko McBrain (bateria) e Bruce Dickinson (vocal). Harris e Murray continuam no time.
O freelancer Samuel Negrão, que conheceu o Iron Maiden por influência do pai | Foto: Arquivo Pessoal
Em 1982, o Iron Maiden lançou o álbum "The Number of the Beast", que colocou a banda no topo das paradas e, até hoje, a faixa título é uma das mais conhecidas do repertório do grupo. Esse trabalho é marcado pela estreia de Dickinson no conjunto, e Harris afirmou em várias entrevistas que muitas das composições presentes no disco só foram possível graças ao novo vocalista, que Di'Anno não seria capaz de cantar algumas das linhas presentes nas canções do disco.
O trabalho de Harris e do Iron Maiden transcendem gerações e, nos dias atuais, a banda dá sequência em produções e shows que mantém aquecida a chama dos fãs. O freelancer Samuel Negrão, 20 anos, de Guarulhos (SP), conheceu o grupo de heavy metal na infância, por influência do pai. "A primeira música que eu tirei quando comecei a tocar guitarra foi 'Wasting Love' [1992]”, lembra ele, que começou a estudar outras faixas do conjunto para tentar executá-las na guitarra.
Com o tempo, Negrão começou a pesquisar sobre a história da banda, e descobriu que, embora Dickinson estivesse sempre à frente dos shows, Harris era o idealizador e liderava do grupo. "Comecei a reparar que Harris é um cara muito perfeccionista. Desde os primeiros álbuns, ele queria fazer músicas ou riffs de guitarras mais complexos. Graças a essa rigidez, o Iron Maiden chegou a esse patamar que ouvimos hoje", afirma o freelancer. "A banda não é esse fenômeno de lotar estádios, festivais e outros shows por sorte. Eles estão lá porque merecem. Todos os músicos presentes são talentosos, e foi Harris que coordenou tudo isso", complementa.
O estudante Luan de Oliveira pesquisou sobre bandas de heavy metal | Foto: Arquivo Pessoal
Para o freelancer, as composições de Harris influenciaram seus gostos musicais, e isso o fez buscar por novas bandas que tinham como referência os trabalhos de Iron Maiden. "Quando eu comecei a ouvir metal, minha cabeça explodiu, e até hoje eu escuto. Isso tem influência direta no meu estilo de tocar guitarra e de solar. Além de refletir na minha vida, que é muito guiado pela música", comenta Negrão.
Ao pesquisar sobre novas bandas de heavy metal, o estudante Luan de Oliveira, 21 anos, de Guarulhos (SP), conheceu o Iron Maiden. Desde então, ele foi impactado pelo trabalho de Harris. Entre todas as canções, Oliveira tem como favoritas as faixas "Fear of the Dark" (1992), que também é título de outro renomado álbum do grupo, e a clássica "The Number of the Beast". "Foi uma banda que influenciou muito em minha vida, e o show do Iron Maiden foi a primeira grande apresentação que assisti em 2016", conta.
O programador Daniel Saraiva, 31 anos, de São Paulo, conheceu o Iron Maiden por meio do álbum "Killers" (1981). No disco, a maioria das composições foram feitas por Harris. Em meio a diversas canções, ele destaca "Prodigal Son" (1981), "22 Acacia Avenue" (1982) e "2 Minutes to Midnight" (1984). "Por incrível que pareça, não sou muito fã de 'Fear of the Dark' [1992]”, assume.
O programador Daniel Saraiva gosta da energia dos shows da banda | Foto: Arquivo Pessoal
Mas de tudo que já foi apresentado por Harris, junto ao Iron Maiden, Saraiva destaca a energia que o grupo apresenta nos shows, e o teatro que acontece nos palcos, em especial, quando o mascote da banda, que também marca presença na capa dos álbuns, Eddie the Head, entra no palco. "Você percebe que não está apenas ouvindo música, está, de fato, assistindo um show”, descreve Saraiva.