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A International Board (IFAB, na sigla em inglês), órgão que faz a gestão das regras do esporte, aprovou nesta sexta-feira, de forma temporária, uma proposta feita pela Fifa para a retomada dos jogos de futebol em meio à pandemia do novo coronavírus. As equipes poderão fazer cinco substituições por jogo, em três momentos, tendo em vista a proteção dos jogadores devido à crise causada pela covid-19.

"Como o futebol está considerando a retomada das competições pelo mundo após a pandemia de covid-19, o IFAB concordou em fazer uma alteração temporária às Leis do Jogo, com base na proposta feita pela Fifa para proteger o bem estar do jogador", informou o órgão em um comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira após uma reunião por videoconferência.

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Esta alteração pontual e temporária vai entrar imediatamente em vigor e será aplicada nas competições que estejam previstas para ser concluídas até 31 de dezembro de 2020, quer sejam as que serão retomadas ou as iniciadas nesse período.

"O IFAB aprovou a proposta da Fifa de introduzir uma alteração temporária à 'Lei 3 - Os jogadores', que vai permitir um máximo de cinco substituições a serem feitos por equipe. No entanto, cada time só poderá fazer as substituições em três momentos, que também podem ser feitas ao intervalo", detalhou a Fifa em sua nota oficial divulgada após a reunião da International Board.

No mesmo comunicado, a Fifa ressalta que a aplicação das cinco substituições fica a critério da organização das competições, federações ou ligas, tal como o recurso ao VAR (árbitro de vídeo). "Em relação às competições com recurso do VAR, estas podem cessar a sua utilização na retomada, ficando ao critério de cada organizador", admitiu a entidade.

Deixar o jogo mais dinâmico e reduzir a perda de tempo. Esses são os objetivos das mudanças nas regras do futebol aprovadas no início do mês pela International Board, que entrarão em vigor no dia 1.º de junho. São 12 alterações, sete delas mais profundas, que visam aumentar o tempo de bola rolando - a Fifa considera que o ideal é pelo menos 60 minutos -, e também oficializaram situações comuns no futebol.

Há desde medidas que exigirão uma mudança de comportamento em campo, como a que determina que jogadores do time que vai cobrar uma falta fiquem a pelo menos um metro da barreira e a que prevê que atletas substituídos deixem o gramado pela linha mais próxima de onde estiverem, até as meramente esclarecedoras. É o caso da que estabelece que cartão amarelo aplicado ao jogador na comemoração de um gol será mantido mesmo que o gol venha a ser anulado.

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"As mudanças darão mais dinâmica ao jogo, é um fator importante. Outro benefício é dar mais transparência", analisou o ex-árbitro e comentarista Arnaldo Cezar Coelho, sobre as decisões da International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol. "Eles focaram muito na perda de tempo e isso é positivo. Não vai mais ter tanta enrolação (por parte dos jogadores)", aprovou Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

SINAL POSITIVO - As mudanças nas regras foram bem aceitas por membros de comissão técnica, jogadores e especialistas ouvidos pelo Estado. É o caso, por exemplo, do ex-técnico e agora comentarista Muricy Ramalho. "A gente sempre critica a Fifa, mas temos que reconhecer que algumas dessas mudanças é para deixar o jogo mais rápido e com mais gols e aprovo isso. O basquete, o vôlei, todos os esportes mudam as regras e chegou a hora de do futebol mexer também", analisou o comentarista do canal SporTV.

Com seu jeito peculiar, Muricy deixou claro qual foi a mudança de que mais gostou. "A do cartão para técnico. Tem que ter cartão mesmo, porque tem muito técnico que é insuportável! Eu não era chato assim, tanto que fiquei uns 15 anos sem ser expulso. Mas tem técnico que fica falando com o quarto árbitro o tempo todo, querendo apitar o jogo."

Marinho, o chefe da arbitragem na CBF, também aplaude essa medida, que inclui os demais membros da comissão técnica que estiverem no banco. "Isso vai permitir ao árbitro um controle maior do banco de reservas. Hoje, cria-se polêmica, há desgaste para arbitragem."

PÊNALTI - Há, entre as mudanças, algumas que apenas legalizam situações já existentes. É o caso da que permite ao goleiro ficar com um pé fora da linha do gol nas penalidades máximas. Especialista desde os tempos da base em pegar pênaltis, o goleiro Rafael, do Cruzeiro, acredita que não haverá tanto efeito, pois os goleiros já não ficam com os dois pés em cima da linha. Arnaldo concorda: "Eles oficializaram uma coisa que já se havia criado o hábito."

Rafael também gostou de poder sair jogando dentro da área no tiro de meta. "Teremos mais campo e aproximação dos jogadores. Isso facilita para sair jogando, sem precisar dar chutão."

Um dos pontos que mais causaram polêmica foi o fim da barreira extra formada por jogadores do time que tem a falta a seu favor. Para Rafael, a mudança vai beneficiar o goleiro. "Os jogadores ficam na frente da cobrança para trombar com a barreira de verdade e tentar evitar que ela pule e ainda tira a visão do goleiro, que só vê a bola quando ela já passou da barreira", explicou Rafael.

O preparador de goleiros do Cruzeiro, Robertinho, ponderou, porém, que os atacantes também podem se aproveitar da mudança. "É bom para o goleiro mesmo, mas também para o cobrador de falta, pois ele terá um campo de visão mais limpo, sem aquela bagunça na frente. Será necessário um treino especial", avisou.

O futebol pode mudar de forma importante nos próximos anos, com a introdução de novas medidas, como a exclusão temporária de jogadores e mesmo o estabelecimento de uma nova forma de comunicação dos atletas com os árbitros.

Nesta quarta-feira, a International Football Association Board, a entidade que define as regras do futebol, anunciou que irá avaliar a introdução de expulsões temporárias de jogadores, obrigando atletas que cometam certas faltas a aguardar fora de campo por um determinado número de minutos ao receber um cartão.

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A reunião que tratará do assunto ocorrerá no dia 3 de março, em Londres. Outra medida na agenda será o papel do capitão de cada time. A proposta é de que apenas esses jogadores tenham a autorização para falar com o árbitro, seguindo o mesmo padrão que já existe no rúgbi.

Segundo a International Board, a proposta da suspensão temporária do jogador será examinada depois de três anos de testes já realizados pela Uefa em divisões inferiores do futebol europeu. Determinados cartões amarelos resultam não apenas em uma advertência, mas também no afastamento de um jogador, deixando a equipe com dez em campo por um certo período.

O Estado apurou que a suspensão seria decretada quando uma indisciplina não fosse suficientemente dura como para merecer um cartão vermelho. Mas uma das ideias é a de simplesmente substituir todos os cartões amarelos pela suspensão temporária.

Quando ainda era o presidente da Uefa, Michel Platini, chegou a defender publicamente que o cartão amarelo fosse substituído por uma suspensão do jogador por 10 a 15 minutos do campo. Sua avaliação era de que fazia mais sentido punir um jogador numa partida que o impedir de jogar no futuro, contra uma terceira equipe que não tinha qualquer relação com a história daquela partida em questão.

Se a nova regas for aprovada, ela vai primeiro ser implementada em torneios de categorias de base e em níveis amadores. Mas a introdução entre os times profissionais poderia ocorrer antes de 2020, se os testes forem satisfatórios.

Entre os defensores da ideia está Marco van Basten, ex-jogador e hoje um dos diretores da Fifa. Para apoiar a ideia, ele aponta para o impacto positivo que a suspensão teve em modalidades como o rúgbi e o hóquei.

CAPITÃES - Outra forma de incrementar a disciplina em campo é a de exigir que apenas capitães possam falar com os árbitros. Segundo a agenda da International Board, a reunião de março dará "especial atenção ao papel dos capitães e como suas responsabilidades podem ser incrementadas para conseguir maior disciplina e melhor comunicação com os árbitros".

Em vários campeonatos europeus, juízes passaram a ser instruídos a lidar preferencialmente com o "porta-voz" da equipe em campo. Mas continuam sendo alvo de pressões de todos os jogadores.

O encontro ainda vai examinar o uso do vídeo no futebol, algo que já vem sendo testado em 20 diferentes torneios pelo mundo. No Mundial de Clubes de 2016, porém, o sistema causou polêmica.

Outro tema na agenda será a possibilidade que a Fifa dará às federações nacionais a ter certa flexibilidade em alguns aspectos do jogo. Um deles seria quanto ao número de substituições. A proposta é de que se introduza uma quarta substituição em todas os jogos com prorrogações.

A Fifa revelou nesta segunda-feira que pode alterar a lei do impedimento na reunião anual da International Football Association Board para esclarecer a interpretação quando o atacante pode legalmente influenciar na jogada. A proposta para analisar a regra 11 veio do departamento de arbitragem da Fifa para esclarecer a situação.

A proposta afirma que um atacante deve ser considerado impedido quando "ganha uma uma vantagem por esta nesta posição". Isto incluiria o recebimento da bola de um rebote ou se vier depois de uma defesa do goleiro, mas não se a bola for recebida após um defensor tentar dar um passe ou rebater a bola.

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"Um jogador em posição de impedimento que recebe a bola de um adversário que

deliberadamente toca a bola (exceto em uma defesa deliberada), não é considerado que ganhou uma vantagem", afirma a proposta de alteração da regra do impedimento.

O encontro está marcado para os dias 1º e 2 de março, em Edimburgo, na Escócia. O grupo é composto por dirigentes da Fifa e representantes das quatro associações de futebol da Grã-Bretanha. A International Board vai avaliar um relatório sobre o progresso da introdução de tecnologia na linha do gol antes da Copa do Mundo de 2014.

A Fifa também revelou que será analisado o polêmico gol marcado pelo brasileiro Luiz Adriano na partida entre Shakhtar Donetsk e Nordsjaelland, pela Liga dos Campeões da Europa, em novembro. O pedido foi feito pela Associação de Futebol da Dinamarca. Na retomada da partida após atendimento médico, o atacante não devolveu a bola aos adversários e marcou o gol, para a revolta do time dinamarquês.

A Uefa aceitou que o atacante brasileiro agiu dentro das leis do futebol, mas o suspendeu por um jogo. A proposta dinamarquesa pede para que um gol não seja validado quando uma equipe espera receber a bola após uma paralisação para atendimento médico.

A tecnologia para determinar se uma bola entrou ou não no gol só deve ser implementada no futebol a partir de 2013. O Campeonato Inglês esperava poder contar com cinco tipos do sistema em agosto de 2012, mas um membro da International Board revelou nesta quarta-feira que os testes de nove aparelhos ainda começarão a ser realizados, o que derrubou a previsão inicial.

"Acho que está muito tarde para acontecer na temporada 2012/2013. Acho que será em 2013/2014 porque é preciso um grande processo para tomar uma decisão capital como essa, para qualquer liga ou competição que quiser aplicar", disse o membro da International Board e secretário-geral da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Alex Horne.

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Os testes acontecerão em estádios pela Europa que não estiverem recebendo partidas, o que fará com que nenhum sistema possa ser aprovado antes de julho do ano que vem. A International Board, que se reuniu na última terça para discutir o assunto, já testou outras nove tecnologias, mas elas não atingiram o resultado esperado.

"Há uma fase de testes que vai acontecer até março que vai estabelecer em princípios básicos se a tecnologia pode atingir um aproveitamento razoável, de 90, 99, talvez 100%", afirmou Horne. "Uma vez que isso for feito, haverá uma segunda fase de testes em condições adversas. Se pudermos ter certeza de que a tecnologia consegue funcionar em todas as condições, então ela será boa o suficiente", completou.

Se tudo ocorrer dentro do planejado, partidas do Campeonato Inglês na temporada 2013/2014 já deverão acontecer com o uso dessa tecnologia. A intenção da International Board é que a escolha do sistema aconteça o mais rápido possível, já que a entidade e a Fifa esperam adotá-lo já na próxima Copa do Mundo, em 2014, no Brasil.

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