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A produção brasileira de itens de vestuário caiu 10% em 2015 na comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). A produção em volume foi de 5,5 bilhões de peças. Para 2016, a entidade projeta uma continuidade da queda, embora em menor ritmo, de 1,8%.

Já o segmento têxtil, que envolve a produção de tecidos, caiu 14,5% no ano passado, fechando com um volume de 1,9 milhão de toneladas. Para 2016, a Abit espera que a produção de têxtil cresça 9%.

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Os resultados da indústria têxtil e de confecção refletem em parte o desempenho mais fraco do consumo interno. O varejo de vestuário caiu 8% em 2015 e a Abit trabalha com uma perspectiva de nova queda este ano, de 4,8% em volume de peças vendidas.

Ao mesmo tempo, a produção doméstica pode ser beneficiada pela retração nas importações. As importações de têxteis caíram 17,4% em 2015 em receita, de acordo com a entidade, encerrando o ano em US$ 5,85 bilhões. Embora as exportações também tenham recuado, em 8,2%, para US$ 1,08 bilhão, o déficit da balança comercial no setor caiu 18,6%, ficando em US$ 4,8 bilhão. Para 2016, a entidade projeta nova redução nesse déficit, em 22,4%.

O faturamento do setor têxtil e de confecção no ano foi de R$ 121 bilhões, queda de 3,9% ante 2014. Já para 2016 há uma projeção de alta, de 4,9%.

Entidades da indústria têxtil e sindicalistas fizeram, na segunda-feira (27), um protesto contra a importação de produtos chineses. Cerca de 150 cruzes foram colocadas no canteiro da avenida Otto Baumgaurten em frente ao Expo Center Norte, na capital paulista, onde acontece a feira GoTex Show, organizada pela Câmara Chinesa de Comércio Têxtil e de Confecção.

"Foi uma simbologia com o cemitério de empregos", disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. O setor têxtil e de vestuário brasileiro perdeu 16,4 mil postos de trabalho desde outubro de 2013, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Empregados (Caged). "Existe uma competição desleal com a Ásia", disse Pimentel.

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De acordo com a organização do GoTex Show, não há participação do governo brasileiro no evento que está sendo realizado em São Paulo. Há participantes brasileiros no evento, como a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) e outras entidades estaduais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Recife recebe nesta quarta e quinta-feira (14 e 15), a partir das 14h, a segunda edição do Road Show da Moda Paranaense, que pela primeira vez acontece na capital pernambucana. O evento traz 20 empresas da cidade de Apucarana, representando a indústria de confecções do Paraná, para trocar experiências com atacadistas e varejistas do Norte e Nordeste. 

Além do Road Show, os empresários paranaenses conhecerão centros da indústria têxtil de Pernambuco, com o objetivo de conhecer o potencial do Estado. O evento será realizado no Mar Hotel, que fica na Rua Barão de Souza Leão, 451, Boa Viagem. Os interessados podem se inscrever no local, a partir das 14h. Para outras informações, ligue para (81) 3231.1033.

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A cidade de Petrolina vem atraindo cada vez mais investimentos. Mais três empresas acabam de garantir seus espaços no distrito industrial do município, localizado no Sertão de Pernambuco. Nos empreendimentos - nas áreas de produção têxtil, mineração e distribuição de peças automotivas - serão investidos mais de R$ 100 milhões, com a expectativa de geração de cerca de 1.200 empregos diretos.

A maior das empresas a serem instaladas na cidade é a São Francisco Têxtil, do grupo paulista Covolan Jeanswear, que já atua há cerca de dez anos com uma fiação de algodão. A nova fábrica ocupará uma área de 16 hectares, com previsão de investimento de R$ 100 milhões, devendo gerar 1.150 empregos diretos. A estimativa é de que as obras de construção e instalações fabris tenham início em junho do próximo ano.

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“A construção dessa fábrica é um sonho do presidente da empresa, Jair Covolan. Queremos transformar Petrolina em uma Santa Cruz do Capibaribe, pois além do emprego direto da tecelagem, várias pessoas serão empregadas em redes de confecção. Petrolina será um polo muito grande nesta área”, diz o diretor financeiro da Covolan, José Luiz da Silva.

A Mineração Costa Dourada, fábrica de água envasada, e a A Bira Comércio de Peças também adquiriram lotes no distrito insdustrial e devem gerar entre 40 e 50 vagas de trabalho cada uma. Juntas, as empresas irão investir R$ 3,4 milhões.

A licitação dos terrenos foi realizada no último mês de junho pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O valor global do certame chegou a quase R$ 3 milhões.

Distrito industrial - Com essas três empresas, sobe para 28 o número de indústrias atraídas para Petrolina desde 2007, movimentando os mais diversos setores, como bebidas, alimentos, plástico, têxtil, metalmecânica, agroindústria e minerais não-metálicos. O total de investimentos soma R$ 214,8 milhões, com criação de 2.590 novas vagas de trabalho.

Essas empresas podem usufruir dos benefícios fiscais do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), que concede até 95% de crédito presumido do saldo devedor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O Distrito Industrial de Petrolina possui cerca de 500 hectares de área, dos quais 57 hectares já foram arrematados. Ao todo, 51 empresas operam no local.Atualmente, estão em obras a central de distribuição da Centro Técnico Automotivo (CTA) - com aporte de R$ 2,2 milhões e geração de 42 empregos diretos, e a indústria mecânica Engear, que investe R$ 464 mil com geração de outros 23 empregos.

Com informações de assessoria

As organizações de defesa dos operários da área têxtil de Bangladesh atribuem a responsabilidade pelos inúmeros acidentes neste lucrativo setor aos patrões sem escrúpulos, à negligência das autoridades e à indiferença das empresas de roupas ocidentais, mais preocupadas com os custos de produção do que com a segurança no trabalho.

Ao menos de 200 pessoas morreram no desabamento na quarta-feira de um prédio em que funcionavam as oficinas de confecção, um novo acidente neste setor que, no ano passado, gerou 20 bilhões de dólares em exportação e contribuiu para que a etiqueta "Made in Bangladesh" possa ser encontrada em quase todos os lares ocidentais.

Alguns empregados do setor têxtil que trabalhavam no prédio Rana Plaza de Savar, na periferia de Daca, recebiam 37 dólares por mês para fabricar peças destinada, entre outras marcas, à britânica Primark.

Em novembro, um incêndio em uma unidade de confecção perto de Daca cobrou a vida de 111 empregados, em sua maioria mulheres, o que provocou uma polêmica sobre as condições de trabalho e de segurança dos operários desta indústria, a segunda mais importante do mundo.

A oficina não contava com brigadas de incêndio, as saídas de emergência estavam bloqueadas e os operários receberam a ordem de permanecer em seus postos apesar da fumaça, pois seus chefes afirmaram que se tratava apenas de um exercício de emergência.

Sobre o acidente de quarta-feira, apesar de uma evacuação ter sido realizada no dia anterior depois que os empregados constataram fissuras no prédio, seus chefes pediram que eles voltassem ao trabalho.

"O governo promete há anos tomar medidas significativas para melhorar a segurança nas oficinas de confecção, mas jamais cumpriram com suas promessas", denuncia Scott Nova, diretor executivo do grupo de defesa dos operários, o Worker Rights Consortium, com sede em Washington.

"O governo acredita que regras sobre o direito trabalhista, que poderiam aumentar os custos da produção, fariam com que as marcas e vendedores varejistas (estrangeiros) fossem para outro lugra", explica Nova.

Apesar de uma série de inspeções nas milhares de fábricas do país depois do drama de novembro, um novo incêndio em janeiro, em uma fábrica que fornece produtos para a espanhola Inditex, número um mundial do setor têxtil e dona da marca Zara, deixou oito mortos entre os operários, dois dos quais eram menores de idade.

Há 30 anos Bangladesh se lançou à confecção para exportação e conseguiu fazer do setor uma ponta de lança de sua economia.

Anos de crescimento a dois dígitos graças às 4.500 unidades têxteis ajudaram este país desfavorecido da Ásia do sul e com 153 milhões de habitantes a reduzir sua pobreza endêmica a um ritmo mais rápido que seu vizinho, a Índia.

Em um relatório sobre o setor, a consultora McKinsey classificava recentemente Bangladesh como a "futura China", prevendo que suas exportações têxteis poderão triplicar para 2020.

Para o vice-presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores do Setor Têxtil em Bangladesh, Shahidullah Azim, os acidentes se devem a fábricas cada vez mais velhas, que deveria passar por reformas.

Meenakshi Ganguly, diretora da Human Rights Watch para a Ásia do Sul, acredita, por sua parte, que os consumidores deveriam ajudar a pressionar as marcas para que a indústria tome consciência da situação.

"Vimos isso com o comércio de diamantes nos países em guerra: quando os consumidores tomaram consciência da situação, evitaram comprar diamantes cuja origem estava relacionada com distúrbios, então a indústria foi obrigada a mudar", enfatizou.

Meenakshi Ganguly denuncia também a intimidação em relação aos militantes que defendem os operários, alguns dos quais foram assassinados ou julgados.

Babul Akhter, diretor da Federação de Operários do Setor Têxtil e da Indústria em Bangladesh, não acredita que a justiça será feita no acidente do Rana Plaza.

"Aqui, os empresários do setor têxtil estão acima das leis", afirmou.

"As marcas ocidentais também são cúmplices porque fecham os olhos às práticas dos fabricantes. Assim como os fabricantes, os varejistas utilizam a mão de obra de Bangladesh como uma máquia de fazer dinheiro", conclui Akhter.

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