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As bolsas norte-americanas devem começar a semana em alta, sinalizam os índices futuros. A expectativa é grande pela agenda agitada de eventos e divulgação de indicadores nos próximos dias. Às 10h15 (de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,05%, o Nasdaq ganhava 0,17% e o S&P 500 avançava 0,09%.

Depois da semana passada morna em indicadores, os próximos dias terão os números mais esperados do mês e ainda a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que começa na terça-feira, 29, e termina na quarta-feira, 30. No mesmo dia que acaba o encontro, será divulgada a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do segundo trimestre e a expectativa é de recuperação. Depois da queda de 2,9% no primeiro período de 2014, Wall Street espera um número positivo, com a média das previsões falando em expansão de 2,9%.

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Para fechar a semana, saem os dados do mercado de trabalho de julho na sexta-feira, 1º de agosto. As apostas dos economistas são de mais um mês com criação de emprego acima de 200 mil postos. No cenário geopolítico, a expectativa é da adoção de novas sanções contra a Rússia pela Europa e pela Casa Branca.

A semana carregada pode trazer volatilidade aos preços dos ativos, afirma a diretora da BK Asset Management, Kathy Lien, em um e-mail a clientes. A reunião do Fomc, que não será seguida de entrevista à imprensa, pode não trazer novidades, além do esperado novo corte de US$ 10 bilhões nas compras de ativos, mas a economista avalia que qualquer mudança de tom no comunicado pode mexer com os preços, com os investidores interessados em novas avaliações sobre a economia e os próximos passos da normalização da política monetária. Uma decepção com o dado do PIB, que indique uma recuperação aquém do esperado no segundo trimestre, também pode repercutir nos preços, destaca a diretora.

Se a semana terá agenda cheia de eventos importantes, a segunda-feira terá principalmente a divulgação de indicadores secundários. Após a abertura do mercado, às 10h45 (de Brasília) o instituto Markit divulga a primeira leitura do índice de atividade dos gerentes de compra (PMI) do setor de serviços. A aposta é que o índice caia dos 61,2 de junho para 61, de acordo com o jornal Barron's. Apesar da queda, o ritmo ainda segue forte, pois pela metodologia, dados acima de 50 indicam expansão do setor.

Logo após o PMI serão divulgadas as vendas pendentes de imóveis de junho, às 11h (de Brasília). Dados do setor imobiliário têm vindo mistos nas últimas semanas, o que torna a análise do setor mais complexa, destaca a economista do BMO Capital Markets, Jennifer Lee. No caso das vendas, as de imóveis usados cresceram 2,6% em junho, para o maior nível desde outubro, mas a de novas casas caiu 8,1%, ambos na comparação com maio. Para ela, é difícil entender neste contexto porque o índice de confiança do setor de construção vem subindo.

No noticiário corporativo, a agenda de divulgação de balanços trimestrais continua forte esta semana, com destaque para o setor de petróleo, com as duas maiores petroleiras dos EUA, Exxon-Mobil e Chevron, anunciando seus números, e farmacêutico, com Merck e Pfizer. No setor financeiro, os destaques são as bandeiras de cartões American Express e Mastercard, que devem atrair mais atenção dos analistas depois do resultado da Visa divulgado na semana passada não agradar.

As bolsas norte-americanas devem iniciar a terça-feira em alta, sinalizam os índices futuros. O dia tem agenda mais agitada nos Estados Unidos do que ontem, e as preocupações geopolíticas dão uma trégua, enquanto os investidores aguardam o desenrolar da crise na Ucrânia e entre israelenses e palestinos. Várias empresas divulgam resultados hoje, incluindo a Apple, e a inflação de junho veio com números dentro do esperado por Wall Street. Às 10h22 (de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,38%, o Nasdaq ganhava 0,57% e o S&P 500 avançava 0,50%.

O índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em junho na comparação com maio, dentro do esperado pelos economistas. O indicador vem ganhando força desde abril. Até então, a alta mensal costumava ficar na casa dos 0,1%. No ano, o CPI acumula aumento de 2,1% até junho, acima da meta do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), de 2%.

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Ainda entre os indicadores, às 11h (de Brasília), após a abertura do mercado, serão divulgadas as vendas de moradias usadas, com números de junho. Os economistas do Wells Fargo, maior banco dos EUA em hipotecas, projetam aumento de 2,2% nas vendas, ritmo menor do que os 4,9% de maio. Depois de caírem mês a mês desde meados de 2013, elas se recuperaram a partir de abril, mas ainda não o suficiente para reverter os números fracos dos meses anteriores. Os financiamentos por meio de hipotecas têm caído, os preços das residências continuam subindo dois dígitos e os salários seguem crescendo muito pouco nos EUA. Juntos, estes fatores têm impedido maior recuperação das vendas. Só no Wells Fargo, a originação de novas hipotecas caiu 48% no segundo trimestre na comparação com igual período de 2013.

Depois de pesar nas decisões de investimento ontem, a preocupação com as crises na Ucrânia e no Oriente Médio é menor hoje. "A tensão geopolítica se reduz e os investidores respiram na expectativa de avanços", destacam os economistas da Schaeffer's Investment Research. Na Ucrânia, eles citam que o fato de os rebeldes pró-Rússia decidirem cooperar com as investigações da queda do avião da Malaysia Airlines ajuda a aliviar o clima tenso. Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, viajou para o Oriente Médio para negociar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

No noticiário corporativo, a terça-feira tem vários balanços importantes. A maior expectativa do dia é para o resultado da Apple, que sai após o fechamento do mercado. A expectativa dos analistas de tecnologia é que o lucro por ação fique em US$ 1,23, o que significa aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano fiscal anterior. Para o iPhone, a aposta é de aumento de vendas. Apesar de muitas pessoas estarem esperando o novo modelo, que deve ser lançado no final do ano, a parceria com a China Mobile, maior operadora do mundo, deve estimular as vendas trimestrais.

Nesta terça-feira, entre as empresas que já anunciaram resultados, a Coca-Cola informou lucro de US$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2014, redução de 3%. As receitas caíram 1,4% e ficaram abaixo do previsto. No pré-mercado, o papel da empresa recuava mais de 2%.

Ainda nos balanços, o papel da Netflix, que transmite filmes e séries sob demanda, recuava 1,68% no pré-mercado, mesmo com a empresa apresentando números melhores que o esperado. O lucro avançou 140% e a base de assinantes aumentou em 1,7 milhão. Já o McDonald's divulgou lucro de US$ 1,39 bilhão, abaixo do projetado, e queda de 1,5% nas vendas nos EUA e a ação cedia 2,26% no pré-mercado.

Especulações em torno das pesquisas eleitorais voltaram ao radar dos investidores nesta quinta-feira, 10, provocando forte alta da Bovespa. A derrota histórica do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo gerou expectativas de que a presidente Dilma Rousseff pode registrar queda nas intenções de voto. A alta do bolsa doméstica ficou na contramão dos mercados acionários internacionais, que foram assolados por uma aversão ao risco devido aos problemas financeiros do Banco Espírito Santo (BES), de Portugal.

No fim da sessão, o Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 54.592,75 pontos, maior patamar desde 20 de junho (54.638,19 pontos). Na máxima da sessão, o índice alcançou 54.600 pontos (+1,80%) e na mínima, registrou 53.643 pontos (+0,02%). O volume de negócios somou R$ 7,759 bilhões.

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A crise no BES, somada a dados fracos da China e da produção em alguns países europeus, provocou queda das bolsas internacionais e alta do dólar e dos preços dos Treasuries.

Desde maio, as ações do Banco Espírito Santo têm sido alvo de vendas diante da divulgação de irregularidades nas contas das companhias controladoras da instituição. As perdas se estenderam nesta quinta-feira, depois que os investidores foram informados de que o Espírito Santo International (ESI) atrasou pagamentos de cupons relativos a alguns títulos de dívida de curto prazo. A negociação das ações do BES chegou a ser interrompida após recuarem 17% na bolsa de Lisboa. O índice PSI 20, da bolsa portuguesa, fechou com queda de 4,18% e conduziu a baixa generalizada nas praças europeias.

O mau humor se estendeu para as bolsas de Nova York, que também terminaram no negativo. Dow Jones (-0,41%), S&P 500 (-0,41%) e Nasdaq (-0,52%).

Entre os dados divulgados hoje, relatórios mostraram queda da produção industrial na França e na Itália. Na China, o superávit comercial diminuiu para US$ 31,6 bilhões em junho, do saldo positivo de US$ 35,92 bilhões registrado em maio, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país. O número veio abaixo da mediana das previsões de um superávit de US$ 36,9 bilhões.

Os números chineses pressionaram as ações da Vale no Brasil, que terminaram em quedas de 0,03% (ON) e 0,07% (PN).

Nos EUA, foram apresentados números positivos. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 304 mil, ante previsão 319 mil solicitações. Os estoques no atacado subiram 0,5% em maio, em linha com as projeções.

Já no Brasil, os indicadores continuaram a apontar enfraquecimento da atividade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disse que produção industrial recuou em sete dos 14 locais de abril para maio. Os destaques foram as retrações verificados no Amazonas (-9,7%), Bahia (-6,8%) e Região Nordeste (-4,5%).

A primeira prévia do IGP-M de julho, calculada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 0,50%, ante recuo de 0,64% na primeira prévia do mesmo índice de junho. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam taxa entre -0,63% a -0,10%, com mediana das expectativas em -0,30%.

Entre os destaques positivos do pregão estavam os papéis de empresas estatais e do setor financeiro. Petrobras ON (+5,20%) e Petrobras PN (+4,50%); Banco do Brasil (+3,96%), Bradesco ON (+4,21%), Bradesco PN (+2,96%) e Itaú Unibanco (+4,63%).

Os contratos futuros de ouro negociados na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fecharam em queda nesta quinta-feira, 3, pela primeira vez em cinco sessões, após a criação de empregos maior que a esperada em junho nos EUA motivar investidores a buscarem ativos de maior risco.

O contrato de ouro mais negociado, com entrega para agosto, caiu US$ 10,30 (0,8%), fechando a US$ 1.320,60 a onça-troy. Na semana - mais curta devido ao feriado do Dia da Independência nos EUA -, os preços ficaram praticamente estáveis, com leve alta de US$ 0,60.

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O relatório de emprego (payroll) mostrou a criação de 288 mil vagas em junho, superando as 215 mil esperadas pelo mercado. Foi o quinto mês consecutivo de contratações acima de 200 mil, a maior sequência neste nível desde o final dos anos 90. A última vez que esta sequência ocorreu foi entre setembro de 1999 e janeiro de 2000, segundo um levantamento do The Wall Street Journal.

A taxa de desemprego caiu de 6,3% em maio para 6,1% no mês passado, ante expectativa de estabilidade, alcançando também o menor nível desde setembro de 2008.

"Em um ambiente mais normal e menos tenso, os dados de emprego deveriam ter feito o ouro cair muito mais, por volta de US$ 25 a US$ 30 a onça-troy, mas não estamos em condições normais", afirmou Jeffrey Wright, analista da H.C. Wainwright. "O noticiário econômico positivo dos EUA é minimizado, em parte, por eventos externos sobre os quais os EUA não têm influência ou controle."

Nas últimas sessões, tensões na Ucrânia e no Oriente Médio vinham impulsionando os preços do metal precioso.

As recentes divulgações de relatórios do governo e de empresas mostram que a economia dos Estados Unidos está emergindo do inverno rigoroso. Após um inverno com resultados negativos nos níveis de emprego e de consumo, a temperatura aumentou e a economia americana está recuperando seu ímpeto. As fábricas estão mais cheias e os consumidores estão gastando mais. Os empréstimos para negócios nos bancos também aumentaram e as companhias têm planos maiores de investir em instalações e em equipamentos.

Um índice baseado em diversos indicadores econômicos (incluindo emprego, confiança do consumidor, estoques e taxas de juros) avançou pelo terceiro mês consecutivo em março, de acordo com a Conference Board, associação de pesquisa de negócios. O ganho de 0,8% do índice, que está em 100,9, "sugere acelerado crescimento pelo restante da primavera e do verão", diz o economista do Conference Board Ken Goldstein.

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Diversos economistas esperam que a economia cresça num ritmo anual de 3% ou mais de abril a junho, frente a uma estimativa de crescimento de 1,3% no primeiro trimestre do ano. As boas notícias deflagraram uma corrida em Wall Street na última semana. O S&P 500 acumula alta de 0,9% até agora no ano e está próximo do recorde histórico de fechamento de 1.890 pontos, alcançado em 2 de abril.

Além disso, a produção industrial subiu 0,5% em março, após baixa de 1,4% no mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Federal Reserve na última semana. Isso sugere que o setor de manufatura antecipou que a demanda por negócios e consumo iria crescer.

Em relação ao desemprego, relatórios semanais do governo mostram que a maioria dos desempregados está se preparando para crescimento mais forte nos próximos meses. A média móvel de pedidos feitos em quatro semanas - calculada para suavizar a volatilidade do dado - caiu 4.750, para 312 mil, na semana passada, marcando a menor média desde outubro de 2007, dois meses após o início da recessão.

O comércio também tem se recuperado. Compras em lojas como WalMart, Target e Macy's tiveram o maior crescimento em sete anos, de acordo com o Departamento do Comércio. As vendas no varejo subiram 1,1% no último mês, puxadas por carros e automóveis. Os consumidores correspondem a 70% da atividade econômica, o que os torna um fator-chave no crescimento geral.

Essa recuperação de cinco anos tem sido suprimida pelo fato de os consumidores não terem recebido ainda ganhos de salário para retornar aos níveis de consumo pré-crise. No entanto, as famílias têm reduzido suas dívidas. Os bancos têm descartado os maus pagadores e voltado a emprestar para as empresas.

No último trimestre, o porcentual de companhias que aumentou seus gastos em bens de capital foi o maior em mais de dois anos. Além disso, planos para aumentar o investimento estão crescendo acentuadamente, segundo pesquisa divulgada hoje pela Associação Nacional de Economistas Empresariais.

Um relatório sobre atividade econômica divulgado pelo Federal Reserve na última semana, conhecido como "Livro Bege", também mostrou resultados positivos. Dez dos doze distritos do Fed apresentaram melhora na economia. Apenas os distritos de Cleveland e St. Louis tiveram crescimento mais fraco.

O Fed tem reduzido seus esforços para ajudar a economia. Desde dezembro, o banco central americano vem reduzindo em US$ 10 bilhões a cada reunião o montante total de ativos que ele adquire por mês. As compras de bônus têm como objetivo manter as taxas de juros baixas, encorajando os empréstimos e os gastos.

Mesmo assim, a presidente do Fed, Janet Yellen, já afirmou que a economia precisa de mais ajuda. A recessão terminou há quase cinco anos, mas a taxa de desemprego continua alta - em 6,7% - e 3,7 milhões de americanos estão sem emprego há pelo menos seis meses. Com informações da Associated Press.

Na última terça-feira (19), o movimento Observatório do Recife (ODR) divulgou a 4ª publicação de pesquisa dos indicadores da cidade do Recife, que revela dados consolidados sobre temáticas como governança, saúde, educação, trabalho e renda, juventude cultura, meio ambiente, segurança e mobilidade. Em coletiva para a imprensa, o ODR mostrava o interesse em uma maior troca de informações com a Prefeitura do Recife (PCF). Ainda na noite da terça, no lançamento da publicação, o prefeito Geraldo Júlio firmou a parceria com o movimento.

Durante o evento, o prefeito garantiu que analisará os números presentes nos indicadores junto com os secretários. A parceria também é importante para que o ODR tenha acesso a informações de posse somente da prefeitura.

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A pesquisa revelou, entre outros aspectos, que 70,70% da água tratada era desperdiçada no caminho entre a estação e a residência do consumidor no ano de 2011. Recife também é a pior capital do Nordeste e a segunda pior do Brasil em mortalidade por doenças do aparelho respiratório. O projeto pode ser consultado e baixado na íntegra no site do Observatório do Recife.

Com informações da assessoria

A partir da noite desta terça-feira (18) estará disponível para download e consulta a pesquisa realizada pelo movimento Observatório do Recife (ODR) que revela 100 indicadores relacionados aos temas de saúde, educação, cultura e mobilidade na capital pernambucana no ano de 2012. Este é o quarto ano que o ODR apresenta o relatório.

O documento apresenta 100 indicadores, revelando os resultados obtidos em 2012, além de comparar com os índices dos anos anteriores e das demais capitais do Nordeste e do Brasil. Na publicação anterior havia apenas 50 indicadores. 

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Entre os indicadores mais destacados pelos coordenadores do ODR está a perda de água tratada. Em 2010 eram perdidos 64,33% de água antes de chegar aos domicílios. Em 2011, o número subiu para 70,70%, e em 2012 não foi revelado. 

Na questão da saúde, o Recife é a segunda capital com mais leitos disponíveis no Brasil. Entretanto, no quesito mortalidade por doenças do aparelho respiratório a cidade computa 1.559 mortes, ficando na pior posição entre as capitais do Nordeste e em 26º, penúltimo lugar, em todo o Brasil. “Estes números mostram uma disparidade entre a quantidade de leitos oferecidos e a qualidade dos serviços de saúde”, comenta a coordenadora dos Grupos de Trabalho (GT) do ODR, Cármen Cardoso.

A educação também está entre os temas mais criticados pelos pesquisadores. Para a coordenadora do GT de educação, Suzana Simões Leal, a inserção de tablets e robótica na educação é importante, mas foge do real foco. “É preciso discutir em que medidas os professores serão capacitados para lidar com estas novas tecnologias. Além disso, o orçamento para educação em 2010 era de 21%, caindo para 17% e depois 16%. Recentemente soube que o orçamento da atual gestão subiu para apenas 18%. É muito pouco”, critica Simões Leal. A coordenadora ainda discute a qualidade do ensino público. “A cidade gasta em média R$ 460 com cada aluno da escola pública. Este valor é o mesmo de uma escola privada, então por que a escola pública não tem as mesmas condições da privada?”, questiona. 

Para Cármen Cardoso, a maior dificuldade da ODR é a falta de interação com a Prefeitura do Recife. “Nós não temos acesso a muitas informações de posse da prefeitura. Quando entregamos os indicadores também não conseguimos saber como ele será utilizado”, esclarece. Ainda nesta terça-feira (18), o ODR fará o evento de lançamento da publicação, contando com a presença do prefeito do Geraldo Júlio. “Durante o evento, nós vamos fazer essas cobranças ao gestor”, comenta Cardoso. 

O ODR foi fundado em 2008 e integra a Rede Social Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis. As informações colhidas para a publicação são tiradas de órgãos como o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE), Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e as secretarias estaduais e municipais de educação. A pesquisa poderá ser acessada no site do movimento. 

O crescimento da indústria brasileira em 2014 deve ser semelhante ao de 2013, quando houve pequeno crescimento do setor, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No quadro atual, de acordo com o gerente executivo de Política Econômica da Confederação, Flávio Castelo Branco, o crescimento de 2% da indústria é uma expectativa otimista para 2014.

O indicador de horas trabalhadas registrou em 2013 o pior resultado desde 2008, quando houve queda de 9,8%. No ano passado, a queda foi de 2,5%. "Isso reverte expectativa de recuperação mais expressiva das indústrias", afirmou Castelo Branco.

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"Você está sem empuxo muito forte para crescimento em 2014", disse. Ele afirmou, entretanto, que a taxa de câmbio mais desvalorizada pode favorecer o crescimento do setor. "A taxa de câmbio mais desvalorizada favorece a competitividade nas exportações e na competição com importados no nosso mercado", explicou.

Castelo Branco afirmou que medidas como a desoneração de folha e a redução do custo de energia podem gerar melhora da competitividade. "Mas ainda seguimos com dificuldade que não conseguimos superar, que é o ciclo de juros", afirmou, em referência à alta da Selic. "Essa combinação para manter inflação sob controle termina sendo desfavorável para o setor industrial."

Janeiro

A indústria encerrou 2013 em ritmo lento, conforme divulgou hoje a CNI. Castelo Branco adiantou, entretanto, que em janeiro os indicadores "podem vir mais positivos que os do fim do ano". Nos últimos meses do ano, segundo a CNI, houve uma forte perda da intensidade da atividade da indústria, especialmente em dezembro. Todos os indicadores do último mês do ano passado apresentaram queda na comparação com o mesmo mês de 2012, com exceção do emprego. No ano, entretanto, esses mesmos indicadores apresentaram alta.

"A indústria em 2013 foi muito oscilante. Na média, houve pequeno crescimento", afirmou Castelo Branco. "O ano de 2013 foi um ano de recuperação, mas de recuperação fraca. Mal deu para retomar patamares anteriores", afirmou Castelo Branco. "A indústria mostra certa dificuldade de retomar ritmo de crescimento de forma mais permanente. Os dados anuais positivos são fruto de um efeito sobe desce que dominou todo o ano."

Faturamento

O faturamento foi o indicador que apresentou a maior alta no ano, de 3,8%. O efeito câmbio explica esse resultado, segundo Castelo branco. "Nos períodos de valorização do real, temos perda de faturamento da indústria. Agora, com melhoria do patamar de cambio, isso permite rentabilidade melhor", explicou. Ele aponta que, se o câmbio se mantiver no atual patamar, haverá efeito favorável para o faturamento da indústria também neste ano.

Castelo Branco afirmou que as pressões sobre a moeda dos países emergentes vão permanecer ao longo de 2014. "Um dólar mais valorizado por um lado é melhor, mas temos que levar em conta que as moedas dos outros emergentes também estão desvalorizando em relação ao dólar e isso faz com que dificuldades de competição nesses mercados permaneça", disse. "O ambiente internacional não é tão amigável para economias emergentes."

A utilização da capacidade instalada da indústria brasileira recuou de 81,9% em novembro para 81,4% em dezembro de 2013, segundo os indicadores industriais divulgados nesta quarta-feira, 5, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em dezembro de 2012, a utilização da capacidade instalada estava ainda maior, em 82,6%.

As vendas reais da indústria subiram 3,8% em 2013 ante 2012. Na comparação de dezembro de 2013 com o mês anterior, houve queda de 1,1%. Já em relação a dezembro de 2012 houve recuo de 0,8%. As horas trabalhadas subiram 0,1% no ano passado em relação ao ano anterior. Na comparação de dezembro de 2013 com novembro, houve recuo de 2,5% e em relação a dezembro de 2012, queda de 0,8%.

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O emprego apresentou alta tanto na comparação anual quanto na mensal. O indicador subiu 0,8% em 2013 ante 2012 e 0,1% em dezembro ante novembro. Em relação a dezembro de 2012, a alta foi de 1,3%. A massa salarial real subiu 1,7% no ano passado ante 2012 e caiu 0,7% na comparação de dezembro de 2013 com o mesmo mês do ano anterior. O rendimento médio real subiu 0,9% no ano e caiu 2% no último mês de 2013 ante dezembro de 2012.

Os dados do mercado de trabalho sustentaram resultados positivos no ano, mesmo com a indústria operando em baixa intensidade. Na comparação do resultado de 2013 com o de 2012, apresentaram alta o faturamento real, as horas trabalhadas, o emprego, a massa salarial real e o rendimento médio real.

Por outro lado, em dezembro, na comparação com dezembro de 2012, todos esses indicadores mostraram recuo, com exceção do emprego, que subiu 1,3%. A utilização da capacidade instalada ficou em 81,4% no último mês do ano passado. Em dezembro de 2012, o nível estava mais alto, em 82,6% pelos dados dessazonalizados.

O mercado de ações dos Estados Unidos fechou em alta, em sessão abreviada por causa do feriado do Natal. O índice Dow Jones fechou em nível recorde pelo quinto dia consecutivo. O Nasdaq fechou no nível mais alto desde 1º de setembro de 2000. O S&P-500 fechou em nível recorde pela 43ª vez neste ano. No caso do Dow Jones, foi o 49º fechamento em nível recorde em 2013, maior número desde 1995.

O mercado reagiu positivamente aos indicadores divulgados pela manhã: as encomendas de bens duráveis cresceram 3,5% em novembro, superando a expectativa de 2%. As vendas de imóveis residenciais novos recuaram 2,1% em novembro, para a taxa anualizada de 464 mil, acima da previsão de 440 mil.

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"Com o fluxo de notícias econômicas, a pouca liquidez e o otimismo persistente dos investidores, o caminho de menor resistência é para cima", disse Jack Albin, do BMO Private Bank. Para o estrategista Chris Gaffney, da EverBank Wealth Management, os indicadores "mostram que o Fed fez um bom trabalho ao escolher o momento para reduzir suas compras de bônus".

Entre os destaques da sessão estavam as ações da indústria de carros elétricos Tesla, com alta de 5,36%, depois de as autoridades norte-americanas reafirmarem o rating de segurança de seu Modelo S. Entre as componentes do Dow, os destaques foram DuPont (+1,74%) e Microsoft (+1,26%).

O índice Dow Jones fechou em alta de 62,94 pontos (0,39%), em 16.357,55 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 6,52 pontos (0,16%), em 4.155,42 pontos. O S&P-500 fechou em alta de 5,33 pontos (0,29%), em 1.833,32 pontos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os mercados asiáticos encerraram as negociações em queda, na espera por importantes eventos nos próximos dias e por pressões no noticiário local. Os EUA publicarão o relatório mensal de emprego nesta sexta-feira (8), um indicador muito aguardado para avaliar se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) terá condições para reduzir o programa de estímulos.

Durante o fim de semana as atenções se voltarão para a Terceira Sessão Plenária do Partido Comunista da China, quando as principais lideranças do país devem revelar uma agenda de reformas para a próxima década.

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Na China, além da reunião dos líderes, os investidores aguardam indicadores importantes, como a balança comercial e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro, que serão divulgados amanhã. O índice Xangai Composto fechou em baixa de 0,5%, aos 2.129,40 pontos, assim como o Shenzhen Composto perdeu 1,2%, para 1.011,26 pontos, e o Hang Seng recuou 0,7%, atingindo 22.881,03 pontos.

As apertadas condições de liquidez no sistema bancário da China também estão pressionando as bolsas. Os quatro principais bancos estatais da China estenderam a menor quantidade de novos empréstimos em yuan em outubro, informou o Shanghai Securities News.

Em Hong Kong, as ações da Lenovo chamaram atenção pela valorização de 2,1% depois de a empresa reportar um aumento de 36% no lucro líquido, superando as expectativas do mercado.

As perdas também foram registradas em outras regiões na Ásia. Nas Filipinas, o índice PSEi perdeu 0,6% e caiu para 6.435,2 pontos, no menor nível em três semanas. Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou em baixa de 0,5%, aos 2004,04 pontos, enquanto em Taiwan o índice Taiwan Weighted fechou praticamente com a mesma pontuação do dia anterior, aos 8.283,71 pontos. Na Austrália, o S&P/ASX 200 cedeu 0,2%, atingindo os 5.422,0 pontos.

As ações do setor bancário pressionaram as negociações na Austrália após serem negociadas ex-dividendo, isso é, quando os acionistas não têm mais o direito a receber a distribuição de dividendos. As ações da Australia & New Zealand Banking Group e da National Australia Bank caíram 4,2% e 3,4%, respectivamente. Fonte: Dow Jones Newswires.

O resultado nacional da segunda edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), relativo ao ano de 2011, mostra que os municípios brasileiros pouco evoluíram no que diz respeito às contas públicas. O índice é calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados disponíveis na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) sobre indicadores de receita própria, gastos com pessoal, investimentos, liquidez e custo da dívida.

O IFGF pesquisou 5.164 municípios. Os dados das 399 cidades restantes não estavam disponíveis no arquivo Finanças do Brasil, da STN. O indicador visa fornecer uma ferramenta de controle social dos orçamentos públicos, que leve à melhoria desses gastos pelas prefeituras.

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O IFGF Brasil 2011 registrou um total de 0,5295 ponto, o que correspondeu a um crescimento de 0,30% em relação aos dados de 2010, que alcançaram 0,5279 ponto. Isso significa que a grande maioria das cidades brasileiras (3.418 municípios, ou 66,2%) permanece em situação fiscal difícil ou mesmo crítica.

O principal ponto negativo mostrado pelo IFGF foi a queda significativa dos investimentos municipais em 2011. “O indicador de investimentos recuou 8,3% e esse movimento foi bastante generalizado. Ele ocorreu em todas as regiões do país”, disse o gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês.

Segundo ele, houve menor comprometimento dos municípios com os gastos com pessoal, que cresceram menos que as receitas. O economista avalia, entretanto, que foi a queda dos investimentos que impediu que os municípios melhorassem de 2010 para 2011. A folga gerada pelo menor comprometimento com gastos com pessoal foi direcionada para o caixa das prefeituras, que “guardaram dinheiro e não investiram. Por isso, o indicador de liquidez melhorou bastante”. De acordo com a pesquisa, o indicador de liquidez teve um crescimento de 4,3%, em relação à edição 2010.

O IFGF sinaliza que as desigualdades sociais e econômicas persistem no país também em termos de gestão fiscal. “A gente vê a imagem de dois Brasis”, confirmou o economista. Dos 500 municípios com piores resultados em termos da gestão fiscal, 72% estão situados no Nordeste. “Pouco recuou (em comparação a 2010). O Nordeste manteve o domínio entre os piores resultados”.

Menos de 2% dos 5.164 municípios pesquisados podem ser considerados como de excelente gestão fiscal. “Só 84 cidades de um universo de mais de 5 mil foram avaliadas com conceito A, que é o conceito de gestão de excelência”. Guilherme Mercês disse que o cenário traçado indica que o Brasil tem muito que melhorar nesse campo e, em especial, na gestão fiscal dos municípios. Ele considera isso fundamental tanto para a população, como para o bom funcionamento das empresas, porque os municípios respondem por um quarto da carga tributária brasileira.

“As cidades são os principais provedores de bens públicos para a população. Sobre eles recaem os gastos de saúde, educação e infraestrutura urbana. No caso das empresas, saúde e educação são prerrogativas básicas para ter trabalhadores qualificados e saudáveis. As empresas dependem também de uma infraestrutura urbana para que possam se instalar e gerar empregos naquelas regiões. Os municípios têm tudo a ver com o cerne do desenvolvimento brasileiro”, declarou.

No cômputo geral, a Região Sul foi o grande destaque, com ênfase para o Rio Grande do Sul, que apresentou 128 dos 500 maiores resultados do IFGF. “Com certeza é o grande destaque do Brasil”. O estado apresentou ainda participação significativa entre os 100 maiores resultados.

Mas foi a cidade paulista de Poá que exerceu a liderança no ranking nacional, ao obter conceito A nos cinco indicadores pesquisados. Essa característica foi restrita a oito prefeituras no país. Além de Poá (SP), tiveram conceito A os municípios de Jeceaba (MG), Balneário Camboriú (SC), Barueri (SP), Piracicaba (SP), Porto Belo (SC), Caraguatatuba (SP) e Caxias do Sul (RS).

No ranking das capitais, Guilherme Mercês informou que Vitória assumiu a primeira colocação e conseguiu ocupar espaço entre os 100 melhores resultados do país. “É a única capital que está nesse rol”, salientou, lembrando que, em 2010, nenhuma capital havia chegado a esse patamar. O IFGF cresceu nas capitais, em média, 2,1% na comparação com o estudo referente a 2010, superando a média nacional de 0,30%.

O Espírito Santo foi o único estado em que todas as prefeituras declararam seus dados no IFGF de 2011. No sentido oposto, Minas Gerais mostrou o maior número de prefeituras que não apresentaram dados. Foram 61 municípios, ou o correspondente a 7,2% das cidades mineiras. Em seguida, vêm Bahia, com 56 municípios, Pará (42), Piauí (37), Maranhão (33), Paraíba (24) e Goiás (22).

O estudo mostrou, ainda, que persiste uma dependência crônica dos municípios das transferências de recursos dos seus estados, representadas pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ou da União (Imposto de Renda, Imposto sobre Serviços-IPI e fundos constitucionais).

O crescimento da indústria de transformação no primeiro semestre de 2013 foi heterogêneo, afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI), embora haja expansão para a maioria dos setores em relação ao primeiro semestre de 2012. O faturamento, medido pelas vendas reais, aumentou em 15 dos 21 setores pesquisados, principalmente para máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, veículos automotores, vestuário, madeira, têxteis e borracha e plástico. Bebidas e outros equipamentos de transportes tiveram as maiores quedas de faturamento no período.

Ainda segundo os indicadores industriais da CNI, as horas trabalhadas aumentaram para 12 dos 21 setores. Houve crescimento maior para o setor de bebidas e borracha e plástico. Mas houve queda expressiva em outros equipamentos de transportes e derivados de petróleo e biocombustíveis.

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Em 13 setores, houve aumento da capacidade instalada no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2012. Vestuário, metalurgia e madeira foram os que mais aumentaram a utilização do parque industrial.

O mercado de trabalho ficou positivo para 13 setores, com destaque para bebidas, couros e calçados e vestuário. Por outro lado, as quedas mais acentuadas de emprego foram em derivados de petróleo e biocombustíveis e impressão e reprodução.

Os indicadores industriais de junho vieram positivos, segundos os dados divulgados na tarde desta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apenas a capacidade instalada ficou estável em 82,2%, exatamente o patamar de maio. Em junho de 2012, a capacidade instalada na indústria de transformação era de 81,9%, pela série dessazonalizada.

As vendas reais, que medem o faturamento do setor, subiram 0,5% em junho ante maio e 5,2% na comparação com junho do ano passado. As vendas reais acumulam uma alta de 5,3% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2012.

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As horas trabalhadas cresceram 2,2% na comparação com maio deste ano e 0,4% em relação a junho de 2012. No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, as horas trabalhadas apresentam um aumento de apenas 0,1%.

O emprego na indústria de transformação subiu 0,2% em junho ante maio e 0,8% ante junho de 2012. O crescimento é de 0,5% no acumulado do primeiro semestre de 2013.

A massa salarial real, por outro lado, caiu 0,7% sobre maio, mas subiu 3% na comparação com junho de 2012. No acumulado do ano, a massa salarial real tem alta de 1,9% em relação a janeiro a junho do ano passado.

O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, acredita que a melhora dos indicadores industriais em abril reflete os resultados da política de estímulos do governo, como a desoneração da folha de salários e a redução do custo de energia.

Mais cedo nesta terça-feira, 11, a CNI anunciou que o nível de utilização da capacidade instalada ficou em 83,3% em abril, o maior nível desde junho de 2011. Em março, o patamar estava em 82,6% e, em abril de 2012, em 81,8%. O resultado de abril superou o teto das projeções dos analistas consultados pelo AE Projeções, de 83,20%.

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Castelo Branco destacou que os dados ainda não traduzem o início, também em abril, do aperto da política monetária, o que pode reduzir novos investimentos, já que alta dos juros deve inibir a demanda das famílias. "Então podemos ter um segundo semestre de recuperação, mas mais moderada, por conta da política monetária mais austera a partir de abril", afirmou.

Castelo Branco disse que, por outro lado, a mudança no patamar de câmbio traz mais competitividade aos produtos brasileiros, embora ponha mais rigidez no combate à inflação. "Precisamos ver como isso afetará a demanda e a expectativa dos empresários. Isso vai refletir mais no segundo semestre", previu.

Sobre o possível anúncio na quarta-feira, 12, de um programa de estímulo à compra de eletrodomésticos para os mutuários do Programa Minha Casa, Minha Vida, Castelo Branco disse que medidas como esta têm impactos positivos na demanda, mas têm sido frustrantes para sustentar o setor industrial como um todo. "Precisamos ser mais ambiciosos em medidas com maior amplitude sobre o custo do setor industrial", defendeu.

Analistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para inflação este ano e em 2014. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 5,80%, tanto para 2013 quanto para o próximo ano. As informações estão no boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC), feita com base em estimativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

A projeção de inflação está acima do centro da meta, que é 4,5%. Essa meta tem ainda margem de  2 pontos percentuais para mais ou para menos. Uma das funções do BC é fazer com que a inflação convirja para o centro da meta.

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Para isso, o BC usa a taxa básica de juros, a Selic, como instrumento para calibrar a inflação. Atualmente a Selic está em 7,50% ao ano, depois de ter sido elevada em 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC do mês passado.

Devido à alta da inflação, a expectativa dos analistas das instituições financeiras é que o Copom volte a elevar a Selic na reunião deste mês, marcada para os dias 28 e 29. A mediana das expectativas (desconsidera os extremos das projeções) é que a Selic suba para 7,75% ao ano. Ao final de 2013, a projeção é 8,25% ao ano, a mesma para o fim de 2014.

A pesquisa do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 4,95% para 4,90%, este ano, e de 4,95% para 5%, em 2014.

A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 4,43% para 4,39%, este ano, e mantida em 5,10%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 4,51% para 4,50%, em 2013, e de 5,41% para 5,30%, no próximo ano.

O faturamento real da indústria no mês de fevereiro cresceu em 13 setores na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas caiu em 8, segundo levantamento apresentado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A massa salarial, de acordo com o documento, também teve expansão na maioria dos setores: 14 dos 21 considerados. A CNI identificou que há disparidades no desempenho setorial do faturamento. Segundo a Confederação, há cinco setores com crescimento acima de 6% no período de comparação: máquinas e equipamentos (16,8%), produtos diversos (12%), couros e calçados (9,9%), farmacêuticos (6,8%) e veículos automotores (6,7%).

Há setores, no entanto, com quedas de dois dígitos do faturamento no mesmo período: outros equipamentos de transportes (-32,6%), bebidas (-18,1%), têxteis (-13,3%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (-11,5%).

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Em relação à massa salarial, a CNI ressaltou que houve crescimento em alguns segmentos que chegaram até a registrar queda de faturamento. São exemplos, máquinas e materiais elétricos (+23,1%), químicos (+12,3%), e bebidas (+10,5%). O setor de móveis registrou o maior aumento da massa salarial em fevereiro (+29,6%) e relativa estabilidade do faturamento (+0,1%).

O rendimento médio real cresceu de forma semelhante à massa salarial, em 14 setores. "Dadas as variações mais amenas do emprego para grande parte dos setores industriais, o crescimento da massa salarial tem sido resultado principalmente do desempenho do rendimento médio real. A utilização da capacidade instalada cresceu para pouco menos da metade dos setores na mesma base de comparação. O ramo de bebidas foi o que demonstrou a maior expansão (8,3 pontos porcentuais) e a segunda maior alta das horas trabalhadas (+6,3%). Já o setor de derivados de petróleo e biocombustíveis chamou a atenção pela maior queda da capacidade instalada (-13,5 p.p.) e a segunda maior das horas trabalhadas (-16,2%).

O impacto do conjunto das desonerações anunciadas pelo governo recentemente será sentido na indústria apenas mais à frente, conforme o gerente executivo de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. De acordo com ele, leva um tempo para o setor se adaptar às mudanças e incorporar os ganhos tributários em seus balanços. Da mesma forma, diz, o ciclo de redução da taxa básica de juros observada no ano passado também conta com um período de defasagem para os resultados do setor. "A desoneração não foi realizada para todos os setores ainda e as mais recentes foram mais para outras áreas, como serviços", afirmou.

Na avaliação do economista, de qualquer forma, as ações são positivas. "As medidas estão na direção correta. Mas algumas dependem de um tempo maior para serem sentidas", considerou. Para ele, o Brasil ainda é um país caro para a produção e, comparativamente a outras nações, ainda conta com uma inflação elevada. "Nossos custos, só acompanhando a inflação, crescem mais do que os de nossos concorrentes", afirmou.

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Ele salientou que o aumento do limite do lucro presumido é uma demanda antiga para o setor e que as mudanças na área de infraestrutura são fundamentais. "O Brasil ainda está aprendendo como atrair investimentos privados", pontuou.

Expansão

A indústria deve registrar crescimento em 2013, mas os primeiros meses do ano ainda mostram volatilidade dos indicadores, na avaliação de Fonseca. Ele previu que o dado de capacidade instalada do setor deve aumentar em março depois da queda registrada em fevereiro, mas não será uma 'pancada' tão forte quanto a alta vista no primeiro mês do ano. "A indústria ainda tem dificuldade de retomada, mas a expectativa é de melhora no ano", disse.

Ele salientou que a base dessa perspectiva mais positiva para o restante de 2013 é porque, geralmente, o início de todos os anos é mais fraco para o setor. Fonseca observou também que houve uma mudança para cima no dado de janeiro, que subiu de 84% para 84,5%, por causa não só da metodologia da dessazonalização, mas também porque às vezes a CNI inclui informações novas de empresas que não tinham sido apresentadas num primeiro momento.

A economista Ana Paula Bastos, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), salientou que a alta de 3,88% das vendas do varejo em janeiro em relação ao igual mês do ano passado foi um resultado "excelente" tendo em vista a conjuntura atual. Para ela, a tendência é de uma elevação ainda "consistente" das vendas do setor em 2013. Apesar disso, a alta será menor do que a elevação de 6,75% verificada em 2012. Essa expectativa leva em conta um cenário de aumento de crédito e da renda acima da inflação.

Os dados apresentados nesta quinta-feira, porém, não podem ser comparados exatamente com os números conhecidos até agora, porque esta é a primeira vez que a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o SPC divulgam resultados com base numa nova metodologia. Por esse quadro, a elevação de 6,75% das vendas em 2012 não é exata, mas, segundo a economista, o crescimento do ano passado deve continuar próximo de 7%, mesmo com a nova metodologia.

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As vendas do varejo registraram um crescimento de 3,88% em janeiro, na comparação com igual período do ano passado. O indicador foi divulgado na tarde desta quinta-feira pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O levantamento leva em conta o volume de consultas dos lojistas em relação aos clientes que realizam pagamento por cheque ou compras parceladas.

De acordo com os órgãos, a conjuntura econômica se mostra mais favorável ao consumo no início deste ano do que em igual período de 2012. São citados, por exemplo, maior oferta de crédito, taxas de juros menores e aumento do rendimento dos trabalhadores. Na comparação com dezembro, porém, foi verificada uma queda de 24,53% no número de consultas realizadas pelos lojistas ao SPC Brasil. A forte queda é natural porque dezembro é a melhor data para o comércio no ano.

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A CNDL e o SPC Brasil enfatizaram também que o baixo movimento de janeiro é explicado pelo número de compromissos financeiros que os consumidores possuem, como os com matrículas, material escolar e pagamentos de impostos, como IPTU e IPVA.

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