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Os Estados Unidos irão endurecer ainda mais as medidas para conter a imigração ilegal, alertou nesta quinta-feira (5), no México, o secretário de Segurança Interna americano, Alejandro Mayorkas, após um acordo com a Venezuela para deportar cidadãos daquele país.

“Tornaremos mais difícil ingressar por meios ilícitos”, disse Mayorkas após uma reunião de segurança com funcionários mexicanos presidida pelo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken. Em consequência, será feita "uma repatriação rápida, o retorno de imigrantes e a proibição da sua reentrada", acrescentou, ao confirmar o acordo com o governo de Nicolás Maduro.

“Os Estados Unidos anunciaram hoje um acordo com a Venezuela para repatriar venezuelanos que não aproveitam as vias legais e chegam de forma irregular à fronteira sul", indicou o secretário, sem detalhar se o acordo implica uma mudança na política de Washington para a Venezuela, submetida a sanções econômicas.

Mayorkas ressaltou que o presidente Joe Biden não mudou sua posição sobre o muro fronteiriço, que será ampliado em áreas vulneráveis: “Não existe nenhuma política nova do governo em relação ao muro."

O presidente Joe Biden anunciou nesta sexta-feira um acordo com o Canadá para conter a imigração ilegal na fronteira comum, em sua primeira visita ao vizinho do norte destinada a marcar a amizade renovada entre os dois países.

"Os Estados Unidos e o Canadá trabalharão juntos para desencorajar os cruzamentos ilegais da fronteira", disse Biden em discurso no parlamento canadense. O presidente americano elogiou o compromisso do Canadá de receber 15 mil migrantes procedentes do continente americano.

Como pano de fundo deste entendimento está a questão de "Roxham", passagem irregular pela qual cerca de 40 mil imigrantes procedentes dos Estados Unidos chegaram a Quebec no ano passado, evitando os pontos oficiais de entrada. Seu fechamento preocupa as ONG de apoio aos imigrantes.

"O impacto sobre refugiados em perigo extremo é devastador. O resultado será levar as pessoas a tentar travessias ainda mais perigosas em áreas isoladas" ou empurrá-las para traficantes de pessoas, criticou Julia Sande, da Anistia Internacional.

Estas chegadas agitaram o clima político no Canadá, país onde o problema é relativamente novo, provocando tensão com Washington. Em janeiro, autoridades americanas fizeram mais de 128.000 detenções por tentativas de entrada ilegal em território nacional, através do México, e a direita republicana não perde a oportunidade de acusar Biden de leniência face ao fenômeno migratório.

Informações anteriores ao encontro indicavam que, em troca do fechamento da Roxham Road, Ottawa aceitaria receber cerca de 15.000 solicitantes de asilo da América Latina por meio de canais legais, como acabou sendo anunciado. A medida aliviaria a pressão na fronteira sul dos Estados Unidos.

Biden foi aplaudido no Legislativo, principalmente quando elogiou o compromisso dos dois países de apoiar a Ucrânia em sua guerra com a Rússia. Os Estados Unidos e o Canadá são "dois povos" que compartilham o "mesmo coração" e, "em caso de desacordo", resolvem seus problemas "com amizade e boa vontade".

A relação entre Washington e Ottawa é infinitamente mais cordial do que durante a presidência do republicano Donald Trump, mas há alguns pontos de conflito.

- Ajuda ao Haiti -

Outro tema de discussão será o Haiti, país assolado pela violência das gangues e por uma grave crise humanitária. Uma fonte do governo canadense disse à AFP que se espera, para esta sexta-feira, um anúncio de "financiamento significativo", relacionado com a ajuda humanitária e a capacitação das forças de segurança haitianas.

Washington acolheria com satisfação que o Canadá desempenhasse um papel de liderança no envio de uma força internacional para o país caribenho.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, informou ontem sobre "discussões com o governo canadense para ver o que podem fazer juntos, assim como com outros países, os países da Caricom (Comunidade do Caribe) e da região".

Os gastos militares também estarão na agenda bilateral, no momento em que Washington pressiona por um esforço dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio à guerra na Ucrânia e às crescentes tensões com a China.

Ottawa está longe de destinar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) aos gastos militares, um piso estabelecido para os países-membros da Aliança Atlântica.

Em particular, pode-se abordar, hoje em Ottawa, a modernização do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês).

- Semicondutores e cadeias de suprimentos -

Os dois países são bastante integrados e parceiros do México no Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (T-MEC).

Trudeau, cujo país é o primeiro cliente dos Estados Unidos em matéria de comércio exterior, vai querer avançar suas fichas na área econômica.

Biden adotou um enorme plano de subsídios para a transição energética, a "Lei de Redução da Inflação" (IRA, na sigla em inglês), destinada a apoiar a produção e o desenvolvimento de tecnologias em solo americano. Os principais parceiros comerciais de Washington temem que essa guinada reduza suas vendas para os EUA.

A fonte do governo canadense disse esperar que, na coletiva de imprensa conjunta, sejam feitos anúncios sobre semicondutores e fortalecimento das cadeias de suprimentos na América do Norte.

Kesley Vial, de 23 anos, um brasileiro que estava sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), morreu na quarta-feira (24), no Hospital da Universidade do Novo México (UNMH) em Albuquerque, nos EUA, informou o serviço de imigração dos Estados Unidos, na sexta-feira (26). Uma autópsia vai determinar a causa oficial da morte, disse o ICE.

Conforme o órgão, em 22 de abril, agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA encontraram Vial após ele entrar ilegalmente nos EUA por El Paso, no Estado do Texas. Vial foi transferido para a custódia do ICE em El Paso em 29 de abril, para aguardar a conclusão de seu processo de remoção. Aguardando a decisão final de seus procedimentos de imigração, ele foi transferido para o Centro de Detenção do Condado de Torrance (TCDF).

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Ainda de acordo com o ICE, em 17 de agosto, quando estava detido no TCDF, Vial foi encontrado inconsciente por funcionários da detenção. A equipe médica do TCDF iniciou trabalhos de reanimação. Depois paramédicos assumiram o atendimento e levaram o Vial para o UNMH, onde ele morreu na quarta-feira passada.

O ICE afirmou que notificou a morte ao Escritório do Inspetor-Geral (OIG, na sigla em inglês) do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) e ao Escritório de Responsabilidade Profissional do ICE (OPR, na sigla em inglês). Além disso, o ICE notificou o consulado brasileiro em Houston sobre a morte de Vial. A equipe da UNMH notificou os parentes mais próximos.

"O ICE está firmemente comprometido com a saúde e o bem-estar de todos aqueles sob sua custódia e realizando uma revisão abrangente em toda a agência deste incidente, como faz em todos esses casos. As fatalidades sob custódia do ICE, estatisticamente, são extremamente raras e ocorrem em uma fração da média nacional para a população detida nos EUA", informou o órgão em nota à imprensa.

A família criou uma vaquinha virtual no site gofundme para trazer o corpo de Vial para o Brasil. "Venho nesse momento difícil, compartilhar com vocês a dor da perda de Kesley Vial, um jovem foi em busca de uma vida de sonhos e, no meio do caminho, perdeu seus sonhos e sua vida!", diz a mensagem no site.

Milhares de haitianos que cruzaram o Rio Grande estão dormindo em acampamentos montados embaixo de uma ponte no sul do Texas, o retrato de uma nova emergência humanitária e desafio logístico para agentes migratórios americanos.

Autoridades de Del Rio, no Texas, estimam que mais de 10 mil migrantes se instalaram em um acampamento improvisado nos últimos dias, de onde aguardam resposta sobre seus pedidos de asilo. A maior parte deles é de haitianos vindos da América do Sul, incluindo o Brasil. Mais de 29 mil haitianos chegaram aos EUA nos últimos 11 meses, segundo dados oficiais, incluindo famílias de nacionalidades mistas, com crianças nascidas no Brasil, Chile e outros países vizinhos.

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O Estadão noticiou em agosto que a reabertura de algumas fronteiras na América do Sul, após o aumento no ritmo de vacinação contra a covid-19, fez com que imigrantes voltassem a tentar a travessia da América Central em direção aos EUA. O movimento fez com que, pela primeira vez em décadas, o maior fluxo não viesse de mexicanos e centro-americanos.

O prefeito de Del Rio, Bruno Lozano, descreveu as condições sob a ponte como "miseráveis", afirmando que se assemelhavam a uma favela, com pouco acesso a água potável, comida e apenas alguns banheiros químicos. "São 9 mil pessoas ansiosas e estressadas", disse Lozano.

Água potável, toalhas e outros itens básicos estão sendo distribuídos no local, de acordo com autoridades de fronteira, mas funcionários que trabalham na região afirmam que as condições sanitárias são precárias. Famílias com crianças pequenas estão recebendo prioridade de remoção da área da ponte.

Del Rio é uma cidade de 35 mil habitantes às margens do Rio Grande, a 240 km de San Antonio. O município, cercado por ranchos, arbustos espinhosos e enormes árvores de algaroba, tornou-se o centro do drama humanitário após virar rota de migrantes, que acreditam ser o caminho mais seguro para a travessia.

Deportações

A pressão cresce também para o governo de Joe Biden, que prometeu rever a política de imigrantes de Donald Trump. No caso específico do Haiti, Biden reduziu os voos de deportação após o assassinato do presidente haitiano, Jovenel Moise, em julho, e do terremoto de magnitude 7,2, em agosto, que matou mais de 2 mil pessoas. Ele também ampliou o status de proteção temporária para haitianos, o que reduz o risco de deportação.

"Vejo pessoas corajosas que, em vez de cair na armadilha do conformismo, optam por encontrar uma vida melhor", disse Wendy Guillaumetre, de 31 anos, que passou quatro anos no Chile antes de partir com a mulher e a filha de 3 anos para os EUA.

Para muitos, a rota passa pela região de Darién, a densa selva repleta de cobras e rios traiçoeiros que separa a Colômbia do Panamá, cujos caminhos enlameados são usados há muito tempo por contrabandistas. Apenas neste ano, as autoridades panamenhas dizem que o número de pessoas que cruzam a área atingiu níveis recordes, com 70 mil imigrantes se registrando em abrigos do país após fazer o perigoso trajeto.

A maioria das pessoas que cruzam a região de Darién é de haitianos que viviam no Brasil e no Chile e perderam os empregos com a pandemia. Com requisitos de visto quase impossíveis de serem cumpridos e pelo custo dos voos para os EUA, a única alternativa é fazer a jornada a pé.

O perigo, contudo, não vem apenas pela selva. Após chegarem ao Panamá, os imigrantes precisam percorrer quatro países da América Central, incluindo El Salvador e Honduras, conhecidos pela presença de grupos criminosos, até chegarem ao México, onde o trecho final da viagem começa.

Entre janeiro e agosto, cerca de 147 mil migrantes ilegais foram identificados no México - o triplo do que se viu em 2020 -, enquanto um número recorde de 212 mil imigrantes foram detidos somente em julho pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quinta-feira (30) a adoção de tarifas progressivas contra o México, a partir de 10 de junho, até que o país vizinho detenha o fluxo de imigrantes ilegais que entram nos Estados Unidos pela fronteira sul.

"Em 10 de junho, os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 5% a todos os bens procedentes do México, até o momento em que os imigrantes ilegais parem de atravessar para nosso país", tuitou Trump.

"As tarifas aumentarão gradualmente até que se resolva o problema da imigração ilegal, quando serão eliminadas". A Casa Branca explicou que as tarifas subirão para 10% em 1º de julho, com altas mensais de 5% até atingir 25% no dia 1º de outubro.

"As tarifas se manterão de maneira permanente em 25% até que o México detenha substancialmente o trânsito ilegal de estrangeiros que entram (nos EUA) através de seu território", destaca o comunicado.

"Se a crise da imigração ilegal for aliviada através de ações efetivas adotadas pelo México, que serão determinadas por nossa exclusiva avaliação e critério, haverá a eliminação das tarifas".

A declaração da Casa Branca afirma que os Estados Unidos são "invadidos" por milhares de pessoas procedentes do México, que nada faz para impedir a situação.

"A cooperação passiva do México para permitir esta incursão em massa constitui uma emergência e uma ameaça extraordinária à segurança nacional e à economia dos Estados Unidos".

- Decisão desastrosa -

O México reagiu qualificando a decisão de "algo desastroso", que se for de fato realizado "será gravíssimo".

"Se chegar a acontecer vamos responder de forma enérgica", disse em entrevista coletiva Jesús Seade, vice-chanceler para América do Norte e negociador comercial mexicano.

"O certo seria responder olho por olho, mas isto seria partir para a selvageria (...). Temos que discutir com os Estados Unidos e analisar aqui como vamos responder. Vamos ver do que se trata, ainda não sabemos, não tivemos um primeiro contacto...".

Seade reafirmou que não há qualquer justificativa para impor tarifas ao comércio por uma tema de imigração.

O México tem os Estados Unidos como seu principal parceiro comercial, ao qual destina mais de 80% de suas exportações.

Os dois países compartilham 3.200 km de uma fronteira pela qual passam numerosos imigrantes ilegais, armas e drogas.

Desde outubro passado, o México foi tomado por ondas de emigrantes, a maioria centro-americanos, que tentam chegar aos Estados Unidos fugindo da violência em seus países.

Trump já havia ameaçado o México com o fechamento da fronteira caso o vizinho não detivesse o fluxo de emigrantes ilegais.

Após chegar à presidência do México, em dezembro, o esquerdista López Obrador flexibilizou os controles migratórios, o que multiplicou o fluxo de emigrantes.

Segundo Trump, na véspera foram detidos 1.036 imigrantes ilegais que cruzaram a fronteira no trecho entre Ciudad Juárez e El Paso (Texas), um número recorde.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood vai conceder um Oscar especial ao cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu pela obra “Carne y Arena” (Carne e areia, em tradução livre), um filme realizado através da tecnologia de realidade virtual (VR).

O prêmio será entregue para o cineasta e para o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, que também é mexicano, no Annual Governors Awards, em Hollywood, no próximo dia 11 de novembro.

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 “Carne y Arena” está em cartaz apenas no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), nos Estados Unidos; no Instituto Fondazione Prada, na Itália; e no Centro Cultural Universitário Tlatelolco, no México. O longa só pode ser assistido em uma sala construída especialmente para o filme, onde é feita uma projeção usando a tecnologia de realidade virtual.

O filme acompanha um grupo de mexicanos em uma tentativa de travessia da fronteira entre Estados Unidos e México. A ideia é que a realidade virtual seja usada para aumentar a experiência de imersão do filme, fazendo com que o público se sinta na pele de um emigrante mexicano.   

"A experiência multimídia e cinematográfica de Iñárritu é uma investida profundamente imersiva, emocional e física, no mundo de imigrantes que atravessam o deserto do sudoeste americano. Mais do que um feito inovador dentro do ainda recente formato da realidade virtual, é uma criação que nos conecta à realidade política e social da fronteira entre México e EUA", afirmou o presidente da Academia, John Bailey.

A última vez em que a Academia concedeu um prêmio especial pelas inovações tecnológicas foi em 1996, quando John Lasseter foi homenageado pela criação da animação da Pixar “Toy Story: Um Mundo de Aventuras”, filme revolucionário na época e que foi responsável pelos avanços técnicos em computação gráfica.

Este será o quarto Oscar da carreira de Iñárritu, que recebeu o prêmio de Melhor Direção e Melhor Roteiro Original em 2015 pelo filme “Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância” e Melhor Direção em 2016 pelo filme “O Regresso”. O cineasta também é considerado um recordista por ser um dos três únicos diretores a conseguir vencer o prêmio de Melhor Direção por dois anos consecutivos. Os outros dois diretores são Joseph L. Mankiewicz (Quem É o Infiel? e A Malvada) e John Ford (Vinhas da Ira e Como Era Verde o Meu Vale).

A Polícia Federal prendeu três pessoas relacionadas à quadrilha de traficantes de pessoas que intermediou a viagem de 12 brasileiros desaparecidos nas Bahamas desde novembro do ano passado. As prisões ocorreram no âmbito da Operação Piratas do Caribe em Rondônia, deflagrada na madrugada de hoje (13) em Rondônia, Minas Gerais e Santa Catarina. Além das prisões, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão de documentos e outras provas.

Os policiais seguem em campo na busca de mais dois suspeitos. Segundo o delegado da Polícia Federal de Ji Paraná (RO), Raphael Baggio de Luca, a maior dificuldade da investigação do caso é o medo dos parentes dos desaparecidos em revelar a identidade dos chamados coiotes, responsáveis por intermediar a imigração legal. “Os familiares estão muito receosos em falar e quando falam pedem para ficar no anonimato.”

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Essa conduta, segundo o delegado, dificulta o trabalho da polícia em conseguir com o Judiciário autorização para entrar em endereços suspeitos e efetuar prisões. “Há uma grande diferença entre uma notícia anônima e um elemento testemunhal. Somente com o relato anônimo, fica mais difícil para a polícia sustentar diante do juiz a necessidade de uma medida que nos permita adentrar na esfera de liberdade das pessoas, como violação de domicílio dos suspeitos, por exemplo.”

Segundo Baggio, que coordena a operação, os suspeitos continuaram atuando na prática de aliciamento e intermediação de imigrantes ilegais, mesmo depois do desaparecimento do grupo nas Bahamas e da repercussão caso.

A Polícia Federal disse que os coiotes poderão ser responsabilizados pelo que tiver ocorrido com os migrantes que desapareceram durante a suposta travessia entre as Bahamas e os Estados Unidos. “A partir do momento que você cria o risco de desobedecer um ordenamento jurídico, se esse risco vier a ocorrer e gerar resultados como acidentes, sequestro ou cárcere privado, que possam atingir um bem que a gente estime, por exemplo a vida, essas pessoas serão responsabilizadas de acordo com a norma jurídica. Então, se houver um atentado contra a vida, eles responderão por homicídio, se for contra liberdade, responderão por cárcere privado”, explica Baggio.

Informações internacionais

A PF recebeu informações das autoridades de Cuba, das Bahamas, da República Dominicana e dos Estados Unidos e em nenhum desses países foi registrada a prisão dos brasileiros desaparecidos. Segundo o delegado federal, há fortes indícios de corrupção de agentes de imigração das Bahamas, o que facilita a ação dos coiotes naquele país em parceria com os traficantes do Brasil.

Os nomes dos brasileiros desaparecidos ainda serão incluídos na lista de difusão amarela, um alerta internacional de pessoas desaparecidos. A demora para inclusão dos dados no mecanismo internacional também se deve à resistência dos familiares em autorizar a divulgação da identidade das vítimas, segundo a PF.

Baggio diz que as informações podem contribuir para o esclarecimento do caso. “Desde que recebemos a notícia desse caso estamos trabalhando e só vamos parar quando elucidar. Se alguém souber do paradeiro dessas pessoas, pode ir à delegacia da PF. Estamos com apoio do Itamaraty e da coordenação nacional de Direitos Humanos da PF para ir atrás desse grupo em qualquer lugar do mundo, se for preciso”, declarou.

Por telefone, a mãe de um dos brasileiros desaparecidos, Marta Gonçalves, disse à Agência Brasil que ficou sabendo da operação da polícia por meio do grupo criado em uma rede social por familiares dos outros integrantes que desapareceram. Ela afirmou que todos continuam na mesma situação, sem informação e com esperanças de que o caso seja esclarecido.

Um etíope e um somali asseguraram nesta quinta-feira, em Atenas, que fazem parte do grupo de 41 sobreviventes de um naufrágio que, segundo cálculos do grupo, deixou cerca de 500 mortos no Mediterrâneo neste fim de semana.

Muaz Mahmoud, de 25 anos, originário de Oromia, na Etiópia, declarou ter perdido a mulher de 21 anos e seu filho de dois meses, em coletiva de imprensa celebrada em um centro de acolhida em Atenas, onde são alojados pela ONG grega Praxis.

O naufrágio ocorreu no fim de semana passado em frente à costa italiana.

"Embarcamos em um barco de 15 metros de Tobruk (leste da Líbia) com 200 outras pessoas de diversas nacionalidades, especialmente somalis, sudaneses, eritreus e etíopes, com destino à Itália", afirmou.

"Depois de 15 horas de viagem, os traficantes nos disseram que seríamos transferidos a um barco de 30 metros, onde já havia 300 pessoas", disse o jovem, comovido e em um inglês básico, mas com detalhes coerentes.

Durante a transferência, afirmou, "o barco grande afundou e todo mundo morreu, meu filho e minha mulher (...), nós nadamos na direção do barco pequeno, 41 entre nós pudemos ser salvos".

Segundo seu testemunho, os traficantes do "barco de 15 metros os abandonaram atirando-lhes um telefone celular que usaram para chamar a polícia italiana".

A polícia se comunicou com o primeiro barco, que navegava na região, mas não parou. "E depois de alguns minutos, outro barco parou e fomos recolhidos", informou do sobrevivente.

O barco, "Eastern Confidence", de bandeira filipina, transferiu os náufragos sãos e salvos a Kalamata, no sul do Peloponeso, na Grécia.

Ali foram socorridos pela polícia e a prefeitura, antes de serem entregues ao Alto Comissariado para os Refugiados (Acnur) da ONU à ONG Praxis.

Um barco com um grupo de brasileiros que tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos naufragou ao tentar sair da ilha caribenha de Saint Marteen, matando pelo menos três pessoas, entre elas a brasileira Silvinha da Silva Braga. O Itamaraty confirmou o naufrágio e está enviando um diplomata da embaixada brasileira em Caiena, na Guiana Francesa, posto mais próximo da ilha caribenha.

Não se sabe ainda se o grupo, de aproximadamente 20 pessoas, era todo de brasileiros. Até agora, foram confirmadas três mortes, incluindo a de Silvinha. Daiane Gonçalves, filha da vítima, confirma que os pais tentavam imigrar ilegalmente para os Estados Unidos. "Eles foram para o Canadá e de lá para Saint Marteen para entrar nos Estados Unidos. Quando viram que era só um barco pequeno não queriam ir, mas os homens roubaram o dinheiro deles e ameaçaram matá-los, então eles foram. Só que o mar estava muito forte, era noite, e virou", contou Daiane ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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O pai de Daiane, Adilson Gonçalves de Oliveira, está ainda internado em um hospital da capital, Marigot, junto com outros 12 sobreviventes. O número de vítimas ainda é incerto, já que a guarda costeira dos lados francês e holandês da ilha ainda buscam sobreviventes.

Um casal de brasileiros que comandava uma rede de facilitação da entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos foi condenado nesta quinta-feira (21) em Miami, informou o Departamento de Justiça.

Juliana Rose Tomé-Froes, 36 anos, e seu marido, Fábio Rodrigues Froes, 49, montaram uma complexa rede de tráfico de imigrantes ilegais com atuação em Paris, Londres e Bahamas, entre outubro de 2008 até sua prisão em setembro de 2010.

Por um preço médio de 16.000 dólares, o casal tirava seus "clientes" do Brasil mediante um falso itinerário turístico. Depois de suas paradas na Europa, os imigrantes chegavam às Bahamas, onde eram transportados em pequenas lanchas até o solo americano.

Juliana Rose fue condenada a 60 meses de prisão e seu marido a 46 meses, informou o comunicado.

A Polícia Federal (PF) prendeu um chinês, um argentino e três brasileiros por suspeita de introdução ilegal ou ocultação de estrangeiros em território nacional em Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina, entre a noite de quinta-feira e a manhã desta sexta-feira. Em nota, o órgão informou que as prisões fazem parte de operações voltadas à intensificação do controle, fiscalização e inteligência policial na faixa de fronteira do Brasil com países vizinhos.

O chinês de 42 anos preso em flagrante na noite de quinta-feira tem visto permanente no Brasil e mora em São Paulo. Ele foi acusado de ocultação irregular de estrangeiros por estar abrigando e conduzindo outros oito chineses - três homens e cinco mulheres - sem visto de entrada no País. Todos foram encontrados em um hotel da cidade. Como não pagou a multa de R$ 62,2 mil, o chinês foi encaminhado à Penitenciária Modulada de Uruguaiana e vai responder a processo na Justiça Federal. Os imigrantes ilegais foram notificados a deixar o Brasil em três dias.

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Na manhã desta sexta-feira a PF cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão. Os presos, um argentino e três brasileiros, são acusados de participar de um grupo que introduzia ilegalmente no País estrangeiros de diversas nacionalidades. A organização transportava os imigrantes ocultados em automóveis ou a bordo de pequenas embarcações que atravessavam o rio Uruguai. A cidade gaúcha não seria o destino, mas ponto de passagem de clandestinos que seguiriam para São Paulo.

As prisões dos últimos dois dias somam-se a outras três feitas em etapas anteriores da investigação dos coiotes do Sul. Acostumados ao movimento de brasileiros e argentinos na região, os policiais perceberam o aumento da presença de nigerianos, senegaleses, peruanos, haitianos, chineses e coreanos na cidade gaúcha no início deste ano. Em março, flagraram oito senegaleses em situação ilegal abrigados por um brasileiro. A investigação prosseguiu e chegou aos homens presos nos dois últimos dias.

Outro episódio de tentativa de entrada ilegal no Brasil ocorreu na quinta-feira em Porto Alegre e foi tornado público nesta sexta-feira pela PF. Cinco passageiros de origem turca, entre os quais um menor de idade, desembarcaram de um voo vindo da Argentina e apresentaram passaportes búlgaros. O grupo, que já havia sido rechaçado nos aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo, teve de voltar a Buenos Aires.

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