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Nessa terça-feira (12) o primeiro-ministro David Cameron afirmou que a Argentina tem que respeitar o referendo feito com os habitantes das Ilhas Malvinas, que mostrou a intenção da população em permanecer como moradores de um território britânico. Depois de um referendo acontecido no último domingo (10) e na segunda (11), 99,8% dos habitantes confirmaram a intenção de manutenção como território britânico de ultramar - apenas três votantes foram contra.

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Antes mesmo da divulgação do resultado, a Argentina rejeitou a votação, afirmando que se trata de uma tentativa de manipulação e destacaram que não vão acabar com a disputa em relação à soberania da região. O arquipélago, localizado a 400km da costa argentina, está sob domínio britânico desde 1833.

A Grã-Bretanha espera que um referendo sobre o status das Ilhas Malvinas vá retirar os Estados Unidos e outros governos neutros de cima do muro em sua disputa territorial com a Argentina sobre a remoto arquipélago do Atlântico Sul. Apenas 1.650 eleitores estão registrados para participar de um voto secreto domingo (10) e segunda-feira (11), que será acompanhado por observadores eleitorais do Canadá, México, os EUA, Paraguai, Uruguai, Chile e Nova Zelândia.

Os habitantes das Ilhas Malvinas enfrentarão uma simples pergunta: o território deve manter seu status atual como um território autônomo no exterior do Reino Unido?.

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Os eleitores esperam que a resposta será esmagadoramente a favor da governança e proteção britânicas. Eles esperam colocar sua própria autodeterminação no centro de qualquer discussão sobre o seu futuro diante das reivindicações da Argentina para as ilhas.

A Grã-Bretanha quer que os EUA, em particular, reconheçam os direitos dos residentes das Ilhas Malvinas, mas o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, recusou-se ceder sobre a questão em sua recente visita a Londres. "Eu não vou comentar, nem o presidente, sobre um referendo que ainda vai ser realizado", afirmou Kerry, colocando a questão para depois que os resultados forem anunciados na noite de segunda-feira. "Nossa posição sobre as Malvinas não mudou. Os EUA reconhecem o governo britânico sobre as ilhas, mas não toma posição sobre a questão da soberania das reivindicações das partes", acrescentou.

Na noite de sexta-feira, o Ministro de Relações Exteriores da Argentina repetiu sua declaração de que os residentes das Ilhas Malvinas são pessoas "implantadas" e que as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) exigem que a Grã-Bretanha resolva a disputa bilateralmente, "levando em conta os interesses (não os desejos) dos habitantes das Ilhas." As informações são da Associated Press.

O governo da Argentina acusou o Reino Unido de enviar armas nucleares para as Ilhas Malvinas e de manter no arquipélago um sistema militar de controle do Atlântico Sul, desde a Amazônia até a Antártida e desde a costa oriental sul-americana à costa ocidental africana, assim como os acessos entre os oceanos Atlântico e Pacífico e Atlântico e Índico. A denúncia foi feita nesta sexta-feira pelo ministro de Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, na sede da ONU, em Nova York.

Timerman apresentou um documento detalhado da ação militar britânica nas Malvinas, que aponta o aumento da presença das Forças Armadas na região. "O orçamento militar inglês foi reduzido em todo o mundo, menos nas Malvinas", acusou o chanceler durante entrevista coletiva que foi transmitida ao vivo pelas emissoras de TV da Argentina. Segundo ele, "os exemplos mais notáveis da militarização por parte do Reino Unido são a recente incorporação ao sistema bélico das Malvinas de um destroier HMS Dauntless tipo 45 e de aviões Typhoon II com mísseis Taurus e o envio de um submarino nuclear".

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O submarino com propulsão nuclear, segundo detalhou o ministro, tem capacidade para transportar armamento nuclear. "Informações recebidas pela Argentina através de fontes indicam que se trataria do submarino Vanguard", disse ele, queixando-se da falta de confirmação do governo britânico sobre o assunto. Timerman também disse que os aviões Typhoon Eurofighter, que realizam exercícios na base aérea das Malvinas, são do mesmo modelo usado na Líbia, no Afeganistão e no Iraque.

"Por que esse tipo de avião se encontra na nossa região? Nenhum país da América do Sul dispõe dessa capacidade bélica", reclamou o ministro argentino. Ele disse que os pilotos britânicos são treinados nesses aviões para depois ser enviados a zonas de conflito. Timerman disse ainda que os britânicos estão realizando no arquipélago provas com o míssil Taurus, com um alcance de até 500 km. "Combinado com o avião Typhoon II, o míssil se transforma na arma mais ofensiva e letal em operação no Atlântico Sul, que pode alcançar grande parte da Argentina e do Chile, o Uruguai e o Brasil", afirmou.

A base aérea britânica, segundo o documento argentino, possui 16 hangares e duas pistas de pouso. Por último, o chanceler citou que o sistema de comunicações e de radar é o mais moderno da indústria, conectado com o Reino Unido, os EUA, a França, o Canadá e o Japão. "O sistema está sendo usado para executar tarefas de vigilância, reconhecimento e controle marítimo e aéreo do Atlântico Sul e da América do Sul", afirmou. Na quarta-feira, a presidente Cristina Kirchner havia dito que a região possui a maior reserva de recursos naturais do planeta e que as guerras futuras serão por esses recursos.

"O Reino Unido usa a infundada defesa da autodeterminação de 2.500 habitantes das ilhas como desculpa para o estabelecimento de uma poderosa base militar, que serve aos seus interesses estratégicos no Atlântico Sul", disse o ministro. Nesse sentido, Timerman reiterou o apelo de seu governo para que o Reino Unido cumpra determinação da ONU de sentar-se para negociar uma solução pacífica e definitiva para a disputa em torno da soberania sobre as Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falkland.

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