Tópicos | Héctor Timerman

O acordo comercial entre os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e a União Europeia não pode "destruir" empregos nos países da região, afirmou nesta quinta (27) o ministro de Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, depois de participar de reunião no Itamaraty com os ministros de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. Os dois blocos devem trocar ofertas em novembro e iniciar as negociações para fechar o acordo a partir de 2016.

"Vamos, unidos no Mercosul, buscar desse acordo o maior benefício possível. Temos que estar seguros que a Europa dará a mesma importância que nós estamos dando. Não podemos ceder. Um acordo com a União Europeia e com qualquer outra região deve servir especialmente para a geração de empregos em nossos países. Um acordo não pode destruir empregos", disse Timerman.

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O ministro Mauro Vieira afirmou que a posição do governo Dilma Rousseff coincide com a do governo argentino quanto à importância do acordo comercial que será costurado pelo Mercosul com os europeus. "Estamos em posição afinada e acordada entre os ministros do Mercosul para apresentarmos uma proposta conjunta", disse ele. Em seguida, o ministro Armando Monteiro reforçou que o desejo pelo acordo é "reiterado" por Brasil e Argentina.

A próxima reunião entre presidentes do Mercosul está agendada para ocorrer no fim de setembro no Paraguai. Os líderes dos cinco países devem fechar a oferta conjunta que será apresentada à União Europeia neste encontro.

A Justiça argentina indiciou nesta sexta-feira (13) a presidenta Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman, suspeitos de terem acobertado os responsáveis pelo atentado ao centro comunitário judaico Amia, em 1994 – considerado o pior na historia do pais. A denúncia foi feita no dia 14 de janeiro pelo promotor Alberto Nisman, responsável por investigar a explosão que há 21 anos matou 85 pessoas e feriu mais de 300. Mas ele foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, quatro dias depois – às vésperas de comparecer ao Congresso para explicar o que o levou a fazer acusações tão sérias.

Passado quase um mês, a morte de Nisman ainda está sendo investigada, em meio a rumores envolvendo desde os serviços secretos argentino, norte-americano, israelense e iraniano até a presidenta Cristina Kirchner, aliados e opositores do governo. Mas ninguém ainda sabe se o promotor se suicidou, foi induzido a se matar ou foi assassinado.

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Paralelamente à investigação a cargo da promotora Viviana Fein, foi aberta outra, sob responsabilidade do promotor Gerardo Pollicita, para investigar a denúncia feita por Nisman, resumida em um relatório de 300 páginas. O documento, tornado público, foi redigido com base em escutas telefônicas, obtidas com o apoio da Secretaria de Inteligência, que o governo acaba de reformar.

Hoje, Pollicita anunciou que vai investigar as acusações feitas por Nisman, para comprovar sua veracidade. Além de Cristina Kirchner e Héctor Timerman, serão investigadas mais cinco pessoas, entre elas o deputado governista Andres Larroque e o militante Luis D’Elia (que aparece varias vezes nas gravações, conversando com supostos agentes iranianos). Isso significa que ele vai examinar as provas que já existem e, provavelmente, requerer outras. Mas nao significa, numa primeira etapa, convocar os suspeitos para que prestem depoimentos.

Nisman foi indicado para retomar as investigações do atentado à Amia pelo ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007). Ele abandonou a tese anterior, de que o atentado teria sido planejado pelo governo sírio, e acusou o Irã de ter arquitetado o ataque terrorista, com a ajuda do grupo xiita libanês Hezbollah. A pedido dele, a Interpol emitiu, em 2007, alertas vermelhos contra cinco iranianos – dois deles ex-ministros de Estado.

A viúva e sucessora de Nestor Kirchner, a presidenta Cristina, sempre acusou Teerã de não cooperar com a Justiça argentina para investigar o atentado, até 2013. Naquele ano, o regime iraniano – que sempre negou qualquer responsabilidade no ataque terrorista - aceitou falar sobre o assunto.

Os dois governos assinaram memorando de entendimento, criando uma comissão da verdade que permitiria à Justiça argentina questionar os suspeitos no Irã, desde que eles aceitassem falar. O acordo foi duramente criticado pela oposição e pela maioria da comunidade judaica na Argentina, que não confiavam nas intenções dos iranianos e suspeitavam que mudaram de atitude só para suspender os alertas vermelhos.

Nisman, que também criticou o acordo, foi além. Ele acusou Cristina Kirchner de ter negociado o memorando para inocentar os iranianos acusados por ele, por motivos econômicos. A Argentina, segundo ele, queria trocar grãos e armas por petróleo iraniano.

O governo desmentiu as acusações, alegando que o petróleo iraniano sequer pode ser usado nas refinarias argentinas, e tornou pública uma carta da Interpol, confirmando que a Argentina (mesmo depois de assinar o entendimento) pediu a manutenção dos alertas vermelhos. Mas a inesperada morte de Nisman mudou o cenário politico, em ano eleitoral.

No próximo dia 18, os promotores da Argentina vão fazer uma “marcha do silencio”, em homenagem a Nisman, e já criticada duramente pela presidenta.

O governo da Argentina acusou o Reino Unido de enviar armas nucleares para as Ilhas Malvinas e de manter no arquipélago um sistema militar de controle do Atlântico Sul, desde a Amazônia até a Antártida e desde a costa oriental sul-americana à costa ocidental africana, assim como os acessos entre os oceanos Atlântico e Pacífico e Atlântico e Índico. A denúncia foi feita nesta sexta-feira pelo ministro de Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, na sede da ONU, em Nova York.

Timerman apresentou um documento detalhado da ação militar britânica nas Malvinas, que aponta o aumento da presença das Forças Armadas na região. "O orçamento militar inglês foi reduzido em todo o mundo, menos nas Malvinas", acusou o chanceler durante entrevista coletiva que foi transmitida ao vivo pelas emissoras de TV da Argentina. Segundo ele, "os exemplos mais notáveis da militarização por parte do Reino Unido são a recente incorporação ao sistema bélico das Malvinas de um destroier HMS Dauntless tipo 45 e de aviões Typhoon II com mísseis Taurus e o envio de um submarino nuclear".

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O submarino com propulsão nuclear, segundo detalhou o ministro, tem capacidade para transportar armamento nuclear. "Informações recebidas pela Argentina através de fontes indicam que se trataria do submarino Vanguard", disse ele, queixando-se da falta de confirmação do governo britânico sobre o assunto. Timerman também disse que os aviões Typhoon Eurofighter, que realizam exercícios na base aérea das Malvinas, são do mesmo modelo usado na Líbia, no Afeganistão e no Iraque.

"Por que esse tipo de avião se encontra na nossa região? Nenhum país da América do Sul dispõe dessa capacidade bélica", reclamou o ministro argentino. Ele disse que os pilotos britânicos são treinados nesses aviões para depois ser enviados a zonas de conflito. Timerman disse ainda que os britânicos estão realizando no arquipélago provas com o míssil Taurus, com um alcance de até 500 km. "Combinado com o avião Typhoon II, o míssil se transforma na arma mais ofensiva e letal em operação no Atlântico Sul, que pode alcançar grande parte da Argentina e do Chile, o Uruguai e o Brasil", afirmou.

A base aérea britânica, segundo o documento argentino, possui 16 hangares e duas pistas de pouso. Por último, o chanceler citou que o sistema de comunicações e de radar é o mais moderno da indústria, conectado com o Reino Unido, os EUA, a França, o Canadá e o Japão. "O sistema está sendo usado para executar tarefas de vigilância, reconhecimento e controle marítimo e aéreo do Atlântico Sul e da América do Sul", afirmou. Na quarta-feira, a presidente Cristina Kirchner havia dito que a região possui a maior reserva de recursos naturais do planeta e que as guerras futuras serão por esses recursos.

"O Reino Unido usa a infundada defesa da autodeterminação de 2.500 habitantes das ilhas como desculpa para o estabelecimento de uma poderosa base militar, que serve aos seus interesses estratégicos no Atlântico Sul", disse o ministro. Nesse sentido, Timerman reiterou o apelo de seu governo para que o Reino Unido cumpra determinação da ONU de sentar-se para negociar uma solução pacífica e definitiva para a disputa em torno da soberania sobre as Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falkland.

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