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A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) cumpre agenda em Brasília na próxima semana. Na Câmara dos Deputados, a CEMVDHC recebe – por iniciativa dos deputados federais Pedro Eugênio (PT) e Luíza Erundina (PSB) - a cópia digitalizada do processo do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), fruto da CPI do IBAD, que, instaurada em 1963, funcionou no Congresso Nacional antes do Golpe Militar. Os registros, que durante muito tempo permaneceram inacessíveis até mesmo à pesquisa histórica, foram sumariamente engavetados após o Golpe e denunciam o financiamento na compra de apoio de candidatos opositores à esquerda em todos os estados brasileiros.

Com a parceria, o Colegiado pernambucano será pioneiro no acesso aos arquivos, após um hiato de 50 anos do “mais absoluto sigilo de uma documentação que constituía segredo de Estado”, afirma o coordenador Fernando Coelho, corroborando com a tese de que “a deposição de João Goulart não foi algo decidido de última hora e que o Golpe de 64 foi minuciosamente gestado pelos militares”. Miguel Arraes de Alencar, governador de Pernambuco na época, teve papel fundamental na construção da Comissão Parlamentar de Inquérito. “Arraes forneceu riquíssima documentação denunciando toda a trama e eu tive a oportunidade de acompanhar e verificar o processo, composto por mais de dez volumes, que incluía recibos de pagamentos de propina”, arrematou Coelho.

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Na sequência da agenda, os membros da CEMVDHC têm reunião marcada com a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Teixeira Rocha. O objetivo é firmar acordo de cooperação para pesquisas no acervo do STM, que compreende a época da ditadura militar. A iniciativa de buscar esta parceria com o STM partiu dos membros da Comissão da Verdade de PE. ”Há alguns meses, o grupo solicitou ao Superior Tribunal Militar o acesso a alguns processos que envolviam pessoas mortas ou desaparecidas e que são alvo de investigação e isto foi possível através da investidura da dirigente da Justiça Militar da União, empossada recentemente”, sublinhou Fernando Coelho.

De acordo com Maria Elizabeth, a cooperação com a CEMVDHC e demais Comissões visa dar “publicidade aos arquivos pertinentes ao período da ditadura militar.” De posse dos registros, o Colegiado segue nos trabalhos de apuração dos 51 casos de violação dos direitos humanos contra pernambucanos à época da repressão militar.

Encontro com a Comissão Nacional da Verdade - Fernando Coelho e Henrique Mariano – secretário geral da CEMVDHC -, além dos membros Nadja Brayner, Manoel Moraes e Humberto Vieira, participam de reunião com a Comissão Nacional da Verdade (CNV). O propósito é a apresentação do relatório parcial das atividades da Comissão Estadual, que aponta o Planejamento Estratégico sobre as relatorias temáticas dos casos em processo investigativo, além dos fatos elucidados e apresentados à sociedade. A entrega do material objetiva colaborar e agregar informações aos desdobramentos do Relatório Final da CNV, que deverá ser apresentado em dezembro próximo.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

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