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Após várias especulações negativas sobre o “I Baile de Máscaras Damázio” devido ao último protesto que deixou a cidade em clima de terror, a manifestação desta quinta-feira (29) iniciou e terminou de forma pacífica. Cerca de 100 pessoas participaram do ato que faz alusão ao nome do Secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, que proibiu nesta última semana a utilização do uso de máscaras durante os protestos cidade do Recife.
##RECOMENDA##Em forma de crítica, os estudantes que fazem parte dos movimentos Resistência Pernambucana e da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco organizaram um baile de carnaval para denunciar a forma que o governo está agindo perante as manifestações. “Nosso intuito é mostrar ao Secretário que não vamos abrir mão dos nossos direitos”, afirmou o estudante Cristiano Vasconcelos, de 21 anos.
Já na concentração que aconteceu no Parque Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, o clima foi tenso devido o forte policiamento da Polícia Militar do Estado. Vários agentes realizaram vistorias nas bolsas além de pedir a identificação dos jovens. “Viemos aqui, de forma pacífica, porque recebemos um chamado que os participantes estavam portando explosivos. Além de averiguar as bolsas estamos pedindo que os jovens se identifiquem através de um documento”, explicou um dos agentes da PM, Jaílson Teixeira.
O advogado do Centro Popular dos Direitos Humanos, Rafael Franco, informou que a ação da polícia em relação às máscaras é inconstitucional. “O centro apoia o protesto e estamos presentes para garantir que não haja excesso por parte dos agentes, mas eles estão corretos em pedir que os estudantes se identifiquem através dos documentos”, disse.
Segundo a estudante e representante da Frente de Luta, Raissa Bezerra, 21, o objetivo do ato, também, é fazer um protesto de uma forma lúdica. “Não queremos confrontar a polícia, até porque não esperávamos tanta repressão por parte do governo. Isso aqui é apenas uma forma lúdica de expressar os nossos direitos”, enfatizou a garota. Equipes da cavalaria, Rádio Patrulha, Rocam e Choque acompanharam a todo o momento o manifesto.
Após saírem da concentração, o grupo de jovens se dirigiu até o prédio Secretária de Defesa Social, situada no mesmo bairro que estava totalmente isolado e protegido pelas equipes do policiamento. Foram colocadas grades de ferro na entrada e saída da via, além das transversais. Ao chegar ao destino final, os manifestantes não se intimidaram com a forte barreira e soltaram diversos gritos de guerra como: "Você aí fardado, você é explorado"; “O estudante protestou, a polícia atirou, Eduardo é ditador” e entre outras frases que eram transformadas em marchinha durante o percurso.
Durante o protesto, uma coisa inusitada tirou a atenção dos manifestantes. Uma privada que estava sendo carregada por um dos estudantes, com o nome “trono do Damázio”, foi apreendida pelos agentes da PM. Segundo o capitão Tarcízio Mendes, o objeto estava danificado e poderia machucar alguém. “Se ela caísse no chão poderia espatifar, já que louça é um material frágil, podendo machucar alguém com os estilhaços”, explicou. Entretanto, a atitude do homem virou motivo de piada pelos jovens mudando o foco do protesto por alguns minutos.
O clima do “Baile” permanecia tranquilo e nenhuma depredação contra o patrimônio público foi realizada. O representante do Passe Livre, Pedro Joseph, informou que se algum excesso acontecesse, o ato de hoje não teria nenhuma ligação. “Os Black Bloc não têm nenhuma ligação com as pessoas do movimento”, afirmou o jovem que desconhece quem são os integrantes desse grupo. “As informações que tenho, colhi da página deles no Facebook. Lá eles informaram que a ação é feita de forma direta e só agem mediante a atitude da Polícia”, explicou. Joseph contou que acredita ter pessoas do grupo infiltrado durante o manifesto já que o objetivo do protesto é estar mascarado.
No final da tarde, o protesto encerrou em frente à Câmara dos Vereadores do Recife, também na área central da cidade. Muitos cogitaram a hipótese de irem para a Avenida Boa Vista, mas a ideia não foi articulada. Os representantes dos grupos informaram que o ato desta quinta foi satisfatório.