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O Exército dos Estados Unidos fez nesta quinta-feira (18) novos bombardeios contra posições no Iêmen dos rebeldes huthis, que alertaram que continuarão com os ataques ao tráfego marítimo no Mar Vermelho.

O comando militar no Oriente Médio (Centcom) informou que realizou "ataques contra 14 mísseis dos huthis apoiados pelo Irã que estavam carregados para lançamento e representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes”.

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Esta foi a quarta rodada de bombardeios lançada pelos Estados Unidos no Iêmen na última semana. Segundo os veículos dos huthis, como o canal de TV Al-Masirah e a agência de notícias Saba.net, os ataques afetaram áreas diferentes do país, entre elas o porto de Hodeida e a cidade de Taez.

Os veículos também atribuíram os ataques ao Reino Unido, embora o Exército americano não tenha feito nenhuma menção a esse respeito. Estados Unidos e Reino Unido lançaram na última sexta-feira a primeira rodada de bombardeios contra posições huthis no Iêmen, em resposta a ataques do grupo rebelde a navios no Mar Vermelho.

Além de bombardearem suas posições, os Estados Unidos voltaram a incluir os huthis em sua lista de grupos terroristas.

Os rebeldes do Iêmen capturaram um navio no mar Vermelho nesta segunda-feira (3), alegando que transportava "material militar", enquanto a Arábia Saudita denunciou um ato de "pirataria" contra um navio que, de acordo com Riad, continha equipamento civil.

"O navio chamado 'Rawabi', com bandeira dos Emirados Árabes Unidos [...] foi sequestrado às 23h57 (17h57, horário de Brasília) de domingo, quando navegava ao largo da costa da província de Hodeida", no oeste do Iêmen, declarou o porta-voz saudita da coalizão, Turki al Maliki.

O navio voltava do arquipélago iemenita de Socotra, na costa sul do Iêmen, e transportava material destinado a um hospital de campanha instalado no referido arquipélago. Seguia para Jazan, na Arábia Saudita, detalhou o porta-voz, em um comunicado citado pela agência oficial de notícias SPA.

Os rebeldes huthis são "responsáveis por este ato criminoso", denunciou, intimando os insurgentes a "liberarem o navio imediatamente". Do contrário, advertiu, "as forças da coalizão tomarão todas as medidas necessárias frente a essa violação".

A AFP entrou em contato com Turki al Maliki, mas ele não soube informar quantas pessoas estavam a bordo.

Os rebeldes huthis confirmaram a apreensão do navio, alegando que transportava "material militar".

A embarcação "penetrou águas iemenitas sem autorização" e estava realizando "atos hostis", disse o porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Saree, no Twitter.

- Escalada

"A operação, bem-sucedida e sem precedentes, se enquadra na luta contra a agressão" da coalizão, da qual os Emirados fazem parte, tuitou o chefe rebelde Mohamed Abdelsalam, acrescentando que será dada uma entrevista coletiva ainda hoje para tratar do assunto.

A Arábia Saudita intervém no Iêmen desde 2015, liderando uma coalizão militar que apoia as forças do governo contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã. Na região, o Irã, de maioria xiita, e a Arábia Saudita, sunita, são potências rivais.

Nos últimos anos, houve vários desvios de embarcações, muitos deles atribuídos ao Irã, nas águas do Golfo e em suas imediações. Estas movimentações têm causado um aumento da tensão.

O Irã e a Marinha dos Estados Unidos, um aliado da Arábia Saudita, costumam trocar acusações sobre a realização de manobras hostis no mar.

O conflito entre a coalizão e os rebeldes sofreu uma escalada nas últimas semanas, com os bombardeios da Força Aérea Saudita em territórios controlados pelos huthis no Iêmen. Os insurgentes intensificaram, por sua vez, seus ataques com mísseis e drones contra o reino.

Segundo a ONU, esta guerra, deflagrada em 2014, causou a morte de 377.000 pessoas. A grande maioria foi vítima de causas indiretas do conflito, como fome, doenças, ou falta de água potável.

Quatro civis e dois combatentes foram mortos nesta quinta-feira em um ataque de rebeldes huthis contra um depósito de armas das forças pró-governo no sudoeste do Iêmen, informaram fontes oficiais e médicas.

O ataque, que não foi reivindicado pelos huthis, também danificou um hospital administrado pelo Médicos Sem Fronteiras (MSF), que teve que suspender suas atividades. A equipe médica não ficou ferida.

O ataque acontece em um período de relativa calma no conflito devastador que opõe rebeldes huthis e forças do governo desde 2014.

Os rebeldes lançaram drones e mísseis simultaneamente contra um depósito de armas em Mokha, ao sul de Hodeida, segundo um oficial militar iemenita.

Uma fonte médica local disse à AFP que seis pessoas, quatro civis e dois combatentes, morreram no ataque e que outras 26, muitas delas civis, ficaram feridas.

De acordo com várias organizações humanitárias, o conflito no Iêmen matou dezenas de milhares de pessoas, principalmente civis, desde a intervenção da Arábia Saudita à frente de uma coalizão militar para apoiar o governo do Iêmen diante do avanço dos houthis em 2015.

Aproximadamente 3,3 milhões de pessoas permanecem deslocadas e 24,1 milhões, mais de dois terços da população, precisam de assistência, segundo a ONU, que a define periodicamente como a pior crise humanitária do mundo.

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