No Brasil, diversos profissionais dos quadrinhos tentam emplacar suas histórias no concorrido mercado do entretenimento. Muitos carregam referências das revistas americanas, as HQs, e dos quadrinhos japoneses, os mangás. É o caso do ator e quadrinista Elyan Lopes, 37 anos, de Niterói (RJ), que se inspira nos personagens de "Os Cavaleiros do Zodiaco", no conceito da jornada do herói e, para se aproximar do público brasileiro, busca ideias em novelas antigas.
A principal obra de Lopes é a HQ "Alfa – A Primeira Ordem". A história é ambientada em diversos locais do Brasil, como o bairro da Lapa (SP) e no Congresso Nacional, em Brasília. "É uma ficção e homenagem às clássicas histórias de superação não só brasileiras, mas universais", conta o quadrinista.
##RECOMENDA##Assim como em todos os setores do entretenimento, o trabalho de um quadrinista vem acompanhado por inúmeros desafios, e o segmento de super-heróis nacionais é encarado por vários brasileiros com preconceito. "Quadrinhos sofrem principalmente com distribuição, a força vem do amor e dedicação por intermédio das publicações independentes que a duros percalços são motivos de muito orgulho", relata Lopes. "Felizmente temos tido iniciativas louváveis por parte dos sites de financiamentos coletivos, como o Catarse", complementa.
O ator e quadrinista Elyan Lopes | Foto: Arquivo Pessoal
Para incentivar a produção de quadrinhos nacionais, Lopes criou um canal no YouTube que aborda o tema, onde entrevista quadrinistas e divulga os lançamentos. Outra iniciativa do artista, foi a criação do Dia do Super-Herói Brasileiro, que ele espera colocar no calendário nacional para celebrar os autores e suas obras.
A mão do editor
Atualmente, algumas distribuidoras apostam no material nacional, entre elas, a Editora Kimera, de Niterói (RJ). "Acredito que estamos vivendo o melhor período desde os anos 1990, quando, perambulando por qualquer banca de jornal, pipocavam títulos independentes e existiam muitas pequenas editoras publicando de tudo, desde super-heróis, álbuns de figurinha e HQs de sátiras a cartuns infantis", comenta o quadrinista e CEO da editora, Vanderlei Sadrack.
Muitos personagens conhecidos dos quadrinhos migraram para outras mídias, como animação, série e cinema, o que contribuiu para despertar o interesse do público nas publicações. "Consequentemente pegamos carona nesta onda, produzimos e consumimos muitas HQs nacionais", detalha o CEO.
Distribuir revistas no Brasil, tem sido um grande desafio. Por isso, a Edirora Kimera decidiu apostar em vendas online e na divulgação em redes sociais. "Com isso diminuímos o investimento inicial e aumentamos a produção de novos títulos. Esse modelo de vendas vem atendendo todo o território brasileiro", complementa Sadrack.
Atualmente, a Editora Kimera é responsável por distribuir as HQs brasileiras "Alfa – A Primeira Ordem", "Dragões do Futuro", "Bombeiro Mascarado" e "Timerman".
Leia também:
- Inspirado nos tokusatsus, brasileiro cria o herói Timerman