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O Greenpeace é uma organização não governamental que atua em escala global. Como objetivo do movimento, tem como principais chaves a proteção do meio ambiente e da biodiversidade. A história do coletivo começou em 15 de setembro de 1971, promovendo ações não-violentas com o objetivo de conscientizar, em médio e longo prazo, a população sobre os impactos ambientais, além de pressionar autoridades públicas e órgãos privados a agirem em prol da mudança.

A origem do movimento remonta a um grupo de 12 ativistas norte-americanos, originários do estado da Colúmbia Britânica (EUA), que rumaram até a ilha de Amchitka, no Alaska, para demandar o fim dos testes com armas nucleares. O barco de pesca alugado para o transporte do grupo foi denominado “The Greenpeace”, assim, surgia o nome do movimento que seria preservado até os dias de hoje.

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Poucos meses após a primeira missão da organização, em 1972, houve uma resposta do governo norte-americano, que pôs fim nos testes nucleares na Antártida. Desde então, a organização começou a atrair um maior número de adeptos e mobilizando-os a se envolver em diversas causas de cunho ambientalista local, regional e global. À época, as principais pautas do movimento eram:

A pesca de baleias;

O avanço do desmatamento na Amazônia;

O uso de agrotóxicos;

A poluição dos oceanos;

A construção de novos reatores nucleares;

Os combustíveis fósseis e outros problemas que têm impacto negativo de médio e longo prazo no equilíbrio ambiental.

Nos dias de hoje, o Greenpeace é formado por 26 organismos independentes (coordenados pelo Greenpeace International), que desempenham atividades em 55 países, reunindo 2500 funcionários e mais de 15 mil voluntários. No Brasil, as atividades da ONG tiveram início há 30 anos, coincidindo com a ECO-92.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal rejeitou uma queixa-crime por difamação proposta pelo Greenpeace Brasil contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em razão das declarações em que chamou os ativistas ambientais de 'ecoterroristas'. A maioria dos ministros acompanhou o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, que entendeu que os fatos corresponderiam aos crimes de injúria e calúnia, que somente se aplicam quando a vítima é pessoa física.

O julgamento que acabou na sexta-feira, 27, se deu no plenário virtual do Supremo, que permite que os ministros apresentem seu votos em até sete dias, sem necessidade de presença física. Restaram vencidos o ministro Edson Fachin e a ministra Rosa Weber.

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As informações foram divulgadas pelo STF.

Na queixa-crime apresentada ao STJ, o Greenpeace sustentou que Salles, à época do derramamento de óleo do litoral brasileiro em 2019, postou em suas redes sociais expressões como 'terrorista', 'ecoterroristas' e 'greenpixe' para se referir aos ativistas e à entidade. Além disso, o ministro afirmou que a organização teria depredado patrimônio público - em referência a um protesto em frente ao Palácio do Planalto - e ainda insinuado possível relação entre um navio da entidade e o derramamento de óleo.

Com relação à primeira situação, a relatora, ministra Cármen Lúcia assinalou que os fatos atribuídos a Salles não se enquadram no tipo penal de difamação, mas no de injúria. "Não há a imputação de fato preciso, concreto e determinado, mas sim de fatos genéricos, de valor depreciativo e de qualidade negativa atribuível à vítima", explicou.

Sobre os demais fatos, a relatora afirmou que poderiam, em tese, configurar o crime de calúnia, uma vez que se imputa a eventual prática de crime ou se faz ilação nesse sentido.

No entanto, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é o de que a prática dos crimes de injúria e calúnia somente é possível quando a vítima é pessoa física.

Como o Greenpeace do Brasil é pessoa jurídica, a ministra Cármen Lúcia entendeu que a conduta de Salles, por não configurar o delito de difamação, é atípica, 'não havendo justa causa para a instauração da ação penal'.

Divergências

O ministro Edson Fachin e a ministra Rosa Weber divergiram da relatora, votando pelo recebimento da queixa-crime.

Para Fachin, as palavras atribuídas a Salles têm potencial de atingir a honra objetiva da entidade e, segundo ele, a definição dos tipos penais depende da apreciação mais aprofundada das provas que ainda serão produzidas.

No entendimento dos dois ministros, foram preenchidos minimamente os requisitos que autorizariam a abertura da ação penal para apuração dos fatos narrados.

Ativistas do Greenpeace, organização ativista que usa confrontos pacíficos para expor problemas ambientais, ergueram uma estátua de ‘Bolsonero’ em área devastada pelas chamas no Pantanal, região que vem sendo gravemente destruída por incêndios em 2020. A crítica ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), o compara a Nero Cláudio César Augusto Germânico, imperador romano de 13 de outubro de 54 até a sua morte, em 9 de junho de 68, que é tido como o responsável pelo incêndio que devastou Roma no ano 64, embora essa versão não seja consenso entre historiadores. 

“Com essas ações não queremos chamar atenção apenas para a destruição sem precedentes do patrimônio ambiental dos brasileiros, mas apontar as causas e seus responsáveis. O Brasil está literalmente em chamas graças à política incendiária do atual governo que, em vez de apresentar ações coordenadas e efetivas de proteção ao meio ambiente e à vida das pessoas, segue tocando a melodia desvairada do seu projeto de destruição, ameaçando e queimando a biodiversidade brasileira e fragilizando a já combalida economia do país”, afirma Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil.

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Tica também alerta para outros problemas que o País vem enfrentando e deverá continuar tendo caso continue com uma política ambiental de devastação. “Ao desdenhar o meio ambiente, é como se o governo Bolsonaro queimasse uma marca extremamente valiosa chamada Brasil – investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que devem retirar investimentos do país por não quererem estar associados a prática de crimes ambientais”, afirmou ela.

Fogo no Pantanal

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), a área devastada pelas chamas no Pantanal apenas no mês de setembro é de 33 mil km², o equivalente a todo o território de Alagoas e do Distrito Federal somados e 14% de toda a região. No mesmo período em 2019, a devastação causada pelo fogo chegava a 12.948 km². 

É a maior devastação anual do território em decorrência de fogo desde que o governo federal começou a realizar medições em 2002: dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), parceira do Inpe, mostram que 26% de todo o bioma já foi queimado de janeiro a setembro.

Amazônia e Cerrado

No Cerrado, até o momento já foram registrados mais de 54 mil focos de calor no ano de 2020. Já na Amazônia, o mês de setembro registrou um aumento de 60,6% nos focos de calor em comparação com o mesmo período de 2019. 

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A Amazônia registra no início deste mês de agosto o maior número de incêndios florestais em uma década, informou a mídia Unearthed, que pertence à organização ambiental não-governamental (ONG) Greenpeace.

Nos primeiros 10 dias de agosto, foram detectados 10.136 focos de incêndio na Amazônia, 17% a mais do que os 8.669 focos registrados no ano anterior.

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"Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE) mostram que é o maior número registrado no início de agosto ante 11.280 (focos do mesmo período) em 2010, quando ocorreu forte estiagem na Amazônia fez com que o rio Negro atingisse seu nível mais baixo em 109 anos", diz a matéria sobre os incêndios florestais de agosto na Amazônia.

A temporada de incêndios florestais na Amazônia geralmente começa no final de julho e entra em uma fase intensa no início de agosto, explicou a mídia.

"Um aumento nos incêndios também foi detectado em julho: houve 6.803 incêndios na Amazônia no mês passado, 28% a mais do que em julho de 2019", revelou a nota.

Segundo especialistas citados pelo Unearthed, a Floresta Amazônica enfrenta uma tripla ameaça: o desmatamento descontrolado, o "apoio tácito do governo [do presidente Jair] Bolsonaro" e um clima mais seco que o normal. Tudo isso é capaz de "desencadear uma crise ambiental ainda pior nos próximos meses".

Em particular, o Unearthed lembrou que o jornal O Estado de S. Paulo havia noticiado que o Ministério do Meio Ambiente decidiu cortar o número de helicópteros que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) utiliza para prevenir crimes e apagar incêndios. A agência terá à disposição quatro aeronaves em vez de seis.

A mídia do Greenpeace também cita Beth Uema, secretária executiva da Associação Nacional dos Especialistas em Meio Ambiente (Ascema), que alerta que o Ministério do Meio Ambiente vai mais uma vez cortar o orçamento de 2021 dos órgãos ambientais entre 20% e 25%.

Dados do INPE indicam que entre agosto de 2019 e julho de 2020 ocorreram alertas de desmatamento em 9.205 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica, 34,5% a mais do que entre agosto de 2018 e julho de 2019. Isso tem impacto direto sobre o aumento dos incêndios na região.

Em 6 de setembro de 2019, os chefes de estado e representantes da Colômbia, Peru, Bolívia, Brasil, Equador, Guiana e Suriname assinaram o Pacto de Letícia pela Amazônia, cujo objetivo é coordenar as ações da comunidade internacional para a conservação daquela região.

Da Sputnik Brasil

Apesar de estar cumprindo com as recomendações dos órgãos mundiais de saúde - que estabeleceram o distanciamento social como arma de combate ao coronavírus -, Jane Fonda não quer deixar o ativismo de lado. A atriz decidiu manter os protestos contra o aquecimento global em dia, no entanto, de uma outra maneira:pela internet. Ela participa, nesta sexta (3), de uma ação online junto ao Greenpeace e a outras celebridades. 

Jane Fonda é conhecida, além de seu trabalho expressivo como atriz, por seu ativismo. Ela já foi até presa algumas vezes por participar de manifestações mas não se intimida e se mantém na luta contra o aquecimento global e outras pautas. Em tempos de quarentena imposta pela pandemia da covid-19, a atriz precisou se adequar para não deixar os protestos pararem. “Estávamos planejando o maior protesto global de todos os tempos para esta data (o Dia da Árvore, celebrado em 22 de abril). Mas agora tudo é diferente, é claro. Estamos tentando descobrir o que podemos fazer através da internet, para que as pessoas fiquem conscientes da crise existencial da mudança climática”, disse em entrevista à revista Variety. 

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Nesta sexta (3), às 15h, Jane participa de um protesto virtual, no Instagram do Greenpeace USA, ao lado de outros artistas como Alyssa Milano e Marisa Tomei. A organização pretende realizar atos semelhantes até o dia 22, quando se comemora o Dia da Árvore. “São muitos fatores climáticos, e até mesmo o maior contato de humanos com animais, que levam a este tipo de pandemia. Aids e Ebola também vieram de animais", disse Jane.

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O presidente Jair Bolsonaro chamou de "lixo" a organização ambiental Greenpeace, na manhã desta quinta-feira (12). Ele reagiu às críticas da ONG, fundada em 1971 , sobre a reformulação do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

"Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo. Outra pergunta", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. Em nota, o Greenpeace destacou que a o conselho será formado exclusivamente pelo governo federal, sem participação dos governadores dos estados da Amazônia.

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"Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada", disse Bolsonaro, que acrescentou: "tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre Estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do Estado. Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada", reagiu Bolsonaro.

Para o Greenpeace, o Conselho da Amazônia "não tem plano, meta ou orçamento". "Ele (o Conselho) não anulará a política antiambiental do governo e não tem por finalidade combater o desmatamento ou o crime ambiental. Os governadores, indígenas e a sociedade civil não fazem parte da sua composição", disse a entidade internacional.

No texto, o Greenpeace também fala que a transferência do conselho do Ministério do Meio Ambiente para a vice-presidência da República tenta "minimizar o impacto negativo da gestão do ministro Ricardo Salles".

"Bolsonaro retirou o Ministro do Meio Ambiente do comando de políticas ambientais para a Amazônia e espera que isto já seja o suficiente para enganar a opinião pública e os investidores internacionais. Mas os resultados continuarão sendo medidos diariamente pelos satélites que medem o desmatamento", disse.

Ministério

Em conversa com jornalistas, Bolsonaro disse que cogita criar um ministério extraordinário para cuidar de assuntos da floresta amazônica. A sugestão teria partido do deputado Átila Lins (PP-AM), que esteve com Bolsonaro pela manhã. A decisão, no entanto, dependeria de uma avaliação sobre seu impacto econômico. Além disso, Bolsonaro indicou que espera a aprovação do projeto sobre autonomia do Banco Central para considerar a criação de outra pasta.

De Greta Thunberg ao Greenpeace, os apelos para que o lema da COP25, “Hora de Agir”, não fique apenas no papel se multiplicaram nesta quarta-feira (11) em Madri, onde a comunidade internacional prossegue discutindo a crise climática.

Até sexta-feira (13), cerca de 200 países estão convocados a impulsionar o Acordo de Paris, concluindo aspectos técnicos importantes, como o funcionamento dos mercados de carbono, além de mostrar sua disposição de fazer mais para limitar o aquecimento a menos de +2 °C e, se possível, + 1,5 °C.

Mas a falta de progresso da comunidade internacional diante da emergência climática decretada pelos cientistas e a mobilização dos cidadãos provocaram discursos raivosos em Madri.

Thunberg, nomeada nesta quarta-feira “Personalidade do ano” pela revista Time, lamentou que “nada esteja sendo feito” e, o que é pior, acusou os países ricos de enganar com metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A maioria dos estados trabalha com objetivos de redução de emissões de médio prazo e uma das questões centrais das negociações é a necessidade de aumentar a ambição de cada um.

“Um punhado de países ricos prometeu reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em X por cento nesta ou naquela data, ou alcançar a neutralidade do carbono em X anos”, afirmou a jovem militante sueca.

“Pode parecer impressionante à primeira vista (...), mas isso não é liderança, é engodo, porque a maioria dessas promessas não inclui a aviação, transporte ou importação e exportação de mercadorias. Em vez disso, incluem a possibilidade de que os países compensem suas ambições fora de suas fronteiras”, denunciou, lembrando as disposições do Acordo de Paris.

Thunberg pediu aos países ricos que assumam sua responsabilidade e atinjam a meta de “zero emissões de uma maneira muito mais rápida e depois ajudem os mais pobres a fazer o mesmo”.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima parece ter se tornado “uma oportunidade para os países negociarem brechas legais e evitarem maiores ambições”. Uma manifestação de ONGs e ativistas foi convocada nesta quarta-feira na COP25 para reivindicar “soluções reais” aos países ricos.

- Onde estão os adultos? -

Os mais velhos compartilham da mesma preocupação. “Participei da COP durante 25 anos: nunca vi uma lacuna tão grande entre o que acontece dentro e fora destas paredes”, afirmou Jennifer Morgan, diretora do Greepeace International.

“As soluções são acessíveis e estão diante de nossos narizes”, acrescentou. "Mas onde estão os líderes, os adultos?”, questiona. “O coração de Paris (o acordo) continua batendo, não abandonem”, implorou.

Dados científicos sugerem que qualquer atraso agravará o aquecimento, com consequências catastróficas para o planeta. As emissões de CO2 aumentaram 0,6% em 2019 em todo o mundo, de acordo com o balanço anual do Global Carbon Project (GCP).

- Questão de necessidade -

Os dados contrastam com o que, segundo a ONU, teria que ser feito a partir de 2020 para atingir o objetivo de +1,5 °C: reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 7,6% ao ano até 2030.

No ritmo atual, a temperatura mundial poderá subir para 4 ou 5°C no final do século em comparação com a era pré-industrial.

Na tentativa de impulsionar as negociações, a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, nomeada “facilitadora” na reta final da COP25, afirmou que “não é mais uma questão de ambição". "É uma questão de necessidade. Uma necessidade comum de agir”, destacou.

“Se alcançarmos um resultado ruim no final da semana (...), enviaremos um sinal terrível ao mundo”, disse Alden Meyer, da União de Cientistas Preocupados, com sede nos Estados Unidos.

A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia deu prazo de quinze dias para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responder, se quiser, à queixa-crime ajuizada pelo Greenpeace por suposto crime de difamação. A organização alega que Salles violou a lei ao acusá-la de depredar patrimônio público e insinuar envolvimento no vazamento de óleo que atingem as praias nordestinas.

Em um dos casos citados no processo, o Estadão Verifica, núcleo de fact-checking do jornal O Estado de S. Paulo, apontou que a declaração de Salles sobre a passagem do navio Esperanza é enganosa. Diferentemente do que disse o ministro, a embarcação só passou pelo Brasil um mês depois do aparecimento das manchas no Nordeste, e não na mesma época.

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O prazo concedido por Cármen Lúcia é praxe e serve para o acusado prestar explicações e/ou esclarecer eventuais ambiguidades ou dubiedades sobre a queixa-crime.

A organização foi ao STF contra manifestações do ministro sobre a ONG e destacou tuítes de Salles contra o protesto realizado pela entidade em frente ao Palácio do Planalto, em outubro. Segundo o Greenpeace, Salles acusou o grupo de depredar o patrimônio público nas redes sociais e em entrevista concedida ao jornal Correio Brasiliense.

"As afirmações do sr. Ministro são claríssimas no sentido de imputar a uma organização notoriamente pacífica o ato de depredar ou destruir o patrimônio público, o que se dirigido a pessoa jurídica caracteriza o delito de difamação", afirma.

No protesto, a ONG levou galhos de árvores e substância lavável para simular a poluição que atinge as praias brasileiras. O Greenpeace alega que o ato foi pacífico e sem impedir a entrada e saída de pessoas do Palácio do Planalto. No protesto, 17 manifestantes foram detidos e levados à delegacia. Eles foram liberados no mesmo dia, sem queixas da polícia.

Em relação ao navio Esperanza, a ONG destaca um tweet publicado por Salles no qual ele trata como ‘coincidências da vida’ o fato do navio da organização estar ‘navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento do óleo venezuelano’.

A informação, no entanto, é enganosa. Segundo cruzamento da rota da embarcação obtida no site Marine Traffic, que monitora navios em todo o mundo via GPS, com as datas registradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de cada localidade atingida pelo óleo no Norte e Nordeste do País, é possível notar que o navio Esperanza chegou ao Brasil um mês depois das primeiras manchas de óleo atingirem a costa brasileira.

Segundo o Ibama, as primeiras manchas de óleo surgiram no final de agosto e início de setembro. O Esperanza chegou ao Estado do Maranhão apenas no dia 05 de outubro. Além disso, estudo solicitado pela Marinha à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta que o vazamento teria ocorrido em junho, entre 600 e 700 quilômetros da costa brasileira, na altura dos Estados de Sergipe e Alagoas. À época, o navio do Greenpeace estava cruzando o Atlântico Norte, nas proximidades do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França.

Na petição entregue à Cármen Lúcia, a organização trata a insinuação do ministro como ‘falsa e leviana’. "Visa, evidentemente, promover uma verdadeira campanha difamatória de larga escala contra o Greenpeace", afirma. "Apenas a intenção de difamar e conspurcar a honra objetiva do Greenpeace explica a insinuação feita pelo sr. Ministro".

Defesa. Nos autos, a defesa de Ricardo Salles afirma que o ministro ‘rechaça veementemente’ as acusações do Greenpeace e ressalta que ‘ofensa genérica não é hábil a configurar o delito’ de difamação.

"Dentro da narrativa apresentada pelo Querelante (Greenpeace), o que se vê são demonstrações a opinião pessoal do Peticionário", afirma a defesa do ministro. "Nesse ponto, a doutrina esclarece que ‘difamar consiste em atribuir fato ofensivo à reputação do imputado - acontecimento concerto - e não conceito ou opinião, por mais gravosos ou aviltantes que possam ser".

Sobre a fala envolvendo o navio Esperanza, a defesa de Salles destaca que ‘não traz nada de pejorativo’. "Apenas enunciou a coincidência", afirma. Segundo os advogados, a organização não foi capaz de demonstrar ‘prejuízo moral’ causado pelas ‘manifestações de pensamento’ do ministro.

Com a palavra, o ministério do Meio Ambiente

A reportagem entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente e aguarda retorno. Nos autos, a defesa de Ricardo Salles afirma que o ministro ‘rechaça veementemente’ as imputações feitas pelo Greenpeace. O espaço está aberto a manifestações.

Após duas declarações do ministro Ricardo Salles contra a organização não-governamental Greenpeace, diversos boatos surgiram nas redes sociais questionando a atuação da ONG na retirada do óleo no Nordeste e apontando suposto envolvimento no caso.

As peças de desinformação se baseiam em vídeo publicado por Salles no Twitter, que omite resposta do Greenpeace sobre sua ação na limpeza das praias, e na insinuação do ministro sobre a rota da embarcação Esperanza, que pertence à organização. Em ambos os casos, as declarações de Salles são enganosas e levaram à disseminação de boatos falsos sobre a ONG.

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No primeiro caso, boatos afirmam falsamente que o Greenpeace não tem atuado no Nordeste. As peças de desinformação ganharam impulso após o ministro publicar um vídeo afirmando que a organização "explicou" por que não poderia ajudar na limpeza das praias. A gravação divulgada por Salles, no entanto, exibe apenas o trecho em que o porta-voz da organização, Thiago Almeida, afirma que o combate ao óleo "exige conhecimentos e equipamentos técnicos específicos". É omitido o trecho em que o porta-voz comenta que há, sim, a ação de voluntários da ONG no Nordeste.

Na publicação original, divulgada pelo Greenpeace no dia 18 de outubro, Almeida afirma que grupos de voluntários da organização estão atuando nos locais impactados ajudando na limpeza e colhendo depoimentos e imagens. No dia 17 de outubro, quatro dias antes de o vídeo publicado por Salles ir ao ar, a própria ONG publicou um texto sobre a visita de voluntários às praias afetadas de Fortaleza (CE) e São Luis (MA).

"Nossos voluntários no Maranhão e no Ceará também visitaram os locais impactados, conversaram com a população, colheram depoimentos, fizeram imagens, justamente para documentar tudo o que está sendo afetado, do meio ambiente às pessoas e a economia dessas regiões", afirmou Almeida.

Em nota publicada na segunda-feira, 21, após a divulgação do vídeo cortado pelo ministro, o Greenpeace afirmou que voluntários da organização estiveram nas limpezas das praias de Cupe, Maracaípe e Muro Alvo, no Pernambuco, e em Fortaleza, no Ceará, durante os dias 19 e 20 de outubro.

E o navio do Greenpeace, o Esperanza?

Outros boatos falsos publicados nas redes sociais insinuam que a embarcação Esperanza, do Greenpeace, poderia estar envolvida no derramamento de óleo na costa brasileira. A justificativa seria a rota marítima feita pelo navio nos últimos dias, que passou pela costa brasileira. As mensagens passaram a circular após o ministro Ricardo Salles publicar um tuíte com insinuação semelhante.

O Estadão Verifica cruzou a rota do navio Esperanza desde 1º de janeiro deste ano até a sexta-feira, 25 de outubro, e comparou com as datas registradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de cada localidade atingida pelo óleo no Norte e Nordeste do País.

O resultado mostra que o Esperanza navegou pela costa brasileira cerca de um mês depois das praias brasileiras terem sido atingidas por óleo. Segundo o registro do site Marine Traffic, que acompanha via GPS a localização em tempo real de embarcações pelo mundo, o navio do Greenpeace deixou o porto de Dégrad des Cannes, na Guiana Francesa, no dia 5 de outubro - na época, todos os Estados já tinham sido atingidos pelo óleo.

Além do fato de o Esperanza ter passado pela costa brasileira após o óleo já ter atingido as praias do Nordeste, estimativa feita a pedido da Marinha pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta que o vazamento ocorreu em junho, entre 600 e 700 quilômetros da costa brasileira, na altura dos Estados de Sergipe e Alagoas.

Em junho, o Esperanza cruzava o Atlântico Norte, nas proximidades do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, e seguia em direção ao sul europeu, passando pela Espanha e por Portugal.

Atualmente, o navio do Greenpeace está em Montevidéu, no Uruguai, de onde seguirá rota para Buenos Aires, na Argentina. De acordo com a organização, a embarcação seguirá rumo à Antártida.

O Estadão Verifica entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente para pedir um posicionamento sobre as declarações enganosas de Salles. Em resposta, o órgão emitiu nota informando que "o navio do Greenpeace confirma que navegou pela costa do Brasil na época do aparecimento do óleo venezuelano, e, assim como seus membros em terra, não se prontificou a ajudar".

É preciso destacar, no entanto, que é falsa a afirmação que membros do Greenpeace não estejam atuando na costa brasileira, conforme verificação acima. E, como também verificado acima, o navio não circulou pela costa brasileira no momento do aparecimento do óleo, e sim depois. Os primeiros relatos de contaminação na costa brasileira foram registrados no final de agosto. O navio Esperanza chegou ao Brasil somente em outubro.

Caminho da verificação

Para verificar o boato sobre a ausência de atuação do Greenpeace no Nordeste, o Estadão Verifica consultou registros publicados no site da organização, além de entrar em contato com a entidade para saber sobre sua atuação no Nordeste. A reportagem também localizou a íntegra do vídeo com as respostas do porta-voz Thiago Almeida e identificou o momento do corte e posterior omissão no tuíte do ministro Ricardo Salles.

Para conferir o boato relativo ao navio Esperanza, a reportagem rastreou a rota da embarcação pelo site Marine Traffic entre os dias 1º de janeiro de 2019 a 25 de outubro de 2019. O Estadão Verifica cruzou as informações da localização diária do navio com os registros de óleo tabelados até o dia 23 de outubro pelo Ibama.

Estes boatos foram sinalizados para verificação por meio da parceria entre o Estadão Verifica e o Facebook. A Agência Lupa e o jornal Folha de S. Paulo também desmentiram este conteúdo.

Depois de o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles insinuar que o Greenpeace estaria por trás do vazamento de óleo que afeta o Nordeste do país, o secretário do turismo de Pernambuco Rodrigo Novaes afirma que "acusar o Greenpeace é como acusar o Papa de ser traficante internacional". Para ele, a entidade é a mais respeitada da proteção do meio ambiente e foi acusada de "forma leviana" pelo ministro.

Novaes deu essa declaração no final da coletiva de imprensa que aconteceu na tarde desta sexta-feira (25), na Capitania dos Portos de Pernambuco, no bairro do Recife Antigo, com a presença do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio - que estava no Estado para observar os possíveis impactos das manchas de óleo nas praias no turismo local.

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Entenda

Por meio do seu twitter, Ricardo Salles afirmou: "Tem umas coincidências na vida né.... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento do óleo venezuelano...." Junto a declaração, Salles colocou uma foto do navio do Greenpeace, que é utilizado pela organização em ações de protesto contra crimes ambientais. 

Em resposta, o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, disse que a área jurídica da organização já foi mobilizada e que Ricardo Salles será interpelado judicialmente. "Iremos à Justiça contra as falsas declarações feitas pelo ministro", disse Astrini. "A decisão está tomada. Agora, será analisada por nossa área jurídica".

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O Greenpeace realizou protesto na manhã desta quarta-feira, 23, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, contra a política ambiental do governo Jair Bolsonaro (PSL). Os manifestantes colocaram tinta preta no asfalto para simbolizar o óleo derramado nas praias do Nordeste. Também espalharam madeira queimada, que teria sido recolhida de locais de extração ilegal na Amazônia.

Segundo a organização não governamental (ONG), 17 ativistas foram detidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e levados à delegacia. O Greenpeace havia informado anteriormente que foram 23 presos, mas corrigiu o número.

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Em frente ao Planalto, foram postas placas com as mensagens "Pátria queimada, Brasil", "Um governo contra o meio ambiente" e "Brasil manchado de óleo".

O protesto mobilizou tropas da PM, além da equipe de segurança do Palácio do Planalto. O trânsito em frente à sede do governo foi bloqueado.

Segundo o Greenpeace, a tinta utilizada é uma mistura não tóxica de tapioca maisena e anilina.

Por volta de 9h45, a entidade aceitou levar os manifestantes para o outro lado da via e liberar o tráfego para carros em frente ao Planalto. Mas disse que manteria a instalação com tinta e madeira.

"Esse protesto é contra a política 'antiambiental' e de desmonte da gestão e proteção ambiental promovida por este governo", disse Thiago Almeida, porta-voz de clima e energia do Greenpeace.

O governo Bolsonaro tenta contornar críticas sobre a demora para agir contra o avanço do óleo. Na segunda-feira, 21, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), anunciou que o Exército reforçaria a limpeza das praias e admitiu que a medida era uma forma de dar "mais visibilidade" às ações do governo.

"O governo precisa colocar em prática de maneira efetiva e eficiente o plano nacional de contingência, que tanto demorou para acionar. E, claro, encontrar o ponto de origem para procurar causa e punir", disse o porta-voz do Greenpeace.

O protesto foi feito durante viagem do presidente Bolsonaro à Ásia. O general Mourão está no Palácio do Planalto. Segundo os manifestantes, o protesto sem a presença de Bolsonaro foi uma coincidência.

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que cerca de 30 ativistas participaram do protesto e levaram troncos de árvores e tinta preta misturada com óleo e amido de milho para frente do Palácio do Planalto.

"Os manifestantes foram encaminhados à 5ª DP e poderão responder pela Lei 9.0605/98, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente", diz a nota.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, ironizou o protesto do Greenpeace em frente ao Palácio do Planalto. "Vou convidar o Greenpeace para ajudar a recolher o óleo lá (no Nordeste) em vez de jogar aqui", disse Mourão.

O general declarou não ser contra protestos, mas defendeu limites para não atrapalhar o tráfego de carros. "Democracia é isso. Única coisa que penso é que poderia fazer protesto sem bloquear o trânsito", disse.

Salles: 'ecoterroristas'

Nas redes sociais, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticou a ação do Greeapeace.

"Não bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público", escreveu Salles.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, também ironizou o protesto.

"Nunca se importaram com o que dizem se importar realmente. Se animam somente com outra coi$a e estão dificultando para eles! Fácil entender tudo que está acontecendo nesse caso", publicou o filho de Bolsonaro.

Em reação ao protesto que o Greenpeace fez na manhã desta quarta-feira (23) em frente ao Palácio do Planalto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, usou o Twitter para atacar a organização. A mobilização do grupo foi contra as queimadas na floresta amazônica e o vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste. Eles questionam a falta de atitudes eficazes do governo federal diante dos desastres. 

Salles chamou os ativistas do Greenpeace de “ecoterroristas” e disse que eles estavam depredando o entorno do Palácio do Planalto. “Não bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público”, alfinetou, em publicação no Twitter.

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Por sua vez, também no Twitter, a organização disse que o ministro provavelmente não veria a resposta, mas eles tinham se comprometido em limpar o local após a mobilização.

“O óleo que estamos usando na atividade é feito de maisena, água, óleo de amêndoas e corante líquido preto, ao contrário do que está contaminando as praias do Nordeste, não é tóxico nem permanente e pode ser limpo com água e sabão. Nos comprometemos a limpar a frente do Palácio do Planalto se o governo apresentar ações efetivas e transparentes para remover as manchas de óleo”, observou.

“Como sociedade, é nosso dever constitucional defender o meio ambiente e é isso que estamos fazendo hoje”, emendou o Greenpeace.

O ministro não foi o único a criticar a manifestação. O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), também alfinetou a organização e insinuou que eles se interessam apenas com dinheiro. 

“Nunca se importaram com o que dizem se importar realmente. Se animam somente com outra coi$a [sic] e estão dificultando para eles! Fácil entender tudo que está acontecendo nesse caso”, escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro.

“É realmente fácil, vereador: o governo não acionou o Plano Nacional de Contingência a tempo, já havia extinguido comitês da sociedade civil responsáveis por ajudar no plano e deixaram na mão de voluntários da região limpar a sujeira”, rebateu o Greenpeace.

O mesmo assunto de repasse de recursos para ONGs foi mencionado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também ao criticar o ato. “Isso é um escárnio. Se gastassem dinheiro e energia para fazer o certo estaríamos melhores. Mas não, tem que usar a pauta ambiental para fazer política. Se fosse o Lula ali na PR nos roubando e dando uma parte a eles, aí sim estariam felizes. A teta secou. Vão ter que trabalhar”, ironizou o parlamentar.

Um protesto contra as queimadas na floresta amazônica e o vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste acontece, na manhã desta quarta-feira (23), em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. A mobilização é organizada pelo Greenpeace. 

Para a manifestação, a organização levou galhos queimados, para simbolizar a questão da Amazônia, e areia, tonéis e óleo, fazendo referência ao litoral nordestino, para a frente da sede do governo. Pessoas vestidas de preto, com máscaras de proteção e camisas com os dizeres "Pátria queimada, Brasil" e "Brasil manchado de óleo" integram ainda a intervenção em forma de protesto. 

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“[A manifestação] é para mostrar que não aceitamos a política antiambiental do governo Bolsonaro, levamos de maneira simbólica o derramamento de óleo do Nordeste e a Amazônia destruída para o local de trabalho do Presidente da República”, argumenta o Greenpeace em comunicado. 

“O governo Bolsonaro comprova, a cada dia, que é inimigo do meio ambiente. A lentidão em resolver problemas, das manchas de petróleo nas praias do Nordeste às queimadas na Amazônia, é reflexo do desmonte ambiental promovido pelo governo e mantém o Brasil no centro das atenções de descasos com o meio ambiente”, acrescenta.

Nesta semana, a organização entrou em um imbróglio com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Twitter. O auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ironizou as justificativas do Greenpeace sobre o porquê de não atuar diretamente na limpeza das praias no litoral do Nordeste e o grupo, por sua vez, rebateu Salles chamando-o de mentiroso e questionando o alinhamento do governo em culpar sempre ONGs em casos de desastres ambientais. 

 

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Alvo de diversas críticas diante da proliferação do óleo nas praias do Nordeste, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicou um vídeo no Twitter, nesta segunda-feira (21), ironizando uma fala do Greenpeace sobre a limpeza dos locais atingidos pela substância. 

O vídeo compartilhado pelo ministro aponta a organização afirmando que para a retirada do óleo das praias é necessário equipamentos técnicos específicos e a atuação de instituições especializadas. Ricardo Salles ironiza a afirmação: "O Greenpeace 'explicou' porque não pode ajudar a limpar as praias do Nordeste.... ahh tá..." 

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A gravação foi divulgada pelo próprio Greenpeace, explicando dúvidas sobre as manchas de óleo que surgiram no litoral nordestino e a atuação deles. Logo depois, ainda pelo Twitter, a organização rebateu Salles. 

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"Olá, ministro. Que bom que você viu um dos nossos conteúdos. Pena que você não colocou a parte em que dissemos que apesar dos riscos, temos voluntários ajudando na limpeza de óleo nas praias desde setembro, época em que o senhor ainda estava na Europa", rebateu, alfinetando.

Ainda na rede social, a ONG argumentou que “no lugar de agir de forma concreta” o ministro “prefere culpar ONGs como o Greenpeace”. “O ministro MENTE e espalha falácias sobre a atuação de ONGs, como vimos nas queimadas na Amazônia, como forma de desviar a atenção da sua própria inação e incompetência”, observou.

“Voluntários, tanto do Greenpeace quanto locais, se mobilizam como podem e potencialmente colocam sua saúde em risco por um bem maior: o bem-estar das praias e sua biodiversidade. Para ajudar a população na limpeza também estamos comprando e disponibilizando equipamentos de segurança para minimizar o contato com o petróleo. Um papel que deveria ser do governo mas que, por completa falta de competência, pouco fez de efetivo”, acrescentou.

Guardas de fronteira poloneses armados com metralhadoras invadiram o barco "Rainbow Warrior", do Greenpeace, que bloqueou um terminal de carvão no porto de Gdansk e prendeu seu capitão espanhol, anunciou a organização ambientalista.

A operação, realizada por uma "unidade de intervenção especial", foi confirmada à AFP pela porta-voz dos guardas de fronteira poloneses, Agnieszka Golias.

Duas pessoas - o capitão e um militante - dos 18 que estavam a bordo do barco foram presas, disse Golias.

As outras pessoas, libertadas após uma verificação de identidade, retornaram ao barcok que foi rebocado para fora do porto, disse à AFP outro porta-voz da Guarda de Fronteira, Tadeusz Gruchalla.

"Prendemos o capitão, um cidadão espanhol e um ativista austríaco por violação da segurança da navegação e depois rebocamos o navio para fora do porto", disse Gruchalla.

O 'Rainbow Warrior' não estava autorizado a ancorar no porto ", explicou.

"Os guardas de fronteira subiram a bordo depois que seus repetidos pedidos de autorização foram ignorados", disse Gruchalla.

Por sua vez, o Greenpeace disse em comunicado que o objetivo da manifestação pacífica do "Raibow Warrior" era protestar contra a política energética da Polônia.

"Os defensores do clima pediram ao governo polonês que proteja o clima e abandone o carvão até 2030", afirmou o comunicado.

Enquanto estava no porto de Gdansk, o "Rainbow Warrior" impediu um navio de descarregar carvão de Moçambique.

A visita do presidente Jair Bolsonaro em Israel não tem sido completamente amistosa. Apesar de ser recebido com honras pelo premiê Benjamin Netanyahu, o mandatário brasileiro foi, mais uma vez, alvo de protestos em Jerusalém. A ONG ambientalista Greenpeace estendeu um grande banner com a mensagem, em inglês, “Bolsonaro, pare com a destruição da Amazônia” em frente ao hotel onde o político se hospedou.

“Nós vamos lembrar o Presidente da importância da Amazônia a todo momento, sem descanso. Uma área correspondente a dois campos de futebol da floresta amazônica brasileira é desmatada a cada minuto. Trata-se de um patrimônio de todos os brasileiros que está sendo destruído. Isso é inaceitável e precisa ter um fim”, disse em nota Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. 

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De acordo com a ONG, entre agosto de 2017 e julho de 2018, foram derrubados 7.900 quilômetros quadrados de florestas na Amazônia brasileira, área maior que o Distrito Federal. O aumento no desmatamento, de 14% em relação ao levantamento anterior, foi o maior nos últimos 9 anos.  Para a Greenpeace, o governo de Bolsonaro promove retrocessos na região, com as recentes decisões tomadas para a pasta ambiental, como a concessão ao Ministério da Agricultura da demarcação de terras indígenas, o esvaziamento Ministério do Meio Ambiente, os ataques às ações de fiscalização do Ibama e a liberação de áreas protegidas da Amazônia para a mineração. 

Nesta terça-feira (2), em palestra com empresários em Israel, Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil vive "novos tempos", sinalizando uma nova postura da política externa brasileira. Segundo ele, a rica biodiversidade brasileira possibilita novos negócios e parcerias para exploração, especialmente na Amazônia, com atividades mineradoras e agrícolas.  

De acordo com a ONG, entre agosto de 2017 e julho de 2018, foram derrubados 7.900 quilômetros quadrados de florestas na Amazônia brasileira, área maior que o Distrito Federal. O aumento no desmatamento, de 14% em relação ao levantamento anterior, foi o maior nos últimos 9 anos.  

Com informações da Exame

O novo rompimento em barragem de mineração em Minas Gerais, desta vez em Brumadinho, é um retrato da insegurança à população causada pela atividade mineradora no País, critica o Greenpeace. O coordenador de campanhas da ONG ambientalista, Nilo D'Avila, afirma que está acompanhando o acidente e mobilizando equipes, e que no momento possui poucas informações, mas já é capaz de ver semelhanças com a tragédia de Mariana, inclusive pelo envolvimento de uma mesma empresa, a Vale. "Está muito claro que não ficou lição alguma da tragédia de Mariana. É a mesma companhia, o mesmo tipo de acidente", afirmou D'Avila.

Na avaliação do porta-voz do Greenpeace, há de modo geral negligência por parte do poder público, especialmente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). "É sabido que há falhas na fiscalização. Na época de Mariana, falava-se que uma em cada três barragens deveria ter alguma intervenção."

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Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Greenpeace, revelou que, além do Rio Doce, as águas subterrâneas da região estão contaminadas com altos níveis de metais pesados. A água dos poços artesianos locais apresentaram níveis desses metais acima do permitido pelo governo brasileiro. Os pequenos agricultores são os mais prejudicados, já que não têm outra fonte de água para a produção e para beber.

As águas do Rio Doce foram contaminadas pelo rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no município mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015. O incidente devastou a vegetação nativa e poluiu toda a bacia do Rio Doce, atingindo outros municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. Dezenove pessoas morreram e diversas comunidades foram destruídas. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

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Após o desastre, agricultores familiares recorreram a poços artesianos para irrigar suas plantações e ter água para beber. As amostras coletadas pela equipe da UFRJ apresentaram altos níveis de ferro e manganês, que prejudicam o desenvolvimento das plantações e oferecem riscos à saúde, no longo prazo, segundo os pesquisadores.

Um dos objetivos do estudo do Instituto de Biofísica da UFRJ, em parceira com o Greenpeace, foi avaliar se os agricultores, impossibilitados de utilizar em suas plantações as águas do Rio Doce contaminadas pelo desastre, poderiam empregar com segurança os poços artesianos como fonte de irrigação e consumo.

Resultados

Pesquisadores analisaram a presença de metais pesados na água em 48 amostras coletadas de três regiões diferentes da bacia do Rio Doce: Belo Oriente (MG), Governador Valadares (MG), e Colatina (ES). As amostras foram coletadas em poços, em pontos do rio e na água tratada fornecida pela prefeitura ou pela Samarco.

A cidade de Belo Oriente apresentou cinco pontos de coleta com níveis de ferro e manganês acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão do Ministério do Meio Ambiente. Em Governador Valadares foram identificados 12 pontos e, em Colatina, dez pontos com os valores acima do permitido. Segundo o estudo, a água desses locais não é adequada para consumo humano e, em alguns casos, também não é recomendado o uso para irrigação de plantas – situação de alguns pontos de Governador Valadares e Colatina.

A contaminação do Rio Doce se deu pelos rejeitos que vazaram com o rompimento da barragem. No entanto, os pesquisadores disseram não poder afirmar que os poços sofreram a contaminação por conta da lama vinda da barragem, por falta de estudos prévios na região. “Contudo, podemos afirmar que a escavação dos poços e sua posterior utilização se deu por conta do derramamento da lama na água do rio, que porventura, a inutilizou”, diz o relatório.

No longo prazo, para a saúde, a exposição ao manganês pode causar problemas neurológicos, semelhantes ao mal de Parkinson, enquanto o ferro, em quantidades acimas das permitidas, pode danificar rins, fígado e o sistema digestivo.

“A contaminação por metais pesados pode ter consequências futuras graves para as populações do entorno, que necessitam de suporte e apoio pós-desastre. Isso deve ser arcado pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, e monitorado de perto pelo governo brasileiro”, defendeu Fabiana Alves, da Campanha de Água do Greenpeace.

Agricultura

No curto prazo, o grande impacto tem sido na agricultura, identificou a pesquisa. O estudo buscou pequenos produtores locais para analisar como seus modos de vida foram atingidos pela lama. Muitos dos que não abandonaram suas terras enfrentaram dificuldades financeiras por não conseguir mais produzir com o solo e a água que têm.

De acordo com o relatório, 88% dos entrevistados afirmaram ter alterado o tipo de cultivo e/ou criação realizada pela família após o incidente. A produção de cabras foi bastante afetada pelo desastre e as atividades de pesca e criação de peixes praticamente desapareceram na bacia.

Dados apresentados pelos pesquisadores após entrevistas com os agricultores demonstraram também que, antes do desastre, 98% dos entrevistados utilizavam água do Rio Doce para atividade econômica do dia a dia. Após a tragédia, somente 36% continuaram usando a mesma água. Destes, 87% utilizam a água para irrigação. Cerca de 60% dos entrevistados considera a água imprópria para uso, o que demonstra a insegurança no uso desse recurso fundamental para as populações que vivem à beira do rio.

Mais de 160 mil pessoas já assinaram petição on-line em prol do rio Tapajós encabeçada pelo Greenpeace, que é contrária à construção de megaprojetos de usinas hidrelétricas, hidrovias e infraestrutura na região. O rio começa no Mato Grosso e sua correnteza vai em direção ao oeste do Pará, por 800 km, até desaguar no rio Amazonas. Segundo relatório da organização, os projetos do governo federal afetam não só a biodiversidade, mas também o modo de vida dos povos da Amazônia.

O rio Tapajós dita o ritmo de vida dos moradores das cidades banhadas por ele, como Santarém e Itaituba. Seu regime anual de secas e cheias é a principal fonte de recursos para as comunidades. Ele influencia a sobrevivência de milhares de habitantes ribeirinhos e indígenas durante seu longo trajeto.

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Considerado, para o Ministério do Meio Ambiente, prioritário para a conservação do bioma amazônico, o rio é um lar para uma grande quantidade de vida, biodiversidade animal e vegetal que são protegidas por um mosaico de 10 unidades de conservação e 19 terras indígenas.

O planejamento do governo federal prevê que 43 grandes hidrelétricas sejam construídas na bacia do Tapajós. A maior delas, São Luíz do Tapajós, é apontada como prioritária. Impactos irreversíveis podem ser gerados na região a partir da construção desses megaprojetos, aponta o Greenpeace, no relatório “Hidrelétricas na Amazônia, um mau negócio para o Brasil e o mundo”. “O Greenpeace se opõe à criação de hidrelétricas em biomas frágeis como a Amazônia, defendendo a execução de energias renováveis verdadeiramente limpas, como o sol e o vento, no Brasil”, defende a organização.

De acordo com o relatório, vários impactos ambientais já podem ser observados na região, entre eles o aumento do desmatamento e do crescimento populacional sem planejamento, a redução da biodiversidade, os deslocamentos forçados de comunidades indígenas e tradicionais, o tráfico de drogas, a prostituição, a escalada da violência, além da abertura de estradas ilegais e a invasão de terras indígenas por mineradores, caçadores e madeireiros criminosos.

Opinião pública - Segundo a jornalista e pesquisadora Ivana Oliveira, doutoranda em Ciências e Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA, o processo de implantação de hidrelétricas na Amazônia tem comprovado a imensa dificuldade de participação popular no processo de tomada de decisões. Ela defende que essa questão precisa ser modificada: “As informações são poucas. E quando chegam ao grande público são somente para ser acatadas”.

“O envolvimento social é limitado, na maioria das vezes inexistente. Mesmo quando há participação popular em processos decisórios, a posição majoritária está nas mãos de empreendedores ou do governo. As informações sobre os impactos não são divulgadas e nem compreendidas na sua totalidade”, analisa Ivana Oliveira, que tem como objeto de estudo no doutorado a implementação de hidrelétricas na região. “E o que tem ajudado a mudar este cenário nos últimos anos é a emergência de um pensamento ecológico e o uso de redes sociais, que tem se tornado uma ferramenta na contracorrente da mídia tradicional”.

Com informações de Thiago Barros.

 

Seis ativistas do Greenpeace que protestam contra a exploração de petróleo no Alasca subiram e ocuparam uma plataforma de perfuração que estava sendo transportada pelo oceano Pacífico até Seattle, onde ela seria preparada para atuar em concessões da empresa Shell em águas do Alasca.

A plataforma, cuja dona é a empresa Polar Pioneer, estava a cerca de 1.200 a nordeste do Havaí quando ativistas, usando botes infláveis, conseguiram subir a bordo do equipamento, disse o porta-voz do grupo conservacionista, Travis Nichols.

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Segundo Nichols, o grupo quer estender um banner em protesto contra a exploração de petróleo no oceano Antártico. No entanto, eles não têm planos de interferir com a navegação da plataforma.

A porta-voz da Shell USA, Kelly Op De Weegh, disse por email que os manifestantes invadiram ilegalmente o navio, colocando em perigo suas vidas e da tripulação do navio.

"Nós respeitamos suas opiniões e damos valor ao diálogo", disse Kelly. "Nós não iremos, entretanto, aceitar táticas ilegais usadas pelo Greenpeace. Nem iremos permitir que elas nos distraiam das preparações para executar um projeto de exploração seguro e responsável.

A última vez que a Shell perfurou o oceano Ártico foi em 2012. Na ocasião, um de seus navios perfuradores encalhou perto da Ilha Kodiak, em 2012. A empresa responsável pelo barco, a Noble Drilling, foi processada por violar regras ambientais e de segurança, e recentemente concordou em pagar US$ 12,2 milhões.

Ambientalistas dizem que o ecossistema do Ártico é muito frágil para arriscar um vazamento, e que uma limpeza seria dificultada ou mesmo impossibilitada por causa do clima e do gelo. A infraestrutura necessária para uma operação desse tipo, que envolve bases da guarda-costeira, portos de águas profundas, aeroportos e outros recursos, também não está presente na região.

"Se existe um lugar pior para procurar por petróleo, eu não sei qual é", disse Niel Lawrence, diretor da Natural Resources Defense Council para o Alasca. "Não há nenhuma prova comprovada de se limpar um vazamento na região." Fonte: Associated Press.

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