A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disparou, nesta sexta-feira (19), contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e argumentou que virar as costas para o problema da fome no Brasil não fará com que ele deixe de existir. A ponderação da petista surgiu depois que Bolsonaro disse, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que “passar fome no Brasil é uma grande mentira”.
“Ao invés de propor ações para acabar com a fome, Bolsonaro diz ‘falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira’. A declaração é de uma estupidez tremenda, de quem não conhece o próprio país. Jair Bolsonaro, virar as costas pra fome não vai fazer ela deixar de existir”, alfinetou a deputada.
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Bolsonaro tratou do assunto após ser perguntado sobre os planos da gestão dele para dar suporte ao aumento da pobreza e da fome no país.
“Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, chegou a afirmar o presidente na ocasião.
Erika Kokay, contudo, não foi a única a reagir negativamente diante da fala. A deputada estadual do Rio Grande do Sul, Luciana Genro (PSOL), disse que ao declarar isso “Bolsonaro ignora que 5 milhões de brasileiros sofrem de desnutrição e vivem, sim, com fome e na pobreza, à mercê de gente como ele, de discurso raso, que ignora a realidade do país que governa e não está interessado em diminuir as desigualdades sociais”.
O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) também criticou o presidente. “Bolsonaro diz que passar fome no Brasil é uma grande mentira. Em um país com cerca de 55 milhões de pobres e mais de 15 milhões vivendo abaixo da linha da extrema pobreza. Me pergunto até que ponto é falta de informação ou crueldade fazer afirmações como essas”, disse o comunista.