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Munido de habeas corpus, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto não prestou juramento prometendo falar a verdade e anunciou que permanecerá em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3).

"Agradeço a disponibilidade do tempo, mas exercerei o direito de ficar calado", afirmou o ex-tesoureiro do PT aos membros da comissão, no início da sessão, sendo vaiado por beneficiários de fundos de pensão que estão presentes à reunião da CPI.

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O presidente dado colegiado, deputado Efraim Filho (DEM-PB), também protestou. "Se não quiser falar, o senhor vai ouvir. Seu silêncio será ensurdecedor para muitos dos beneficiários que aqui estão", afirmou o parlamentar. "Poderá ser presunção de culpa diante das graves acusações que o relatório final trará", emendou.

Nesta terça-feira, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, pediu a dispensa de seu cliente, para evitar os gastos com a vinda dele de Curitiba, onde está preso pelo seu envolvimento na Operação Lava Jato, para Brasília. O presidente da CPI, contudo, negou o pedido.

"Ficaríamos extremamente prejudicados se sua presença não ocorresse. Não é de bom senso um relatório de CPI indiciar uma pessoa sem dar a ela o direito de defesa", justificou Efraim Filho. "Nunca vi aqui ninguém que veio para CPI e ficou calado ser inocente. Quem veio para ficar calado é porque tinha culpa", acrescentou.

A autorização para que Vaccari fosse trazido a Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos envolvidos da Operação Lava Jato na primeira instância.

Na CPI dos Fundos de Pensão, Vaccari foi convocado após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta manipulação na gestão dessas instituições. O doleiro Alberto Youssef, por exemplo, disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro era um dos operadores de alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).

De acordo com Efraim Filho, a CPI investiga Vaccari teria exercido tráfico de influência junto a fundos de pensão para desviar recursos e atender a interesses políticos e partidários.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto permanecerá calado durante depoimento à CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3) informou a defesa do petista. A oitiva de Vaccari estava prevista para às 10 horas, mas foi adiada para o início da tarde, pois o voo particular que o traz de Curitiba, onde está preso, atrasou por causa da neblina e da greve dos aeroviários.

A autorização para que Vaccari fosse trazido a Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos envolvidos da Operação Lava Jato na primeira instância. No despacho, o magistrado pediu que a defesa do ex-tesoureiro do PT se manifestasse para, caso Vaccari fosse permanecer em silêncio, o presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), pudesse dispensar o petista.

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Ontem, contudo, Efraim Filho negou o pedido de dispensa feito pelo advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso. O ex-tesoureiro do PT está preso em Curitiba pelo seu envolvimento na Lava Jato. Ele já foi condenado em primeira instância a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além disso, terá de pagar multa de R$ 4,3 milhões.

Na CPI dos Fundos de Pensão, Vaccari foi convocado após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta manipulação na gestão dessas instituições. Um desses depoimentos foi o do doleiro Alberto Youssef. À CPI, o doleiro disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro do PT era um dos operadores de alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica).

Além de Vaccari, estava previsto para esta quarta-feira o depoimento à CPI dos Fundos de Pensão de Lício da Costa Raimundo, diretor de investimentos da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). O executivo, contudo, apresentou atestado médico, alegando problemas de saúde para não comparecer. Ainda não foi marcada nova data para a oitiva.

A Polícia Federal deflagrou duas operações nesta quinta-feira (17) que atingem o Postalis, pelo fundo de pensão dos funcionários dos Correios, e a empresa SBM. A Operação Positus mira em esquema de corrupção no fundo de pensão. A Operação Ouro Negro envolve uma empresa que teria intermediado os contratos entre a SBM e a Petrobras.

A Positus apura irregularidades no fundo de pensão, controlado pelo PT e PMDB, que teriam ocorrido entre 2006 e 2011. Estão entre os investigados o ex-presidente Alexej Predtechensky e o ex-diretor financeiro Adilson Florencio da Costa. A PF apura operações envolvendo a criação de dois fundos de investimentos que foram ingeridos pela empresa Atlântica Administradora de recursos.

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O inquérito descobriu que os valores dos dois fundos foram transferidos para os Estados Unidos e passaram a ser movimentados por ordem da Atlântica, de propriedade dos empresários Fabrizio Dulcetti Neves e André Barbieri.

O governo mudou as regras de solvência dos fundos de pensão. Agora, o cálculo a partir do qual os participantes e patrocinadores são obrigados a injetar recursos para cobrir desequilíbrios muda de acordo com o horizonte médio dos prazos de pagamentos dos benefícios.

De acordo com a norma, aprovada nesta quarta-feira, 25, na reunião de hoje do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), o limite do déficit passa a ser o prazo médio que o plano tem para pagar as aposentadorias, chamado tecnicamente de "duration", menos quatro anos.

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Tomando por base todo o sistema, esse horizonte é de 12,3 anos. Como a nova regra leva conta o "duration" menos quatro anos, o limite de déficit médio do sistema seria, portanto, de 8,3% do patrimônio líquido.

A tolerância anterior era déficit de 10%. Caso ultrapassasse esse limite, o fundo tinha de se reequilibrar, elevando contribuições de participantes e patrocinadores. Quando um plano ficava no vermelho por três anos consecutivos, mesmo sendo inferior a 10%, também era obrigado a fazer novos aportes. Com a regra nova, essa exigência cai por terra.

A alteração nas regras não teve aval do Ministério da Fazenda, que considerava não ser apropriado "afrouxar" as normas para o equacionamento dos déficits neste momento. A reunião do CNPC foi fechada. O governo informou que a aprovação foi "quase unânime", mas não detalhou os votos contrários.

Pela nova regra, os planos precisarão equacionar apenas o que ultrapassar o limite do déficit. Antes, participantes e patrocinadores precisavam injetar mais recursos para reverter o déficit todo. Agora, será preciso equacionar apenas o que ultrapassar o teto.

A regra já pode ser usada neste ano para os planos de equacionamento em relação ao balanço de 2014. Segundo levantamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), xerife do setor, 81 planos vão precisar apresentar solução para os desequilíbrios do ano passado de acordo com a nova exigência. Na regra anterior, estariam desenquadrados 77 planos.

Os planos fecharam 2014 com déficit de R$ 23 bilhões, sendo 80% formado por dez planos de benefícios definidos, dos quais nove são patrocinados por estatais.

"De um modo geral, os valores que participantes e patrocinadores precisarão pagar em contribuições extras são menores levando em conta a nova regra", diz o presidente da Associação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José Ribeiro Pena Neto.

O secretário de Políticas de Previdência Complementar do Ministro do Trabalho e Previdência Social, Jaime Mariz, afirmou que o grande mérito da mudança é tratar separadamente cada um dos planos. "Cometíamos injustiças ao tratar todos igualmente. Por que vou tratar um plano maduro -- com participantes mais próximos de receber o benefício -- igual a um plano que está apenas começando?", questionou.

"A medida é prudente e bastante coerente com a natureza dos fundos de pensão", defendeu Carlos de Paula, diretor-superintendente da Previc. Segundo ele, a medida vai ao encontro das melhores práticas internacionais. Tem como objetivo também fazer com que as entidades optem por investimentos de longo prazo. Atualmente, as entidades preferem investimentos com liquidez, baixo risco e, consequentemente, baixo retorno.

Na contramão da crise de confiança que se abateu sobre o Brasil, a LogZ Logística planeja iniciar no ano que vem um conjunto de projetos de R$ 1,8 bilhão. A empresa, formada por fundos de investimento cujos cotistas são os principais fundos de pensão do País, vai investir em novos empreendimentos logísticos, fora das regiões Sul e Sudeste onde estão hoje seus principais ativos, como o Terminal de Santa Catarina (Tesc) e o Porto de Itapoá, que passará por expansão. Os planos da companhia também incluem a aquisição de um novo terminal portuário, em fase de negociação.

O principal projeto da empresa será o desenvolvimento do Arco Norte, que custará R$ 700 milhões. Trata-se de um corredor para escoamento da produção de grãos, em especial do Centro-Oeste, pela Região Norte do País. Outras empresas também têm apostado nessa nova rota para aumentar a competitividade do produto brasileiro. O projeto da LogZ inclui uma estação de transbordo na região de Rurópolis, no Pará, uma frota inicial de 36 barcaças e 3 empurradores e um porto em Vila do Conde.

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Segundo o diretor de Investimentos e Operações da LogZ, Roberto Lopes, no momento, a empresa está escolhendo a melhor área para a instalação do porto e negociando um financiamento da Marinha Mercante, de R$ 300 milhões, para a parte fluvial. Previsto para ser construído em duas fases, o Arco Norte terá capacidade inicial de dois milhões de toneladas por ano, chegando a seis milhões de toneladas com a conclusão do empreendimento. O início de operação está previsto para segundo trimestre de 2018.

Outro projeto da empresa é a construção do Terminal de Grãos de Santa Catarina (TGSC), em São Francisco do Sul. Na primeira fase, terá capacidade para movimentar oito milhões de toneladas e, na segunda, pode chegar a 12 milhões com a expansão de um berço de atracação.

O investimento, de R$ 600 milhões, será feito em parceria com a empresa Sagha, cujos sócios são a Litoral Agência Marítima e o grupo chinês Hopeful. A LogZ terá 50% de participação e a Sagha, 50%. Segundo Lopes, o terminal de uso privativo já foi aprovado pela Secretaria de Portos e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A expectativa é iniciar as obras no segundo trimestre do ano que vem e iniciar a operação 18 meses depois.

Além dos dois projetos novos, a LogZ também fará a expansão do Porto de Itapoá - terminal de contêiner localizado em Santa Catarina. Para dobrar a capacidade atual, a empresa vai investir, com os sócios Hamburg Süd e Battistella, R$ 300 milhões. A ampliação já tem a licença prévia emitida e está na fase de cumprimento das condicionantes para obter a licença de instalação. A previsão de Lopes também é iniciar as obras no segundo trimestre de 2016.

Segundo o executivo, entre as dificuldades enfrentadas para tirar os projetos do papel está o crédito mais restrito por parte dos bancos. Apenas a expansão de Itapoá não dependerá de financiamento. Será feito com recursos dos sócios e do próprio terminal. Os outros dois, o Arco Norte e o TGSC, dependem de crédito.

Outro problema é a contratação de construtoras para fazer as obras. Com as grandes empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, sobraram poucas empresas com experiência no setor portuário. Lopes diz que, como os cotistas dos fundos acionistas da empresa são fundos de pensão, há um certo receio de contratar alguma empresa que não termine o serviço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Até o final deste mês, a Funcef, o fundo de previdência dos empregados da Caixa Econômica Federal, divulga um plano para solucionar o seu rombo. Terceiro maior fundo de pensão do País, com cerca de R$ 55 bilhões em ativos, ele tem um déficit de R$ 5,5 bilhões acumulado nos três últimos anos.

A Funcef puxa uma fila que ainda não se sabe o tamanho certo. Mais de 40 fundos de pensão fecharam 2014 com um déficit total acumulado de R$ 31 bilhões. Em 2015, essas perdas estão aumentando. No primeiro trimestre, fecharam em R$ 36 bilhões. No segundo, o déficit foi a R$ 46 bilhões. As origens das perdas estão na piora da economia, erros de análise de investimento, má gestão e até em denúncias de fraudes e corrupção.

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Pela regra em vigor, déficits consecutivos por três anos precisam ser sanados. Já se sabe que outros fundos de pensão estão ou caminham para essa situação. Na lista estão o Postalis, dos Correios, Fapes, do BNDES, e o Petros, da Petrobras.

Na Funcef, a previsão é que metade do prejuízo ficará com a Caixa e a outra parte será rateada entre beneficiários dos planos que tiveram déficit. A conta começa a ser cobrada em abril ou agosto do ano quem vem, para ser paga ao longo de quase 12 anos. Vai ser coberta até mesmo pelos atuais 38 mil pensionistas e aposentados que contavam como certo receber integralmente pecúlios e aposentadorias até o fim da vida.

"Sabemos que mexer em aposentadorias é uma questão sensível e trabalhamos para neutralizar o impacto", diz Maurício Pereira, diretor de investimentos da Funcef. Segundo Pereira, a maior parte do prejuízo, R$ 4 bilhões, veio de perdas com ações da mineradora Vale.

Mas há outros investimentos que ainda podem dar dor cabeça e prejuízos. A Funcef não sabe, por exemplo, o futuro dos R$ 200 milhões que aplicou no fundo de investimento da OAS, construtora arrastada por denúncias de corrupção na Operação Lava Jato e hoje em recuperação judicial.

Mais preocupante é o R$ 1,3 bilhão que colocou na Sete Brasil, empresa responsável pela gestão de sondas do pré-sal, também envolvida no escândalo e com destino incerto.

Extras

O primeiro da lista a compartilhar os prejuízos deveria ter sido o Postalis, dos Correios. Porém, as contribuições extras para cobrir um rombo de R$ 5,6 bilhões foram suspensas após assinatura de um termo de ajustamento de conduta. A conta vai ser cobrada a partir de abril de 2016. Envolvido em denúncias de fraude e má gestão, a situação do Postalis é tão crítica que o Tribunal de Contas da União abriu uma auditoria para investigar a origem das perdas.

O fundo de pensão dos funcionários do BNDES, o Fapes, enviou no fim de setembro comunicado aos participantes. Informou que, por causa de um déficit atuarial de cerca de R$ 1,2 bilhão em 2014, superior a 10% de suas provisões, é obrigado a ter, até o final do exercício de 2015, um plano de equacionamento do déficit. A cobrança deve ser feita a partir de abril do próximo ano.

Segundo Luiz Borges, presidente do Apa-Fapes, associação dos participantes do fundo do BNDES, isso não seria necessário se o banco pagasse os R$ 3,6 bilhões que deve ao fundo, conforme revelou o Estado em 2014. A dívida refere-se a diversas mudanças nos cargos e salário. A entidade estuda entrar na Justiça para cobrar.

O fundo de pensão da Petrobras deverá apresentar em 2015 o terceiro déficit seguido e terá de ter um plano em 2016. Ano passado, a Petros registrou déficit de R$ 3,8 bilhões, acumulando R$ 6,2 bilhões em dois anos.

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara dos Deputados, no mês passado, o diretor-presidente da Petros, Henrique Jäger, reconheceu que é possível que os aposentados possam ser chamados para contribuir. A CPI investiga se grandes fundos - Funcef, Postalis, Petros e Previ, do Banco do Brasil - tiveram perdas por causa de desvio de recursos, corrupção ou influência política nas decisões de investimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A CPI dos Fundos de Pensão aprovou nesta quinta-feira, 3, a convocação, como testemunhas, do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do empresário Gerson Almada, sócio da Engevix, e dos irmãos José Adolfo Pascowitch e Milton Pascowitch, apontados como operadores na companhia em irregularidades investigadas na Operação Lava Jato.

Na série de requerimentos aprovada há pouco por consenso, a CPI convidou ainda, entre outros, o diretor-superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Carlos Alberto de Paulo, para "prestar esclarecimentos acerca da dilapidação do patrimônio de grandes fundações patrocinadas por empresas estatais", a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Julia Damazio de Barroso Franco, e o ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz.

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Após quase sete horas de sessão, a CPI dos fundos de pensão encerrou o depoimento do diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser. O relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), já protocolou um requerimento para convocar o ex-diretor da Petrobras, Pedro Barusco.

A Funcef investiu na Sete Brasil, empresa envolvida na operação Lava Jato. Outro requerimento do relator convoca o ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz. "Tem muita informação que ainda não chegou mas vamos tentar ouvir o Barusco e o Ferraz para que eles expliquem essas ligações do fundo com a Sete Brasil", disse o relator.

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O presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB), ressaltou que Caser precisa explicar a decisão do Funcef em continuar investindo na Sete Brasil. Durante a sessão da CPI, Caser afirmou que os investimentos do fundo na Sete Brasil foram feitos baseados na situação de 2010 e que os faria novamente.

O presidente da Funcef é filiado ao PT desde 1990 e sofreu diversas acusações ao longo do dia sobre uma possível influência de sua filiação partidária em decisões de investimento do fundo de pensão da Caixa.

O deputado Marcelo Aro (PHS-MG) usou seu tempo de líder durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar os fundos de pensão para solicitar que o diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, solicite seu afastamento do cargo imediatamente. Caser afirmou, ao longo da sessão, que é filiado ao PT desde 1990 e que tem uma relação com o ex-tesoureiro do PT investigado na operação Lava Jato, João Vaccari Neto.

Com o apoio dos parlamentares presentes na comissão, a CPI adiou o depoimento do diretor-presidente da Previ, Gueitiro Matsuo Genso, para a próxima quinta-feira, 03. Com mais de quatro horas de sessão, os parlamentares pediram ao presidente da comissão, deputado Efraim Filho (DEM - PB) que a oitiva fosse adiada. Após consultar Genso, Efraim Filho concordou em alterar a data. Na próxima terça-feira, 01, a CPI marcou o depoimento do representante da Petros.

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Após anunciar o rompimento político com o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atorizou hoje (17) a criação de  quatro comissões parlamentares de inquérito (CPI). Elas vão investigar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), supostas irregularidades nos fundos de pensão das estatais, maus-tratos contra animais e crimes cibernéticos no país.

O foco da CPI do BNDES são os empréstimos concedidos a empreiteiras e outras empresas investigadas na Operação Lava Jato. Entre 2003 e junho de 2014, o banco concedeu financiamentos de R$ 2,4 bilhões para essas empresas. Também serão investigados os empréstimos para empresas do ramo de frigorífico e em favor de empresas do Grupo do empresário Eike Batista, além dos empréstimos concedidos a outros países como Angola e Cuba, cujas informações foram classificadas como secretas.

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A CPI dos Fundos de Pensão, apesar de ter a criação autorizada, ela só poderá funcionar após encerramento dos trabalhos da CPI do Sistema Carcerário, previsto para o início de agosto. Pelo Regimento da Câmara, apenas cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo. Além das quatro criadas hoje, atualmente funciona a CPI da Petrobras. 

O alvo da CPI será a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Câmara dos Deputados e do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).

Fundos de investimento e de pensão de oito países, incluindo Canadá, Emirados Árabes, Coreia do Sul, Hong Kong, Austrália, e até uma associação de caridade dos Estados Unidos entraram com um novo processo contra a Petrobras na Corte de Nova York pedindo uma indenização pelos supostos prejuízos "bilionários", de acordo com o texto do documento, causados pela Operação Lava Jato aos investidores estrangeiros.

É o segundo processo só este mês a entrar na Corte de Nova York contra a Petrobras e o quarto aberto por fundos, que resolveram entrar com ações próprias e não participar de uma ação coletiva que corre na Corte e terá a primeira audiência dia 25 de junho. Ao todo, desde dezembro, a Petrobras tem nove ações judiciais nos Estados Unidos ligadas à Operação Lava Jato.

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O novo processo foi aberto na terça-feira, 19, mas só divulgado nesta quinta, 21, pela Corte e envolve vários fundos, principalmente ligados à gestora Aberdeen, que tem operações globais e cerca de US$ 500 bilhões sob gestão. Entraram no processo subsidiárias da gestora com sede, entre outros países, nos EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália.

Além da Aberdeen, uma série de gestoras de outros países estão processando a Petrobras. Entre elas, a AAAID Equity Portfólio, dos Emirados Árabes, e a Myria Asset Management, com sede na França.

Vários fundos de pensão, que inclui a associação de professores da cidade de Alberta, no Canadá, da cidade de Devon, na Inglaterra, e o National Pension Service, da Coreia do Sul, também entraram no processo, que tem ainda uma associação de caridade chamada Mother Teresha Care and Mission, do Estado de Illinois, nos EUA, onde está Chicago.

Os fundos argumentam que compraram papéis da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) entre janeiro de 2010 e janeiro de 2015 e tiveram perdas porque a empresa escondeu informações dos investidores sobre o esquema de corrupção e pagamento de propinas. Quando elas se tornaram públicas, as ações despencaram e vieram os prejuízos "substanciais". "Se os fundos investidores tivessem sabido de antemão dos problemas, não comprariam os ativos da Petrobras", afirma o texto do processo, que tem 202 páginas e é assinado pelos escritórios Kessler Topaz Meltzer & Check LLP e Stradley Ronon Stevez & Young LLP, ambos do Estado da Pensilvânia.

O balanço auditado da Petrobras do terceiro e quarto trimestre de 2014 é citado como evidência do esquema de corrupção. O texto cita as perdas com a Lava Jato e a reavaliação contábil ("impairment") da companhia que somam US$ 19,5 bilhões. "Esta ação judicial tem origem por conta de um amplo esquema para canalizar bilhões de dólares em pagamentos de propinas para executivos na Petrobras", afirma o documento entregue na Corte pelos fundos.

No processo aberto agora o único réu é a Petrobras, ao contrário das ações anteriores, que incluíram executivos da empresa, como a ex-presidente Graça Foster, e bancos que cuidaram da emissão de papéis no mercado internacional, além de subsidiárias internacionais da petroleira. Apesar de não ser citada como réu, o nome de Graça é mencionado várias vezes no documento, ressaltando que ela insistiu que a empresa era uma "líder mundial em transparência e governança", mas nada fez para comunicar o esquema de corrupção, que ficou escondido por anos.

A oposição apresentou no Senado nesta quarta-feira, 6, um novo pedido de criação de CPI para investigar os fundos de pensão. No mês passado, após forte articulação, o governo conseguiu barrar a instalação dessa comissão na Casa ao convencer senadores do PSB a retirarem as assinaturas de apoio.

O novo requerimento foi lido no plenário nesta quarta. Desta vez, apenas o número mínimo de 27 senadores assinou o pedido. O objetivo da criação da CPI é coletar informações a respeito dos investimentos realizados por fundos de pensão de empresas estatais, como o Petros (Petrobras), Postalis (Correios) e Previ (Banco do Brasil).

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Além dessa CPI, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou pedido de criação de uma outra comissão para a investigar os empréstimos concedidos do BNDES. O requerimento ainda precisa ser lido no plenário.

O líder do Democratas (DEM) na Câmara, deputado Mendonça Filho, articula a instalação da CPI dos Fundos de Pensão, cujo requerimento foi protocolado nesta semana na Câmara. “É importante esclarecer o que aconteceu na gestão dos fundos das estatais. Muitos servidores contribuíram durante décadas e agora são surpreendidos com descontos a título de taxa extra para cobrir rombos bilionários”, afirma.

A necessidade de priorizar a instalação da CPI dos Fundos de Pensão foi assunto de reunião, na última quinta-feira (23), entre Mendonça Filho e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O líder Rubens Bueno (PPS-PR), outro partido que assinou o requerimento para criação da CPI, também participou da reunião.

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O democrata explicou que o aparelhamento político é um dos motivos para o déficit no caixa dos fundos de pensão. “Só no Petros, da Petrobras, e no Postalis, dos Correios, o déficit chega a R$ 12 bilhões, valor equivalente ao orçamento anual do Programa de Financiamento Estudantil (FIES)”, destrinchou.

Mendonça alerta ainda que as suspeitas de irregularidades não estão restritas aos dois fundos de pensão. Ao apresentar a justificativa para criação da CPI, os parlamentares citam casos emblemáticos de perdas vultosas de que foram vítimas grandes fundos de pensão de estatais, decorrentes da decretação de falência do banco BVA, em 2014: “Sabe-se que o BVA cedeu R$ 1,3 bilhão em créditos pobres a Petros, Funcef, Postalis e Faceb (Fundo de Previdência dos Empregados da Companhia Elétrica de Brasília – CEB)”.

O problema na Fundação Petros, segundo Mendonça, é evidente já que “funcionários e aposentados da Petrobras correm o risco de ter de fazer contribuições extras para cobrir prejuízos do fundo de pensão da estatal a partir de 2017”. De acordo com informações coletadas pelo parlamentar, o principal plano de previdência do fundo fechou, pelo segundo ano consecutivo, no vermelho, com um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões. “Essas histórias nebulosas precisam ser passadas a limpo”, afirma Mendonça Filho.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse nesta sexta-feira (17) que conseguiu reunir novamente as assinaturas necessárias para protocolar o pedido da criação da CPI dos Fundos de Pensões. Segundo o senador, ele vai pedir a leitura do requerimento na próxima quarta-feira (22).

Na semana passada, após uma articulação da base aliada do governo, os seis senadores do PSB decidiram retirar as assinaturas de apoio à instalação da comissão. Pelo regimento da Casa, é necessário o apoio de pelo menos 27 senadores para a criação de uma CPI.

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Segundo Cunha Lima, o senador Romário (PSB-RJ) voltou atrás e decidiu assinar novamente o pedido, o que vai possibilitar protocolar a CPI, cujo objetivo será investigar as irregularidades na gestão de recursos de fundos de pensão de quatro instituições ligadas ao governo: Petrobras (Petros), Correios (Postalis), Banco do Brasil (Previ) e Caixa Econômica Federal (Funcef).

Aécio

Nesta sexta-feira, o líder do PSDB também saiu em defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), após o ex-ministro da Secretaria-geral da Presidência da República Gilberto Carvalho (PT) dizer que o tucano não tinha "moral" para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Toda vez que um petista é preso, num ato de desespero, eles passam a atacar o Aécio", disse, em referência ao fato do ex- tesoureiro do PT João Vaccari Neto ter sido preso esta semana.

Senadores tucanos criticaram nesta quinta-feira, 9, o fato de a bancada do PSB ter decidido retirar as assinaturas de apoio para a criação da CPI dos Fundos de Pensão, o que inviabilizou a instalação da comissão na Casa.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que o partido não vai desistir de criar a CPI e vai recomeçar a coleta de assinaturas nas próximas semanas. Cunha disse ainda que não tem dúvidas de que a base aliada do governo operou para convencer o PSB a tomar essa decisão. "Não foi a oposição que pediu para o PSB retirar as assinaturas", ironizou.

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O senador tucano Aloysio Nunes (SP) disse que o PSB teria de explicar para a opinião pública por que retirou o apoio à CPI. "Senadores do PSB devem explicações à opinião pública pela vergonhosa retirada de suas assinaturas ao requerimento de CPI para apurar as falcatruas que lesaram milhares de trabalhadores de empresas estatais participantes dos Fundos de Pensão (Previ, Postalis, Funcef e Petros)", disse.

Em nota, a bancada do PSB afirmou que decidiu retirar os apoios para "concentrar suas forças e energias" no funcionamento de outras comissões, como a do HSBC que já foi instalada. "A bancada do PSB alerta que a proliferação de CPIs dispersa o trabalho no Senado Federal, enfraquece a investigação, desviando as atenções do debate das grandes questões nacionais", diz o texto.

Desde que assumiu uma posição de independência em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, o PSB tem sido o "fiel da balança" na hora de conseguir o número necessário de assinaturas para a instalação de uma CPI no Senado. Sem o apoio da bancada de seis senadores do PSB, a oposição dificilmente consegue alcançar as 27 assinaturas exigidas pelo regimento da Casa.

Em meio à relação conturbada com o Congresso Nacional, o governo vai ter que evitar outro conflito: a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fundos de pensão de estatais. Os deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) conseguiram reunir 113 assinaturas, das 171 necessárias, para investigar indícios de aplicação incorreta dos recursos e manipulação na gestão de fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e servidores públicos.

O requerimento para a abertura da CPI dos fundos de pensão pede que sejam esclarecidos os "prejuízos vultosos" dos planos ocorridos entre 2003 e 2015. Estão na lista para serem investigadas a Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal), a Petros (Petrobras), a Previ (Banco do Brasil) e o Postalis (Correios).

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Na edição desta segunda-feira, 23, o jornal O Estado de S.Paulo informou que funcionários dos Correios tentam evitar, por meio de uma batalha judicial e pela força das greves, que os participantes do Postalis tenham uma redução de 25,98% em seus contracheques a partir de abril de 2015 pelo período de 15 anos e meio.

A conta é resultado de um déficit atuarial de R$ 5,6 bilhões no Postalis - comandado por PT e PMDB - provocado por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento passado ao fundo. Também sob influência dos dois partidos políticos, a Funcef e a Petros contabilizam prejuízos bilionários.

O deputado Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara, disse que os funcionários dos Correios do País todo preparam vinda a Brasília nesta semana para pressionar os deputados a assinarem o requerimento da CPI dos fundos de pensão.

Ele afirmou que, atualmente, o limite de CPIs da Câmara está esgotado, mas que haverá espaço, daqui a quatro ou cinco meses, prazo para a conclusão dos trabalhos, para a criação dessa comissão para apurar as irregularidades nos fundos de pensão de estatais. Entre as CPIs abertas estão a da Petrobras, de morte e desaparecimento de jovens, sistema carcerário brasileiro e máfia das próteses.

"O aparelhamento político dos fundos de previdência complementar, que têm funcionários de estatais e servidores públicos como participantes, associado aos prejuízos milionários recorrentes e decorrentes de sua má gestão, assinalam mais um possível foco de corrupção que carece ser investigado com a máxima urgência", diz a justificativa do requerimento para abertura da CPI.

De acordo com o texto, são numerosas as demandas, por parte de parlamentares e associação que representam os contribuintes, para a apuração das causas. Os mais prejudicados, segundo o texto, são os contribuintes, "gente que depositou suas economias nesses fundos com a convicção de que seriam geridos de forma diligente e honesta", afirma.

Perdas

O Postalis é um dos "casos emblemáticos de perdas vultosas de que foram vítimas grandes fundos de pensão de estatais", diz o documento. Como o jornal O Estado de S.Paulo revelou na edição de hoje, nos últimos anos, os Correios fizeram investimentos "micados" em empresas do grupo de Eike Batista, em títulos dos governos da Argentina e da Venezuela, nos bancos Santos e BVA, ambos com falência decretada.

A Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras, investiga aplicação na empresa Trendbank, que administra fundos de investimento. A Polícia Federal encontrou e-mails em computadores de pessoas ligadas ao doleiro Alberto Yousseff atribuindo à influência de João Vaccari, tesoureiro nacional do PT, a investimento de R$ 73 milhões das fundações Petros e Postalis em 2012.

Partiu do conselho deliberativo do Postalis a decisão de impor aos funcionários dos Correios a contribuição extra que terá forte impacto sobre os salários. No primeiro momento, ficou definido um corte de 25,98% nos contracheques. O déficit será reavaliado a cada ano a partir do retorno dos investimentos e da expectativa de vida dos participantes.

Um funcionário que tem salário de R$ 10 mil, por exemplo, receberá R$ 2.598,00 a menos no final do mês apenas para cobrir o déficit, além o valor da contribuição definida.

Os fundos de pensão ganharão um fôlego neste ano e terão uma chance maior de ficarem mais próximos de suas metas. A mudança sobre a precificação dos ativos e passivos dos planos foi aprovada na última quarta-feira, 19, na reunião do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). O presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José Ribeiro Pena Neto, disse que a decisão foi um grande avanço para as fundações.

Foi aprovado um pleito antigo dos fundos de pensão, que alterará o cálculo da meta atuarial, que é o nível de rentabilidade necessário para garantir o equilíbrio das contas e o pagamento das aposentadorias no futuro. Com a nova regra, a definição da meta atuarial terá como base uma taxa média de rentabilidade das NTN-Bs dos últimos três anos. As NTN-Bs, títulos públicos indexados a um índice de inflação, são comuns na carteira dos fundos de pensão. Por mais que os títulos flutuem até o seu vencimento, uma taxa média da sua rentabilidade geraria um impacto menor para os fundos de pensão.

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Além disso, cada fundo terá sua meta interna calculada de acordo com a duration do plano, que é o prazo médio que ele tem para pagar as aposentadorias. Com isso, haveria uma meta com uma faixa de tolerância para os fundos. Na prática, cada fundo de pensão terá uma meta adequada ao seu perfil, tendo em vista o prazo do pagamento dos benefícios.

O presidente da Abrapp destaca que, para este ano, a nova regra será opcional, mas obrigatória a partir de 2015. Quem não optar neste ano pelo novo cálculo, terá como meta atuarial os 5,5% ao ano, que estava em vigor. Apesar disso, Ribeiro Pena acredita que grande parte dos planos devem optar pela nova regra.

O executivo conta que foram feitas simulações considerando as novas regras com 160 planos, incluindo os maiores, e que, na maioria, a situação melhorava. Ribeiro destaca que a nova regra, como olhará para a situação específica de cada plano, poderá ajudar para que os fundos tomem decisões de investimentos olhando para o prazo do passivo e não mais necessariamente com uma visão de curto prazo para evitar um déficit.

O presidente da entidade frisa que o novo cálculo deixará em evidência os fundos que vivem um problema estrutural, diferenciando daqueles com dificuldades conjunturais. "Um fundo de pensão de longo prazo não pode ser administrado no curto prazo", destaca em entrevista ao Broadcast.

Com a nova regra, a marcação dos ativos será realizada na curva, ou seja, os títulos só seriam contabilmente registrados quando de fato chegarem ao seu vencimento e a rentabilidade obtida se refletiria diretamente na carteira de investimentos do fundo de pensão. Neste modelo, os fluxos do passivo e do ativo são trazidos para o presente pela mesma taxa, o que diminui a volatilidade dos resultados dos fundos.

Em 2013, diante da elevação das taxas de juros, os fundos tiveram que fazer a marcação a mercado, ou seja, contabilizados pelo valor no dia. Com a queda nos juros, os títulos no portfólio perderam valor, levando a que muitos fundos encerrassem o ano com déficit, em vários casos acima de 10%, o máximo permitido pelas regras. Foi permitida uma tolerância do déficit para 15%, mas apenas para o resultado referente a 2013. Diante desse cenário, uma discussão sobre uma mudança do cálculo da meta ganhou força.

Risco de longevidade

Estava na pauta da reunião da CNPC a possibilidade de compartilhamento de risco de longevidade, mas esse tema ainda não foi aprovado. O presidente da Abrapp explicou que a entidade decidiu incluir em sua proposta um pedido que foi feito pela Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão (Anapar). Segundo ele, o pleito foi para que se incluísse na discussão a criação do fundo de sobrevivência.

A possibilidade de criação desse fundo ocorreu quando mudaram as regras para a retirada de patrocínio pelas empresas dos fundos de pensão em 2013. "Com essa regra se abriu a possibilidade de ter um fundo de sobrevivência para que os participantes de planos em que houvesse retirada de patrocínio continuassem a ter proteção no caso de sobrevida maior do que o esperado", explicou Ribeiro. Segundo ele, pelo fato dos dois assuntos terem similaridades, foi entendido que ambos poderiam ser discutidos juntos.

O presidente da Abrapp disse que o tema do compartilhamento do risco de longevidade foi bem recebido pelo CNPC e que deverá entrar na pauta da próxima reunião.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estuda trazer para o Brasil seguro para os participantes de fundos de pensão, afirmou na terça-feira, 26, o superintendente da autarquia, Roberto Westenberger. O objetivo do produto é oferecer proteção para o risco de longevidade. Segundo ele, o produto poderá contribuir para diminuir o efeito da desaceleração econômica no mercado de seguros. Atualmente, a Susep está montando um grupo para estudar as características de seguros para as fundações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fundos de pensão de servidores públicos estaduais e municipais acumularam prejuízo de R$ 528,17 milhões em aplicações feitas de 2009 a 2013, conforme levantamento do Ministério da Previdência feito a pedido do Estado. Esquemas criminosos e adoção de práticas que não observam regras do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central potencializam o rombo. Essas e outras irregularidades colocam em risco o Regime Próprio de Previdência (RPP), segundo documento do ministério, ao qual a reportagem obteve acesso.

O relatório aponta que, neste ano, auditorias conduzidas pela pasta identificaram que "fundos estariam potencialmente sendo utilizados para desvios de recursos" e "colocando em risco a solvência de todo o sistema". Os nomes desses fundos não foram divulgados.

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O levantamento do prejuízo nominal acumulado feito pelo ministério revela que as perdas apuradas pela pasta são dez vezes maiores do que o investigado na Operação Miqueias, desencadeada pela Polícia Federal em meados de setembro tendo como foco desvios ocorridos em 15 municípios. Esse valor abrange apenas três Estados - Rio Grande do Norte, Tocantins e Roraima - e 72 municípios, com aplicações feitas entre 2009 e 2013.

Os auditores chegaram a esse valor estimando qual deveria ser hoje o patrimônio desses fundos com base em suas aplicações originais, levando em consideração a oscilação da economia no período.

Entre as irregularidades identificadas nos RPPs estão o direcionamento de investimentos para fundos criados apenas para explorar a conta do Estado ou município, aplicação de mais recursos do que o permitido pelas regras do mercado financeiro e a utilização de fundos considerados de alto risco.

Do ano passado até agora, o ministério encaminhou 200 relatórios à PF, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central, Ministério Público e Tribunais de Contas Estaduais (TCEs). A lista de investimentos suspeitos e outras irregularidades aponta o envolvimento dos RPPs com: apropriação indébita, pagamento indevido de benefícios, falsidade ideológica, utilização indevida de recursos, improbidade administrativa, investimentos que causaram prejuízos e até a inclusão de ocupantes de cargos de livre nomeação entre os beneficiários.

Com base em parte desse material, a PF descobriu a atuação de um esquema criminoso que tinha como foco direcionar investimentos dos RPPs. Ou seja, dinheiro da aposentadoria de servidores municipais e estaduais estava sendo aplicado em determinados fundos não com base em critérios técnicos, mas mediante o pagamento de propina.

Perdas

Essas perdas se concentram em seis fundos de investimento. Em comum, todos tinham papéis de bancos liquidados pelo BC nos últimos dois anos: BVA, Panamericano, Rural e Schain. O FI Diferencial, fundo de renda fixa de longo prazo, tinha papéis do Rural, BVA e Panamericano. A perda nominal para os 42 RPPs que aplicaram recursos aí foi de R$ 258,2 milhões.

A PF descobriu que o fundo estava no portfólio da Invista, consultoria financeira do esquema criminoso que corrompia agentes públicos e políticos em troca de investimentos em várias partes do País.

O RPP do Estado do Tocantins, por exemplo, investiu nesse e em outros fundos suspeitos pela PF e registrou prejuízo de R$ 153 milhões, o maior valor entre os demais regimes próprios que também tiveram perda.

Um dos problemas identificados pelo ministério é a aplicação de recursos em porcentual maior do que o permitido pelas regras do Conselho Monetário Nacional e do BC. Conforme a investigação da PF, quanto mais os RPPs investiam, mais propina era paga aos gestores e políticos.

"O grande problema é que alguns RPPs se entusiasmaram e foram aplicando mais do que podiam. Sabendo que tem um limite, por que investiram a mais? O limite é uma forma de proteção dos fundos", afirmou Otoni Gonçalves Guimarães, diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público (DRPSP), vinculado ao Ministério da Previdência, e responsável pelas auditorias.

Entre as irregularidades encontradas estão, ainda, aplicações de RPPs em fundos de investimento que têm alta concentração em apenas um papel. É o caso do NSG Varejo de Participação, que tem 98,3% dos ativos concentrados na Brasil Foodservice Group S/A - holding controladora do restaurante Porcão. E também do Conquest Fundo de Investimento e Participações, que tem 83,06% da carteira aplicada em ativos de emissão da Sala Limpa Serviços e Comércio S.A., uma empresa de lavanderia.

Mas nesses casos, segundo o ministério, não houve prejuízos financeiros. "A preocupação é a concentração que, dependendo da empresa, talvez não dê a resposta que o fundo deseja", afirmou Guimarães.

Perfil

As auditorias do ministério indicaram mudanças no perfil das aplicações dos RPPs nos últimos anos. Eles trocaram investimentos em fundos cujas administradoras faziam parte de conglomerados dos bancos de primeira linha por aquisição de cotas de fundos geridos por entidades de pouca representatividade.

Em 2011, observou-se que as RPPs passaram a aplicar em fundos de investimento em crédito privado, sem efetuar uma análise apropriada dos riscos envolvidos nestas aplicações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora praticamente adiado para um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) ganhou um apoio de peso nesta semana. O governo formalizou e tornou público o apoio dos fundos de pensão de estatais federais ao projeto.

Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa), além do Banco do Brasil Investimentos e da própria Caixa, assinaram uma carta na qual informam que poderão ser sócios com até 49% do capital do futuro administrador do serviço. Para tanto, podem disponibilizar no máximo R$ 620 milhões a preços de 2008, o que dá quase R$ 900 milhões hoje.

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A carta dos fundos segue manifestação semelhante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Correios. Elas são uma resposta a uma queixa unânime dos potenciais interessados no projeto: a inexistência de sócios brasileiros de peso. A manifestação dos fundos produziu um fenômeno: os japoneses, que nem eram mais considerados como parte da disputa, procuraram o governo em busca de mais detalhes.

Assim, o leilão prossegue numa situação surreal. Enquanto no escalão mais alto do governo a informação é que ele não deve ocorrer, na área técnica os preparativos seguem normalmente. A expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff decida a questão ainda esta semana.

Participantes

Na noite de terça-feira, 7, reunida com ministros e assessores envolvidos no leilão, ela foi informada de que se a disputa for mantida na data atual, com a entrega de propostas em 16 de agosto e abertura de envelopes em 19 de setembro, a tendência seria de só os franceses participarem. Há, porém, pedidos dos alemães e dos espanhóis por mais tempo para organizar suas propostas. Por isso foi proposto um adiamento de 90 dias. A dúvida é se, com mais tempo, mais propostas surgiriam. Na terça-feira, 7, os investidores foram recebidos pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pelo ministro dos Transportes, César Borges, e pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

Foi encomendada uma consulta a representantes dos dois consórcios para medir o grau de interesse em entrar no leilão. Por isso, Dilma não bateu o martelo. No entanto, a posição da maioria dos ministros é pelo adiamento do TAV para um eventual segundo mandato de Dilma. Avaliou-se que o projeto é muito caro: são R$ 35,7 bilhões a preços de 2008, o que dá quase R$ 50 bilhões em valores atuais. Gastar isso num projeto que levará anos para ficar pronto quando as ruas clamam por mais investimento em mobilidade urbana parece insensato. "A presidenta tem muita simpatia pelo TAV, mas a realidade se impõe", disse um auxiliar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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