Sydney inaugurou as celebrações do Ano Novo em todo o mundo com um show de fogos de artifício, apesar da fumaça dos incêndios que assolam a Austrália.
A maior cidade australiana fez como sempre uma exibição deslumbrante de pirotecnia sobre a baía do porto, no entanto, as celebrações deste ano foram ofuscadas pelos muitos pedidos para que se cancelasse a queima de fogos de artifício.
Os incêndios avançam em todo o país. A fumaça tóxica sufoca Sydney há semanas e 280.000 pessoas assinaram uma petição para cancelar o show de fogos de artifício.
No entanto, não houve shows de pirotecnia na capital australiana, Canberra, ou nos subúrbios ocidentais de Sydney devido ao mau tempo.
Aqueles que não queriam fogos de artifício pediram que o dinheiro que o show custaria fossem usados para combater os incêndios, mas as autoridades alegaram que o evento custou cerca de 91 milhões de dólares à cidade e que o cancelamento do evento não ajudaria em nada as cidades afetadas pelo fogo.
"Estamos comprometidos em aproveitar o enorme poder do evento para arrecadar mais dinheiro para combater a seca e os incêndios nas comunidades afetadas", disse o prefeito de Sydney, Clover Moore.
- Celebrações e agitações -
Assim que os relógios chegarem à meia-noite, as cidades da Ásia, Europa, África e América serão inundadas por celebrações, embora em muitos casos ocorram em um contexto agitado e em protestos políticos.
Após mais de seis meses de protestos quase diários, Hong Kong fechou 2019 com várias manifestações pró-democracia na véspera de Ano Novo.
Os manifestantes formaram correntes humanas nas ruas movimentadas do centro da cidade e também em bairros residenciais.
Em Paris, onde todos os anos entre 250.000 e 300.000 pessoas se reúnem na avenida Champs Elysées para dar as boas-vindas ao Ano Novo, desta vez o fluxo pode ser menor devido a uma greve de transporte que alterou o dia a dia da cidade por semanas.
A meia-noite em Londres será marcada pelos sinos do Big Ben, que ficou em silêncio durante longos trabalhos de restauração.
Além disso, os londrinos vão se despedir no ano antes do Brexit com o tradicional show de fogos de artifício no Tâmisa.
Em Moscou, o presidente Vladimir Putin fará seu tradicional discurso de Ano Novo, 20 anos depois de chegar à presidência com a surpreendente renúncia de Boris Yeltsin durante seu discurso no final de 1999.
- Olhando para 2020 -
Ainda não se sabe se 2020 será tão agitado quanto o ano anterior, no qual houve uma onda de protestos em todo o planeta para exigir mudanças políticas e mais medidas contra o aquecimento global.
Os protestos contra o governo abalaram vários países da América Latina, norte da África e Oriente Médio em 2019, com manifestações em massa na Bolívia, Chile, Equador, Líbano, Argélia e Sudão.
Os protestos de Hong Kong, que começaram como resultado de um projeto de lei - já retirado - para permitir extradições para a China, tornaram-se uma revolta popular contra o controle de Pequim.
Esta é a maior crise que a ex-colônia britânica passou desde a sua devolução para a China pelo Reino Unido em 1997 e não parece que se acalmará em 2020.
Além disso, marchas em massa foram realizadas em todo o mundo para pedir mais ações contra as mudanças climáticas, iniciadas pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, enquanto as temperaturas quebraram recordes, a Islândia perdeu sua primeira geleira devido ao aquecimento global e Veneza registrou suas piores inundações em décadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ganhou as manchetes em 2019, um ano que encerrou com um processo histórico de julgamento político contra ele na Câmara dos Representantes, dominado pelos democratas, que o acusam de abuso de poder e obstrução do Congresso.
No entanto, o Senado, com maioria republicana, deve absolvê-lo durante seu julgamento, que provavelmente ocorrerá em janeiro.
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